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PL de Roberto Cidade, que protege crianças nas redes sociais, é aprovado na Aleam

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Foto: Rodrigo Brelaz

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB), conduziu, na tarde do dia 20/08, a votação de 51 matérias legislativas, entre elas o Projeto de Lei (PL) nº 527/2025, de sua autoria, que estabelece diretrizes para a atuação de crianças e adolescentes como influenciadores digitais no Estado do Amazonas. A proposta foi subscrita pela totalidade dos parlamentares presentes e aprovada por unanimidade no plenário Ruy Araújo.

“Estamos desde maio com esse projeto em tramitação e hoje ele foi aprovado por unanimidade. Nos tornamos, a partir da nossa propositura, a primeira Assembleia do Brasil a aprovar uma legislação dessa natureza. A partir dela, vamos cobrar mais agilidade das plataformas digitais na adoção de medidas para preservar as nossas crianças. Hoje a internet é uma ‘terra sem lei’, onde qualquer criança pode ter acesso a conteúdos que prejudicam a saúde mental e induzem a caminhos errados. A Assembleia Legislativa do Amazonas é pioneira e, com essa legislação, teremos condições de cobrar um comportamento adequado nos canais virtuais”, afirmou Cidade.

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A nova lei aprovada estabelece parâmetros para a participação de crianças e adolescentes em atividades como influenciadores digitais ou criadores de conteúdo para fins comerciais ou promocionais.

O objetivo é garantir os direitos à educação, à convivência familiar, ao desenvolvimento saudável e à proteção contra exploração econômica.

De acordo com a medida, a atuação de influenciadores mirins deverá observar: respeito à dignidade, imagem e privacidade; garantia do direito à educação e à convivência familiar e comunitária; proibição de conteúdos vexatórios, violentos ou de caráter sexual; e vedação de práticas que induzam ao consumo de produtos inadequados para a idade. Também fica proibido o trabalho disfarçado sob forma de “diversão”, quando houver intuito comercial.

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A participação em conteúdos pagos só poderá ocorrer com autorização prévia dos pais ou responsáveis, devendo existir contrato formal quando houver remuneração, direta ou indireta. Além disso, a criança ou adolescente deverá estar acompanhado por um responsável durante gravações, eventos promocionais e outras atividades.

A propositura de Roberto Cidade também proíbe a exploração da imagem de crianças e adolescentes com finalidade exclusivamente lucrativa pelos responsáveis, assegurando, de forma obrigatória, o respeito ao direito à educação, ao lazer e à saúde.

Cientistas da Amazônia apresentam carta com soluções ambientais à Janja e presidente da COP30 em Manaus

Foto: Lucas Macedo/Rede Amazônica AM

Pesquisadores da Amazônia entregaram, na quarta-feira (20), uma carta estratégica ao presidente da COP 30, André Corrêa de Lago, e à primeira-dama Janja da Silva. O documento foi apresentado durante um encontro na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus.

A carta, elaborada desde terça-feira (19) por mais de 70 instituições acadêmicas, centros de pesquisa e representantes da sociedade civil, destaca soluções concretas e adaptadas à realidade amazônica, reforçando a necessidade de investimentos estruturantes em ciência, tecnologia e inovação.

“A floresta viva é a floresta viva com os povos da floresta. Queremos desenvolver programas e pesquisas científicas que levem dignidade entre as florestas”, disse Janja.

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O ‘Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP30’, realizado com apoio da Presidência da República, contou com a participação de mais de 200 representantes e teve como foco alinhar a vasta produção de conhecimento da Amazônia com os 30 objetivos da Agenda de Ação da COP30.

“Pela primeira vez, não é o mundo falando da Amazônia, é a Amazônia falando com o mundo e sugerindo os passos que a humanidade precisa dar”, disse Márcio Macêdo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) será realizada em 2025, em Belém (PA) e é considerada uma oportunidade histórica para consolidar a centralidade da Amazônia no debate climático internacional.

