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Bolívia ajudou a moldar a identidade de Rondônia? Saiba o que é influência do país vizinho

Bolívia e Rondônia compartilham ícones culturais como a Festa do Divino Espírito Santo. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

O Dia da Cultura Boliviana e Independência da Bolívia, comemorado em 6 de agosto, é uma data que reforça o quanto o país está presente no dia a dia dos rondonienses — especialmente nas cidades próximas à fronteira, como Guajará-Mirim (RO) e até mesmo em Porto Velho.

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Porto Velho é a única capital do país que faz fronteira com uma nação estrangeira. No entanto, a influência vai além da geografia: ela está no idioma, nos pratos típicos, nas festas e até na forma como os rondonienses expressam sua fé.

“A proximidade geográfica entre Rondônia e a Bolívia, com Porto Velho sendo a única capital brasileira que faz fronteira com um país estrangeiro, moldou profundamente a cultura regional”, explica o historiador Alekis Palitot.

Segundo o historiador, é comum ouvir o “castelhano” na fronteira, um reflexo da convivência diária entre as duas nações. Mas a mistura de culturas vai muito além do sotaque.

Da saltenha ao massaco: sabores da Bolívia que contam histórias

Quem anda pelas ruas de Porto Velho ou pelas feiras de Guajará-Mirim já deve ter cruzado com a saltenha ou o massaco. Esses pratos, de origem no país vizinho, conquistaram o paladar rondoniense e hoje fazem parte da rotina local.

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A saltenha, uma espécie de empanada recheada com carne, tem origem argentina, mas foi reformulada na Bolívia e, depois, adotada em Rondônia. Já o massaco, feito com banana ou mandioca socada com carne seca, é tradicional e ganhou versões locais nas cidades da fronteira.

“A culinária também reflete essa interação, com pratos como a Saltenha e o Massaco, o massaco um prato feito com massa de banana e mandioca originalmente boliviano, tornando-se populares em Porto Velho e cidades fronteiriças”, comenta Palitot.

saltenha é um prato típico da bolívia
Saltenha. Foto: Tácita Muniz/Acervo Rede Amazônica RO

Fé que atravessa os rios

A influência também aparece na religiosidade. Um exemplo é a Festa do Divino Espírito Santo, celebrada há mais de um século nas comunidades ribeirinhas ao longo dos rios Mamoré e Guaporé.

“Este evento fluvial exemplifica a integração cultural entre os dois países, reforçando laços históricos e espirituais”, disse o historiador.

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A celebração envolve procissões de barcos, cantorias, partilhas de alimentos e rituais que unem famílias dos países amazônicos.

Bolívia na história de Rondônia

De acordo com Alekis Palitot, durante o Ciclo da Borracha, entre o fim do século XIX e o início do século XX, o país vizinho teve papel central no desenvolvimento da região.

A cidade de Santo Antônio, por exemplo, era dominada por bolivianos antes mesmo da fundação de Porto Velho. Por lá, funcionava um grande armazém dos chamados “reis da borracha”.

“No Ciclo da Borracha existiam empresários que foram fundamentais na exportação do látex e na navegação fluvial, utilizando mão de obra indígena boliviana”, explica Alekis Palitot.

Ele também destaca a importância da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, uma das obras mais emblemáticas da história da Amazônia. Inaugurada em 1912, a ferrovia foi construída para permitir o escoamento da borracha boliviana até o porto de Belém, superando as perigosas corredeiras do rio Madeira, que impediam a navegação.

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A construção da estrada foi resultado de um acordo entre os dois países, após a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903, que também garantiu ao Brasil o território do Acre. Como compensação, o governo brasileiro se comprometeu a oferecer uma alternativa de transporte para os bolivianos, e assim nasceu o projeto da ferrovia.

“A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, concluída em 1912, também carrega a marca da relação com a Bolívia. O empreendimento, criado para facilitar o escoamento da borracha, atraiu trabalhadores de várias origens, incluindo indígenas bolivianos e brasileiros nordestinos, que enfrentaram as adversidades da floresta para concretizar a obra”, disse.

*Por Gabriel Farias, da Rede Amazônica RO

MPF recomenda alteração de regras do Ibama para combater uso de mercúrio em garimpos da Amazônia

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Foto: Reprodução/Acervo Polícia Federal

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) modifique a Instrução Normativa nº 26/2024 para proibir expressamente e de forma integral a importação, comercialização e revenda de mercúrio metálico para qualquer atividade minerária na Amazônia.

