Portal Amazônia responde: o que mudou na Amazônia em 22 anos?

Dentre mudanças de layouts, logos e slogans, o Portal Amazônia se reinventou várias vezes para mostrar a você, internauta, “tudo que você quer saber sobre a Amazônia”.

Você já parou para pensar em como as coisas mudam no decorrer dos anos? E quantas coisas mudaram, por exemplo, em 22 anos? Em pouco mais de duas décadas, o Brasil passou de tetra à pentacampeão no futebol, o país presenciou quatro mandatos presidenciais, sediou uma Copa do Mundo de Futebol e uma Olimpíada, cresceu e se desenvolveu.

E, durante todo esse processo, o Portal Amazônia, desde 2001, busca mostrar tudo que há de melhor em conteúdo, informação e entretenimento sobre a região mais biodiversa do mundo: a Amazônia.

Dentre mudanças de layouts, logos e slogans, o Portal Amazônia se reinventou várias vezes para mostrar a você, internauta, “tudo que você quer saber sobre a Amazônia”.

O Portal mudou, sobretudo, para acompanhar os avanços, a cultura, o conhecimento científico e as curiosidades que ocorreram na região nos últimos 22 anos. Para celebrar os 22 anos do Portal, completados em 5 de julho, confira o que mudou na Amazônia desde 2001:

População

Foto: Divulgação

Depois da colonização pelos portugueses e todo o ‘boom’ provocado no ciclo da borracha, a população da região voltou a crescer em meados da década de 70 com a criação da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Em 2001, de acordo com o censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano 2000, a Amazônia Legal possuía 20,3 milhões de moradores, sendo 68,9% residentes na área urbana e 31,1% na área rural, o que representava 12,3% da população brasileira estimada na época.

Vinte e dois anos depois, de acordo com dados do censo de 2022, a população da Amazônia Legal foi estimada em 29,2 milhões de habitantes, o que representa atualmente cerca de 13% da população do país.

Natureza 

Por ser uma região com enorme potencial em recursos oriundos da floresta, a segunda metade do século XX foi marcada pela intensa exploração. Questões como desmatamento e garimpo passaram a ser mais fortes na região.

As discussões começam a mudar na década de 80 com a morte do líder sindical Chico Mendes. Do surgimento do Portal em 2001 até 2018, desapareceram 269,8 mil km² de vegetação nativa, área superior à extensão do Estado de São Paulo. 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre 2019 e 2022, no último mandato presidencial, o desmatamento chegou aos 35.193 km², uma área que supera o tamanho de dois Estados: Alagoas e Sergipe, além de ser um aumento de quase 150% em relação ao quadriênio anterior.

Já em relação ao primeiro semestre de 2023, o número diminuiu em relação ao mesmo período do ano anterior, mas as queimadas aumentaram. Ao todo, o bioma perdeu 2.416 km².

Ou seja, o Portal Amazônia presenciou a derrubada de quase 40 mil km² de floresta nativa. Esperamos que as futuras gerações ajudem na manutenção da floresta em pé. 

Espécies

As queimadas na Amazônia promovem a emissão de gases poluentes na atmosfera, o que ocasiona em alterações climáticas, danos à saúde, aumento de doenças respiratórias dentre outros.

Além disso, as queimadas prejudicam a vida na Amazônia. Um estudo publicado na revista científica Nature revela que os incêndios que atingiram a Amazônia desde 2001 podem ter afetado 95,5% das espécies de plantas e animais vertebrados conhecidas em todo o bioma.

De acordo com a publicação, o desmatamento já afetou:

  • o habitat de 85,2% das espécies de plantas e animais ameaçados de extinção;
  • 64% do habitat de espécies não ameaçadas de extinção;
  • 53 das 55 espécies de mamíferos ameaçadas de extinção;
  • 5 das 9 espécies de répteis ameaçadas de extinção;
  • 95 das 107 espécies de anfíbios ameaçadas de extinção;
  • 236 das 264 espécies de plantas ameaçadas de extinção.
Foto: Divulgalção/Agência Brasília

Como citado, muitas espécies sofrem com o desmatamento e algumas estão ameaçadas de extinção. Por outro lado, milhares de espécies foram descobertas nesse período, vale citar, o boto-do-araguaia (Inia araguaiaensis), a piranha vegetariana (Tometes camunani) e o macaco rabo-de-fogo (Plecturocebus miltoni). 

