Conforme a DPE-AM, os flutuantes são utilizados tanto para moradia quanto para atividades econômicas, e a retirada pode causar impactos sociais e econômicos às famílias e empreendimentos que atuam na região. O órgão informou que solicitou a suspensão da decisão judicial.
Flutuantes no Tarumã, em Manaus. Foto: Rede Amazônica AM
A Justiça atendeu a uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a remoção de flutuantes construídos sem autorização ambiental. A decisão levou em conta o risco de poluição e ocupação desordenada nas margens dos rios.
Ainda não há prazo definido para a retirada. A Defensoria informou que acompanha o caso e busca alternativas que preservem os direitos das comunidades afetadas.
Situação atual da retirada dos flutuantes do Tarumã
Comércio sobre as águas. Foto: Divulgação
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) pediu que a verba para retirar os flutuantes da orla do Tarumã-Açu seja incluída no orçamento da prefeitura. O pedido foi feito em janeiro de 2025 pela promotora Lilian Stone.
Em março de 2023, a Justiça suspendeu a ordem de remoção dos flutuantes.
Em maio de 2023, o juiz autorizou a retomada do plano de remoção.
Em junho de 2023, a prefeitura solicitou ajuda financeira para continuar as remoções.
A ação foi suspensa novamente pela vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Joana Meireles.
O procurador do município explicou que a prefeitura arcaria com todos os custos da operação, incluindo equipamentos, transporte e alimentação.
A promotora Lilian Stone reforça que os recursos para a retirada devem estar previstos no orçamento municipal.
Ela também exige que a prefeitura cumpra a decisão judicial e comece a retirada dos flutuantes, apresentando provas do andamento do trabalho.
Caso isso não aconteça, a promotora pede cronogramas e relatórios periódicos para acompanhar o cumprimento da medida.
A bacia do tarumã vem sofrendo com a urbanização desenfreada e a falta de conscientização da população. Conheça a trajetória do projeto Tarumã Alive com a cantora Marcia Novo:
Rampa da Imperatriz. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br
A falta de um porto amplo e moderno na capital do Amazonas, Manaus, comprometeu por muitos anos a economia da região. Dentre as constantes lamentações governamentais, repetiu-se, por muitos anos, a falta de condições de serviços de embarque e desembarque de mercadorias em Manaus, cujo sistema era rudimentar e muito deficiente, pois a cidade não dispunha de um porto devidamente equipado, recorrendo-se com frequência ao porto de Belém, no Pará, para escoar grande parte da produção extrativa que era exportada.
Essa situação, além de produzir grandes prejuízos ao comércio local, afetava também, a receita do cofre estadual. Durante o período provincial, e mesmo nos dez primeiros anos da República, os administradores mencionavam obras e reparos de rampas e trapiches no litoral da cidade, no entanto, essas obras não superavam definitivamente os velhos problemas, principalmente no período de seca, quando o Rio Negro baixava o seu nível sensivelmente, impedindo que os barcos aportassem nas rampas. As obras executadas naquela época não tinham estrutura nem porte para solucionar os problemas de embarques e armazenamento de mercadoria com segurança e eficiência.
Dentre as obras construídas nesse período, destaca-se o trapiche 15 de novembro, concluído em 4 de janeiro de 1890, durante a administração do capitão Augusto Ximeno de Villeroy (SOUZA, 1966, Pág.: 71). Provavelmente essa obra seja a mesma que os últimos relatórios da província se referem como trapiche Princesa Isabel e que, durante a presidência de Joaquim de Oliveira Machado (1889, pág.: 41), tinha sua fiscalização a cargo do engenheiro Eduardo Ribeiro, chefe da 1.ª seção da Repartição de Obras Públicas.