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A Instrução fala sobre a vedação do comércio de minérios, mas não o proíbe expressamente para pessoas jurídicas e ainda abre exceção para pessoas físicas titulares de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) e que possuam licença ambiental. O MPF ressalta que a permanência de uma norma infralegal que viabiliza, ainda que de forma condicionada, a utilização de substância altamente tóxica não pode ser admitida.

O MPF requer que a atividade seja vedada a qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, independentemente de ser titular de PLG e ainda que detenha licença ambiental para lavra de minérios. A ação é fruto da atuação do 2º Ofício da Amazônia Ocidental, especializado no enfrentamento da mineração ilegal nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.

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Inquérito do MPF

No inquérito civil instaurado pelo MPF para apurar os efeitos decorrentes da utilização do mercúrio e de outras substâncias tóxicas, o objetivo é verificar o cumprimento, por parte da União e dos estados da Amazônia Ocidental, das obrigações previstas na Convenção de Minamata e em normas ambientais relacionadas, no que se refere à regulamentação da importação, do comércio e da utilização do mercúrio metálico em atividades de mineração.

mpf recomenda combate ao uso de mercúrio Foto Divulgação Ibama
Amostras de água para análise da contaminação por mercúrio. Foto: Divulgação/Acervo Ibama

A investigação já revelou a dimensão dos danos provocados pela exposição ao mercúrio na Amazônia brasileira e dados técnico-científicos confirmaram a contaminação da água, do solo e da cadeia alimentar. Além disso, comunidades ribeirinhas, populações indígenas e grupos urbanos apresentaram níveis elevados de mercúrio no organismo, com comprometimento direto da saúde pública e da segurança alimentar regional. 

A recomendação ressalta que a persistência do uso da substância está fortemente associada à atividade garimpeira, inclusive sob formas regulares, e indica fragilidade dos mecanismos de controle, fiscalização e responsabilização. No documento, o MPF ainda destaca que “tais permissivos representam um verdadeiro retrocesso ambiental e afrontam os princípios da precaução, da prevenção e da vedação à proteção insuficiente, consagrados no ordenamento jurídico pátrio”. 

O MPF fixou prazo de 30 dias para que o Ibama apresente resposta escrita sobre o atendimento da recomendação. 

Veja a Íntegra da recomendação.

*Com informações do MPF

‘Casa Flutuante da Mulher’ busca levar atendimento para vítimas de violência doméstica por rios no Amazonas

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Projeto ‘Casa da Mulher Flutuante’. Foto: Divulgação

A servidora pública e ativista feminista Cynthia Rocha Mendonça apresentou o projeto ‘Casa Flutuante da Mulher Brasileira‘, durante a Expo UEA Innovation, em Manaus (AM), nesta quarta-feira (6). A proposta do projeto é de uma unidade móvel, adaptada em uma balsa, para levar atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em comunidades ribeirinhas, indígenas e áreas isoladas.

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Segundo Rocha, o projeto está em fase de construção e articulação com órgãos públicos, sociedade civil e comunidade acadêmica. A expectativa é que, quando implementada, a ‘Casa Flutuante da Mulher Brasileira’ leve atendimento humanizado e integrado a locais de difícil acesso na região no Amazonas.

Inspirada na Casa da Mulher Brasileira, já existente em cidades do país, a versão flutuante reunirá, em um único espaço, órgãos e serviços especializados como Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Ministério Público, Polícia Técnico-Científica, Instituto Médico Legal, além de atendimento médico, exames de corpo de delito, audiências remotas via internet/via satélite, programas de formação e geração de renda.

“O objetivo é garantir acolhimento, proteção e acesso à justiça a mulheres que hoje vivem em regiões invisibilizadas, sem estrutura para buscar ajuda”, afirmou Cynthia, que atua há mais de 20 anos como voluntária em ações de combate à violência contra a mulher.

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A embarcação será equipada com energia solar, sistema de captação e tratamento de água, e contará com recursos de inteligência artificial para triagem de risco, análise de perfil de agressores e vítimas, georreferenciamento e diagnóstico das áreas prioritárias.

Os dados coletados serão integrados a aplicativos como o “Ronda Maria da Penha” e plataformas de segurança pública e do Poder Judiciário.

