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5 acidentes aéreos que marcaram a história da aviação no Amazonas

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Foto: Reprodução/Rede Amazônica AM

Alguns dos maiores acidentes aéreos no Amazonas aconteceram devido os desafios logísticos de sua vasta extensão territorial, fatores climáticos e até mesmo por falhas humanas e, ainda, de motores.

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Os acidentes envolveram desde aeronaves de pequeno porte até grandes aviões comerciais e revelam os riscos da aviação em áreas remotas e da falta de revisão das aeronaves. Saiba

Queda do voo 4815 da Rico Linhas Aéreas (Amazonas, 2004)

No dia 14 de maio de 2004, um avião modelo Embraer 120 Brasília, da Rico Linhas Aéreas, caiu enquanto se preparava para pousar no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM). A aeronave havia decolado após uma escala em Tefé com 30 passageiros e três tripulantes a bordo.

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Acidente da Rico Linhas Aéreas. Foto: Reprodução/Policia Militar do Amazonas

O voo fluiu normalmente até o momento em que a aeronave se preparava para pousar em Manaus, quando começou a perder altitude e colidiu com árvores em uma área de floresta a apenas 30 km da capital amazonense. Os 33 ocupantes do voo morreram. 

A investigação da polícia determinou que as causas do acidente incluíram fatores como falhas na coordenação entre os pilotos, ausência de procedimentos de briefing (reunião informativa realizada antes de cada voo com a tripulação) e má gestão da aproximação, já que a aeronave estava em condições de voo normais, sob o controle do piloto, e colidiu com a floresta sem que a tripulação percebesse o perigo a tempo.

Leia também: Levantamento do setor de inteligência da PF informa que aviões ilegais entram diariamente no Território Yanomami

Queda do Manaus Aerotáxi em Barcelos (Amazonas, 2023)

No dia 16 de setembro de 2023, um avião de pequeno porte da empresa Manaus Aerotáxi caiu em Barcelos, no interior do Amazonas, matando todos os ocupantes. A aeronave, Embraer EMB-110 Bandeirante, transportava 12 turistas brasileiros e dois tripulantes que seguiam para uma pesca esportiva no Rio Negro. 

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Destroços do avião do acidente aéreo em Barcelos. Foto: Reprodução/Rede Amazônica AM

De acordo com as investigações, chovia bastante na região no momento do acidente e o avião teria chegado a tocar a pista, mas não conseguiu frear a tempo e saiu da área de pouso. As possíveis causas do acidente incluem o mau tempo e falha na decisão de pouso. 

Acidente da Manaus Aerotáxi no Rio Manacapuru (Amazonas, 2009)

No dia 7 de fevereiro de 2009, um avião EMB-110P1 Bandeirante, também operado pela Manaus Aerotáxi, caiu nas águas do Rio Manacapuru. No total, 24 pessoas morreram. A aeronave havia saído de Coari e se dirigia a Manaus, com 28 ocupantes sendo 18 da mesma família que seguiam para uma festa de aniversário.

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Destroços do avião Bandeirante da companhia Manaus Táxi. Foto: Michell Mello.

A aeronave estava certificada para transportar somente 19 pessoas, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e levava 28, incluindo os dois tripulantes, e somente quatro pessoas sobreviveram.

Durante o trajeto, sob forte chuva, o piloto comunicou que retornaria a Coari e pouco depois, o avião desapareceu dos radares e caiu a cerca de 500 metros da cabeceira da pista.

Leia também: Entenda o caso dos aviões abandonados no Aeroporto de Manaus há pelo menos 17 anos

Queda do avião Constellation da Panair (Amazonas, 1962)

No dia 14 de dezembro de 1962, um avião Lockheed Constellation da extinta Panair do Brasil, caiu a cerca de 40 km de Manaus, nas proximidades de Rio Preto da Eva. A aeronave vinha do Rio de Janeiro, com escala em Belém, e deveria pousar no aeroporto de Ponta Pelada, mas desapareceu minutos antes do pouso.

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Acidente Rio Preto da Eva, 1962. Foto: CIGS – Símbolos da Guerra na Selva, TC Souza Abreu.

Após 10 dias de intensas buscas, os destroços foram localizados em uma clareira no meio da selva e todos as 50 pessoas, 44 passageiros e seis tripulantes, morreram no impacto. Atualmente, o local onde o acidente aconteceu é conhecido como Clareira do Avião, onde o Exército do CIGS realiza homenagens anuais às vítimas e aos esforços de resgate.

Queda do Fairchild Hiller da empresa TABA em Tabatinga (Amazonas, 1982)

No dia 12 de junho de 1982, um avião Fairchild Hiller FH-227 da empresa TABA caiu no estacionamento do aeroporto de Tabatinga, no interior do Amazonas. O avião havia saído do município de Eirunepé e se dirigia a Manaus, realizando escalas em Tabatinga, Coari e Tefé.

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Destroços do avião após acidente em Tabatinga. Foto: Reprodução/Sindicado Nacional dos Aeronautas

A aeronave tentou pousar em meio a um nevoeiro denso, no entanto o radiofarol da pista estava fora de operação e por isso a tripulação tentou usar referências visuais como o rio. O avião então colidiu com a torre do próprio radiofarol e explodiu ao atingir o solo, matando todos os 44 ocupantes do voo.

Acidente do voo 1907 da Gol (Mato Grosso, 2006)

Esse acidente é fora do Amazonas, mas envolveu a capital do Estado. Isso porque o avião da Gol saiu de Manaus com destino ao Rio de Janeiro. Ele levava 154 pessoas, todas mortas após a colisão que aconteceu dia 29 de setembro de 2006.