Trapiche da Recebedoria. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
No primeiro ano da República, durante o governo de Gregório Thaumaturgo de Azevedo, foi firmado um contrato com o engenheiro civil João Martins da Silva para realizar trabalhos de melhoramentos do ponto de Manaus e, esse contrato foi renovado durante a administração de Eduardo Ribeiro (1893, pág.: 7) alegando que tal procedimento traria grandes vantagens para o estado. Com a inovação do contrato, seria possível atender a uma necessidade palpitante para a cidade, considerando o modo lastimável com que faziam os trabalhos de cargas e descargas do porto.
O governo dizia que o serviço público e particular sofre sempre, além de grandes vexames, atropelos e graves prejuízos. A questão dos melhoramentos do porto de Manaus só foi retomada na administração de Fileto Pires Ferreira (1900, pág.: 85), o qual informava que, após a revisão do contrato, o contratante havia se retirado do Amazonas e que só regressara em junho de 1897, trazendo em sua companhia um representante de uma das principais casas da Inglaterra, como é a de Punchard, Mc, Taggat, Lowther & C.
Naquela oportunidade, o engenheiro Martins apresentou os planos e o orçamento para a execução das obras que foram aprovadas depois de ouvidas as autoridades competentes e com as modificações aconselhadas pela comissão de saneamento de Manaós, conforme os pareceres de 17 de junho e de 7 de julho de 1897.
No entanto, o governador confessou que, vendo porém, que o sr. Martins não levava as obras do porto e que o representante inglês estava próximo de retirar-se sem nada resolver, tratou de negociar diretamente com o senhor D. Weir, que era o representante da casa inglesa, no intuito de levar adiante as referidas obras.
As negociações para executar os melhoramentos do porto continuaram a ser feitas de maneira lenta até janeiro de 1898, quando o governador Fileto Ferreira (1898 pág.: 36) comunicava ter o comissário do Governo Federal, Alexandre Sattamini, questionado a competência do estado em contratar melhoramento do porto. Rapidamente a questão tomou grandes proporções e, em 5 de fevereiro do mesmo ano, foi aprovada a Lei n.° 198 (coleção de leis, 1897 – 1899, 1902, pág.: 30) autorizando o governo do estado a entrar em acordo com o Governo Federal e o contraste das obras do porto.
Praça da Matriz e parte do Ancoradouro do Rio Negro. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
No entanto, em abril daquele ano, Fileto Ferreira retirou-se para Europa, sendo substituído por seu vice, José Cardoso Ramalho Júnior (1898, pág.: 5), que em junho de 1898, informava que em consequência do questionamento feito pelo comissário Santtamini, o governo do estado foi convidado pelo Ministério da Fazenda a rescindir o contrato com o engenheiro Martins, por ter sido considerado atentatório dos direitos da união e caso a recomendação não fosse atendida, ameaçava com uma ação de inutilidade.
Ainda em julho daquele ano, o Decreto n.° 257 (Ferreira, 1900, pág.: 106), autorizava a abertura do crédito necessário para indenizar o engenheiro João Martins da Silva pela rescisão do contrato. Em junho de 1899, o governador Ramalho Júnior (1899, pág.: 24) comunica que a questão já se debatia há muito tempo, sem ainda haver tido a sua necessária solução, enquanto isso, Manaus continuava sofrendo as deficiências do serviço do porto. Em setembro do mesmo ano, a lei n.° 218 (coleção de leis do Amazonas, 1897-1899, 1902, pág.:88) autorizava o Poder Executivo a entrar em acordo com o Governo Federal no intuito de levar a efeito as projetadas obras de melhoramentos do porto de Manaus.
Em 1904, o ex-senador Lopes Gonçalves (1904, pág.: 60) afirmou que o contrato para a construção do porto da cidade de Manaus foi celebrado em 1.° de agosto de 1900, com Bromistau Rymkliewicz, que organizara uma campanha, na Inglaterra e no Brasil, denominando-a Manáos Harbour Limited. Os trabalhos de construção foram iniciados em julho de 1902 e, em maio de 1903, já haviam construído um cais com quatro trapiches e estava concluída a colocação de um grande flutuante com três torres movidas por eletricidade.