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Carta com soluções para problemas ambientais na Amazônia foi entregue dia 20 ao presidente da COP30 e primeira-dama da república Janja da Silva. Foto: Lucas Macedo/Rede Amazônica AM

O que diz a carta

Segundo o documento, a Amazônia Legal tem 405 instituições de ensino e mais de 655 cursos de pós-graduação. Cerca de 100 mil profissionais são formados por ano, mas muitos enfrentam dificuldades para atuar em áreas sustentáveis. Os autores defendem que é preciso alinhar educação, inovação e políticas públicas com urgência.

As soluções listadas foram construídas com base em seis eixos temáticos da COP30:

  • Transição energética
  • Gestão de florestas e biodiversidade
  • Transformação da agricultura
  • Resiliência urbana e hídrica
  • Desenvolvimento humano
  • Objetivos transversais, como financiamento climático, bioeconomia e inovação tecnológica

No eixo da transição energética, as instituições amazônicas destacam projetos com energia solar, biomassa, hidrogênio verde e microgeração descentralizada para comunidades isoladas.

Na gestão ambiental, são mencionados programas de restauração florestal, combate ao desmatamento e tecnologias para manejo sustentável com envolvimento de comunidades indígenas.

As propostas para a agricultura envolvem sistemas agroflorestais, segurança alimentar e valorização de produtos da sociobiodiversidade.

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Já no eixo urbano, as soluções apontam para arquitetura bioclimática, infraestrutura verde, gestão integrada das águas e mobilidade sustentável com foco regional.

A área da saúde propõe a adaptação dos sistemas às mudanças climáticas, com vigilância epidemiológica integrada a dados ambientais. Também há foco em formação profissional para empregos verdes, valorização de culturas tradicionais e promoção da bioeconomia por meio de inovação e empreendedorismo.

A carta também aponta obstáculos como falta de orçamento, logística precária, entraves legais e pouca valorização dos saberes tradicionais. Como resposta, propõe soluções como:

  • Investimento contínuo em ciência e tecnologia
  • Modernização de laboratórios e centros de dados
  • Financiamento à bioeconomia e agroecologia
  • Qualificação de recursos humanos
  • Cooperação internacional e valorização dos conhecimentos locais

A carta reafirma que a Amazônia é protagonista na luta global contra as mudanças climáticas e defende que a implementação da política climática brasileira deve ser liderada por suas populações e instituições. A contribuição foi entregue à presidência da COP30, ao governo federal e às representantes da Amazônia no comitê científico da conferência.

“A ciência amazônica está pronta para acelerar a implementação do Acordo de Paris e garantir justiça climática para as populações da floresta, das águas e das cidades”, conclui o documento.

*Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

Deputado Carlinhos Bessa articula retomada das aulas na Escola Eduardo Sá

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Foto: Assessoria de Comunicação da ALEAM

O deputado estadual Carlinhos Bessa (PV) anunciou, nesta terça-feira (19/08), que articulou junto ao Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Educação e Desporto Escolar (Seduc), a solução para a suspensão das aulas na Escola Estadual Eduardo Sá, no município de Tefé. Os estudantes estavam há cerca de uma semana sem atividades devido à queima do transformador que abastece a unidade.

Leia também: CCOTI da Aleam bate recorde de atendimentos e prepara expansão para o 2º semestre

Segundo o parlamentar, após ser procurado por pais de alunos, ele entrou em contato com a titular da Seduc, Arlete Ferreira Mendonça, que garantiu a substituição imediata do equipamento. A medida contará ainda com o suporte técnico da Amazonas Energia, responsável pela parte de engenharia elétrica. O novo transformador já está em processo de instalação, o que permitirá a retomada das aulas nos próximos dias.

“Esse é um exemplo claro da importância de termos representantes do interior na Assembleia Legislativa. Quando a população nos procura, conseguimos encaminhar as soluções com rapidez, evitando maiores prejuízos para os estudantes”, destacou o deputado.