Casa também será usada para pesquisa

Segundo a idealizadora, o barco também funcionará como base para pesquisas e monitoramento, gerando indicadores inéditos sobre a violência de gênero na Amazônia.

“É um projeto que nasceu da escuta das mulheres e da vivência com as demandas que elas têm”, disse Cynthia.

Casa Flutuante da Mulher foi apresentação em evento em Manaus
Projeto foi apresentado durante evento em Manaus nesta quarta-feira (6). Foto: Amanda Gonzalez

O projeto tem a parceria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Segundo o diretor da Agência de Inovação da UEA, Antônio Mesquita, a implementação do projeto deve beneficiar a região e contribuir para a redução dos índices de violência contra as mulheres nas áreas isoladas.

“É um projeto sensacional, é uma tecnologia social, resultado de uma dissertação de mestrado em segurança pública. O tribunal vai ser parceiro nessa empreitada, junto com a universidade, e vai gerar um benefício enorme para a sociedade”, afirmou o diretor.

Ainda segundo o diretor da Agência de Inovação da universidade, a UEA e o TJAM buscam investimentos para que a “Casa Flutuante da Mulher Brasileira” seja construída ainda durante o ano de 2025.

Casa Flutuante da Mulher
Projeto ‘Casa Flutuante da Mulher’. Foto: Divulgação

*Por Patrick Marques, da Rede Amazônica AM

Lixo eletrônico é usado para produzir suporte de selfie em pontos turísticos em Macapá

Projeto em Macapá utiliza lixo eletrônico para produzir suporte de selfie em pontos turísticos. Foto: Divulgação/Prefeitura de Macapá

A Prefeitura de Macapá (AP) inaugurou no dia 6 de agosto um projeto sustentável que utiliza lixo eletrônico para produzir produtos utilizáveis, instalados em pontos turísticos da cidade. Um desses produtos é um suporte para selfie, instalado na Rampa do Açaí, como forma de oportunizar os visitantes a fazer registros visuais ao contemplar a beleza local.

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O projeto piloto tem o objetivo de promover conexão entre as pessoas e a natureza. A iniciativa evita que esses materiais sejam depositados no aterro sanitário, trazendo uma nova utilidade para eles.

A iniciativa vai contemplar outros pontos turísticos como: o Trapiche Eliezer Levy, o Trapiche da Fazendinha e outros pontos estratégicos da cidade, que receberão os suportes nas próximas semanas.

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Trapiche Eliezer Levy. Foto: Jesiel Braga

De onde vem os produtos reutilizados?

Os suportes de selfie são confeccionados com matéria-prima existente na Central de Logística Reversa de Macapá, que funciona na área externa da Zeladoria Urbana, no bairro do Trem.

Segundo a prefeitura, a capital amapaense é a única no estado a integrar o Sistema de Logística Reversa de Eletroeletrônicos, com ponto especializado no descarte adequado desses equipamentos.

Como fazer descarte de lixo eletroeletrônico?

A Central de Logística Reversa possui três contêineres e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Aparelhos eletroeletrônicos de uso domiciliar, incluindo computadores, celulares, impressoras, televisores e similares podem ser descartados no local.

*Por Josi Paixão, da Rede Amazônica AP

Islândia peruana: a cidade amazônica que flutua entre Brasil, Colômbia e Peru

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Islândia é a cidade peruana mais próxima ao Brasil. Foto: Man77/Wikimedia Commons

Na região amazônica, em uma área onde as fronteiras parecem perder sua rigidez diante da realidade do rio e da floresta, está localizada a cidade de Islândia. Apesar do nome remeter a um país europeu de clima glacial e paisagens de gelo, essa Islândia está longe do frio: fica no Peru, às margens do rio Javari, na tríplice fronteira com o Brasil e a Colômbia, e enfrenta temperaturas típicas dos trópicos.

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Com cerca de 3 mil habitantes, a cidade se destaca por sua geografia peculiar. Construída sobre uma ilha e erguida em palafitas, Islândia permanece parcialmente submersa durante seis meses do ano, devido à cheia dos rios.

Nos outros seis meses, é possível caminhar por suas passarelas de concreto e estruturas elevadas, construídas para garantir segurança e mobilidade durante os períodos de inundação. Esse cenário rendeu à cidade o apelido de “Veneza do Javari” ou “Veneza do trapézio amazônico”, uma tentativa local de atrair turismo para a região.