Panorama geral da cidade. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
No mesmo ano da publicação de Gonçalves, passaram por Manaus os sanitaristas Gordinho e Lindenberg (1906, PÁG.: 54), que ao discorrer sobre o porto da cidade, afirmavam que a obra fora contratada com o barão Rienckievicz, engenheiro construtor das obras da Serra do Cubatão, auxiliado pelo Dr. Álvaro de Carvalho que, supunham serem sócios, no entanto, a americana Marie Wright (1907, pág.:394) informava, em 1907 que o contrato para o melhoramento do porto fora feito com a firma inglesa Manáos Harbour Company Limited e as docas foram planejadas e praticamente construídas sob a direção do engenheiro cubano Antônio de Lavandeyra, sendo os trabalhos iniciados em 1902, Luiz de Miranda Correa (1965, pág.:45), acrescenta pr sua vez a esta informação que Antônio Lavandeyra projetara o porto, junto a Dr. Cavalcanti de Albuquerque, sobre as ideias deste último.
Em 22 de agosto de 1902 foi sancionada a lei n.° 384 (Coleção de leis do Amazonas 1903, pág.: 16) aprovado o contrato de 25 de março do mesmo ano, ampliado para sessenta anos o prazo de concessão dos serviços do trapiche XV de novembro para a empresa de melhoramentos do porto de Manaus. A construção do porto de Manaus, no início do século XX, era composta por uma ponte flutuante em forma de T e grande parte desta estrutura, assim como os armazéns, guindastes e outros elementos eram de ferro. Esse material já era usado em obras do trapiche Princesa Isabel e, segundo informação de Eduardo Ribeiro era de origem europeia (MACHADO, 1889, pág.: 41). Provavelmente é desse material que Geraldo Gomes da Silva (1987, pág.: 201) afirma não ter encontrado nenhum documento comprovado que seja o sistema Dany, de origem belga.
Notando, ainda, que os armazéns construídos pela Manáos Harbour Limited são todos de ferro corrugado e tanto as paredes quanto as coberturas foram produzidas pela P & W Mac Leilan Ltd. Clutha Works, de Glasgow, de acordo com o registro gravado em algumas estruturas da construção. O porto de Manaus, com sua ponte flutuante em forma de T, é conhecido como Roadway, denominação deixada pelos ingleses. Essa ponte tem aproximadamente duzentos metros de comprimento e perto de vinte de largura.
Apresenta passeios laterais para uso de pedestre e uma pista central para veículos. Durante a década de 70 do século XX, essa ponte foi avariada por uma grande embarcação, mas ao ser recuperada perdeu sua característica original, tornando-se fixa sobre pilares de concreto. Nas proximidades dessa ponte, além de outras menores, esse conjunto flutuante, assim como os prédios onde funcionava a administração do porto, foi tombado como patrimônio histórico nacional.
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
O turismo de pesca esportiva no Brasil avança como um dos pilares do turismo de natureza, consolidando uma atividade econômica de alto potencial e, também, um importante instrumento de inclusão produtiva e conservação ambiental. Um dos marcos mais recentes deste movimento é a criação da Federação Norte de Pesca Esportiva (FNPE), oficializada no último dia 15 de julho com apoio estratégico do Ministério do Turismo (MTur).
A nova entidade engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e integra a estrutura da Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE). O objetivo da FNPE é promover, organizar, proteger e desenvolver a pesca esportiva na região Norte do país, aliando o crescimento do segmento à sustentabilidade e à valorização das comunidades ribeirinhas.
“A atuação estratégica do Ministério do Turismo no fomento à pesca esportiva é a materialização de uma visão abrangente: construir um segmento que, além de oferecer experiências inesquecíveis, seja um catalisador de desenvolvimento sustentável para as comunidades e um guardião incansável do nosso valioso patrimônio ambiental”, aponta Joarez Moreira, assessor especial da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo do MTur.
