Manaus inicia conclusão da primeira célula do aterro sanitário municipal. Foto: Dhyeizo Lemos/Semcom Manaus
As obras do primeiro aterro sanitário municipal da história de Manaus (AM) é uma entrega inédita que reposiciona a capital amazonense na agenda climática, energética e ambiental do país. A primeira célula operacional, que teve conclusão prevista no dia 15 de novembro, é um marco técnico que inaugura um novo ciclo de sustentabilidade e destinação adequada de resíduos sólidos na cidade.
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Localizado no quilômetro 19 da AM-010, no bairro Lago Azul, o complexo ocupa 67 hectares e foi projetado com quatro células sanitárias, cada uma com cinco hectares, totalizando 20 hectares de área operacional.
Cada célula possui 50 mil metros quadrados, construídas com rigor técnico e seguindo padrões completos de impermeabilização, drenagem, contenção, tratamento de efluentes e reaproveitamento energético.

Capacidade
A estrutura terá capacidade de absorver 2.600 toneladas de resíduos por dia, com vida útil estimada de 20 anos, e investimento entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. Quando entrar em operação, prevista para fevereiro de 2026, será o primeiro aterro sanitário do Norte do Brasil totalmente adequado à Resolução 430, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), encerrando um passivo histórico de mais de três décadas de funcionamento do antigo aterro controlado.
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Durante a agenda técnica, o prefeito David Almeida destacou que a cidade assumiu responsabilidade por resolver um problema estrutural ignorado por décadas.
“Recebemos a cidade de Manaus com um aterro controlado entrando em colapso. Um problema de mais de 30 anos. Coube a nós resolvermos esse problema. Estamos implementando o primeiro aterro sanitário da cidade de Manaus e resolvendo definitivamente essa questão histórica”, afirmou.
COP30
O prefeito também reforçou que a nova estrutura é um dos pilares da participação de Manaus na COP30, com resultados concretos e mensuráveis.
Anúncio do empreendimento foi realizado antes da COP30 começar em Belém (PA). “[…] a cidade de Manaus está fazendo a sua parte. Todo lixo que vier para o aterro será tratado adequadamente e vamos abrir uma usina para aproveitar o gás e produzir biometano”.
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Segundo ele, a mudança representa um avanço decisivo para a transição energética da capital. “Hoje os nossos veículos de coleta usam combustíveis fósseis, muito poluentes. Com o biometano produzido aqui, vamos mover a frota com energia limpa e reduzir as partículas poluentes. Manaus fará a sua transição energética usando o biometano gerado no próprio aterro sanitário”, completou o prefeito.
A infraestrutura foi planejada para garantir um ciclo operacional completo e de baixo impacto ambiental. O aterro conta com:
- múltiplas camadas industriais de proteção e impermeabilização, evitando infiltrações no solo;
- sistema de drenagem e lagoas de chorume, garantindo tratamento eficiente dos efluentes;
- captação e conversão de gás metano em biometano para abastecer ônibus e caminhões coletores;
- reaproveitamento da água tratada na hidrossemeadura e umectação das vias internas;
- operação sustentável baseada em reaproveitamento, segurança e controle ambiental contínuo.
O secretário municipal de Limpeza Urbana, Sabá Reis, ressaltou o caráter transformador da obra: “Foi na gestão do prefeito David que o aterro controlado chegou ao fim da vida útil e que essa transição se tornou obrigatória. Ele está entregando uma estrutura moderna, ambientalmente correta e preparada para transformar o resíduo da cidade em economia”.

Sabá também destacou o impacto financeiro para o futuro de Manaus: “A usina terá capacidade de abastecer até 300 veículos por dia com biometano. Isso significa economia real para Manaus e um grande avanço na política ambiental da cidade”.
Com a conclusão da primeira célula prevista para 15 de novembro e o projeto avançando em todas as frentes técnicas, Manaus se consolida como referência amazônica em gestão moderna de resíduos, produção de energia limpa e política climática, chegando à COP30 com entregas concretas, tecnológicas e alinhadas às metas globais de redução de emissões.
*Com informação da Prefeitura de Manaus