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Mas a chegada em Islândia não é simples. O acesso só é possível por via fluvial, em viagens que partem de Iquitos, a maior cidade da Amazônia peruana, ou em trajetos mais curtos desde Leticia, na Colômbia, e Benjamin Constant, no Amazonas (Brasil).

A proximidade com os países vizinhos torna a cidade um ponto estratégico de integração econômica e cultural. É comum encontrar nas ruas moradores falando espanhol e português, além da aceitação de três moedas diferentes no comércio local: sol peruano, peso colombiano e real brasileiro.

Integração, fé e cotidiano sobre o rio

Islândia pertence ao distrito de Yavarí, uma das divisões da região de Loreto, no Peru. O distrito abriga cerca de 15 mil pessoas, sendo que aproximadamente 30% são membros da seita religiosa Missão Israelita do Novo Pacto Universal, que tem forte presença na cidade.

Os seguidores do grupo costumam trajar vestimentas semelhantes às do tempo bíblico e são facilmente reconhecidos pelas longas barbas e cabelos. Aos sábados, dia sagrado para os fiéis, realizam cultos e rituais religiosos que incluem trajes específicos e práticas herdadas da tradição fundada por Ezequiel Ataucusi, líder religioso peruano que afirmou ser a reencarnação de Jesus Cristo.

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No dia a dia, a economia local gira em torno do comércio, agricultura e, mais recentemente, do turismo. Restaurantes e pequenos comércios ribeirinhos oferecem pratos típicos da culinária amazônica, e alguns moradores se dedicam a atividades de transporte fluvial de visitantes, especialmente turistas colombianos que saem de Leticia.

A cidade também recebe brasileiros de Benjamin Constant, que cruzam o rio para comprar produtos ou utilizar os serviços da cidade peruana. Há ainda muitos casos de famílias divididas entre os dois lados da fronteira, vivendo uma rotina binacional em plena Amazônia.

Foto: Reprodução/Andina – Agência Peruana de Notícias

Desafios na Islânia peruana

A história de Islândia também guarda elementos curiosos sobre sua origem e fronteiras. Durante muito tempo, a região era considerada território brasileiro, até que mudanças naturais no curso do rio Javari alteraram a margem principal, deslocando Islândia para o lado peruano.

Apesar disso, a delimitação só foi formalizada em 1925, e há registros de atritos territoriais até os anos 1990. Em 2017, a prefeitura local chegou a tentar recuperar uma carga de madeira apreendida pelo Ibama, mas o barco foi impedido de atracar do lado brasileiro.

Além das questões de soberania, a cidade enfrenta desafios estruturais. Há escolas, mercado, uma pequena delegacia e até um hotel. No entanto, a ausência de um hospital ainda é um problema recorrente apontado pelas autoridades locais. Muitos moradores precisam recorrer ao sistema de saúde brasileiro, atravessando o rio até Benjamin Constant em busca de atendimento.

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Apesar das limitações, Islândia segue como uma cidade única no cenário amazônico. Seu modo de vida adaptado à floresta e ao regime das águas, a convivência entre três nacionalidades, a presença religiosa marcante e o esforço para se tornar um destino turístico fazem dela um exemplo de resistência e adaptação nas margens do Javari.

A cidade amazônica que flutua entre fronteiras permanece firme, não em blocos de gelo, mas sobre palafitas de madeira e concreto, desafiando as cheias do rio e escrevendo sua própria narrativa, onde o nome europeu contrasta com a identidade profundamente amazônica.

Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil indica que todas as bacias estão em processo de vazante

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Foto: Divulgação

O nível do rio Negro em Manaus (AM) atingiu 28,32 m na terça-feira (5), indica o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Dados do 31º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas mostram que todos os rios da região apresentam comportamento de vazante, com redução gradual dos níveis d’água nas principais estações.

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O Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas é divulgado às terças-feiras na plataforma do Sistema de Alerta Hidrológico.

rios em vazante em manaus
Dados do 31º Boletim do SGB indicam que todas as bacias estão em processo de vazante. Foto: Reprodução/Acervo Rede Amazônica AM

Na bacia do rio Negro, o processo de recessão é evidente. Em São Gabriel da Cachoeira (AM), a descida média diária é de 6 cm. Já em Tapuruquara (AM) e Barcelos (AM), os declínios são de 5 cm e 2 cm, respectivamente. Em Manaus (AM), o rio está em queda de 3 cm por dia, mas ainda mantém níveis elevados para esta época do ano. As descidas ocorrem dentro do esperado para o período.