A Pasta tem priorizado ações voltadas ao turismo de natureza, especialmente em regiões consolidadas a exemplo da Amazônia Legal – um dos principais destinos brasileiros de pesca esportiva. A iniciativa também segue as diretrizes do MTur de promover o turismo como ferramenta de transformação social, com foco em geração de renda, capacitação e pertencimento.
Sediada no Amapá, a FNPE será presidida por William Rocha, reforçando o papel de destaque do estado no cenário nacional da pesca esportiva. A diretoria vai ter representantes de todos os estados da região, assegurando capilaridade e articulação em nível local. “Estamos prontos para esse novo ciclo! Unidos pela pesca, pela natureza e pelo desenvolvimento sustentável, que é o futuro da nossa região”, afirma William Rocha.
Para o gerente de Novos Negócios da Embratur, Caio Motta, a criação da FNPE e a união dos estados do Norte em torno da pauta mostram que desenvolvimento e conservação podem e devem caminhar juntos.
“Com essa iniciativa, vamos fortalecer o turismo de base comunitária, gerar emprego e renda para as populações ribeirinhas, promover capacitação nas regiões e posicionar a Amazônia como referência mundial em sustentabilidade”, destaca Motta.
“O segmento da pesca amadora e esportiva, alicerçado nos pilares da sustentabilidade, vem se consolidando com o engajamento de toda a cadeia produtiva. A criação da FNPE representa um marco importante ao unir esforços em torno de um propósito comum: proporcionar aos praticantes experiências únicas, autênticas e inesquecíveis”, observa Humberto Pires, coordenador-geral de Produtos e Experiências Turísticas do MTur.
Um dia, em missão para a Rede Amazônica, no Amazonas, estava em viagem de motor (tipo de embarcação da região) – Plácido de Castro – pelos rios da Amazônia. Estava indo em direção à Manicoré, para os Jogos do Campeonato Amazonense de Futebol entre CDC Manicoré e São Raimundo.
Era a reinauguração do estádio de futebol, popularmente conhecido como Bacurauzão, época em que o município era invadido pelos reconhecidos pássaros bacuraus.
Chiquinho, Manoel e eu estávamos na embarcação, quando às 19 horas eu já estava deitado na rede, no terceiro andar, o Chiquinho me chama e fala para eu ir à casa de máquinas, pois a bucha do eixo da hélice havia rompido e a água entrava no motor.
Corri para lá imediatamente. Como eu tenho uma formação de mecânico de motor a diesel, ao lá chegar descobri que a bomba d’água havia quebrado. Quatro pessoas tiravam a água com baldes. Felizmente, 30 minutos depois, a bomba voltou a funcionar e tudo se regularizou.
Mas então eu resolvi assustar meu parceiro Chiquinho. Vesti o colete salva-vidas, subi para o primeiro piso e assim que lá cheguei, as pessoas me viram de colete e tudo se transformou no verdadeiro caos. Um caos completo. Grito, choro, correria. Isso é que eu chamo de brincadeira de mal gosto.
Finalmente, depois de muita desculpa, tudo voltou à normalidade. Nunca mais brinco dessa maneira!
Por hoje é só. Semana que vem tem mais! Fuiii!!!
Sobre o autor
Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará foi lançado dia 18 de julho. Foto: Reprodução/MPEG
O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, sediou o evento de lançamento do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará na última semana. A iniciativa é executada pelo Instituto Bicho D’água (IBD), com recursos da empresa TGS, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), com apoio do Museu Goeldi.
A partir da constatação de que o peixe-boi está vulnerável à extinção, o projeto busca alternativas para garantir a sobrevivência de indivíduos resgatados, principalmente filhotes órfãos, por meio da reabilitação, aclimatação e reintegração desses animais à natureza.
