Nova espécie de candiru é descoberta em Tocantins

O peixe se distingue de seus congêneres em diversos pontos, como os dentes, o número de vértebras, a nadadeira caudal e a dorsal.

Uma nova espécie de candiru foi descoberta no Tocantins e se tornou objeto de um artigo publicado no Journal of Fish Biology, em setembro. Os autores da descoberta – Elisabeth Henschel, Axel Katz e Wilson Costa – homenagearam o Centro de Pesquisas Canguçu, ligado à Universidade Federal do Tocantins (UFT), e nomearam a nova espécie como Paracanthopoma cangussu.

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A doutoranda em Genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Elisabeth Henschel, explica que a descoberta ocorreu sob orientação do professor Wilson Costa. Ela explica que a tese visa entender a evolução morfoecológica dos peixes candirus, ou seja, “como suas características morfológicas únicas associadas ao hábito parasita e como suas preferências alimentares evoluíram de diferentes formas ao longo do tempo”.

Foto: Divulgação/Centro de Pesquisas Canguçu e Axel Katz

Elisabeth destaca que “alguns candirus se alimentam exclusivamente de sangue, enquanto outros podem se alimentar de pele, muco e escamas de outros peixes e até mesmo de matéria orgânica em decomposição”. Por isso a pesquisadora comenta que é preciso coletar diferentes exemplares das espécies para entender seu comportamento e que ainda existem dezenas de espécies novas a serem estudadas.

A homenagem ao Centro de Pesquisas Canguçu é em função à receptividade e o apoio recebido pelos pesquisadores e o nome dado, de acordo com Elisabeth, precisou ser escrito com ‘ss’ para manter a sonoridade, porque “os nomes das espécies devem ser latinizados” e a cedilha não é permitida.

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O coordenador do Centro de Pesquisas do Canguçu, Renato Sarmento, disse que o local apoia pesquisadores da UFT e de outras instituições com alojamento, equipamentos, pessoal e logística e, anualmente, “recebe pesquisadores que usam o Centro de Pesquisa para ter acesso à região da Ilha do Bananal/Cantão que possui características únicas, por estar na transição do Cerrado com a Amazônia e ser considerada a área de maior biodiversidade do Estado”. 

O Paracanthopoma cangussu se distingue de seus congêneres (Paracanthopoma parva e Paracanthopoma saci) em diversos pontos, como os dentes, o número de vértebras, a nadadeira caudal e a dorsal . A maioria dos espécimes de P. cangussu foram coletados com estômagos cheios de sangue, por tanto há a hipótese que a espécie se alimenta acidentalmente ou ocasionalmente de insetos.

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