O Boeing 737-800 da Gol colidiu em pleno voo com um jato executivo Legacy, sobre a Floresta Amazônica, na região de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso. O jato Legacy, com sete pessoas a bordo, conseguiu pousar emergencialmente em uma base aérea.

A investigação da polícia apontou falhas na comunicação com o controle aéreo e erro humano, além da desconexão do transponder do Legacy, como causas do desastre. O acidente é considerado o segundo pior desastre da história do Brasil.

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Destroços do avião em Mato Grosso. Foto: Reprodução/ Corpo de Bombeiros

SGB e Marinha realizam mapeamento para assegurar monitoramento hidrológico em Itacoatiara

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Técnicos do SGB e militares da Marinha realizando o monitoramento geodésico da Estação Fluviométrica de Itacoatiara. Foto: Divulgação/Marinha

Para garantir a plena operacionalidade da Estação Fluviométrica de Itacoatiara, no Amazonas, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Marinha do Brasil, por meio do Centro de Hidrografia e Navegação do Noroeste (CHN-9), realizaram atividades de monitoramento geodésico e topográfico na região. O trabalho, que ocorreu em 16 de julho, teve como objetivo coletar dados sobre o nível do rio Amazonas nesse trecho e determinar coordenadas geográficas e altitudes ortométricas na área da estação.

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A Estação Fluviométrica de Itacoatiara pertence à Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) e é uma ferramenta fundamental para o acompanhamento dos níveis dos rios. Com os dados produzidos pela estação de controle, são realizados estudos hidrológicos para planejamento de ações preventivas que visem reduzir os efeitos das estiagens e secas severas. Nesse contexto, a ação do SGB e da Marinha, identificando o nivelamento geodésico na região da estação de Itacoatiara, foi essencial e necessário para que o trabalho de controle hidrológico fosse assegurado.

O que é um monitoramento geodésico?

O monitoramento geodésico é a medição e o acompanhamento de movimentações de estruturas ou áreas terrestres ao longo do tempo utilizando equipamentos receptores de tecnologia GNSS (Global Navigation Satellite System), determinando a posição e a altitude de pontos na superfície terrestre e em corpos hídricos com alta precisão.

Os pesquisadores do SGB estiveram no local para a instalação destes receptores GNSS de alta precisão nas referências de nível (RN) instaladas na seção de réguas, para obtenção das coordenadas geográficas e altitudes ortométricas e assim monitorar possíveis alterações observadas nas leituras diárias da cota do rio Amazonas nesta importante estação de monitoramento.

Equipamento utilizado na realização do mapeamento geodésico, auxiliando no monitoramento.
Equipamento utilizado na realização do mapeamento geodésico. Foto: Divulgação/SGB

De acordo com o técnico em geociências do SGB Carlos da Matta, após a prática do nivelamento geodésico nas RN, com a análise das cotas ortométricas adquiridas, torna-se possível a reconstrução de novos lances de réguas, em caso de ocorrência de danos, sem comprometer o histórico de monitoramento do rio, garantindo a continuidade das leituras antes e após dos reparos de eventuais sinistros na estação fluviométrica. Ressalta-se que o local onde está instalada a estação é um ponto de intensa movimentação aquaviária e já houve acidentes de embarcações derrubando lances de leitura do nível do rio.

Para a Marinha do Brasil, os números obtidos servirão como referência e balizamento no trabalho de batimetria para o mapeamento do leito do rio, possibilitando a atualização das cartas náuticas e informações essenciais para a segurança da navegação nesse trecho do rio.

*Com informações do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta, evento gratuito que celebra a diversidade cultural amazônica

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Boa Vista será a segunda cidade a receber o Festival dos Povos da Floresta, projeto itinerante que celebra e reafirma a potência criativa e a diversidade da Amazônia. O evento gratuito, que será entre os dias 22 e 28 de agosto, se consolida como espaço de visibilidade, valorização e protagonismo para as artes produzidas pelos povos da floresta.

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Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta
Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta. Foto: Divulgação

Idealizado pela Rioterra e apresentado pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura e Governo Federal, o projeto promove o encontro entre tradição e contemporaneidade, e ainda fomenta um espaço de visibilidade nacional para os povos da Amazônia.

Segundo a diretora executiva e responsável pela curadoria musical do Festival dos Povos da Floresta, Aline Moraes, a festa em Boa Vista promete manter e aprofundar o olhar iniciado em Porto Velho, exaltando as mulheres da floresta, a afetividade que conecta a Amazônia ao Brasil e a ancestralidade sonora dos povos originários e mestres de cada território — do movimento Beradero ao Roraimeira.
Com atividades gratuitas e acessíveis para todos os públicos, o festival valoriza mestres da cultura popular, coletivos artísticos, artistas indígenas e lideranças territoriais, compondo um mosaico vivo das expressões amazônicas.

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Atrações

Na sexta, dia 22, o encontro da Orquestra IBVM (Instituto Boa Vista de Música) com Eliakin Rufino e Lionella dialoga com a ancestralidade do Grupo Kapoi (povo indígena de Roraima), o elo interoperacional e a conexão com o Brasil, ao trazer pela primeira vez a Boa Vista Thalma e Heloise com um show que todos irão cantar juntos.

Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta. Foto: Divulgação

No sábado, 23, Socorro Lira apresenta Dharma, também inédito em Boa Vista, seguido de Do Cangaço ao Seringal, de Patrícia Morais com Anne Louise e a Quadrilha Agitação, valorizando a Amazônia Nordestina.

No domingo, 24, a força ritual da performance do Povo Gavião (RO) antecede o encontro de Binho (RO) e Leka Denz (RR), celebrando a conexão Rondônia–Roraima e encerrando com a homenagem ao movimento Roraimeira, protagonizados por Neuber Uchôa e Zeca Preto convidando Ana Lu e o Bodó Valorizado. Um palco onde memória, afeto e diversidade constroem pontes entre tradição e contemporaneidade.

