Pela primeira vez, os bois-bumbás de Parintins, Caprichoso e Garantido, participam do ‘Festival de São João da Thay‘, na cidade de São Luís, capital do Maranhão. O evento reúne grupos da cultura popular maranhense, nos dias 7 e 8 de junho, no Espaço Reserva, e tem o propósito de valorizar as raízes folclóricas da região. É neste cenário de celebração à cultura popular que o Touro Negro da Francesa e o Boi da Baixa do São José se apresentam na noite do dia 8 de junho, interagindo com Bumbá Meu Boi de Morros.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, enfatiza a participação da cultura do Amazonas no festival que valoriza as tradições folclóricas e a diversidade. “Dar notoriedade aos bois de Parintins em palco nacional é de grande representatividade aos amazonenses, aos povos originários, aos nossos artistaso”, afirma o secretário.
“É o momento de mostrar o quão empolgante são os espetáculos dos bois e aproveitar para convidar o público de outros estados a conhecer o Festival de Parintins, nos dias 28, 29 e 30 de junho, promovido pelo Governo do Amazonas”, completa Apolo.
O evento, idealizado pela comunicadora Thay OG, chega à sua sexta edição, sendo a primeira com o formato de festival em dois dias de programação, e com a presença inédita dos bois de Parintins. “É uma honra ver que o São João da Thay será palco desse inédito grande encontro de histórias que se interligam. Nossas regiões são plurais, nossa cultura é rica. Nosso bumba meu boi com o boi-bumbá de Garantido e Caprichoso será, sem dúvida, um momento inesquecível.. Vai ser lindo!”, comemora Thay.
Popularmente conhecido por reunir música, manifestações culturais e dança, o São João da Thay também promove a solidariedade: lucro com a venda de ingressos é revertido às instituições sociais do Maranhão.
No palco maranhense, ao lado da cantora Fafá de Belém, os bois vão protagonizar seus espetáculos que encantam as galeras e ganham força no cenário nacional. Para dar nome ao Festival de Parintins, músicos e ritmistas, vão entoar os repertórios azulados e encarnados para apresentação dos itens oficiais.
Do lado do Caprichoso, Patrick Araujo (levantador), Marciele Albuquerque (cunhã-poranga), Marcela Marialva (porta-estandarte), Alexandre Azevedo (tripa). E do Garantido, estão confirmados David Assayag (levantador), Isabelle Nogueira (cunhã-poranga), Livia Christina (porta-estandarte) e Arnaldo Barbosa (tripa).
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas
Invasores desmataram uma área equivalente a 1,1 mil campos de futebol dentro da Terra Indígena Igarapé Lage, localizada entre Nova Mamoré (RO) e Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Um corredor de 20 km foi criado dentro da TI para escoar a madeira ilegal e facilitar o acesso à área invadida.
Uma operação foi realizada entre os dias 16 e 17 de maio para retirar os invasores do local. Polícia Federal, Exército Brasileiro, Fundação Nacional dos Povos Indígena (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participaram da ação.
Dentro da Terra Indígena, foram encontrados diversos pontos de extração ilegal de madeira totalizando uma área de aproximadamente 840 hectares. Os invasores também construíram habitações no local.
Além de abrir um “corredor” de ponta a ponta na TI, foram construídas pontes para facilitar o trajeto até o interior da área. Uma dessas pontes já tinha sido destruída pela polícia em março de 2024, mas foi reconstruída. A estrutura possuía mais de 100 metros de extensão.
As estruturas ilegais encontradas dentro da TI foram destruídas e a madeira ilegal foi apreendida durante a Operação Retomada.
Com o objetivo de prevenir e mitigar os impactos das adversidades climáticas na bacia Amazônica, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) recebeu, no final da primeira quinzena de maio, o Estudo de Dragagem e das Passagens Críticas do Rio Tapajós.
O documento foi elaborado e entregue à Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ) pela Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT) em colaboração com a Universidade Federal do Pará (UFPA) .
O Rio Tapajós desempenha um papel vital na economia e na logística da Região Amazônica, sendo um dos principais afluentes do Rio Amazonas. Suas águas servem como via de transporte crucial para o escoamento de produtos e mercadorias, conectando áreas remotas da Amazônia ao restante do país.