A presidente do IBD, Renata Emin, bióloga e pesquisadora colaboradora do Museu Goeldi, explicou que o projeto surgiu a partir do conhecimento da situação crítica que se encontram esses mamíferos aquáticos no Estado.
“Mais de 50 peixes-boi estão em reabilitação no Estado do Pará e precisam, o quanto antes, retornar à natureza. Muitos são filhotes resgatados órfãos, cujas mães foram caçadas. Infelizmente, ainda que existam leis de proteção à fauna, essa prática ocorre no estado e na Amazônia como um todo. Muitos animais eram enviados para o ZooUnama, em Santarém, onde está a maior parte dos indivíduos em reabilitação no Pará. Faltavam iniciativas e outros locais para a reabilitação e recintos de aclimatação”, disse.
Nessa perspectiva, o Instituto Bicho D’água construiu, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática, no município de Castanhal, para a recepção de cetáceos e tartarugas marinhas.
De acordo com Renata Emin, este ano, o centro recebeu filhotes que encalharam na região do baixo Amazonas e que vão passar pelo processo de reabilitação e, posteriormente, ser encaminhados para um recinto de aclimatação para a soltura, que será construído em Soure, na Ilha do Marajó. Reintegrados à natureza, esses indivíduos ainda serão monitorados por cerca de dois anos para que seja garantido o sucesso da operação.
O Museu Paraense Emílio Goeldi é um antigo parceiro na preservação de espécies, segundo a bióloga. “O Museu foi o local onde criamos o Grupo de Estudos Mamíferos Aquáticos da Amazônia (Gemam), que deu origem ao Instituto Bicho D’água, em 2013”, lembrou.
Há uma intenção, segundo Renata Emin, de estreitar ainda mais essa relação com a formalização de um termo de cooperação técnica entre as duas instituições. Mas, na prática, essa atuação conjunta já vem existindo há mais de uma década.
“Recentemente, também iniciamos uma parte muito importante do Projeto de Conservação de Peixes-boi: a sensibilização das comunidades para as solturas de peixes-boi resgatados. E o Museu Goeldi é protagonista nessa atividade. Nas Olimpíadas de Caxiuanã (uma iniciativa focada na divulgação científica e na inclusão social), [que acontece anualmente na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), que fica na Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada nos municípios paraenses de Melgaço e Portel], fizemos visitas guiadas ao Bacuri (o peixe-boi mantido em reabilitação no local), para poder, enfim, trazer a comunidade para perto, sensibilizá-la, porque a gente sabe que, infelizmente, na região do entorno, ainda há relatos de caça. Por conta disso, é muito importante que a comunidade esteja engajada, sensibilizada e que seja parceira nesse projeto”, destacou Renata Emin.
O Ministério do Meio Ambiente (MINAM) do Peru apresentou a pesquisa ‘Linha de base da diversidade da mandioca peruana para fins de biossegurança’, que aborda seu uso sustentável e a importância de sua conservação no país amazônico.
O estudo foi realizado entre 2019 e 2021 em 15 regiões do país e permitiu conhecer suas condições ambientais, a partir da análise de diferentes variedades domesticadas (plantadas pelo homem) e quatro espécies silvestres (sem intervenção humana) da referida planta (Manihot esculenta).
Segundo especialistas do MINAM, variedades selvagens podem crescer em vários tipos de solo sem intervenção humana, e algumas comunidades atribuem propriedades terapêuticas a elas.
Nesse sentido, Marco Arenas, diretor-geral de Diversidade Biológica do MINAM, afirmou que a pesquisa realizada representa um marco significativo, pois fortalecerá a conservação e o uso responsável dos recursos genéticos do país.
Foto: Divulgação/MINAM
Ele explicou que a mandioca é uma cultura antiga, “que acompanha as comunidades indígenas há quase 9.000 anos”.
