População de caranguejos-uçá é estimada por pesquisadores em ilha na costa do Amapá

Estudo a longo prazo é feito pelo ICMBio na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca. Pesquisadores da Ueap e do Iepa também participam do monitoramento.

A estimativa populacional e a média de tamanho dos caranguejos-uçá estão sendo monitorados na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca, no litoral do Amapá. O objetivo do estudo também é verificar a saúde dos manguezais, se estão preservados ou se sofreram algum tipo de impacto negativo.

A pesquisa de longo prazo é desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com a participação de pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa).

Reserva possui cerca de 58.756 hectares. Foto: Alessandra Lameira/ICMBio

Esse foi o sexto monitoramento da área, onde ocorrem a verificação e medição de tocas. O chefe da reserva, Iranildo Coutinho, detalhou como ocorre a contagem.

“A partir da contagem obtemos dois resultados com essa análise: a estimativa populacional do caranguejo e a média de tamanho, ou seja, se está havendo alguma alteração por algum fator externo. A gente avalia com esse monitoramento se as estratégias de proteção estão surtindo efeito”,

descreveu Coutinho.

Pesquisadores percorreram tocas em pontos espalhados pela reserva. Foto: Alessandra Lameira/ICMBio

Na estação ecológica, que possui 58.756,95 hectares, é proibida a captura de caranguejo por se tratar de uma unidade de conservação. A área serve como berçário da espécie, que acaba se dispersando para outros manguezais fora das áreas protegidas.

Os manguezais são áreas que servem como proteção do litoral, regulação climática, fonte de alimentos e ecoturismo, por exemplo. Essas áreas são habitats para espécies terrestres, estuarinas e marinhas.

Um dos braços da pesquisa é o estudo de fatores físico-químicos, como explicou o cientista do Iepa, Salustiano da Costa Neto. “Trabalhamos com o monitoramento da água intersticial, aquela água que está no solo, onde analisamos os parâmetros de salinidade (teor de sal no solo), potencial hidrogeniônico (pH) e a profundidade de onde está presente essa água para poder fazer a relação com a estrutura da comunidade de plantas dos manguezais”, explicou o pesquisador do Iepa. 
Dados servirão como base para gerenciamento da estação ecológica. Foto: Alessandra Lameira/ICMBio

Já a Uepa, analisa os componentes vegetais, como detalhou a pesquisadora Zenaide Miranda. “Nós fazemos coletas de dados relacionados à altura e ao diâmetro das árvores A importância desse monitoramento é saber como as florestas de mangue estão respondendo às mudanças ao longo do tempo”, informou a pesquisadora.

Os dados coletados serão analisados a partir do protocolo do Subprograma Marinho Costeiro, e darão subsídios ao gerenciamento da reserva. 

Monitoramento busca mapear caranguejos-uçá no litoral. Foto: Alessandra Lameira/ICMBio

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