O Porto de Miritituba, situado às margens do Rio Tapajós, é um dos principais terminais portuários da região. A localização estratégica o torna um ponto de convergência para o transporte de grãos, minérios e outros produtos da Região Centro-Oeste do Brasil. Além disso, o porto serve como elo fundamental entre a produção agrícola do país e os mercados globais, contribuindo significativamente para a economia nacional.
O estudo representa um avanço importante na compreensão e na gestão dos desafios enfrentados pela logística na Amazônia, especialmente durante períodos de estiagem. Ao analisar as passagens críticas do Rio Tapajós e propor medidas de dragagem, o documento oferece subsídios para a tomada de decisões relacionadas a investimentos em infraestrutura que visam garantir a continuidade e a eficiência do transporte fluvial na região.
O professor Paulo Pacheco Júnior, do curso de engenharia florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) foi o vencedor do Prêmio Fotografia – Ciência e Arte. O resultado foi divulgado no dia 23 de maio pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O pesquisador fez o registro de uma colônia de formigas na Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, zona rural de Macapá no dia 10 de outubro de 2021. O título da fotografia foi ‘O início de um império no coração da Floresta Amazônica’.
Ele ficou em primeiro lugar na categoria ‘Imagens produzidas por câmeras fotográficas: ambiente natural e antrópico’. Pacheco Júnior concorreu com 432 pesquisadores de todo o país.
Foto: Leiliana Rocha/Ueap
“Ganhar este prêmio é como ver o trabalho de uma vida ganhar asas e voar! Desde criança, sempre amei imagens de animais. Acho que foi isso que me levou para a biologia. Ficava deslumbrado com as imagens de fotógrafos famosos e isso inspirou minha carreira”, descreveu o pesquisador.
O pesquisador dissecou as domácias de plântulas, revelando a estrutura interna e a composição da colônia. Ele explicou que a estrutura colonial dessas formigas é a colônia fundada por uma única rainha.
Na fotografia, além da rainha, podem ser vistas três operárias, três pupas, 14 larvas, cerca de nove ovos e duas cochonilhas do gênero Catenococcus.
A imagem também revela a rainha e uma operária cuidando de um ovo recém-depositado, exemplificando o comportamento cooperativo entre os insetos.
Ele descreveu que o prêmio é fundamental para dar visibilidade ao trabalho dos pesquisadores.
“Essa visibilidade inspira futuras gerações e fortalece a conexão entre ciência e sociedade. A pesquisa vai além dos gráficos e números – ela é cheia de histórias visuais que cativam e educam o público”, disse Paulo Junior.
Prêmio Fotografia – Ciência e Arte
A 13ª edição do Prêmio de Fotografia – Ciência e Arte recebeu 432 inscrições e premiou seis trabalhos nas categorias: Imagens produzidas por câmeras fotográficas e imagens produzidas por instrumentos especiais (como microscópios e telescópios).
Os critérios de avaliação incluíram impacto visual, originalidade, técnica, relevância para a pesquisa e contribuição para a divulgação científica.
O prêmio foi lançado em 2011 e incentiva a divulgação científica no Brasil.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) fez uma série de anúncios no dia dia 22 de maio, data em que se comemora o Dia Internacional da Biodiversidade. Junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a pasta divulgou o resultado do edital Restaura Amazônia, que selecionou três entidades para projetos de restauração da floresta, com recursos de R$ 450 milhões do Fundo Amazônia.
“Estamos vivendo a década da restauração dos ecossistemas. Nunca houve uma necessidade tão grande de restaurar ecossistemas degradados como agora. O nosso desafio é enorme. E só teremos sucesso se formos capazes de unir todos os esforços, o setor público, o setor privado, a sociedade civil, a comunidade científica”, Marina Silva Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
As entidades selecionadas foram o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), que vai atuar nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia; Fundação Brasileiro Para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), que atuará no Tocantins e em Mato Grosso; e Conservação Internacional (CI/Brasil), que trabalhará no Pará e no Maranhão.