Novos investimentos

O parlamentar também aproveitou a oportunidade para anunciar novas melhorias, com a destinação de emenda parlamentar para a construção de uma quadra poliesportiva na unidade, atendendo a um antigo sonho dos alunos. Além disso, está em estudo a reforma e cobertura da quadra da Escola Santa Tereza, também em Tefé.

“Nosso compromisso vai além da resolução imediata desse problema. Queremos oferecer espaços adequados para a prática do esporte, da educação física e para o lazer da comunidade. Educação de qualidade caminha junto com infraestrutura e oportunidades”, afirmou Bessa.

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O deputado reforçou ainda seu agradecimento à população de Tefé e do Médio Solimões, que lhe conferiu grande representatividade, e garantiu que continuará atuando de forma firme e célere para transformar as demandas em soluções reais.

Contador de histórias acreano percorre o país com apresentações sobre imaginário popular

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Foto: Luis Eduardo/Acervo pessoal

Com o maior projeto nacional de circulação artística da Amazônia Legal, o psicólogo e contador de histórias acreano Luis Eduardo já se apresentou no Amapá (AP), Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM) e Palmas (TO). O espetáculo ‘Pequenino Grão de Areia e Outros Contos’, protagonizado pelo artista, ainda deve passar por quatro cidades e retorna à capital acreana em outubro.

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Em 2024, o psicólogo e contador de história havia feito uma turnê com o espetáculo através do projeto “Arte da Palavra”, onde conheceu 52 municípios de Rondônia além de Minas Gerais, Mato Grosso, Roraima e Goiás. Neste ano, ele foi escolhido por meio do Sesc Amazônia das Artes e ainda irá se apresentar em estados do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

“É um prazer gigantesco ter sido selecionado, levando em consideração que ano passado eu estive no maior circuito literário do Brasil, então foi maravilhoso. Sou o primeiro contador de histórias do Acre a fazer esse salto tão grande e isso é muito legal, as vezes eu nem acredito”, comentou ele.

Leia também: Seis lugares para conhecer a história do Acre

Os caminhos do contador de histórias

O circuito foi dividido em dois blocos e na primeira fase, iniciada no último dia 4 de agosto, Luis já passou por cinco capitais. No segundo bloco, ele irá percorrer mais cinco cidades e finaliza a temporada no Acre, no Palco Giratório do Sesc.

“Levar um pouquinho do Acre para todas essas cidades tem sido uma experiência incrível, porque é muito legal através da oralidade, da palavra, do contar histórias, você chegar no outro e levar um pouquinho daquilo que é da sua região, do seu estado. Então isso tem sido, para mim, a maior troca, a maior experiência”, afirmou.

Luis Eduardo é psicologo e contador de historias
Luis Eduardo já se apresentou no Amapá, Belém, Boa Vista, Manaus e Palmas. Foto: Luis Eduardo/Acervo pessoal

‘Pequenino Grão de Areia e Outros Contos’

O narrador pontua que a apresentação mistura contos da tradição oral e cantigas populares. Sob a assistência de direção artística de Marília Bomfim, a apresentação convida o público a uma viagem lúdica e afetiva pelo imaginário popular brasileiro.

A inspiração veio da história “Aquele grão de areia”, ouvida pelo artista da voz do mestre Francisco Gregório Filho.

Luis apresenta personagens como o Urubu, o Jabuti e os Três Porquinhos, conduzindo a plateia por diferentes cenários , da floresta ao mar, do céu às estrelas.

De acordo com o contador, as histórias carregam valores como solidariedade, respeito e criatividade. “É um espetáculo que emociona, diverte e aproxima gerações”, frisou.

Confira abaixo as cidades onde a peça irá passar:

Cuiabá (MT): 23/09
São Luís (MA) – 25/09
Teresina (PI) – 27/09
Porto Velho (RO) – 29/09
Rio Branco (AC) – 01/10

*Por Hellen Monteiro, da Rede Amazônica AC

Arqueólogos identificam vestígios de oficina indígena milenar no Amapá

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Marcas nas rochas evidenciam oficinas indígenas milenares. Foto: Kleber Souza e Márcia Miranda

Arqueólogos encontraram vestígios de uma oficina indígena em uma cachoeira do rio Tartarugalzinho, no interior do Amapá. A descoberta foi feita no dia 17 de agosto, durante uma visita técnica, e, segundo os especialistas, o local era usado há cerca de dois mil anos para fabricar machados de pedra.

