A semente de uma árvore nativa da Amazônia, que já virou perfume, doce, hidratante e é uma das principais castanhas procuradas por roedores da floresta, é uma das fontes de renda do povo indígena Ikoloehj-Gavião, em Rondônia.
A cumaru, uma árvore que está presente do Acre até o Maranhão, e é exclusiva da floresta pluvial amazônica. A semente da espécie, conhecida na gringa por ‘fava tonka‘ e também como “baunilha brasileira” é encontrada anualmente com abundância.
José Palahv Gavião, diretor da Cooperativa Vekalá, que também trabalha com a extração do látex, explica que a colheita do cumaru é uma forma de aumentar a renda da comunidade, mas também de manter a floresta em pé.
“A gente trabalha com os produtos de biodiversidade da Terra Indígena Igarapé Lourdes e a gente quer ajudar, na verdade, a gente ajuda a nossa comunidade, os cooperados do povo Gavião. Isso é uma forma de garantir a floresta em pé, garantir a floresta para as próximas gerações”,
diz o diretor.
A semente, colhida no chão sob a planta-mãe logo após sua queda espontânea, é usada “tanto para viveiros, quanto para reflorestamento e para consumo, cosméticos e da medicina”, explica José Gavião. Em 2022, o diretor da cooperativa revela que mais de 2 mil quilos da semente já foram colhidos.
O valor de cada saca de cumaru não foi informado, mas de acordo com o José, o preço que cada indígena recebe garante a compra de alimentos, roupas e imóveis.
“A cumaru pode ajudar a melhorar a renda da comunidade e isso é muito importante. Com esse valor, cada pessoa que colhe a semente vai ajudar bastante a renda para suprir as suas necessidades. No mundo atual, a gente não pode não vive sem dinheiro. A gente não vive sem alimentação”, afirma.
*Por Thaís Nauara, do G1 Rondônia