Com o resultado, essas três entidades passam a ser parceiras gestoras do BNDES na execução, seguindo as orientações do Banco e do MMA no suporte para seleção dos projetos nos territórios. Entre as atribuições do parceiro, estão: contratar os executores selecionados nos territórios (os parceiros não executam) e acompanhar a prestação de contas da execução dos projetos, incluindo visitas presenciais aos territórios.
Serão apoiados projetos de restauração ecológica voltados a Unidades de Conservação, Terras Indígenas e territórios de povos e comunidades tradicionais, áreas públicas não destinadas e Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL) de assentamentos ou pequenas propriedades (até 4 módulos fiscais).
“Estamos vivendo a década da restauração dos ecossistemas. Nunca houve uma necessidade tão grande de restaurar ecossistemas degradados como agora. O nosso desafio é enorme. E só teremos sucesso se formos capazes de unir todos os esforços, o setor público, o setor privado, a sociedade civil, a comunidade científica”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
A ministra afirmou ainda que a pasta tem trabalhado para garantir a redução do desmatamento, recuperação de áreas degradadas e criação de incentivos econômicos para a conservação e restauração.
“Estamos focados em políticas públicas para o setor de recuperação da vegetação nativa, estabelecendo arranjos de implementação associados à construção de uma economia de recuperação da vegetação nativa que concilia meio ambiente, desenvolvimento socioeconômico e a questão relevante ao plano de recuperação de vegetação em fase final de atualização”, disse.
Arco da restauração
No total, estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 200 bilhões nas próximas décadas. Na primeira fase do Arco da Restauração na Amazônia, os recursos do Fundo Clima irão se somar a outras fontes de apoio para investimentos de até R$ 51 bilhões. “Nós vamos começar sozinhos, mas precisaremos de apoio internacional”, disse o presidente Mercadante.
A iniciativa Restaura Amazônia é voltada para o financiamento não reembolsável de atividades de restauração ecológica com espécies nativas e/ou sistemas agroflorestais (SAFs). No total, estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 200 bilhões nas próximas décadas. Na primeira fase do Arco da Restauração na Amazônia, os recursos do Fundo Clima irão se somar a outras fontes de apoio para investimentos de até R$ 51 bilhões.
O objetivo é restaurar 6 milhões de hectares de áreas prioritárias e capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera até 2030. Já a segunda etapa prevê investimentos de até R$ 153 bilhões, com participação de recursos do Fundo Clima para restaurar outros 18 milhões de hectares até 2050. A previsão é de que o Arco da Restauração poderá gerar até 10 milhões de empregos na Amazônia.
“O desafio não é só reduzir emissões, nós temos que começar a capturar carbono. A única garantia que temos de capturar carbono com a escala que a urgência climática exige é com restauro florestal. Além da captura de carbono, vamos preservar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, gerar emprego e renda e construir uma barreira de contenção do avanço do desmatamento”, disse a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
Turismo sustentável
Durante a cerimônia, foi assinado contrato para prestação dos serviços de apoio à visitação no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.
Elaborado pelo BNDES, dentro da carteira de estruturação de projetos do Banco, o projeto tem a previsão de investimentos da ordem de R$ 18 milhões em infraestrutura e mais de R$ 200 milhões em operação, além da geração de emprego e renda para a população envolvida.
“Enfrentamos diversos obstáculos, mas é com muita alegria que anunciamos que a ParqueTur é a instituição que ganhou”, disse Mauro Pires, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
RPPN
Um dos anúncios feitos durante a cerimônia na última quarta 22 de maio, foi a criação de mais quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). A medida foi publicada hoje no Diário Oficial da União.
“Todos os estudos apontam que as áreas protegidas, que as unidades de conservação, são a melhor estratégia para conservação, a melhor estratégia para reduzir o desmatamento”, destacou Pires.
As RPPN são unidades de conservação (UC) de domínio privado, gravadas com perpetuidade na matrícula do imóvel, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Os locais contribuem para a ampliação das áreas protegidas no país, apresentam índices altamente positivos para a conservação, principalmente se considerada a relação custo e benefício, são facilmente criadas em relação às outras categorias de UC, possibilitam a participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação e contribuem para a proteção da biodiversidade dos biomas brasileiros.
