Conciliar sustentabilidade e desenvolvimento da Amazônia é um dos maiores desafios do Brasil na atualidade, porque significa aliar a necessidade de proteger a floresta ao direito dos habitantes da região às mesmas oportunidades de cidadania que o restante do país: infraestrutura urbana, mobilidade, saúde, educação e desenvolvimento econômico. Ou seja, inclusão social.
Essa é proposta da Zona de Desenvolvimento Sustentável dos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia: AMACRO, planejada como um conjunto de ações multisetoriais que visam promover a sustentabilidade ambiental por meio do desenvolvimento socioeconômico das áreas localizadas no território que abrange o sul do Amazonas, leste do Acre e noroeste de Rondônia. O Projeto foi lançado oficialmente em abril de 2021 na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
A sustentabilidade ambiental é o ‘guarda-chuva’ de todas as ações no AMACRO. Debaixo dele estarão dois eixos fundamentais e estratégicos de atuação: Desenvolvimento Produtivo (Bioeconomia, Turismo, Agronegócio, Indústria) e Infraestrutura Econômica e Urbana (Logística e Transporte, Energia, Telecomunicações). Além disso, a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) e ações de capacitação serão ferramentas que perpassam todas as ações, servindo de base para aqueles dois eixos de atuação.
A zona pretende incluir cerca de 32 municípios espalhados no sul do Amazonas, leste do Acre e noroeste de Rondônia, englobando uma área total de 454.220 km² e população estimada em aproximadamente 1,7 milhão de pessoas (2020). Trata-se de uma região emblemática, tanto em relação aos desafios ambientais quanto à necessidade de desenvolvimento socioeconômico.
Além de quase metade dos municípios apresentarem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), há ainda o arco do povoamento adensado que pressiona o meio ambiente, especialmente a Floresta Amazônica. O projeto propõe estabelecer um cinturão de proteção da floresta oferecendo alternativas para os desafios socioeconômicos da população. A ideia é potencializar as vocações produtivas e econômicas locais, bem como os recursos humanos.
O Projeto AMACRO nasceu nos três estados e ganhou força com a cooperação técnica entre a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Suframa – com o apoio de outras instituições como a Embrapa e secretarias dos estados envolvidos. E está bem embasado: conta com um Documento Referencial, que é o Planejamento Estratégico preparado pelos técnicos em desenvolvimento sustentável da Sudam.
A intenção é que a zona especial se transforme em um projeto-piloto factível e possível de ser adaptado para outras regiões da Amazônia, como, por exemplo, Alto Solimões, Marajó e Transamazônica.