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“Essas áreas próximas a cachoeiras têm alto potencial arqueológico. Chamamos de sítio oficina porque eram locais onde os povos indígenas moldavam seus instrumentos”, explicou o arqueólogo da Arqueologia Amapá, Kleber Souza.

As marcas nas pedras chamaram atenção da equipe. Algumas têm formato de canoa, outras lembram bacias arredondadas.

“A lâmina do machado era esfregada na rocha até ganhar forma. Esse processo deixava uma marca no meio da pedra, resultado do desgaste”, detalhou Souza.

Leia também: “As florestas amazônicas são produtos da ação humana”, afirma arqueólogo

arqueólogos estudam achado no amapá
Arqueólogos encontram oficina indígena milenar em Tartarugalzinho. Foto: Kleber Souza e Márcia Miranda

Leia também: Uso sustentável da floresta no Amapá entra em debate

Segundo o arqueólogo, os locais visitados em Tartarugalzinho são áreas de banho frequentadas pela população e podem ser incluídos na rota turística do município.

Além da cachoeira visitada, moradores do município relataram ter terrenos com formações semelhantes. Para os arqueólogos, isso indica que havia várias das oficinas ao longo dos rios Tartarugalzinho e Tartarugal Grande.

“Esses locais eram usados por grupos indígenas sedentários, horticultores e ceramistas. Com a chegada dos europeus e dos machados de ferro, eles deixaram de produzir os de pedra e passaram a usar os novos instrumentos”, explicou o arqueólogo.

A equipe também realiza escavações no centro histórico de Macapá e deve iniciar uma nova etapa na Praça Barão do Rio Branco, com foco no século 19.

A descoberta foi realizada com o apoio da Secretaria de Cultura de Tartarugalzinho. Ainda segundo o arqueólogo, o município possui poucas informações sobre a sua ocupação histórica.

Leia também: Amazônia concentra maior número de sítios arqueológicos do Brasil

Tartarugalzinho
Arqueólogos do Amapá encontram vestígios de oficina indígena milenar no Amapá. Foto: Kleber Souza e Márcia Miranda

“Pesquisas arqueológicas permitem reconstruir a trajetória dos povos que habitaram a região há milhares de anos, ajudando a entender dinâmicas de ocupação de povos originários, ao mesmo tempo, orientam políticas públicas de preservação, geoconservação e planejamento ambiental, além de impulsionar o turismo cultural e ecológico, trazendo novas fontes de renda ao município”, completou.

Tartarugalzinho
Equipe de arqueólogos estuda história de Tartarugalzinho por meio de pesquisas de campo. Foto: Kleber Souza e Márcia Miranda

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Doce feito com caroço de cupuaçu leva startup do Amapá à final da Expo Favela Innovation

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Doce é feito com caroço de cupuaçu. Foto: Divulgação/Kupulatte

Uma inovação surgida dentro da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) está ganhando destaque nacional. A Kupulatte, startup criada por estudantes do curso de engenharia química, foi escolhida para representar o Amapá na etapa final da Expo Favela Innovation 2025, evento que reúne iniciativas de impacto social e econômico vindas de diferentes regiões do Brasil. O projeto transforma caroços de cupuaçu, geralmente descartados, em um doce semelhante ao chocolate, e foi selecionado entre 40 expositores da etapa regional.

A proposta nasceu a partir de pesquisas realizadas em sala de aula. Os testes iniciais envolveram sementes de cacau e de cupuaçu, mas foi este último fruto amazônico que chamou mais atenção das alunas. “Desde 2022 essa ideia ficou nas nossas mentes, e em 2024 apareceu um edital, que era justamente para tirar uma ideia do papel e montar um negócio”, explicou Evelyn Silveira, CEO da Kupulatte.