Inventário florestal
Às vésperas do Dia Internacional da Biodiversidade, houve ainda o lançamento dos dados abertos do Inventário Florestal Nacional (IFN). A iniciativa foi promovida pelo MMA e pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). A disponibilização 100% digital dos dados visa facilitar o acesso da sociedade às informações, considerando que quase 60% do território nacional é coberto por florestas, contribuindo significativamente para a biodiversidade do país.
Os dados estarão disponíveis no Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF) por meio de painéis interativos e de planilhas digitais. O Inventário Florestal Nacional também inclui informações sobre as comunidades que vivem nas proximidades das florestas.
Cooperação técnica
O Ministério do Meio Ambiente firmou também acordo de cooperação técnica com o Conselho Nacional de Justiça e com o Operador Nacional do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (ONR), para dar acesso a informações sobre os imóveis situados em áreas rurais dos municípios mais afetados pelo desmatamento na Amazônia Legal, como documentos e dados espaciais dos registros públicos. Isso vai facilitar ações de prevenção, monitoramento, controle e redução de desmatamentos e degradação florestal na região.
O acordo, com vigência de 24 meses, envolve ações conjuntas para acessar e estruturar informações relevantes dos registros de imóveis. O foco é detectar a regularidade ou não dos dados de imóveis em municípios prioritários, por meio de digitação, digitalização, sistematização e estruturação de um repositório com as informações dos registros cartoriais. As informações servirão de base para elaboração de políticas de enfrentamento ao desmatamento e à degradação florestal.
Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo já apoiou 106 projetos, em um investimento total de R$ 1,8 bilhão. As ações apoiadas, segundo avaliações de efetividade do Fundo, já beneficiaram aproximadamente 241 mil pessoas com atividades produtivas sustentáveis, além de 101 Terras Indígenas na Amazônia e 196 unidades de conservação.
*Com informações Secretaria de Comunicação Socialda Presidência da República
No meio do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, no Centro de Manaus (AM), é possível encontrar adereços, cestas com traços indígenas, joias e artesanato local. São produtos únicos e personalizados.
Eles fazem parte de uma cadeia produtiva que transforma a rotina de quem colhe a matéria-prima, de quem produz o artesanato e também de quem vende os produtos.
A empreendedora Débora Cruz trabalha no meio do Adolpho Lisboa. Ela vende e também confecciona cordões e pulseiras com sementes de açaí. Juntando peça por peça ela compara a produção de uma pulseira, com a colaboração de cada segmento necessário para sua loja. É que com os pequenos negócios, cada etapa de produção impacta.
“Tenho uma rede de colaboradores. Alguns itens vêm do município de São Gabriel da Cachoeira, Parque das Tribos, a maior parte de povos indígenas. São mais de dez etnias”, explicou Débora.
Trabalhos interligados
O trabalho que a empreendedora Débora faz no Mercado Municipal mudou a vida de Leidmar Pereira, na Zona Leste de Manaus. Ela saiu da comunidade indígena em que vivia, no Alto Solimões e hoje com a venda de produtos por encomenda, sustenta a família.
São histórias diferentes que estão interligadas por um mesmo produto.
“Eu vim para Manaus para melhorar a minha vida, da minha família, pra ajudar minha mãe. Tô aqui pra fazer artesanato e mudar minha história”, contou Leidmar.
Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Impactos
Os pequenos negócios correspondem a 95% dos empreendimentos formais no Brasil. No Amazonas são cerca de 163 mil microempreendedores individuais.
Para a economista Michele Aracaty, são oportunidades que geram independência.
“Esses pequenos empreendimentos contribuem para fomentar a geração de emprego e renda local. Além de reduzir a dependência dessas comunidades de recursos externos”, explica.
Até os grafismos tradicionais indígenas, ensinados desde os primeiros anos nas comunidades, podem ser usados no empreendedorismo. O Amadeu Apurinã faz parte de um coletivo que é capacitado a fazer grafismo corporal.
Ele entrega em cada venda, um pouco de tradição e significados indígenas.