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Exposição

A programação ainda inclui a exposição Povos da Floresta que reúne obras inéditas de artistas convidados, como Paula Sampaio (PA) e Gustavo Caboco (RR) que assina o logo do projeto, e selecionados por meio de chamamento público, e segue com uma intensa imersão artística e cultural, a qual contempla vídeos de realidade aumentada, produzidos exclusivamente para a interação com o público e curtas que foram selecionados também por meio de chamamento público.

Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta. Foto: Divulgação

A proposta convida o público a vivenciar uma experiência estética profunda, que atravessa o som, a imagem e a relação entre pessoas e territórios.

Além das atrações musicais e exposições, o festival oferece uma programação formativa com oficinas de vídeo e fotografia com celular, rodas de conversa temáticas e vivências culturais. A proposta é promover o encontro entre tradição e contemporaneidade, estimulando o reconhecimento da Amazônia como território de criação, inovação e resistência cultural.

Roteiro nacional

Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta. Foto: Divulgação

Depois de Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), o Festival dos Povos da Floresta segue para Macapá (AP), Belém (PA) e Brasília (DF). Em cada cidade, serão realizadas atividades que fortalecem redes de intercâmbio entre artistas, mestres da cultura popular, lideranças indígenas e coletivos culturais, criando pontes afetivas e artísticas em defesa da floresta e de seus povos.

Sobre a Petrobras e a parceria

Roraima receberá Festival dos Povos da Floresta. Foto: Divulgação

A Petrobras apresenta o Festival dos Povos da Floresta reafirmando seu compromisso com a cultura brasileira e com a valorização das múltiplas identidades que compõem o país. O patrocínio à iniciativa integra um amplo programa de apoio à cultura popular, como o Festival de Parintins e as festas juninas do Nordeste, promovendo o fortalecimento de expressões artísticas e tradicionais. Por meio dessa parceria, a Petrobras reconhece a cultura como força de identidade, inclusão e transformação.

Sobre a Rioterra

A Rioterra – Centro de Inovação da Amazônia é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e uma Instituição de Inovação, Ciência e Tecnologia (IICT) fundada em 1999. Atua no desenvolvimento de projetos que aliam conhecimento, sustentabilidade e inclusão social, contribuindo para o fortalecimento de comunidades e o desenvolvimento territorial da Amazônia. O Festival dos Povos da Floresta marca a criação do seu braço cultural, ampliando a atuação da instituição no campo das artes e da cultura.

Instagram: @festivaldospovosdafloresta
Email: festival@rioterra.org.br

Serviço

  • Festival dos Povos da Floresta – Etapa Boa Vista
  • Data: 22 a 28 de agosto de 2025
  • Locais: Teatro Municipal de Boa Vista
  • Entrada: Gratuita
  • Esquenta – Espaço Marupiara: 21 de agosto de 2025 – a partir de 20h.

Mais informações, horários e programação geral:
@festivaldospovosdafloresta | festival@povosdafloresta.art.br

Setor pesqueiro do Pará pode ser duramente afetado por tarifas dos EUA

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Foto: Divulgação

Após a inclusão de diversos produtos brasileiros na nova política tarifária dos Estados Unidos, o setor pesqueiro do Pará acendeu um sinal de alerta. Além do açaí, amplamente discutido nos últimos dias, o pescado paraense também está entre os itens que devem sofrer forte impacto com a imposição de tarifas adicionais pelo governo norte-americano.

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Setor pesqueiro
Peixes na feira. Foto: Divulgação

Dados do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) mostram que, somente entre janeiro e junho deste ano, o Estado exportou 3.671 toneladas de pescado, totalizando US$ 32,5 milhões. Os Estados Unidos figuram como o segundo maior destino dessas exportações, respondendo por cerca de US$ 12 milhões, o equivalente a 36,94% do total comercializado para o exterior, atrás apenas de Hong Kong.

Mesmo com um crescimento de 8,17% nas exportações para o mercado norte-americano em comparação com o mesmo período do ano passado, a adoção de tarifas pode reverter essa tendência positiva e comprometer parte significativa da receita do setor. Atualmente, o Pará lidera o ranking nacional de exportações de pescado, com participação de 21,33% nas vendas externas brasileiras, seguido pelo Ceará (14,75%) e Paraná (11,48%).

Os principais produtos exportados incluem “cabeças, caudas e bexigas natatórias de peixes”, que somaram US$ 14,1 milhões e representam 43,27% das exportações, além de “outros peixes congelados, exceto filés” (US$ 9,6 milhões) e o tradicional “pargo congelado” (US$ 4,9 milhões).

Tarifas e o setor pesqueiro

No entanto, o bom desempenho recente convive com fragilidades estruturais e operacionais que tornam o setor ainda mais vulnerável a mudanças externas. A ausência de uma regulação eficaz e a falta de apoio governamental às demandas históricas do setor agravam o quadro.

“A situação da indústria da pesca demonstra claramente que, na ausência de uma intervenção e suporte adequados por parte do poder público, a ilegalidade tende a se proliferar enquanto a atividade econômica formal, responsável por gerar emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico, sofre um declínio acentuado, prejudicando toda a sociedade”, afirma o presidente da FIEPA, Alex Carvalho.

O cenário é corroborado por Apoliano do Nascimento, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do Estado do Pará (Sinpesca). Ele destaca que a imposição de tarifas adicionais por parte dos Estados Unidos representa um novo e significativo desafio para a cadeia produtiva do pescado no Pará.

setor pesqueiro amazonas
Foto: Divulgação/Acervo Sepror-AM

Leia também: Ministério do Turismo aposta na pesca esportiva para turismo sustentável na Amazônia Legal

Com margens de lucro já pressionadas por fatores internos, o setor corre o risco de perder competitividade internacional, ver seus produtos encarecidos no exterior e, consequentemente, reduzir sua capacidade de gerar emprego e renda em uma das regiões mais dependentes da atividade pesqueira.

