Onça-pintada: o grande felino da Amazônia com mais de 300 nomes em séculos de história

No total, um estudo revela que são 352 nomes relacionados à onça, que resultam da soma de 92 denominações principais e centenas de variações fonéticas, erros de transcrição e adaptações.

Foto: Emiliano Ramalho/Instituto Mamirauá

A onça-pintada (Panthera onca) carrega muito mais do que força e beleza selvagem. Você sabia que esse felino que encanta tem muitos outros nomes? Segundo registros do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), em um estudo de 2017, esse felino icônico já foi nomeado de 352 formas diferentes desde que Pero Lopes de Souza, em 1531, a chamou simplesmente de “onça”.

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Esta foi a primeira vez que o termo era aplicado a um animal nativo das Américas — até então, o nome era reservado ao leopardo do Velho Mundo (Europa, Ásia e África), a Panthera pardus.

Hoje, a onça-pintada é reconhecida como o maior felino do continente americano e o terceiro maior do mundo, atrás apenas do tigre e do leão.

E, apesar de lembrar o leopardo, é geneticamente mais próxima do rei das savanas africanas. Forte, solitária e com hábitos crepusculares, vive do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina, embora em muitos desses lugares esteja atualmente extinta.

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Foto: Emiliano Ramalho/Instituto Mamirauá

No Brasil, ela tem uma longa lista de “identidades”: jaguaretê, canguçu, anguê, camisa-pintada, macharrão, unza, papa-úbere, entre outros.

O nome “acanguçu”, por exemplo, vem do tupi e significa “cabeça grande”, uma referência à sua impressionante mandíbula.

Cada nome carrega nuances culturais, influências indígenas, africanas, e observações sobre a aparência ou comportamento do animal.

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Segundo o estudo ‘Nomes populares conferidos à Panthera onca (Linnaeus, 1758) (Mammalia, Carnivora, Felidae) no Brasil‘, de Nelson Papavero, esses 352 nomes resultam da soma de 92 denominações principais e centenas de variações fonéticas, erros de transcrição e adaptações ao longo dos séculos.

A lista inclui nomes científicos hoje obsoletos, como Felis nigra, Felis jaguar e Felis onssa, ilustrando a longa trajetória da taxonomia desse predador.

A onça aparece até mesmo em registros gráficos históricos. No mapa-múndi de Sebastiano Caboto, de 1544, há uma representação do animal na América do Norte, provavelmente o mais antigo registro visual da espécie. Outra imagem célebre é a que ilustra o livro de Hans Staden, publicado em 1557.

Detalhe da onça retratada no mapamúndi de Sebastiano Caboto (1544).

No Brasil, o nome onça-pintada é o mais comum. Mas em outros países da Amazônia Internacional o animal recebe outros nomes, sendo o mais comum ‘jaguar’.

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Porém, assim como no Brasil a onça também recebe nomes indígenas – como o ‘jaguaretê’, de origem tupi – , nos demais países também recebe nomes em línguas dos povos originários, como otorongo (em quéchua, no Peru, Bolívia e Equador) ou até mesmo tigre (termo de uso popular na maioria dos países amazônicos, mas taxonomicamente incorreto).

Confira o estudo na íntegra e descubra os 352 nomes da onça:

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