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Origem do doce e processo de produção

O nome da startup combina elementos do tupi e do italiano. “Kupu” significa “parecido com cacau”, enquanto “latte” remete ao leite. A concepção do produto se baseia no reaproveitamento sustentável dos caroços do cupuaçu, parte da fruta que geralmente não tem utilidade comercial.

O processo de fabricação segue etapas semelhantes às usadas na produção de chocolate tradicional. Primeiro, as sementes são separadas da polpa. Depois, passam por fermentação natural, secagem em estufa e torra em forno a temperatura controlada.

Da torra, surgem os nibs de cupuaçu, semelhantes aos nibs de cacau. Em seguida, os nibs são triturados e refinados até formarem uma pasta homogênea, que passa por temperagem e moldagem.

Leia também: Patente de processo inovador para produção de nibs de cupuaçu é registrada pela Ufac

Segundo Evelyn, o objetivo é diversificar ainda mais os produtos: “Uma das nossas ideias futuras é fazer o kupulatte ao leite, com leite de origem vegetal e animal”. Atualmente, a startup produz bombons, nibs e barras em diferentes concentrações — 50%, 70% e 100%.

Reconhecimento em eventos

A presença da Kupulatte em feiras e encontros de inovação tem reforçado a visibilidade da iniciativa. Em julho de 2025, a startup participou da Bioeconomy Amazon Summit, realizada em Manaus. O evento reuniu 150 startups que apresentaram soluções para a bioeconomia da Amazônia, funcionando como vitrine para produtos inovadores baseados em recursos da floresta.

De acordo com a equipe, a aceitação do público tem sido positiva. A utilização do cupuaçu como alternativa ao cacau desperta interesse por unir tradição amazônica, sustentabilidade e potencial de mercado.

“O que antes era descartado pelos produtores hoje pode gerar renda e oportunidades”, comentou Evelyn durante a feira em Manaus.

Expo Favela Innovation 2025

A Expo Favela Innovation é considerada uma das principais vitrines para negócios criados em comunidades e periferias do Brasil. A fase nacional do evento acontece em São Paulo e reúne empreendedores de diferentes estados. O destaque da Kupulatte entre os selecionados da região Norte reforça a presença do Amapá no cenário da inovação e da bioeconomia.

Na avaliação da organização, o potencial de reaproveitamento de resíduos é um dos pontos mais valorizados pelos jurados.

“Trata-se de um produto que alia inovação, tradição cultural e viabilidade de mercado”, destacou um dos avaliadores durante a divulgação dos resultados da etapa regional.

Perspectivas futuras

Com a final nacional da Expo Favela Innovation marcada para o segundo semestre, as estudantes e empreendedoras do Amapá buscam apoio para ampliar a produção e atender novas demandas. A equipe planeja parcerias com cooperativas de produtores de cupuaçu, o que deve garantir fornecimento contínuo das sementes e maior alcance de mercado.

A CEO da startup reforça que a proposta nasceu de uma inquietação acadêmica, mas hoje já ultrapassa os limites da universidade. “O que a gente quer é mostrar que o Amapá tem capacidade de gerar inovação a partir dos seus recursos naturais. O cupuaçu é só o começo de um projeto que pode crescer muito mais”, afirmou Evelyn.

Além da possibilidade de expansão comercial, a Kupulatte se apresenta como uma alternativa sustentável em um setor dominado pelo cacau. A utilização do cupuaçu pode contribuir para diversificar a cadeia produtiva de doces e chocolates, fortalecendo a bioeconomia amazônica e gerando oportunidades para pequenos produtores locais.

Com a presença confirmada na final da Expo Favela Innovation, a Kupulatte leva o Amapá ao centro das atenções e reforça o papel da região na criação de soluções inovadoras com base nos recursos da Amazônia.