O inventário foi feito em parceria da World Wide Fund for Nature (WWF) e o Instituto Mamirauá. Acesse aqui.

Piranha Vegetariana. Foto: Tommaso Giarrizzo/WWF

Pesquisas 

Apesar dos pontos levantados anteriormente serem negativos, muitas pesquisas e descobertas contribuíram para o desenvolvimento científico da região. As pesquisas buscam não só soluções para problemas da Amazônia, mas também conhecimento sobre a biodiversidade.

Por exemplo, você sabia que a poeira do deserto do Saara tem uma influência importante no regimes de chuvas da Amazônia?

Saiba mais: Poeira do deserto do Saara chega até a Amazônia; entenda como:

Foto: Reprodução

Além disso, o desenvolvimento da arqueologia na região proporcionou a descoberta de diversas civilizações indígenas que habitavam há séculos a Amazônia.

Outro ponto é a criação de bactérias que são capazes de se alimentar do mercúrio na água e assim ajudar a despoluir rios. Incrível, não? Ainda assim é urgente a adoção de políticas de combate ao garimpo ilegal. 

Leia também: Conheça 10 descobertas científicas já realizadas na Amazônia

Povos indígenas

Outro ponto que vale ser destacado são os direitos dos povos indígenas. Desde 1988, a demarcação de terras é a garantia de um direito fundamental dos povos originários, que protege a cultura e território indígena.

Um conflito que se prolongou por anos e teve grande repercussão nacional foi o da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Havia o interesse comercial na região por parte dos arrozeiros e outros produtores, que contestavam a posse das terras, e a disputa chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF).

De 2003 até agora foram homologados 100 territórios indígenas. Vale lembrar que nos governos entre o período de 2016 a 2022 nenhuma terra foi demarcada.

Atualmente, debate-se o projeto que trata do marco temporal. Entenda aqui.

Leia também: A importância da demarcação de terras indígenas na Amazônia

Foto: Reprodução/MNI

Além disso, nesse período surgiram cursos de licenciatura indígena ofertados por universidades públicas. Atualmente existem mais de 20 cursos exclusivos para essas populações.

É o caso do curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas Mura, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ofertado nos municípios de Autazes, Borba (turma Munduruku) e a outra no município de Maués (turma Sateré-Mawé). 

Curiosidades 

Para além de fatos ambientais, históricos e descobertas científicas, o Portal Amazônia cobre, desde seu início, curiosidades amazônicas.

Nesse período, um boi com três chifres simetricamente perfeitos chamou a atenção em uma fazenda no Acre. Batizado de ‘Meia-noite’, o animal, que também é chamado carinhosamente pelos peões da fazenda de ‘Negão’, nasceu na fazenda do pecuarista e empresário Edilberto Afonso de Morais.

Foto: Reprodução/Portal Amazônia

Ainda no Acre, mensagens criptografadas no chão, nas paredes e no teto, além de uma estátua em tamanho real do filósofo italiano Giordano Bruno, ficaram registradas em uma história – um tanto quanto peculiar – do desaparecimento de um jovem estudante de psicologia . Confira a história aqui.

Além disso, as cidades perdidas da Amazônia já “viralizaram” várias vezes nas redes sociais e fazem parte do imaginário da população. São várias (fictícias ou não): Ratanabá, Akakor, Cidade perdida de Z, cidade dos anos 3000, Paititi, dentre outras. 

Leia também: Cidades perdidas da Amazônia: conheça as histórias de 5 cidades lendárias da região

Foto: Reprodução/

Sabemos que muito mais aconteceu nestes 22 anos. O que ficou gravado na sua memória que pode fazer parte desses destaques? Conta pra gente! 

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