O rio Solimões também apresenta tendência de baixa, com quedas médias de 17 cm em Tabatinga (AM), 12 cm em Fonte Boa (AM) e 5 cm em Itapéua (AM). Em Manacapuru (AM), a descida está na ordem de 3 cm por dia, com níveis considerados altos para o período.

Na bacia do rio Branco, o rio registra níveis dentro da normalidade. Em Boa Vista (RR), o nível atual é de 3,93 m, com declínio médio diário de 44 cm. Em Caracaraí (RR), a queda é ainda maior, chegando a 47,5 cm por dia.

O boletim indica que o rio Amazonas também segue em recessão. As estações de Careiro da Várzea (AM), Itacoatiara (AM), Parintins (AM) e Óbidos (PA) registram quedas médias de 3 cm por dia.

Leia também: Rios no Amazonas iniciam processo de vazante e agricultores retomam cultivos para recuperar prejuízos

Níveis próximos às mínimas

O pesquisador Andre Martinelli, gerente de hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA), explica que em algumas estações já são observados níveis próximos às mínimas: “Em estações do alto Juruá e Purus e seus afluentes, vemos níveis muito baixos, próximos das mínimas registradas. Na bacia do Madeira, essa semana já apresentou uma resposta mais intensa na descida, níveis próximos do limite inferior da faixa de normalidade”.

Dados do 31º Boletim do SGB indicam que todas as bacias estão em processo de vazante. Foto: Divulgação

Em Porto Velho (RO), o nível atual do rio Madeira é de 4,63 m, com declínio médio de 20 cm ao dia. Em Humaitá (AM), a queda é de 19 cm diários.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) atua em diversas frentes para apoiar estratégias de prevenção de desastres em todo o país. Além da operação dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB realiza o mapeamento de áreas de risco, contribuindo para a gestão territorial e a segurança da população. A instituição também oferece o aplicativo Prevenção SGB, que disponibiliza ao cidadão informações sobre áreas com risco de deslizamentos, inundações e outros eventos geohidrológicos.

Outra ação estratégica é a manutenção do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), que reúne dados sobre poços em todo o território nacional e apoia decisões relacionadas ao abastecimento hídrico em períodos de escassez.

Leia também: Saiba quais foram as maiores vazantes do Rio Acre em Rio Branco

Monitoramento

Dados do 31º Boletim do SGB indicam que todas as bacias estão em processo de vazante. Foto: Divulgação

O monitoramento dos rios é feito a partir de estações, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações e gera informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações estão disponíveis na plataforma SACE e são atualizadas diariamente.

*Com informações do Serviço Geológico do Brasil

Acre decreta emergência por seca dos rios e falta de chuvas

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Rio Acre com 1,5 metro em agosto de 2025. Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica AC

Em vigor por 180 dias, o governo do Acre sancionou, no dia 6 de julho, o decreto que coloca o estado em situação de emergência por causa da seca nos rios. A publicação foi feita em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE).

Assinado pelo governador Gladson Camelí, o documento destaca que o regime de chuvas no estado no 1º semestre de 2025 foi inferior ao esperado, o que contribuiu para o cenário de seca dos mananciais. Em julho, por exemplo, choveu somente 8 milímetros.

Além disto, em Rio Branco, o Rio Acre marcou 1,49 metro nesta quinta (7), o menor nível do ano até agora. O principal manancial está a apenas 26 centímetros da menor cota da história, alcançada em setembro do ano passado.

Relembre: Seca do Rio Acre em 2024 se torna a maior em mais de 50 anos em Rio Branco

“Uma das consequências mais imediatas e críticas da drástica redução do volume de água em rios fundamentais para a captação é a crise no abastecimento de água, que compromete a operação das estações de tratamento e exige a implementação de medidas de racionamento e a mobilização de caminhões-pipa para atendimento da demanda em áreas urbanas e rurais”, justifica o decreto de nº 11.733, de 6 de agosto.

Por conta desse cenário, é justificado também que o baixo nível de chuvas influencia na navegação de embarcações nos cursos d’água, comprometendo ‘a logística de transporte, isolando comunidades e dificultando o abastecimento de bens essenciais, como alimentos e combustíveis, para os municípios e aldeias indígenas de mais difícil acesso’.