“São indígenas que buscaram saber sua linhagem e hoje sabem como representar seu povo através de suas vendas”, frisou.
A aplicação da dose adequada de ozônio (O3) é uma alternativa eficaz para a conservação de bananas no pós-colheita, que reduz a contaminação provocada por microrganismos e pode aumentar o potencial antioxidante dos frutos, produzindo agentes de defesa contra os radicais livres.
Foi o que constatou um estudo desenvolvido com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) – via Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores – Programa Primeiros Projetos (PPP).
A coordenadora da pesquisa, doutora em Fisiologia Vegetal e professora na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Aline Ellen Duarte de Sousa, destaca que a plantação de banana está entre as principais atividades agrícolas do Amazonas, porém grande parte do fruto colhido é perdido e ocorre, principalmente, em decorrência do manuseio inadequado após a colheita e de ferimentos associados ao amadurecimento das bananas, que favorecem o desenvolvimento de doenças pós-colheita, como a antracnose (doença provocada por organismos patogênicos e fitopatogênicos).
De acordo com a pesquisadora, durante o processo de testes, foi possível observar a redução da antracnose, a partir da concentração de 1,5 mg/L de ozônio na forma gasosa, com efeito comparável ao do fungicida comercial. Além disso, a produção de compostos bioativos poderá ser desencadeada com a aplicação do ozônio, enriquecendo nutricionalmente os frutos de banana e trazendo benefícios à saúde dos consumidores que buscam por alimentos nutritivos e seguros.
Os testes constataram que o ozônio aumentou o tempo de prateleira das bananas de 7 para 14 dias, em temperatura ambiente, dois dias a mais do tempo superior ao fungicida comercial, que é de 7 para 12 dias.
“Os resultados mostraram que o ozônio é eficiente em reduzir a antracnose podendo ser comparado ao fungicida comercial, sem alterar a qualidade das variedades de banana, um dos frutos mais consumidos no estado, além de ser uma alternativa ecologicamente segura para substituição dos agrotóxicos no pós-colheita de frutas”,
acrescentou a pesquisadora.
Foto: Nathalie Brasil/Secom AM
Dessa forma, o avanço do conhecimento sobre as aplicações do ozônio contribuirá para o desenvolvimento de tecnologia moderna para o controle de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) e podridões da fruta no pós-colheita, com a vantagem de não deixar resíduos químicos sintéticos, além de melhorar a qualidade e estender a vida útil das variedades de bananas, inovando o processo produtivo dessas frutas no Amazonas, como disse a coordenadora.
Aline Ellen ressalta que um possível impacto negativo inicialmente será o aumento do custo para obter o ozonizador, pois se trata de uma tecnologia mais cara do que o uso do cloro, contudo os benefícios trazidos e o aumento da confiança no produto por parte dos consumidores deverão suplantar o problema.
A coordenadora defende que os estudos efetuados na pesquisa poderão apontar para a inovação tecnológica, pois estão imbuídos das principais diretrizes e tendências para a comercialização e consumo seguro de frutas. Segundo ela, alguns produtores contatados demonstraram interesse na tecnologia, devido ao potencial inovador do uso do ozônio, uma vez que as soluções sanitizantes, atualmente mais empregadas à base de cloro, não vêm satisfazendo as exigências de eficácia e são passíveis de serem legalmente proibidas no futuro, devido aos resíduos tóxicos carcinogênicos, ou potencialmente carcinogênicos.
Os produtores devem adquirir um ozonizador adequado a sua necessidade, de acordo com sua estrutura de armazenamento, que é baseado na quantidade de frutos colhidos.
“O ozônio vem sendo usado cada vez mais em diversas áreas, assim, hoje, é possível adquirir com facilidade e com valor acessível ozonizadores de diferentes tipos e tamanhos, sendo possível até para uso doméstico”,
frisou a pesquisadora.
Mais resultados
O estudo também resultou em uma dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tropical (PPGATR/Ufam), com resultados já divulgados em artigo científico, além do treinamento de pelo menos um estudante de iniciação científica, o que irá refletir na formação de profissionais treinados e capacitados para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à pós-colheita de frutas, a serem aplicadas no desenvolvimento científico e tecnológico regional.