“A indústria do pescado é um dos setores mais importantes do agronegócio da região Norte, responsável pela geração de emprego e renda de inúmeras famílias. No entanto, apesar da grande disponibilidade de pescado, a produção industrial ainda não alcança todo o potencial existente, principalmente aqui no Estado”, pontua Nascimento.

*Com informações da Fiepa

Projeto “Escola vai ao Teatro” leva alunos a uma experiência cultural inesquecível

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O espetáculo “A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê”, da companhia Arte&Fato, está em turnê pela Amazônia. Foto: Diane Sampaio/PMBV

Risadas, olhares curiosos e muito encantamento marcaram a manhã desta terça-feira, 19, no Teatro Municipal de Boa Vista. Cerca de 645 alunos de quatro escolas da Rede Municipal de Ensino participaram da 2ª edição do projeto “Escola vai ao Teatro”, uma parceria da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) com a Fundação de Educação, Turismo e Cultura (FETEC).

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Na Sala Roraimeira, as crianças mergulharam em uma verdadeira viagem cultural com o espetáculo “A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê”, da companhia Arte&Fato, que está em turnê pela Amazônia. Inspirada na mitologia do povo Tukano, a peça conta a história de um sapo que sonha em se tornar humano e arrancou aplausos calorosos da plateia mirim.

Inspirada na mitologia do povo Tukano, a peça conta a história de um sapo que sonha em se tornar humano. Foto: Diane Sampaio/PMBV

Cultura que transforma

Para a gerente de Arte da SMEC, Ana D’Élia, a iniciativa representa mais do que apenas um passeio escolar. “É uma experiência única para as crianças, muitas delas nunca tinham entrado em um teatro antes. Como são alunos em sua maioria de famílias carentes, estamos proporcionando algo que vai marcar para sempre suas vidas. Além disso, agrega muito ao aprendizado e ao desenvolvimento cultural e artístico de cada um”, destacou.

O vice-gestor da Escola Municipal Professora Ana Sandra Nascimento Queiroz, Márcio Lima, reforçou a importância desse momento. “Muitos vieram ao teatro pela primeira vez e a empolgação deles já começou desde a seleção das turmas. Tenho certeza de que vão levar essa experiência para a vida. É um aprendizado que fica”, disse.

Estudantes vivem a primeira experiência no teatro e levam um aprendizado para a vida. Foto: Diane Sampaio/PMBV

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Pequenos espectadores, grandes emoções

Entre os pequenos, a empolgação foi geral. Diulia Lira, de 7 anos, aluna do 2° ano da Escola Municipal Laucides Inácio Oliveira, não escondia a alegria.

“Nunca tinha vindo ao teatro e assistido a uma peça. Gostei muito! Adorei vir com os coleguinhas”, contou.

Angelina Vitória, de 8 anos, estudante do 3° ano da Escola Municipal Maria Gonçalves Vieira, também foi ao teatro pela primeira vez. “Achei muito bonito. A peça foi bem divertida e adorei os personagens”, disse, sorridente.

“A peça foi bem divertida e adorei os personagens”, disse a estudante Angelina Vitória. Foto: Diane Sampaio/PMBV

Já a dupla de amigas Rhuanny Victoria, 8 anos, e Maria Eduarda, 9 anos, da mesma escola, aproveitou cada minuto. “Foi legal demais. Nos divertimos muito. Eu já tinha me apresentado aqui no teatro, mas assistir a uma peça foi diferente. Adorei”, completou Rhuanny.

Governo do Acre cria Programa de Residência Técnica na Área Ambiental e Climática

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Foto: Pedro Devani/Secom AC

O governador do Acre, Gladson Camelí, sancionou no Diário Oficial do Estado do Acre, no dia 8 de agosto, a Lei nº 4.640, que institui oficialmente o Programa de Residência Técnica em Serviço na Área Ambiental e Climática no Estado.

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A nova legislação revoga a antiga Lei nº 2.426, de 21 de julho de 2011 e visa formar e capacitar profissionais para atuar em projetos e políticas públicas ambientais, promovendo soluções sustentáveis e integrando ensino, pesquisa e gestão pública.

De acordo com a nova lei, o programa será desenvolvido no âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo responsáveis pela política ambiental. A proposta é oferecer residência técnica em serviço, ou seja, capacitação com base em treinamento prático supervisionado, realizado junto a entidades públicas e privadas atuantes no setor.

O objetivo é promover a formação de profissionais capazes de desenvolver estudos, projetos e pesquisas voltados a soluções sustentáveis, além do fortalecimento institucional da administração pública e o aprimoramento técnico-científico das equipes envolvidas.

Leia também: 72% dos moradores da Região Norte acreditam que eventos climáticos extremos foram piores em 2024

“O programa vai fortalecer tanto o processo de ensino e aprendizagem quanto o suporte às ações dos nossos órgãos. Com isso, formaremos profissionais multidisciplinares, capacitados para desenvolver soluções sustentáveis e inovadoras, fortalecendo a capacidade técnica da administração pública ambiental. Tudo isso em plena sintonia com os compromissos internacionais do Acre, as metas de conservação da biodiversidade e a Agenda 2030 da ONU,” destaca o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho.

secretario Leonardo Carvalho do acre
Secretário Leonardo Carvalho. Foto: Uêslei Araújo/Sema AC

Foco no cenário acreano

A residência será aberta a profissionais que se enquadrem em pelo menos um dos seguintes critérios: estar matriculado em cursos de pós-graduação (lato ou stricto sensu) e/ou ser egresso de cursos técnicos, superiores ou de pós-graduação concluídos nos últimos cinco anos, desde que reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

O Programa será estruturado por meio de projetos e atividades em parceria com órgãos públicos e privados, sendo regulamentado pelo Poder Executivo, que definirá aspectos como: número de vagas; valor das bolsas pagas aos residentes e critérios e valores das bolsas destinadas a professores preceptores responsáveis pela orientação técnica e avaliação dos residentes.