Além disto, o governo apontou também, como consequências da estiagem:

  • as altas temperaturas e baixo percentual de umidade relativa do ar
  • a captação e abastecimento de água que tende a ficar comprometido
  • os prejuízos em plantações e lavouras
  • o consequente aumento de queimadas e incêndios florestais
  • os riscos de prejuízo na alimentação de estudantes de zona rural, já que os insumos para refeições vêm por via fluvial

“Fica a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil [CEPDC] designada como unidade gestora orçamentária, podendo ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de apoio aos Municípios afetados pela emergência de que trata este Decreto”, ordena.

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Preocupação com a seca em todo o estado

Sobre o decreto, o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, disse que esta é uma etapa importante para que haja ações de socorro mais rápidas e, consequentemente, que os recursos cheguem de forma mais célere.

“A gente sabe que tem municípios do interior que estão em situação muito delicada, Jordão, Marechal Thaumatugo, enfim, recebemos muitas informações, muitas imagens. É lamentável uma situação que está ficando recorrente. Agora é a união do poder público para se ajudar”, falou.

O gestor disse ainda que há um grupo de gestão de crise desses fenômenos climáticos para definir as ações mais importantes e eficazes diante dessa situação.

“A gente chama de gerenciamento de crise de recursos hídricos, que vai se reunir e assim veremos quais são as ações mais imediatas que têm de ser feitas para dar o socorro, e para prestar o apoio necessário para a população nesses momentos mais difíceis”, complementou.

Rio Branco também decretou emergência

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou o decreto que coloca a capital do Acre em situação de emergência por conta da seca do manancial. A sanção ocorreu na manhã de quarta-feira (6), quando o rio marcou 1,51 metro, e foi publicado nesta quinta (7).

O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o decreto assinado pelo prefeito dá liberdade para o pedido de socorro e de resposta.

Leia também: Rio Branco acende alerta para novo recorde de seca do rio Acre

Ele ainda citou que a partir desse momento, a Defesa Civil pode tomar providências como recorrer a outras secretarias e pedir recursos ao governo federal de uma forma mais célere, diminuindo a burocracia.

“Então, é de extrema necessidade a assinatura do decreto, justamente para que a gente possa ter essa liberdade de ação. A Defesa Civil já vem trabalhando há dias, só que já extrapolou o nosso raio de ação e se a gente não agilizar, nós não conseguimos dar a resposta adequada para aquelas pessoas que estão passando por necessidade”, afirmou ele.

Rio Acre está a menos de 30 centímetros da menor cota já registrada. Foto: Divulgação/Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco

Em maio deste ano, por conta de problemas estruturais e instabilidade do solo, inclusive com erosão, o governo federal reconheceu a situação de emergência na Estação de Tratamento de Água (ETA) II de Rio Branco.

Durante a coletiva desta quarta, o prefeito disse que apesar dos problemas recorrentes nas estações de tratamentos, não acredita que a capital irá ficar sem água por conta da seca.

“Vamos ter muitos problemas na captação ali do Rio. Mas é possível a gente ir lá e fazer intervenções com máquinas, a drenagem de alguns locais, para as bombas poderem captar”, complementou.

O pensamento também é compartilhado por Enoque Pereira, diretor-presidente do Serviço de Atendimento de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb).

“A gente não tem essa previsão de faltar água. No passado, [o Rio Acre] ficou em 1,23 metros, fizemos todo o controle para que não faltasse. Tivemos até que fazer uma mini barragem, mas não faltou água. Vamos ter que dragar, escavar, fazer uma mini barragem, mas não vai faltar água”, falou.

*Por Renato Menezes, da Rede Amazônica AC 

Círio Fluvial de Santo Antônio em Oriximiná: das ruas para o rio

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Foto: Vitor Bemerguy/ SECOM-PMO

Todos os anos, no mês de agosto, Oriximiná, cidade banhada pelo Rio Trombetas, no oeste do Pará, é transformada em um cenário de , devoção e cores. O Círio de Santo Antônio, padroeiro do município, é mais do que uma celebração religiosa: é um marco cultural que atravessa gerações e resiste ao tempo, reunindo milhares de fiéis em uma das mais belas manifestações de religiosidade fluvial da Amazônia.

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A origem da devoção coincide com a própria fundação da cidade. Em 13 de junho de 1877, ao celebrar a primeira missa na margem esquerda do Trombetas, o padre José Nicolino de Souza consagrou o local a Santo Antônio, batizando-o como Santo Antônio de Uruá-Tapera. Desde então, o santo passou a ser o protetor da comunidade.