Ele acrescentou que essas informações são essenciais para a tomada de decisões sobre a conservação dessa raiz pelos atores sociais envolvidos. Isso está alinhado com a moratória sobre a entrada e produção de organismos vivos modificados no país até 2035. “O objetivo é salvaguardar e valorizar nossos recursos naturais”, acrescentou Arenas.
Um total de 188 amostras de folhas e flores foram coletadas e armazenadas nos bancos de germoplasma do país para conservação, estudo e proteção a longo prazo.
A mandioca é muito mais do que um alimento, é um símbolo da diversidade peruana. A publicação do MINAM compila o conhecimento ancestral de conservação de mais de 500 agricultores. É uma cultura ancestral essencial para a segurança alimentar, pois pode crescer em condições climáticas adversas e possui uma riqueza genética, ecológica e cultural.
Seu preparo na culinária peruana é muito diversificado. É frequentemente servido à mesa em caldo, frito e recheado com queijo, como petisco ou bebida refrescante, entre muitas outras formas.
Palestra promovida pela Aleam celebrou os 35 anos do ECA. Foto: Alberto César Araújo/Aleam
Na última sexta-feira (18/7), a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Escola do Legislativo Senador José Lindoso, promoveu a palestra “Uma reflexão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – um importante instrumento de garantias de direitos e deveres dos jovens cidadãos”.
O evento, realizado em comemoração aos 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), celebrado no dia 13 de julho, aconteceu às 9h, no auditório Sônia Barreto.
O diretor da Escola do Legislativo, Jander Lasmar, destacou a importância da atividade.
“O tema da nossa palestra propôs uma reflexão sobre o ECA, que é um instrumento fundamental de garantia de direitos e deveres dos jovens cidadãos. Nada melhor do que trazê-los à sede do Poder Legislativo Estadual para apresentar essa ferramenta de proteção e ressaltar sua relevância”, afirmou.
A coordenadora do programa Educando pela Cultura, pedagoga Jacy Braga, também comentou os objetivos da ação.
“O evento abordou os principais direitos das crianças e adolescentes, além de esclarecer aspectos importantes sobre a prática de atos infracionais por adolescentes. Também discutimos temas e propostas de novas posturas diante da recorrência de casos de violência que presenciamos, quase diariamente, durante o ano letivo”, explicou.
A palestra foi conduzida pelo professor Ademir Junior, graduado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor pela UFPE.
Sua área de interesse inclui temas como trabalho e infância, políticas sociais voltadas à criança e ao adolescente e protagonismo juvenil. Atualmente, é professor adjunto e coordenador do curso noturno de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Participaram do evento alunos com idades entre 14 e 15 anos da Escola Waldemiro Peres Lustosa, localizada no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus.
Aleam promove conscientização sobre a saúde do homem. Foto: Hudson Fonseca/Aleam
O Dia Nacional do Homem, celebrado em 15 de julho, tem como objetivo conscientizar sobre a importância dos cuidados com a saúde masculina. A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) tem desempenhado um papel fundamental nessa conscientização, promovendo ações e aprovando leis que garantem a proteção da saúde do homem, respeitando suas peculiaridades socioculturais.
O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), destacou a relevância da data e reforçou o compromisso com a saúde do público masculino.
“Neste Dia do Homem, faço um chamado à reflexão sobre a importância do cuidado contínuo com a saúde masculina. Mais do que uma data simbólica, hoje é um lembrete de que cuidar da saúde deve ser um compromisso diário. Precisamos romper tabus, buscar informação, realizar exames preventivos e, principalmente, valorizar a vida. Incentivar esse cuidado é também uma forma de proteger nossas famílias e construir uma sociedade mais saudável. Como parlamentar, sigo firme no propósito de apoiar políticas públicas que promovam a saúde integral do homem amazonense durante todo o ano”, declarou.