As bolsas, tanto para residentes quanto para os orientadores, terão natureza indenizatória e serão custeadas com recursos próprios dos órgãos envolvidos, além de financiamento por meio do Fundo Estadual de Meio Ambiente e Floresta (Femaf).

*Com informações da Agência Acre

Pré-COP 30: Sistemas agroflorestais da Amazônia atuam no combate às mudanças climáticas

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Exemplo da SAF visitado pela pesquisadora. Foto: acervo da pesquisa

Conhecidos como SAFs, os sistemas agroflorestais são exemplos de resiliência ambiental, configurando-se ainda em estratégia de combate às mudanças climáticas. Mesmo na Amazônia, rica em biodiversidade florestal, os SAFs possuem um importante papel, contribuindo tanto para o sequestro de carbono e a sustentabilidade ambiental quanto para a geração de renda, principalmente para agricultores familiares.

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“Os sistemas agroflorestais são maneiras de cultivo consorciado que envolvem espécies florestais e agrícolas e também podem inserir o componente animal. Esse tipo de cultivo tem conhecimento na ancestralidade e atualmente se mostra como uma grande alternativa para diversificação de produção, geração de renda e manutenção dos serviços ambientais”, explica Daniela Pauletto, professora do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

A pesquisadora é autora da tese ‘Sistemas Agroflorestais na Amazônia Oriental: Análise da adoção, composição e características socioambientais’, defendida em abril deste ano no âmbito do doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionorte, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A pesquisa englobou sete municípios da região Oeste do Pará: Santarém, Belterra, Mojuí dos Campos, Rurópolis, Novo Progresso, Alenquer e Monte Alegre, totalizando 68 propriedades visitadas e 75 SAFs analisados.

“A pesquisa investigou a composição, a riqueza, a dinâmica e os fatores socioambientais que influenciam a implantação de sistemas agroflorestais na Amazônia Oriental”, explica.

O estudo envolveu diferentes tipologias de SAFs mantidas por agricultores familiares, incluindo quintais agroflorestais (QAFs) urbanos e rurais; e sistemas silviagrícolas, que são a junção da agricultura com espécies florestais. Os resultados revelaram elevada diversidade de espécies alimentares e florestais, com predomínio de frutíferas e variabilidade na estrutura e manejo dos sistemas.

Leia também: Sistemas Agroflorestais do Pará promovem integração da floresta com agricultura

Durante a pesquisa, a cientista buscou entender por que as pessoas escolhem aquelas espécies para plantar. “Além de entender as escolhas, eu queria entender as combinações do ponto de vista de quem escolhe o que é imprescindível, o que as pessoas colocam nos seus sistemas consorciados. Eu queria entender as escolhas das pessoas”, explica.

Segundo a pesquisadora, o componente frutífero é o que as pessoas estão buscando. “O público que adere aos sistemas agroflorestais – agricultores familiares, extrativistas, quilombolas – tem realmente mais afinidade com a produção de frutos”, afirma.

“Na teoria mais clássica da engenharia florestal, os sistemas agroflorestais são a junção de um componente agrícola com um componente florestal. No nosso contexto, não é o componente florestal. Em geral, os SAFs não são desenhados para madeira. Eles são SAFs frutíferos. O nosso componente árvore ou arbusto ou palmeira é para fruta”, explica.

Exemplo de SAF encontrado no Oeste do Pará. Foto: acervo da pesquisa

Cumaru

Segundo a pesquisadora, a maioria das propriedades investigadas está expandindo as áreas de SAFs com espécies que dão maior lucro, como o cumaru (Dipteryx odorata). No entanto, essa expansão não compete com as áreas de cultivos tradicionais.

“Nesse perfil de agricultor, o SAF não disputa espaço com cultivos agrícolas tradicionais. Ele divide espaço. É bem interessante. As pessoas não migram a sua atuação para os SAFs. Elas ampliam, criam novas áreas, mas não abandonam a sua área tradicional de monocultivo, de plantio de mandioca, de feijão, de outras espécies que representam sua segurança alimentar”, afirma.

Leia também: Sistemas Agroflorestais impulsionam produção agrícola em município do sudeste paraense

Outro aspecto revelado pela pesquisa é o crescente interesse dos agricultores familiares pelo cumaru devido à expansão do mercado de sementes. Segundo a pesquisadora, a espécie tem sido muito importante para o aumento do número de sistemas agroflorestais na região.

“É muito interessante a dinâmica do cumaru. Ele realmente se torna uma mola propulsora dos SAFs, como ficou evidente no nosso mapeamento, porque permite o consórcio com outras espécies. O cumaru gera uma renda que incentiva, inclusive, o cultivo de outros espécies perenes”, afirma.

Além da demanda crescente, outra vantagem é a rapidez com que a espécie começa a produzir sementes. “Com dois anos e meio, ela já começa a ter produção de frutos. Com quatro anos, a árvore tem uma produção mais estável, com pouca demanda de manejo para o agricultor”, explica.

“Com a renda do cumaru, o agricultor consegue se “dar ao luxo” de cultivar outros que são mais exigentes, como o cacau e o cupuaçu, que precisam de mais poda e adubação”.

Quintais

Na tese, a pesquisadora também destaca a importância dos quintais agroflorestais como um local de experimentação e de ensaios que precedem a implantação de iniciativas florestais.