Leia também: Vigia de Nazaré, a cidade que sedia o Círio de Nazaré mais antigo do Pará

Círio fluvial em Oriximiná. Foto: Vitor Bemerguy SECOM PMO
Foto: Vitor Bemerguy/ SECOM-PMO

As primeiras edições do Círio datam de pelo menos 1936 e eram realizadas em terra. A imagem do santo era conduzida em procissão do dia 1º ao dia 15 de agosto, visitando casas de fiéis e retornando à Igreja Matriz, onde ocorriam as tradicionais trezenas e ladainhas. Era um momento de união comunitária, marcado por gestos simples, mas profundamente carregados de simbolismo.

Círio das ruas para o rio

Em 1946, no entanto, uma grande mudança redefiniu a festa. Por meio de um acordo com a Cúria Prelatícia de Santarém, o Círio passou a ser fluvial, uma adaptação que harmonizou a religiosidade com a geografia ribeirinha da região. As datas também foram reorganizadas: a procissão passou a ocorrer no primeiro domingo de agosto, e as festividades encerram-se no terceiro domingo do mês. A nova forma de celebração incorporou uma programação oficial, reforçando ainda mais o caráter festivo e religioso do evento.

Para os mais antigos, remar as canoas que levavam a imagem do santo pelas águas era um ato de sacrifício e devoção. Era como oferecer o próprio esforço físico em agradecimento ou súplica. O círio diurno daquela época terminava com um grande almoço coletivo, reforçando os laços de solidariedade entre os moradores.

Leia também: O almoço do Círio e a sacralização da mandioca

Atualmente, o Círio de Santo Antônio mantém viva essa tradição, mesmo com as modernizações. A imagem do padroeiro é conduzida em uma balsa motorizada, escoltada por dezenas de embarcações decoradas e iluminadas, formando um cortejo fluvial de rara beleza.

Foto: Vitor Bemerguy/ SECOM-PMO

O trajeto pelas águas do Trombetas é emoldurado por velas flutuantes, orações e cânticos entoados pelos romeiros. Ao chegar ao porto da cidade, a imagem é recebida com uma vibrante queima de fogos e, em seguida, é levada em procissão terrestre até a Igreja Matriz, onde é celebrada uma missa campal com grande participação popular.

Além da cerimônia principal, os dias que antecedem o Círio também ganharam força. O chamado “Pré-Círio” abre a programação oficial com apresentações culturais, peças teatrais e danças que exaltam as tradições amazônicas e o sincretismo presente na fé popular.

Onças-pretas são flagradas atravessando estrada em Mato Grosso

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Foto: Reprodução/Instagram-pauloodaird

Um raro momento surpreendeu o técnico em agropecuária Paulo Odair em uma estrada na região do Parque Indígena do Xingu, próximo à Confresa, no Mato Grosso: duas onças-pretas atravessando a estrada. O registro foi publicado nas redes sociais do técnico no início do mês:

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Onças-pretas?

O registro viralizou nas redes, com destaque para o fato das onças terem a pelagem preta.

Em uma entrevista a Portal Amazônia em 2020, o biólogo Flávio Terassini explicou que a Panthera onca de cor preta “é considerada super rara na natureza” e que se trata de onça-pintada com uma disfunção genética (excesso de melanina).

“Aí a pigmentação do pelo fica preta, mas se a gente olhar a onça contra o sol dá pra ver as pintas dela. As pintas na verdade são pretas, ou seja, aquela plumagem que seria amarela também é preta. Por isso a gente chama de onça-preta. A espécie dela é a Panthera onca. Um bicho bem raro de se ver e muito bonito por sinal”, informou o biólogo.

onças-pretas podem ser encontradas em várias regiões
Foto: Acervo/Instituto NEX

Saiba mais: Onça-preta rara é flagrada tomando banho em rio de Rondônia

Nos comentários da postagem, Odair respondeu algumas pessoas detalhando a situação. Informou, por exemplo, que na verdade eram dois filhotes acompanhando a mãe, mas somente um atravessou enquanto ele estava lá. “Aqui na região tem muitos relatos de avistamentos, essa foi a segunda vez que eu vi. Ela estava com 2 filhotes mas só deu pra filmar 1”, comentou.

