Resíduos gerados durante a produção de polpas de cupuaçu podem ser utilizados para produção de biocarvão

Pesquisa realizada no Amazonas aponta resultados positivos na produção, como a minimização do descarte das cascas de cupuaçu em lixeiras públicas e alternativa na geração de energia.

Foto: Vera Lúcia Marinho/Acervo pessoal

Uma pesquisa na área da sustentabilidade e equilíbrio do meio ambiente, ‘Biocarvão de cascas de cupuaçu como suporte alternativo para catalisadores em células a combustível à álcool’, tem dado novo propósito aos resíduos do cupuaçu.  O biocarvão produzido a partir das cascas do cupuaçu aponta resultados positivos como: a minimização do descarte das cascas de cupuaçu em lixeiras públicas. 

Isso porque os resíduos gerados pela agroindústria e por agricultores familiares, durante a produção de polpas, podem ser utilizados para a produção do biocarvão, conforme destaca coordenadora da pesquisa, a doutora em Química e professora do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) – Campus Parintins, no Amazonas, Vera Lucia da Silva Marinho.

A pesquisa, ainda não concluída, é realizada no Laboratório de Eletroquímica e Energia do Instituto, e sinaliza outros resultados como a utilização do produto no desenvolvimento de pesquisas de catalizadores empregados em células a combustível à álcool, que é uma fonte de energia alternativa.

“Além de poder ser utilizado como condicionador de solo para retenção de água e nutrientes para diversas culturas, assim como na utilização em filtros para purificação de água em diversos sistemas”, 

completou Vera Lúcia Marinho.

Foto: Vera Lúcia Marinho/Acervo pessoal

Processo 

Foto: Vera Lúcia Marinho/Acervo pessoal

As cascas de cupuaçu estão sendo fornecidas pela comunidade rural de Nossa Senhora das Graças do Maranhão, em Parintins, por ser uma das comunidades rurais que mais trabalha com a produção de polpas, assim, além do aproveitamento do resíduo, também servirá de impulso aos agricultores familiares que vendem a polpa e para que, também, produzam o biocarvão que pode ser usado como adubo, contribuindo para o aumento da economia no estado.

Após secarem, as cascas são trituradas e levadas para carbonização em mufla (um tipo de forno usado para aplicações em altas temperaturas), onde as mesmas são queimadas a 400 º C, depois são ativadas com o uso de ácido fosfórico para aumentar a cavidade no biocarvão. Após esse processo, o biocarvão será filtrado e lavado com água destilada até atingir o pH neutro, como explicou a coordenadora. 

“A pesquisa está na etapa intermediária do projeto, que consiste na caracterização físico-química do biocarvão de cascas de cupuaçu para se conhecer a quantidade de elementos presentes no biocarvão, empregando a técnica de Difração por Raios X”,

acrescentou a pesquisadora.

A pesquisa é realizada com o apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), amparado pelo Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas.

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