“A gente percebe uma estrutura muito mais estável nos quintais. Independente da pessoa ter ou não outros sistemas agroflorestais no seu contexto agrário, é muito difícil uma residência rural não ter um quintal agroflorestal”.

sistemas agroflorestais
Exemplo de quintal agroflorestal. Foto: acervo da pesquisa

“Tenho notado, tanto na revisão de literatura da tese, quanto na pesquisa, que o quintal ainda continua sendo uma grande área de ensaio. Isso é muito interessante, porque ainda é um local onde você multiplica a única muda que você ganhou ou aquela espécie que você não conhece. É onde você faz os primeiros testes: se aquilo realmente é bom, se é doce, se é aquela fruta, algo assim”.

“Os quintais são sempre muito mais diversos, muito estruturados, com espécies medicinais, espécies alimentares. Com relação à questão social, também são utilizados como área de encontro religioso, de descanso, de trabalho, de arrumar malhadeira… Então, os quintais têm um outro contexto. E as árvores, as espécies lenhosas, estão ali para dar esse suporte, dos serviços ambientais e ecossistêmicos”.

COP 30

Discussões socioambientais e pesquisas que envolvem as mudanças climáticas estarão na programação do encontro Pré-COP 30 da Ufopa, que ocorrerá nos dias 28 e 29 de agosto, em Santarém (PA).

*Com informações da Universidade Federal do Oeste do Pará

Observadores mirins realizam expedição em busca de aves nos três biomas de Mato Grosso

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Os irmãos observando aves. Foto: Divulgação/Sedec Mato Grosso

Os irmãos Pedro e Bernardo Gribel Sabino, de 11 e 10 anos, de Belo Horizonte (MG), realizaram uma expedição, entre 26 e 31 de julho, para conhecer os três biomas brasileiros presentes em Mato Grosso: o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia. O foco principal da viagem, que ocorreu a convite da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), foi a observação de aves.

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“O que eu mais gostei foi de observar as aves e conhecer pessoas tão legais, como as da pousada Jardim da Amazônia e da reserva Cunhataí Porã. Me surpreendeu a quantidade de espécies que conseguimos ver em apenas seis dias”, contou Pedro.

A observação de aves no Brasil vem rejuvenescendo, e Pedro e Bernardo são símbolo dessa transformação. Criadores do canal Bird Bros, no YouTube, eles compartilham vídeos de expedições, listas de aves avistadas e curiosidades sobre o comportamento das espécies.

“Eu gostei muito das aves com plumagens diferentes que nunca tinha visto. E das pessoas também, como a Raquel e o Gauchinho. Minhas favoritas foram o topetinho do Brasil Central e o tiê-bicudo”, completou Bernardo.

Leia também: Tachã: conheça o pássaro sentinela símbolo do Mato Grosso

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Pedro e Bernardo Gribel Sabino. Foto: Divulgação/Sedec Mato Grosso

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A viagem foi articulada após a participação da família Sabino no Encontro Brasileiro de Observação de Aves, mais conhecida como feira Avistar, realizada em maio, em São Paulo. A dupla chamou atenção pela paixão e conhecimento em observação de aves. Todos os anos, o Governo de Mato Grosso participa do evento.

“É fundamental incentivar essa nova geração que une tecnologia, conservação e encantamento pela biodiversidade brasileira. Eles são grandes influenciadores e nos ajudam a mostrar o potencial turístico do nosso Estado para o Brasil e o mundo”, afirmou a secretária adjunta de Turismo, Maria Letícia Costa.

Segundo os meninos, os locais com maior número de espécies foram as pousadas em São José do Rio Claro. Lá, eles se encantaram com aves raras como a saripoca-de-gould, a curica de bochecha laranja e o tiê-bicudo, uma espécie ameaçada, com população estimada entre 250 e 400 indivíduos.

“Uma dica que a gente dá para quem quer observar aves em Mato Grosso é pesquisar bem a pousada e ver se há um bom guia, que conhece as aves do lugar. No Pantanal, é preciso olhar para frente, mas na Amazônia é preciso olhar sempre para cima”, explica Pedro.

Preservação com olhos de criança

A viagem também emocionou os pais dos meninos, Paula Frazão e Leonardo Sabino, que acompanharam tudo de perto. Para Paula, o que mais marcou foi o acolhimento que as crianças receberam.

“Os guias e proprietários das pousadas valorizaram muito o interesse dos meninos pela natureza. Isso mostra que há pessoas comprometidas em preservar e em incentivar essa nova geração que ama os pássaros e o meio ambiente”, afirmou.

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Os meninos e os pais. Foto: Reprodução/ Sedec Mato Grosso.

A família ficou encantada com o Estado por ter proporcionado a troca de experiências dos meninos com os guias de turismo Braulio Carlos e Giuliano Bernardon, que são referência nacional em birdwatching (observação de aves, em português).

Leonardo reforça que o Pantanal é o melhor local para iniciantes, pela vegetação mais aberta e fácil visualização das aves. A Amazônia, embora rica, exige mais paciência e experiência devido à vegetação densa. O Cerrado, por sua vez, também oferece boas oportunidades de avistagem.

“Para quem está começando, o Pantanal é o ideal. Mas todas as regiões têm algo único. O que mais me chamou a atenção foi o tiê-bicudo, uma espécie muito rara”, disse Leonardo.

Já Paula destaca a beleza da saíra-sete-cores da Amazônia e do icônico tuiuiú, que representa o Pantanal. “É impossível não se impressionar com o tamanho e as cores desse animal”, contou.

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Futuro do birdwatching

A valorização das crianças no ecoturismo é uma aposta do Governo de Mato Grosso. A secretária adjunta Maria Letícia vê a chegada de jovens ao birdwatching como um sopro de esperança para a conservação.