Foto: Aline Ellen/Secom AM
A pesquisa é continuação de estudos anteriores com o mamão, no qual o ozônio também reduziu a severidade da antracnose tornando-se efetivo tanto quanto o fungicida comercial. O ozônio aumentou em sete dias a vida útil e manteve a qualidade pós-colheita dos frutos de mamão.
O auditório do Parque Estadual do Utinga ‘Camillo Vianna’ em Belém (PA) foi palco, no dia 22 de maio, do lançamento do livro ‘Árvores, Arbustos, Cipós e Palmeiras do Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas’.
A obra é fruto do trabalho de sete pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), da Embrapa Amazônia Oriental e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
“Com a contribuição de renomados pesquisadores, a obra promete ser uma fonte valiosa de informações para estudiosos, ambientalistas e apaixonados pela natureza, reafirmando a importância da conservação dos ecossistemas naturais para as futuras gerações”, enfatizou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, o qual afirmou que a obra literária representa um marco na divulgação e no conhecimento da biodiversidade da região paraense.
Foto: Divulgação/Agência Pará
O livro se debruça sobre a vasta biodiversidade do Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas, uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral localizada no município de São Geraldo do Araguaia, na região sudeste paraense. Criado em 1996, o local abrange uma área de 24.897 hectares. O local tem despertado o interesse de pesquisadores de diversas instituições devido à sua rica biodiversidade e importância histórica.
A região, que já foi ocupada por populações ameríndias, guarda vestígios arqueológicos e paisagens que encantam. Desde a década de 1980, equipes de instituições como Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Universidade Federal do Pará (UFPA), têm se dedicado a estudar a flora e fauna do Parque e da Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia, revelando a complexidade e a importância desses ecossistemas para a ciência e a preservação ambiental.
Foto: Vinícius Leal/Ascom Ideflor-Bio
Com um clima caracterizado por precipitação média anual de 1.500 milímetros e temperaturas amenas, a região do Parque apresenta uma vegetação diversificada, que se encontra em uma zona de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia. A topografia variada, que vai de planícies de inundação a serras, influencia diretamente na distribuição das espécies arbóreas, resultando em paisagens únicas e habitats diversos.
Além da riqueza botânica, o livro também aborda as atividades econômicas da região, como a pecuária extensiva, a agricultura e o extrativismo de produtos florestais não madeireiros. Essas práticas, por vezes, impactam negativamente a vegetação local, tornando ainda mais importante o estudo e a preservação das espécies presentes no Parque Estadual da Serra dos Martírios-Andorinhas.
Referência – Para o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Sebastião Júnior, há uma diversidade muito grande de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos e não podem ficar de fora, como por exemplo, relacionados à biodiversidade.
“Atualmente, há uma vertente que trabalha muito isso, com bioculturalidade, que é a simbologia das plantas. Além disso, é importante frisar que o movimento que possibilitou o lançamento desse livro, também faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especificamente o de número 17, que trata sobre parcerias e meios de implementação, até porque na Amazônia, sem parceria, você não consegue fazer pesquisa científica”, destacou.
Durante o lançamento do livro, os autores destacaram a importância da conservação dessas áreas e o papel fundamental da pesquisa científica na preservação da biodiversidade. O diretor de Gestão da Biodiversidade, Crisomar Lobato, que também contribuiu para a efetividade do exemplar, disse que a obra literária é uma contribuição significativa para o conhecimento sobre a flora do sudeste paraense e uma ferramenta essencial para gestores e conservacionistas.
A gerente da Região Administrativa do Araguaia, Laís Mercedes, ressaltou a coincidência da data de lançamento do livro, com o dia em que se celebra a biodiversidade.
Foto: Vinícius Leal – Ascom-Ideflor-Bio.
“Para nós é uma felicidade receber essa obra literária que aborda a rica flora do Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas. Ele irá nos nortear e identificar as espécies já existentes da nossa rica biodiversidade, o que por si só é algo de grande importância”, frisou.