*Por Luan Coutinho, da Rede Amazônica AP

Pará registra queda de 74% dos focos de queimadas em julho de 2025

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Foto: Fernando Sette/Agência Pará

O mês de julho de 2025 marcou uma importante conquista no combate às queimadas no Pará. Dados do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico (NMH), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), apontam uma redução de 74,3% no número de focos de calor em relação ao mesmo mês em 2024, segundo dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Em julho do ano passado, o estado, dentro de um contexto de enfrentamento aos fenômenos climáticas globais, enfrentou um cenário desafiador. O período foi marcado por eventos climáticos extremos, como o El Niño e o Dipolo do Atlântico, que provocaram forte estiagem e favoreceram os incêndios florestais.

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Já em 2025, o mês de julho deste ano registrou apenas 837 focos de calor – em comparação aos 3.265 focos registrados em 2024, reflexo direto do fortalecimento das políticas públicas de prevenção e controle ambiental no estado, além da situação da situação favorável em relação às chuvas e à normalidade das variáveis climáticas e oceânicas.

“Esses números expressivos refletem o compromisso firme do governo do Pará com a preservação da Amazônia e a qualidade de vida da nossa população. Ao garantir a proteção da floresta viva por meio do combate efetivo às queimadas, estamos preservando nossos recursos naturais e promovendo o desenvolvimento sustentável. Seguimos implementando ações contínuas e integradas que colocam o Pará como referência nacional e internacional no enfrentamento às mudanças climáticas e na conservação ambiental”, destacou o governador do Estado, Helder Barbalho.

Estratégia integrada e ações estruturantes no Pará

Esses resultados refletem uma estratégia contínua de comando e controle, valorização da floresta viva e fortalecimento das ações de fiscalização.

Como medida estruturante, o Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PEPIF), o Pará Sem Fogo, foi lançado neste ano pela secretaria em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, com base em quatro eixos: monitoramento em tempo real, prevenção com base em ciência, resposta rápida coordenada e capacitação de brigadas locais.

O estado já mapeou 22 zonas com risco médio a alto de incêndios e mantém um centro de monitoramento climático e de queimadas, que utiliza imagens de satélite, dados meteorológicos e sensores termais para acompanhar, em tempo real, tanto o desmatamento quanto os focos de calor.

floresta amazônica no pará
Foto: Reprodução/Agência Pará

Além disso, o programa vai criar um Centro Integrado Multiagências de Combate aos Incêndios Florestais, que traz ações da secretaria integradas ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado, à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), à Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) e ao Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do estado (Ideflor-Bio), para que atuem em um centro de comando único.

Leia também: Número recorde: Mato Grosso, Pará e Amazonas tem áreas de matas mais impactadas pelo fogo em 2024

Outro avanço importante foi a oficina de construção participativa do PEPIF, realizada neste mês, conduzida pela Semas com apoio técnico e envolvimento de diversos setores da sociedade civil, pesquisadores e instituições públicas, buscando consolidar diretrizes de longo prazo para enfrentar o uso do fogo de forma ordenada, considerando a realidade territorial do estado.

“A redução significativa nos focos de queimadas em julho é um reflexo direto do esforço coletivo que o Pará vem fazendo para proteger seus territórios. Estamos fortalecendo a fiscalização, investindo em tecnologia e ampliando o diálogo com os municípios e com as comunidades. Esse resultado mostra que é possível aliar desenvolvimento à preservação ambiental e seguir evoluindo a estratégia do Estado para enfrentar os novos desafios climáticos”, afirmou Raul Protazio Romão, secretário de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade.

Municípios com maiores reduções no período analisado

O município de Itaituba, que liderou o ranking em 2024 com 719 focos, reduziu esse número para apenas 83 em 2025 — uma queda de 88,4%. Altamira apresentou redução de 66,3%, passando de 169 à 57 focos. São Félix do Xingu registrou queda de 74,7%, com redução de 162 para 41 focos. Já Novo Progresso e Jacareacanga, que figuraram entre os cinco municípios com mais queimadas em 2024, não aparecem entre os maiores registros em 2025, o que indica uma queda tão expressiva que os retirou do topo do ranking estadual.