“Tradicionalmente, o birdwatching era associado a um público mais velho e com alto poder aquisitivo. Hoje, ver meninos como Pedro e Bernardo apaixonados pela natureza, acessíveis e engajados, mostra que esse segmento tem futuro. Eles representam um Brasil com mais consciência ambiental e amor ao próximo por meio da preservação”, afirmou.

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Foto: Reprodução/ Sedec Mato Grosso.

A agenda dos meninos incluiu pousadas como o Jardim da Amazônia e a Cunhataí Porã, em São José do Rio Claro, safáris no Pantanal, onde se hospedaram no Hotel Pantanal Mato Grosso, além de trilhas na Chapada dos Guimarães.

Após a passagem por Mato Grosso, Pedro e Bernardo devem desenvolver um álbum de figurinhas com aves do Estado.

*O conteúdo foi originalmente publicado na Sedec Mato Grosso e escrito por Débora Siqueira

Período de seca intensa acende alerta para incêndios florestais na Amazônia e Cerrado

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Foto: Divulgação/Black Jaguar Foundation

Com o avanço do período seco, que se intensifica a partir de agosto, o risco de incêndios florestais aumenta de forma recorrente em várias regiões do Brasil, especialmente na Amazônia e Cerrado, biomas mais vulneráveis ao fogo.

Embora tenha sido registrada uma queda nos focos de incêndios nos dois biomas no primeiro semestre deste ano, o pico da estação seca – de julho a setembro – acende-se um alerta para o risco de incêndios, exigindo ações contínuas de prevenção e conscientização junto aos produtores rurais.

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Segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas, a Amazônia registrou uma queda de 61,7% nos focos de incêndio no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. Já o Cerrado, que teve um pico alarmante de 91% na área queimada em 2024 – o pior resultado registrado desde 2019 – também apresentou redução de 47% nos primeiros seis meses do ano, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

No Pará, estado mais afetado pelo fogo em 2024, com mais de 7,3 milhões de hectares queimados – representando 24% do total nacional –, houve uma redução de 37% nos focos de incêndio no primeiro semestre de 2025.

Prevenção de incêndios
Foto: Divulgação/Black Jaguar Foundation

Prevenção e combate ao fogo

No sul dos estados do Pará e Tocantins, região de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, a Black Jaguar Foundation (BJF) mantém um trabalho preventivo de referência, especialmente em zonas de restauração florestal. Todos os anos, em junho, antes da chegada do período crítico de seca, a ONG realiza um treinamento que envolve mais de 120 colaboradores, incluindo equipes operacionais, técnicas e administrativas, além dos coletores de sementes da iniciativa Ressemear.

Algumas edições anteriores do treinamento também envolveram brigadistas voluntários das 24 propriedades rurais parceiras ao longo do Corredor de Biodiversidade do Araguaia – área de atuação do instituto, às margens do rio Araguaia –, além de representantes das brigadas de incêndio e órgãos ambientais municipais. Em Caseara (TO), especialmente, a BJF contribuiu com a brigada de incêndio da cidade, inclusive com doação de equipamentos necessários para o trabalho.

O objetivo é preparar todo esse time para lidar com eventuais focos de incêndio, principalmente nas áreas em restauração sob responsabilidade da organização. O treinamento inclui uma etapa teórica, com orientações sobre o comportamento do fogo e formas seguras de atuação, e uma etapa prática, com o uso real dos equipamentos de combate, como abafadores, bombas costais, sopradores e caminhão-pipa. Para simular situações de emergência, parte da vegetação é incendiada sob controle, com acompanhamento da equipe técnica.

“Esse curso é fundamental para proteger todo o investimento feito nas áreas em restauração. São anos de trabalho intenso, recursos financeiros, esforço coletivo e naturais, como a água e o solo, que podem ser perdidos em questão de horas se um incêndio não for contido a tempo”, afirma Gleison Luz, técnico de segurança do trabalho da Black Jaguar. “Sem contar o impacto na fauna e na vegetação nativa, que muitas vezes não consegue escapar das chamas.”

A região de Santana do Araguaia impõe, segundo Luz, desafios logísticos importantes: as áreas em restauração ficam, em média, de 20 a 60 quilômetros de distância da sede da organização, no centro do município. A disponibilidade de água também é um fator crítico para o combate ao fogo. Para se antecipar a essas dificuldades, durante o período mais crítico de seca, além de transportar equipamentos de combate a incêndios para as áreas onde são realizadas as atividades de plantio e manutenção da restauração, a ONG mantém um caminhão-pipa arrendado no viveiro florestal e prepara toda a equipe para agir com rapidez e eficiência.

Os incêndios na região, especialmente nesta época do ano, geralmente têm origem em ações humanas negligentes, segundo o técnico. Entre as principais causas estão a queima de lixo, o descarte de bitucas de cigarro às margens de rodovias e estradas rurais, a presença de materiais como o vidro, que podem potencializar o calor solar, e até a realização inadequada de queima controlada em lavouras. Esses fatores, aliados às condições naturais do período de estiagem, como ventos intensos e baixa umidade, favorecem a propagação rápida do fogo.

Prevenção de incêndios
Foto: Divulgação/Black Jaguar Foundation

Ação rápida evitou danos maiores

No início do verão de 2024, o treinamento foi posto à prova durante o combate a um incêndio que começou numa propriedade vizinha a uma das áreas de restauração conduzidas pela Black Jaguar. As chamas avançaram rapidamente em razão da presença de pastagem seca, típica de áreas agropecuárias, e, em pouco tempo, atingiram mais de um hectare de vegetação já bem estabelecida na área restaurada.