Ainda sobre o tema, Roberto Cidade afirmou que, durante sua gestão, foram intensificadas as iniciativas relacionadas ao Novembro Azul, campanha de conscientização sobre o câncer de próstata. Além da sensibilização, houve ampliação na oferta de exames laboratoriais.
Lei de Atenção Integral à Saúde do Homem
Em 2013, foi sancionada no Amazonas uma lei de autoria da ex-deputada Conceição Sampaio que institui a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde do Homem. Trata-se da Lei nº 3.934, de 26 de setembro de 2013, que assegura a promoção e a proteção da saúde masculina, levando em consideração suas especificidades culturais e sociais.
Segundo a legislação, essa política é orientada por diretrizes que buscam integrar o homem à rede de serviços de saúde, com prioridade para a atenção básica, conforme o Programa de Saúde da Família, e alinhando-se às demais políticas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, seus objetivos incluem a organização e implantação da atenção integral à saúde masculina no Estado, contribuindo para a mudança de percepção dos homens em relação à saúde e às suas famílias.
Também busca estimular a participação masculina nas atividades preventivas de doenças comuns, implementar a atenção à saúde sexual e reprodutiva, ampliar o acesso às informações preventivas e fomentar o autocuidado entre os homens.
Teatros da Amazônia são candidatos a patrimônios mundiais. Foto: Divulgação/Iphan
As superintendências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Pará e no Amazonas estão organizando uma série de oficinas de escuta social com a população como parte do processo de candidatura dos Teatros da Amazônia – oTheatro da Paz, em Belém (PA), e o Teatro Amazonas, em Manaus (AM) – a Patrimônio Mundial Cultural, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
As oficinas acontecerão nos dias 28 e 29/07 em Manaus e no dia 05/08 em Belém. A ação marca uma etapa fundamental no processo: é a escuta da população e dos órgãos envolvidos na gestão dos teatros para a construção das diretrizes que serão seguidas se os Teatros, de fato, se tornarem um Patrimônio Mundial Cultural. As oficinas também contarão com a participação das secretarias de Cultura estaduais e municipais envolvidas na candidatura. Inscreva-se para as oficinas de Manaus (AM) clicando aqui.
A superintendente do Amazonas, Beatriz Calheiro, destaca que o processo é fundamental para garantir como os bens serão geridos após o processo de candidatura.
“A mobilização para que os teatros sejam reconhecidos como patrimônio mundial não se encerra com a aprovação. É fundamental definirmos como esse bem será cuidado, estabelecendo ações, responsabilidades e prazos para garantir sua preservação”, detalha.
Teatro Amazonas, em Manaus. Foto: Janailton Falcão/Amazonastur
A superintendente do Iphan no Pará, Cristina Vasconcelos, ressalta a necessidade da participação da sociedade.
“Todo o processo de reconhecimento desses teatros como patrimônio mundial exige a escuta da sociedade. E chegou o momento de ouvir a população diretamente. Esta é a oportunidade de saber o que cada cidadão acha necessário fazer para preservar o bem seriado que podemos ter”.
Theatro da Paz, em Belém. Foto: David Alves/Agência Pará
O formato previsto para as oficinas contempla um dia inteiro de escuta, focado nos pontos centrais relacionados aos dois teatros. Quem quiser participar precisa preencher o formulário, que também está disponível nos portais dos demais órgãos envolvidos na candidatura.
Patrimônio Mundial Cultural
A candidatura foi oficialmente apresentada em janeiro de 2025 à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio de um dossiê elaborado pelo Iphan, em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), e as secretarias de Cultura do Pará, do Amazonas e das prefeituras de Belém e Manaus.
O processo está em fase de avaliação e a próxima etapa será a visita técnica de representantes do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), entidade ligada à Unesco, que avaliará in loco os teatros.
Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br
Fui questionado, a partir dos dois últimos artigos em que abordei o tema sincronicidades, se não haveria nesta compreensão uma contradição. Se é verdade que o Universo tenta se comunicar conosco por meio de sinais e de sincronicidades, sendo uma linguagem que podemos nos esforçar para aprender, isto não implicaria em uma devida obediência a esta Força Superior, eliminando o exercício de nossa livre escolha?