Campo experimental testa variedades do café robusta amazônica em Roraima

Plantio experimental de café robusta amazônico em Roraima. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RR

Um projeto de campo experimental em Roraima testa o cultivo de 4.500 pés de café robusta amazônico em um hectare no Projeto de Assentamento Nova Amazônia, em Boa Vista. O objetivo é alcançar até 100 sacas por hectare e consolidar o estado como polo de cafeicultura adaptada ao clima amazônico.

Leia também: Café Robusta Amazônico é declarado patrimônio cultural e imaterial de Rondônia

O projeto é desenvolvido pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater), com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No projeto do campo experimental, são utilizadas técnicas modernas de cultivo, manejo nutricional das mudas e irrigação por microaspersão – em que a água é distribuída em pequenas gotas, formando uma espécie de névoa ou chuveiro sobre a planta ou solo.

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campo de cafe robusta
Café Robusta Amazônico. Foto: Armando Junior

Campo experimental testa diferentes manejos

No campo experimental, técnicos testam diferentes manejos do café com a proposta de avaliar a produtividade por hectare, como explica o engenheiro agrônomo Eliander Trajano, do Iater:

“Especificamente aqui na nossa unidade no PA Nova Amazônia, do café robusta amazônico, estamos trabalhando com um sistema de irrigação por microjets [pequenos jatos], que funciona como um micro nebulizador. Ele forma uma nuvem de água e irriga com bastante eficiência os cafezais. Também estamos adotando o manejo com duas hastes de café, que devem ser nosso potencial produtivo. Cada haste induz ramos produtivos, permitindo maior número de hastes produtivas por hectare”.

Leia também: Conheça a diferença dos cafés Arábica e Robusta e entenda sua distribuição na Amazônia

A ideia da iniciativa é ter espécies com uma excelência maior na região. Na unidade demonstrativa, foram plantados três blocos com 1.500 plantas cada.

Seis híbridos estão sendo testados para identificar quais se adaptam melhor ao solo e clima de Roraima. O projeto também busca posicionar o estado no mercado nacional e internacional de café robusta amazônico.

*Por Katiane de Jesus, da Rede Amazônica RR

Pará garante presença dos povos indígenas nas agendas climáticas rumo à COP 30

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Foto: Jaelta Souza/Ascom Sepi

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), informou que reafirma o compromisso de garantir os direitos e assegurar voz ativa às comunidades indígenas na formulação de políticas públicas e nas decisões que afetam seus territórios, culturas e modos de vida em uma atuação integrada à agenda ambiental, “reconhecendo que a proteção das populações originárias é inseparável da preservação da Amazônia”.

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Os objetivos são garantir acesso à terra, cultura, educação diferenciada, saúde e participação política, que também significa proteger a floresta e sua biodiversidade. Esses princípios orientam as ações estratégicas do Pará rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em Belém, reconhecendo o papel essencial dos povos indígenas como guardiões do meio ambiente.

povos indígenas pará
Foto: Jaelta Souza/Ascom Sepi

Leia também: Mudanças climáticas ameaçam biomas brasileiros e destacam papel do ecoturismo na COP 30

Caravana dos Povos Indígenas nas etnorregiões

Entre as iniciativas em destaque está a Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP 30, promovida pela Sepi com apoio da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) e do Banco do Estado do Pará (Banpará). A ação percorre as oito etnorregiões do Estado, levando informação, promovendo escuta ativa e ampliando a participação indígena na construção da conferência ambiental.

“Essa Caravana é um instrumento de acesso à informação e de articulação política diretamente nos territórios, permitindo que cada comunidade leve suas demandas para o centro das discussões da COP30. Ao escutarmos quem vive e protege a floresta, fortalecemos não apenas os direitos humanos, mas também a luta global contra a crise climática”, destacou a secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé.

