Atualmente, cerca de 43,7% de mulheres desenvolvem pesquisas científicas no país. O percentual diminui se comparado a áreas relacionadas à tecnologia.
O percentual de mulheres que desenvolvem pesquisas científicas no Brasil, segundo a Fafesp, é de 43,7%. O número diminui se comparado à áreas relacionadas à tecnologia da informação (TI), por exemplo. Atualmente, apenas 18% de quem se forma em ciência da computação são mulheres e estas representam 25% do mercado de trabalho.
Este último dado não significa a falta de qualificação profissional. De acordo com a Associação Telecentro de Informaçção e Negócio (ATN), 36.300 mulheres formadas na área ainda buscam colocação no mercado.
Esses números proporcionam uma reflexão acerca da participação feminina na ciência. Por isso, o Portal Amazônia buscou projetos que fomentam a participação feminina em projetos de cunho científico. Confira:
PyLadies Manaus
Fundado em 2017, o PyLadies Manaus é a vertente regional de um projeto internacional que tem como objetivo ajudar mulheres a se tornarem mais engajadas na comunidade de código aberto Python.
O primeiro grupo foi criado por sete mulheres em Los Angeles, nos Estados Unidos, e atualmente conta com mais de 40 grupos ao redor do mundo. No início, o Pyladies Manaus recebeu a chancela em nível internacional para a condução das atividades.
Sobre a identidade visual, cada grupo regional possui uma logomarca que identifique o grupo, mas que reflete também características culturais do local onde é sediado.
Na criação da identidade local, foram priorizados elementos que ressaltam a cultura indígena, como a pintura facial, cocar e arranjo de penas, elementos e cores que remetem ao Teatro Amazonas, maior símbolo da cidade de Manaus, e também cores referentes à bandeira do Estado do Amazonas e aos bois Caprichoso e Garantido, do Festival Folclórico de Parintins.
Ainda em 2017 houve o primeiro MeetUp (encontro), consistindo em uma palestra sobre aspectos técnicos do uso da linguagem.
Atualmente, a comunidade conta com 14 integrantes de diferentes faixas etárias, todas da área tecnológica, sejam estudantes ou profissionais dos cursos de engenharia da computação, ciência da Computação e sistemas de informação.
E possui um grande quantitativo de integrantes vinculadas à Universidade do Estado do Amazonas, contudo, recentemente passou a contar também com estudantes de outras universidades locais, o que colabora para sua expansão.
Cunhatã Digital
O Projeto Cunhatã Digital é desenvolvido no Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Icomp/Ufam) e tem como finalidade estimular o aumento do quantitativo feminino na área de exatas com foco em tecnologia e computação. A ideia é despertar o interesse de alunas do ensino médio/tecnológico e dos anos finais do ensino fundamental, e motivá-las a seguir carreira em Computação.
O projeto é vertente de outro programa, o Meninas Digitais, da Sociedade Brasileira da Computação (SBC). Uma das principais metas é ser referência na América Latina em equidade de gênero nas carreiras de TI e Comunicação.
Assim como o Pyladies, a identidade do cunhatã conta com aspectos que ressaltam a cultura e regionalidade da Amazônia.
O cunhatã também visa proporcionar um debate de gênero na universidade e no mercado de trabalho e conta com ações diversificadas como a oferta de minicursos, oficinas, treinamento de equipes femininas para olimpíadas e maratonas de comutação, palestras, dentre outras ações que buscam formar profissionais engajados na busca pela emancipação individual da mulher e na superação de preconceitos e tabus.
Amazônidas: Mulheres e meninas na ciência
Diferente dos programas anteriores, o Programa Amazônidas: Mulheres e Meninas na Ciência foi lançado por meio de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Com intuito de estimular o aumento do quantitativo feminino nos campos da ciência, tecnologia e inovação, busca ampliar a liderança feminina em projetos de pesquisa através da concessão de auxilio-pesquisa para despesas de capital, custeio e bolsas.
Ao todo, foram selecionados 25 projetos na área de ciências exatas, ciências biológicas, ciências agrárias e ciências da saúde.