É uma questão que me faz refletir com mais profundidade. Faz sentido o questionamento, como fazem sentido as perguntas que nos levam a buscar as respostas em nosso interior. Quando isto acontece, a resposta surge com mais convicção, pois foi elaborada por nós mesmos. Às vezes, aparece sob a forma de descoberta ou de criação de algo novo.
Mas voltando a questão em si, a reflexão me confirmou que não, que não existe a tal contradição, a menos que nós mesmos desejemos abrir mão de nosso livre arbítrio, transferindo para terceiros, decisões e escolhas que a cabem a nós. A responsabilidade da escolha, afinal, foi nos concedida pela própria Força Superior, a quem muitos chamamos de Deus.
Se eu converso com alguém, leio um livro ou percebo sincronicidades como uma linguagem do Universo, tenho a oportunidade de refletir, fazer as minhas considerações, ampliar alternativas e fazer escolhas. A partir daí, é hora de aplicar o kannagara que, como expliquei no último artigo, é uma palavra que no xintoísmo significa algo como “caminho da Grande Natureza”, ou, deixar seguir o fluxo natural, confiando e sem apego.
É exatamente isso a que se propõe o coaching profissional (não aquilo que indevidamente se autointitula coaching no Brasil, por falta ainda da regularização profissional). O coach não aconselha, não orienta, não dirige o cliente. Em um trabalho de parceria, ele o estimula a ordenar os seus pensamentos, a refletir, a tomar decisões e a colocar em prática o que ele mesmo decidiu.
Há pessoas que seguem este processo, sem a ajuda de um profissional, fazendo uso de outros mecanismos. Alguns escrevem, desenham ou falam para si mesmos, parecendo que estão malucos, falando sozinhos. Outros utilizam os seus companheiros, colegas ou alguém próximo para falar e organizar o próprio pensamento. Nem sempre é fácil ter alguém que pare para ouvir verdadeiramente, esteja presente cem por cento, seja capaz de trazer questionamentos que contribuam com as reflexões e, principalmente, não queira dar conselhos, às vezes, com muita ênfase para convencimento.
Não sei você, mas não gosto de receber conselhos, salvo em situações muito excepcionais, em que solicitei ou consenti que a pessoa o fizesse. Se isto não aconteceu, tendo a rejeitar, criando uma espécie de barreira ao que a pessoa vai dizer, às vezes, com a melhor das intenções. Com boas intenções, podemos ser invasivos e desrespeitar a pessoa.
Observo, porém, que há indivíduos que agem inversamente. Tentam fugir da sua responsabilidade, buscando ao máximo, transferir as decisões para as outras pessoas, seja o chefe, o sacerdote, o terapeuta ou o coach. Com frequência perguntam: “O que eu faço?”.
Conheci um casal que transferiu para o sacerdote a decisão se deveriam ou não se casar. Depois, onde deveriam morar? Estava na hora de terem o primeiro filho ou seria melhor depois da casa própria?
Há vários exemplos de situações como esta. Nestes casos, costuma haver uma dupla distorção. Primeiro, o de quem aconselha, que alimenta o círculo vicioso e o seu próprio ego. Segundo, de quem cria esta dependência, esquecendo-se de que estamos sempre fazendo escolhas, mesmo quando decidimos não o fazer. Somos nós que dirigimos a nossa vida e dirigimos o nosso destino, um presente do Universo. Podemos construir ou não felicidade. Penso que é uma boa notícia, embora nos traga responsabilidade. Benjamim Franklin afirmou que na vida há duas coisas que não podemos evitar: a morte e os impostos. Há uma terceira: fazer escolhas.
E para você? O que seria estar atento aos sinais e desfrutar a direção do próprio destino?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.