De um contexto de descaso para o reconhecimento da gravidade da situação e a tomada de medidas que devolvam a dignidade, a saúde e a própria terra ao povo indígena Yanomami. Esta foi a linha cronológica que a Casa Civil apresentou aos membros da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em agenda no Palácio do Planalto.
Ao abrir a reunião, a secretaria especial adjunta de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Júlia Rodrigues, compartilhou a determinação do presidente Lula para mais um ano de trabalho frente à emergência, que é tratar a pauta indígena e a questão dos Yanomami como um tema de Estado. A deliberação do presidente e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para todos os ministérios e órgãos envolvidos com a questão é garantir a presença permanente do estado na TI e atuar com políticas que garantam a retomada do modo de vida dos Yanomami.
Entre as novidades de 2024 apresentadas pela representante do governo brasileiro, está a implantação da Casa de Governo, em Boa Vista, Roraima. Um espaço instituído para gerenciar todos os 31 órgãos federais envolvidos com o trabalho na maior terra indígena do Brasil. Outra importante decisão foi a abertura de crédito extraordinário no valor de R$1 bilhão para o plano estruturante que o Governo Federal está promovendo na Terra Indígena Yanomami, a partir da escuta de lideranças.
“O trabalho de todas as equipes do governo brasileiro está se aperfeiçoando com a orientação das comunidades indígenas. As ações deste governo são definidas a partir do diálogo com as comunidades e do que elas apontam como prioridade e necessidade”,
afirmou Julia.
Ela destacou que pela primeira vez foi realizada a aplicação do protocolo de consulta ao povo Yanomami no Fórum de Lideranças realizado ainda em 2023, assim como a visita de lideranças Yanomami ao Palácio do Planalto e a ministérios da Esplanada, em 2024, para expor suas necessidades ao governo federal. Também pontuou que desde a ida do presidente Lula à terra indígena, comitivas de ministros têm desembarcado em Boa Vista para levar novas ações e ampliar o processo de diálogo com os Yanomami.
A presidente da Corte IDH, Jueza Nancy Hernández López, reconheceu os esforços tomados pelo governo brasileiro e enfatizou que o tema Yanomami “realmente necessita da integração com acompanhamento constante, participação e consulta aos povos indígenas”. Ela solicitou detalhes sobre a atuação frente ao crime organizado na região, o controle do trafego aéreo, pontuou preocupação com a contaminação de indígenas por mercúrio e avaliou que este trabalho não pode se findar em 2026, no sentido de que estruturas permanentes sejam implementadas para que o povo Yanomami não volte à situação encontrada em 2022.
Para cada uma das indagações, as equipes dos ministérios deram devolutivas, a exemplo da redução de 90% do tráfego aéreo ilegal na região, dos grupos de trabalho que tratam a questão do mercúrio, com checagem das águas dos principais rios a cargo do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA. Sobre a presença permanente do estado na terra indígena, a secretária especial da Casa Civil ratificou que este é o entendimento federal.
“A presença do estado brasileiro tem de ser permanente para que o garimpo não volte”, destacou Julia Rodrigues.
Desintrusão
De acordo com a apresentação da Casa Civil, com o planejamento estruturado e a coordenação da Casa de Governo em andamento, as ações de desintrusão, combate a organizações criminosas, proteção territorial e repressão de ilícitos ambientais são o ponto de largada para que as demais políticas públicas possam acontecer. Nesse sentido, a representante do governo brasileiro elencou o balanço da megaoperação em curso. Foram inutilizados mais de 49 mil litros de diesel, 135 acampamentos, 389 motores, 31 balsas, oito aeronaves, entre outros; e apreendidos 17 armamentos, 20 antenas, 8.000kg de ouro ilegal, entre outros. Unindo todos os órgãos federais destacados para a megaoperação, 474 pessoas compõem o efetivo.
Saúde
A recuperação nutricional de 581 crianças com desnutrição grave ou moderada foi um ganho importante na avaliação da equipe federal. Para ampliar as forças frente a este desafio, três Centros de Recuperação Nutricional (CASAI, Surucucu e Auaris) foram implantados.