Flor do Maracujá: a história da maior festa junina folclórica de Rondônia

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Foto: Frank Néry/Secom RO

O som do tambor ecoando nas quadras escolares, os passos ensaiados por meses e o brilho nos olhos de crianças e adultos marcam mais uma edição do Flor do Maracujá. A 41ª edição do arraial acontece de 1º a 10 de agosto no Parque dos Tanques, em Porto Velho (RO).

Mas a história do arraial, no entanto, começa bem antes das arquibancadas lotadas e dos palcos grandiosos. Por volta de 1983, uma mulher chamada Maria de Nazaré, natural de Belém (PA), mudou-se para Rondônia. Junto a grupos folclóricos de Porto Velho, ela criou um espaço para valorizar tradições amazônicas, como as quadrilhas juninas e os bois-bumbás.

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O Grupo Rede Amazônica conversou com Maria e montou uma recapitulação de como surgiu a maior festa junina de Rondônia.

De festa escolar à maior mostra de cultura popular

Nas décadas de 1970 e 1980, as festas juninas eram organizadas pelas escolas de Porto Velho. Depois, em agosto, era a vez dos grupos folclóricos se apresentarem na cidade.

Com a criação oficial do Estado de Rondônia, em 1982, o evento ganhou força institucional: foi lançada a primeira Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás, que ainda acontecia dentro do ambiente escolar.

“A escola Rio Branco foi a primeira com quadra coberta, e foi lá que fizemos o primeiro festival de folclore estadual. Antes, era tudo improvisado”, conta a professora.

Em 1983, nasceu o Arraial Flor do Maracujá. Com o tempo, virou um grande festival junino, reunindo danças, comidas típicas, parque de diversões, barracas e artesanatos. O nome do Arraial surge como homenagem à primeira quadrilha registrada em Porto Velho: a Flor do Maracujá.

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De quadra de areia ao Parque dos Tanques: a luta por estrutura

O primeiro Arraial Flor do Maracujá aconteceu em uma quadra de areia ao lado do Ginásio Cláudio Coutinho. Com apoio da comunidade e pequenos patrocínios, surgiram as primeiras barracas e a iluminação.

“Era tudo improvisado e feito com vontade. O apoio financeiro ia só para os grupos folclóricos. O resto vinha de doações e parcerias”, recorda Nazaré.

Flor do Maracujá 2024. Foto: Reprodução/Governo de Rondônia

Entre 1983 e 1989, o Arraial Flor do Maracujá acontecia ao lado do Ginásio Cláudio Coutinho. Depois disso, passou por diferentes locais da cidade:

  • a área onde hoje funciona a Assembleia Legislativa;
  • o Parque dos Tanques (na parte baixa);
  • o bairro Costa e Silva, atualmente chamado de Imigrantes;
  • e até o centro Esperança da Comunidade, onde foi realizado durante a enchente de 2014.

Desde 2015, o festival voltou a ser realizado no Parque dos Tanques, agora na parte alta. Porém, o local ainda não é fixo nem estruturado, o que dificulta a organização do evento a cada edição.

“Hoje a estrutura é gigante. Precisa de arquibancadas, som, segurança, camarotes, banheiros químicos. É muito investimento. E tudo desmontado depois. A esperança é ter um espaço definitivo, que sirva também a outros eventos grandes de Rondônia”, desabafa a criadora.

Da participação ao espírito competitivo

Muito além da festa, a Flor do Maracujá representa um importante projeto social e educativo. Crianças só podem participar se estiverem na escola, e os ensaios começam cedo, ainda em março e abril.

“É um lugar para mostrar talento, disciplina e manter as crianças longe das ruas”, explica Nazaré.

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Até 1989, apenas os bois-bumbás participavam de competições. As quadrilhas recebiam troféus simbólicos. A disputa ficou mais acirrada a partir de 1990, inspirada em grandes festas populares do país, como Campina Grande (PB) e Parintins (AM).

“Hoje cada grupo tem torcida organizada, fantasias complexas, coreografias ousadas. É uma superprodução”, diz.

“O que mantém a Flor do Maracujá viva é o povo”

Foto: Frank Néry/Secom RO

O Arraial é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Porto Velho, o Governo de Rondônia, patrocinadores e mais de 50 grupos folclóricos que se apresentam todos os anos.

Para Nazaré, manter e fortalecer o Arraial é essencial, porque ele representa o orgulho e a identidade cultural do povo rondoniense.

*Por Kyara Negretti e Bruno Erpídio, da Rede Amazônica RO