A resposta foi imediata. Equipes da BJF chegaram ao local com o caminhão-pipa e atuaram em conjunto com trabalhadores das propriedades vizinhas, que já aguardavam o momento seguro para iniciar o combate direto às chamas, utilizando os equipamentos adequados. Graças à ação coordenada e ao preparo prévio, foi possível conter o fogo antes que atingisse o outro lado da nascente, onde também há plantios conduzidos pela organização.

Apesar dos danos, a área afetada demonstrou alta capacidade de regeneração. A equipe técnica do instituto realizou manutenção nos dias seguintes, com roçada e cuidados específicos para evitar o crescimento de gramíneas invasoras. A rebrota – nome dado ao novo crescimento de plantas após corte, queima ou estresse ambiental – foi considerada muito positiva nos meses seguintes.

“Com as mudanças climáticas e estiagens mais severas, a prevenção precisa ser, mais do que nunca, uma prioridade, e o combate, quando necessário, rápido e eficaz”, reforça Luz.

Sobre a Black Jaguar

A Black Jaguar Foundation atua na recuperação da vegetação nativa nos biomas Amazônia e Cerrado, em parceria com propriedades privadas situadas ao longo do rio Araguaia – atualmente com ações nos estados do Pará e Tocantins. A meta é restaurar mais de 1 milhão de hectares ao longo de 2.600 quilômetros para recuperação do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, conectando os dois biomas e fortalecendo os serviços ecossistêmicos da região.

*Com informações da Black Jaguar Foundation

Governo do Amapá busca certificação da RDS do Rio Iratapuru em programa de conservação internacional

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Foto: Reprodução/Sema Amapá

O Governo do Amapá avança na proteção ambiental de seu território aliado ao desenvolvimento sustentável que mantém a floresta em pé. Nesta perspectiva, entre os dias 19 e 23 de agosto, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, no sul do estado, recebe a visita do Grupo de Especialistas em Avaliação da Lista Verde (EAGL-Brasil), uma importante etapa do processo de certificação da Unidade de Conservação no padrão da Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

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A visita do EAGL-Brasil reúne especialistas independentes que vão analisar, in loco, evidências sobre a efetividade da gestão da RDS e dialogar com representantes das comunidades, gestores públicos e parceiros institucionais. A sociedade civil, instituições públicas e demais partes interessadas podem participar e contribuir com o processo de avaliação, enviando comentários e informações sobre a gestão dessa área protegida.

Criada em 1997 e gerida pelo Governo do Amapá, sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a RDS do Rio Iratapuru abrange áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari.

Com cerca de 806.184 hectares de extensão, é uma Unidade de Conservação estadual de uso sustentável, que abriga uma floresta densa de terra firme com alta biodiversidade e comunidades tradicionais extrativistas organizadas com foco principal para o extrativismo da castanha-do-brasil.

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Rio Iratapuru
Foto: Reprodução/Sema Amapá

A candidatura da RDS do Rio Iratapuru à Lista Verde é resultado de mais de duas décadas de esforços contínuos para fortalecer a gestão territorial e ambiental da Unidade, valorizar os modos de vida locais, conservar a biodiversidade e promover o uso sustentável dos recursos naturais da floresta, especialmente os derivados do beneficiamento da castanha-do-brasil, principal produto da cadeia socioprodutiva local.

A Lista Verde da UICN é uma certificação internacional que reconhece áreas protegidas que alcançaram elevados padrões de efetividade de manejo, governança participativa, conservação da biodiversidade e justiça social. A adesão da RDS a esse processo visa consolidar conquistas, identificar pontos de melhoria e promover maior reconhecimento nacional e internacional à experiência amazônica desta importante Unidade de Conservação estadual.

A experiência do RDS do Rio Iratapuru reforça o papel estratégico das Unidades de Conservação no desenvolvimento sustentável do Amapá e demonstra a importância da aliança entre comunidades tradicionais, Estado e parceiros pela floresta em pé e conservada.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que são as Reservas de Desenvolvimento Sustentável?

Rio Iratapuru
Foto: Reprodução/Sema Amapá.

Sobre a RDS do Rio Iratapuru

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru é uma Unidade de Conservação estadual de uso sustentável criada em 1997, com aproximadamente 806 mil hectares, abrangendo os municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari e Mazagão.

Gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá, com apoio de um Conselho Gestor paritário e deliberativo, a RDS do Rio Iratapuru tem como objetivo promover a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. Reconhecida como área prioritária para a conservação da Amazônia, conta com Plano de Manejo aprovado, que orienta ações de proteção, pesquisa, educação ambiental e desenvolvimento sustentável.

A RDS do Rio Iratapuru faz fronteira com outras áreas protegidas como a Floresta Estadual (FLOTA) do Amapá, a Estação Ecológica (ESEC) do Jari e a Terra Indígena Wajãpi, compondo um importante mosaico na região amazônica. É utilizada por comunidades do entorno para atividades extrativistas, como coleta de castanha-do-Brasil e breu branco, este último envolvido em contrato pioneiro de repartição de benefícios com a empresa Natura. 

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Desde 2012, a RDS do Rio Iratapuru integra o Programa Áreas Protegidas da Amazônia – ARPA, recebendo apoio para gestão e consolidação dos objetivos da reserva, apoiando, desse modo, a implementação de seu Plano de Manejo.

Esta Unidade de Conservação realiza o monitoramento da biodiversidade, abrangendo fauna e flora, por meio da implementação dos protocolos do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Programa Monitora), especificamente no componente florestal.

Desde 2019, são acompanhados grupos como borboletas frugívoras, mamíferos terrestres de médio e grande porte, aves cinegéticas e plantas arbóreas e arborescentes. Essa iniciativa promove a conservação baseada em evidências científicas e na participação ativa da comunidade. 

*O conteúdo foi originalmente publicado na SEMA Amapá e escrito por Alexandra Flexa.