Conheça 14 ritmos musicais que fazem sucesso na Amazônia

Cada estado da Amazônia possui expressões musicais próprias, criando uma diversidade de sons que dialogam com o ambiente natural e o contexto social da região.

A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, não é apenas um reduto de biodiversidade, mas também um caldeirão cultural. Os ritmos musicais populares da Região Norte do Brasil refletem sua riqueza étnica e cultural, integrando influências indígenas, africanas, europeias e contemporâneas.

Cada estado da Amazônia possui expressões musicais próprias, criando uma diversidade de sons que dialogam com o ambiente natural e o contexto social da região. Entre os ritmos mais populares, destacam-se o boi-bumbá, o carimbó, o tecnobrega e o beiradão.

Confira um compilado sobre alguns ritmos que fazem sucesso em cada Estado da região amazônica:

Baque do Acre (AC)

Baque é o termo utilizado pelas populações de origem indígena e seringueira no estado do Acre para designar tanto uma pessoalidade na forma de tocar quanto os gêneros musicais que fazem parte do evento chamado seja por forró, festa, farra ou baile, encontros onde a música sustentava a dança do anoitecer até o amanhecer do dia.

Estas práticas passaram a ser pesquisadas e transmitidas em um contexto de educação musical e patrimonial através do trabalho iniciado pelo Baquemirim ainda em 2008, envolvendo cursos, oficinas, produções fonográficas e audiovisuais onde mestres(as) tradicionais, como Antônio Pedro, Francis Nunes, Honorato de Holanda, Bima, Bí, Zenaide Parteira, Pedro Sabiá e tantos outros, deixam como legado suas escolas de tradição oral que vem sendo trabalhadas pelo projeto junto a educadores, profissionais da música e produtores culturais no estado do Acre.

Marabaixo e Batuque (AP)

O marabaixo é uma forma de expressão elaborada pelas comunidades negras do estado do Amapá, manifestada especialmente por meio da dança e das cantigas denominadas ladrão, espécie de poesia oral musicada a partir dos toques das caixas, instrumentos de percussão produzidos pelos próprios tocadores.

O batuque é uma dança afro-brasileira que se caracteriza por movimentos de quadril, sapateados, palmas e estalar de dedos. É acompanhada de percussão e, por vezes, de canto. Exemplos de batuque são o maracatu de baque virado, o coco e o samba de roda. A dança é originária de Angola e do Congo, e já era referenciada no Brasil e em Portugal no século XVIII.

Toada e beiradão (AM)

Ritmo musical tradicional do Amazonas, a toada é um dos focos centrais do Festival Folclórico de Parintins, que marca a disputa dos bumbás Garantido e Caprichoso. As toadas versam de acordo com o tema escolhido pela agremiação folclórica para o Festival de Parintins, contendo assuntos sobre a região Amazônica.

O beiradão é um fenômeno musical do Amazonas. Nascido nos beiradões dos rios do Amazonas, o ritmo se popularizou na década de 80, principalmente, no interior da região, embalando as festividades de várias comunidades. A batida é dançante e ritmada, tendo na base de suas composições instrumentos como o saxofone e a guitarra.

Carimbó e tecnobrega (PA)

O carimbó é uma das principais matrizes rítmicas da música popular do Pará. Foi influenciado pelas culturas indígena, africana e também pela música portuguesa do período colonial. Carimbó, ou curimbó, tem origem na língua tupi, em que “curi” é pau oco e “m’bó” é furado.

Outro ritmo que faz sucesso no Pará é o tecnobrega. Como o próprio nome já dá a entender, o tecnobrega — ou tecnomelody — é um dos ritmos musicais brasileiros com maior mistura de elementos. Ele tem um caráter altamente comercial, já que tem base nos estilos pop e eletrônico, mas não deixa de lado a herança cultural paraense. Nas músicas, é possível perceber que há características do carimbó, que já conhecemos anteriormente, mas também do brega, por exemplo.

Siriri (MT)

O Siriri é um dos ritmos mais populares do Mato Grosso, sendo uma manifestação cultural de grande importância para o estado. O estilo musical é dançado em roda ou fileiras, com homens e mulheres em duplas que batem palmas e se alternam em reverências, num ritmo rápido. A música é acompanhada de viola de cocho, ganzá e mocho.

Bumba meu boi (MA)

A música e a música do Bumba Meu Boi são resultado de uma fusão de culturas europeia, indígena e africana, que se manifestou no século XVIII. No Maranhão, a dança surgiu como uma forma de criticar a situação social dos negros e índios, e a festa celebra a morte e ressurreição do boi.

A lenda que inspirou o Bumba Meu Boi conta a história de um casal de escravizados, Pai Francisco e Mãe Catirina, que vivem numa fazenda. Quando a Mãe Catirina fica grávida, deseja comer a língua de um boi, e Pai Francisco mata um dos bois do rebanho para satisfazer o desejo. O fazendeiro, ao descobrir o ocorrido, pede para que os empregados o encontrem, e eles o encontram quase morto. Com a ajuda de um curandeiro, o boi se recupera, e a comunidade celebra o milagre com uma grande festa.

Noiadance e samba de couro (RO)

O noiadance é um ritmo popular de Porto Velho, em Rondônia, que é muito pedido em festas de carnaval, juninas e de fim de ano. Em 2024, o noiadance ganhou um bloco de rua no Carnaval.

Outro ritmo popular na região é o samba de couro, que chegou a Rondônia por meio da colonização realizada pelo Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). Inicialmente, o samba de couro era uma tradição religiosa, em comemoração ao nascimento de Cristo.

Suça, tambor e jiquitaia (TO)

Alguns ritmos tradicionais do Tocantins são a Suça, o Tambor e a Jiquitaia. A Suça é uma dança que faz parte dos Festejos do Divino Espírito Santo e é considerada um ritmo e dança genuinamente tocantinenses. O Governo do Tocantins incluiu a Suça no inventário do patrimônio histórico.

Outros ritmos que refletem manifestações culturais do Tocantins são a Congada, a Caçada da Rainha e a Folia do Divino Espírito Santo. Essas manifestações envolvem dança, canto e percussão. 

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