A vigilância e assistência à saúde avançou com a nova infraestrutura implantada e em andamento, a exemplo da reabertura de todos os polos base que estavam fechados; da ampliação em 82% no número de profissionais de saúde no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, saindo de 690, em 2022, para 1.256 em 2024, com previsão de este número ser ampliado ainda neste mês de maio para 1.600. Uma observação é o recorte específico para o número de médicos, que passou de 8 para 40.
Oito unidades básicas de saúde indígena foram construídas/reformadas. São elas: Ericó, Marari, Bandeira Branca, Novo Demini, Xamani, Missão Maraiuá, Maraxiú e Homoxi. Será construído um novo hospital em Roraima para o atendimento dos indígenas e já se encontra em curso o uso de um novo medicamento contra a malária, doença responsável pela ampla maioria de casos que se agravam.
Nesta quinta-feira, dia em que a Corte foi recebida em Brasília, o ministro da Educação, Camilo Santana, assinou em Boa Vista o contrato de gestão do novo hospital universitário da Universidade Federal de Roraima (UFRR) que terá um bloco voltado ao atendimento a povos indígenas.
Segurança alimentar
De modo emergencial, mais de 78 mil cestas de alimentos foram distribuídas na TIY, além de 3 mil kits de ferramenta agrícola e pesca, e de 184 equipamentos para casas de farinha. O compromisso apresentado pelo governo é ampliar o serviço de assistência técnica às comunidades; formar agentes agroflorestais indígenas para apoio à implantação e manutenção de roças; fomentar à psicultura; promover distribuição de mudas e sementes tradicionais.
Recuperação ambiental
A recuperação ambiental está em curso, contudo novos projetos deverão ser elaborados a partir da finalização da desintrusão, com a retirada dos garimpeiros. Compõem o leque de ações já realizadas a construção / reativação de 66 sistemas de abastecimento de água, já com previsão de ampliação; o Projeto Rede de Monitoramento de Mercúrio na TI Yanomami e Alto-Amazonas; o acompanhamento permanentemente dos dados de indicativos de retração ou avanço do garimpo e invasões; e ações de monitoramento da qualidade da água e de gerenciamento de resíduos sólidos.
Desenvolvimento social
Estão previstas a implementação de Centro de Referência em Direitos Humanos para Indígenas em Boa Vista/RR, com prioridade para os Yanomami, a formação de promotores indígenas de direitos humanos, para prevenção e enfrentamento às violências e o apoio para a realização do Fórum de Lideranças Yanomami 2024.
A reunião contou com a participação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Ministério da Saúde (MS), do Ministério da Defesa (MD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da Advocacia Geral da União (AGU), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Uma mãe e os dois filhos vão lançar livros infantis em conjunto sobre mitos amazônicos. A mãe, Cricilma Ferreira, lança ‘Mitos e Mistérios da Amazônia’, enquanto a filha Celeste Ferreira lança ‘Meu Lugar’ e o filho Inácio Ferreira aproveita para lançar ‘Segunda página de um diário’.
A programação de lançamento ocorreu entre 22 e 24 de maio, no Museu Sacaca, no espaço Samaúma das Palavras.
Conheça as obras:
‘Meu lugar‘
A narrativa mostra uma recém-nascida tartaruga, buscando um lugar onde ela possa se encontrar. Ela conhece outros animais durante a jornada e aprende sobre o jeito de viver dos novos amigos. O tema chama atenção pelos questionamentos da vida Infantil que está sempre em busca do seu verdadeiro lugar no mundo, em busca da identidade.
‘Segunda página de um diário‘
Nesta obra conta com os novos personagens da Série O Diário do Lobo-guará (livro anterior de Inácio Ferreira), espaço onde o simpático Lobo-guará confidencia suas aventuras no cerrado brasileiro. Desta vez, ele encontra uma garota diferente andando pela mata usando um gorro vermelho.
‘Mitos e mistérios da Amazônia‘
A obra reúne excelentes histórias sobre os casos mais misteriosos da cultura amazônica. As irmãs Carpideiras, As Moças da Ilha da Pacova, entre outras lendas, trazem toda a atmosfera de mistério e suspense para causar arrepios e surpreender pelo desfecho.