Reserva Extrativista Rio Cautário: proteção ambiental e sustento de comunidades tradicionais

A Reserva Extrativista Rio Cautário é uma área de grande importância para a proteção e conservação da biodiversidade, abrigando diversas espécies ameaçadas de extinção.

Resex Rio Cautário. Foto: Reprodução/Sedam Rondônia

Reserva Extrativista é uma categoria de unidade de conservação cujo objetivo é proteger os modos de vida e cultura de populações tradicionais, enquanto garante o uso sustentável dos recursos naturais da área. 

Leia também: Saiba o que são as Unidades de Conservação (UCs) e a importância delas para a Amazônia

Entre as atividades permitidas nas reservas estão a coleta e extração de frutas, sementes e outras riquezas da floresta, como a castanha, o açaí e o leite de seringa. Os extrativistas podem manter pequenas plantações e criações, contudo apenas para subsistência, e suas riquezas não podem ser comercializadas para lucro privado. 

A área, apesar de ser cedida aos moradores para que mantenham seus modos de vida com atividades sustentáveis, não pode ser vendida ou invadida para a produção agropecuária de larga escala, já que essas reservas são importantes ferramentas de conservação ambiental e são fundamentais para a reprodução de comunidades tradicionais. 

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Reserva Extrativista Rio Cautário

Reserva Extrativista
Moradores da Resex Rio Cautário. Foto: Reprodução/ Sedam Rondônia

A Reserva Extrativista Rio Cautário fica localizada nos municípios de Costa Marques e Guajará-Mirim, em Rondônia, na Amazônia Legal, possui uma área de cerca de 146 mil hectares e foi criada no dia 8 de agosto de 1995, pelo decreto n° 7.028. Além disso, a Resex possui um espaço territorial que é destinado à conservação ambiental e ao uso sustentável da Unidade de Conservação.

A Resex possui grande importância por manter e preservar a  Floresta Ombrófila Aberta Submontana e as formações Aluviais Pioneira, Floresta Ombrófila, Densa Aluvial e Savanas.

“Toda unidade de conservação e Resex tem que ser criada por lei, fundada pelo chefe do Poder Executivo, seja federal, seja estadual ou municipal. No caso, a Resex Rio Cautário é uma Resex Federal. Ao criar a Unidade de Conservação se estabelece todo um aparelho de estado que deve ser movido para gerir essa UC, já que ela deve possuir analistas do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – para gerir junto com a comunidade, e produzir o plano de gestão da UC”, explicou o doutor em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Deivison Molinari.

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Espécies ameaçadas protegidas pela Resex

Mãe-de-taoca-papuda, espécie ameaçada protegida na Resex. Foto: Dirceu Martins

A Resex Rio Cautário é uma área de grande importância para a proteção e conservação da biodiversidade, abrigando diversas espécies ameaçadas de extinção. Entre os animais e plantas protegidos na região, destacam-se:

  • Arapaçu-uniforme
  • Azulona
  • Bicudo
  • Gavião-real
  • Mãe-de-taoca-papuda
  • Uiraçu-falso
  • Anta
  • Onça-d’água
  • Boto
  • Cervo-do-Pantanal
  • Itaúba
  • Tuco-tuco

Além dessas, muitas outras espécies encontram na Resex um refúgio essencial para sua sobrevivência. A preservação desse território é fundamental para o equilíbrio ecológico da região e para a manutenção dos modos de vida tradicionais das populações que ali vivem.

Projeto de conservação florestal da Resex Rio Cautário

O Projeto de Conservação Florestal da Resex do Rio Cautário começou em 2020 e visa proteger áreas ameaçadas pelo desmatamento e queimadas, reflorestar as áreas degradadas e preservar os habitats essenciais à biodiversidade. Além disso, o projeto propõe evitar e reduzir a emissão de gases do efeito estufa e melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais

A iniciativa de conservação se consolidou como um modelo viável de desenvolvimento sustentável, ao beneficiar as comunidades tradicionais e promover a proteção e a restauração de mais de 146 mil hectares da Floresta Amazônica e da sua biodiversidade.

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Objetivos do projeto 

Dentre os principais objetivos do projeto estão proteger a floresta na Reserva, impedir o desmatamento ilegal e a invasão de terras, mitigar os riscos de incêndio, através do programa “Fogo Zero”, restaurar áreas degradas e/ou cobertas por pastagens, criar alternativas econômicas para as comunidades locais, promover a educação ambiental e capacitar para geração de renda, principalmente entre jovens e mulheres. 

*Com informações de Permian Brasil, ICMbio e Governo de Rondônia

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