O Pará se consolida como liderança na Amazônia ao unir direitos humanos e proteção ambiental, reforçando que a justiça climática só é possível com a valorização e o respeito aos povos originários. “Defender nossos povos é preservar a Amazônia. É ouvir quem cuida, respeitar quem vive e proteger quem resiste há séculos. O Pará, por meio da Sepi, segue determinado a colocar os povos indígenas no centro das soluções que o mundo precisa conhecer”, reiterou a secretária.

*Com informações da Sepi PA

Produtos da Amazônia passam a ter rota direta para a China via Porto de Santana, no Amapá

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Produtos amazônicos devem ter envio acelerado ao mercado chinês com a nova rota. Canal Dourado, na China. Foto: Divulgação/MIDR

A primeira viagem da nova rota marítima entre o Porto de Santana (AP) e a região da Grande Baía, na China, está em andamento. A informação foi confirmada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que enviou comitiva à cidade chinesa de Zhuhai no último fim de semana.

A iniciativa busca acelerar o envio de produtos amazônicos ao mercado asiático, reduzir custos logísticos e fortalecer o comércio bilateral.

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A comitiva brasileira visitou o Porto de Gaolan, um dos principais terminais da região, e conheceu a sede da Plataforma Integrada de Serviços Econômicos e Comerciais Sino-Latino-Americana — projeto que facilita negócios entre empresas brasileiras e chinesas.

“A rota marítima reduz custos logísticos, diminui o tempo de transporte e fortalece o comércio bilateral. O primeiro navio tem previsão de chegar em breve ao Porto de Santana, o que confirma o progresso da iniciativa”, afirmou o ministro Waldez Góes.

O Porto de Gaolan, em operação há 20 anos, passou a oferecer a nova rota neste ano após o diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, que intensificou as relações comerciais entre Brasil e China.

Produtos a caminho

Segundo o CEO da empresa Zhuhai Sino-Lac Amazônia, Marcius Nei Santos, o primeiro navio já saiu de Zhuhai e deve chegar ao Amapá ainda neste mês. Um segundo embarque está previsto para setembro.

“Nossa meta é que um navio saindo de Santana chegue a Zhuhai em 30 a 35 dias, o que é excepcional. Hoje, uma carga enviada pelos portos do Arco Norte leva de 90 a 180 dias para chegar à China”, explicou o executivo.

A delegação brasileira também conheceu a estrutura da plataforma comercial em Zhuhai, que inclui armazéns refrigerados, áreas para congelados e carga seca. O espaço conta com dois prédios exclusivos para o Brasil, com capacidade para abrigar até 150 empresas brasileiras interessadas em atuar diretamente na China.

produtos da amazônia serão levados em nova rota marítima para a china
Brasil e China inauguram rota marítima direta com passagem pelo Porto de Santana. Foto: Reprodução/Acervo PMS

O ministro destacou que a parceria com a Província de Guangdong abre espaço para diversificar exportações brasileiras e reforça ações voltadas à bioeconomia, inovação e desenvolvimento regional.

Ainda segundo o MIDR, o novo corredor marítimo atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral, consolidando os portos de Santana e Salvador como hubs para o escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose.

Oportunidade para o Amapá

Para o pesquisador Tiago Luedy, que é professor de relações internacionais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), a nova rota é uma excelente oportunidade para o escoamento da produção de produtos regionais.

“Uma rota marítima direta com a China não só coloca o Amapá no radar da logística de carga do comércio internacional, como também representa um enorme potencial de desenvolvimento do nosso estado. Apurei que a operação inicial começa com um navio a cada dois meses, sendo que a frequência pode aumentar dependendo da demanda”, explicou Luedy.

Ainda segundo o pesquisador, o tarifaço imposto pelos EUA aos produtos brasileiros e chineses facilita o comércio entre a Ásia e a América do Sul.

Leia também: Setor pesqueiro do Pará pode ser duramente afetado por tarifas dos EUA

“Com a nova rota, o tempo de viagem vai ser reduzido em 30 dias, o que dá uma redução de custo de viagem de cerca de 30%”, informou.

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP