Primeiro recinto de aclimatação para peixes-boi é inaugurado na Ilha do Marajó

Batizado de Recinto Omar, o local foi instalado e revitalizado na antiga Fábrica de Gelo do rio Paracauary, adaptado para oferecer condições ideais de readaptação, visando à reintegração dos peixes-boi em seus habitats.

Foto: Rafael Amara/IBD

O Instituto Bicho D’água inaugurou no dia 3 de novembro, em Soure, na Ilha do Marajó, no Pará, o primeiro recinto destinado à aclimatação para peixes-boi em toda a costa do estado. A nova estrutura representa um marco para a preservação da espécie.

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“A inauguração do Recinto é a concretização de um sonho coletivo, construído com ciência, amor e o esforço conjunto de tantas mãos comprometidas com a conservação da nossa fauna amazônica”, comemorou Renata Emin, bióloga e presidente do Instituto Bicho D’água. “Hoje o sentimento é de gratidão e celebração, porque quando instituições, ciência e comunidades se unem, o resultado é grandioso”, acrescentou.

Segundo a bióloga, atualmente, quase 60 peixes-boi estão em reabilitação no Pará, a maioria filhotes órfãos. “Antes da soltura definitiva, esses animais precisam de uma fase de aclimatação em ambiente natural, e o novo espaço foi criado para essa etapa crucial”, explicou, durante evento que contou com a presença de representantes do Ibama, da TGS, do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), e de empresas como Petronas e PRIO.

Recinto Omar

Batizado de Recinto Omar, o local foi instalado e revitalizado na antiga Fábrica de Gelo do rio Paracauary, sendo especialmente adaptado para oferecer condições ideais de readaptação, visando à reintegração dos peixes-boi em seus habitats.

Construído em uma área de 500 m2, a unidade conta com ambulatório, áreas de higienização, nutrição, mirantes de observação, piscina, e setor de aclimatação com capacidade para atender até oito peixes-boi, sala de monitoramento e oficina de telemetria, alojamentos para biólogos e médicos veterinários, sala de estudos e um auditório.

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“Este projeto demonstra a maneira como a TGS apoia as comunidades e os parceiros locais onde quer que atue. A inauguração deste espaço, dedicado à aclimatação de peixes-boi, é particularmente significativa, visto que estamos trabalhando com espécies em risco de extinção, facilitando sua reabilitação e o repovoamento de uma área de grande relevância, onde a TGS conduziu pesquisas aprofundadas ao longo dos anos”, afirmou David Hajovsky, vice-presidente executivo global de multiclientes da TGS.

A construção do Recinto Omar integra o Projeto de Conservação de Peixes-boi do Estado do Pará, lançado em julho deste ano, no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, uma condicionante do licenciamento ambiental federal do Ibama, referente às atividades de pesquisas realizadas pela TGS na Margem Equatorial brasileira. João Correa, country manager da TGS no Brasil, destaca que o projeto vai além do resgate e reabilitação.

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peixe-boi atendido pelo instituto bicho dagua enviado para o recinto omar na ilhya do marajo
Foto: Rafael Amaral/IBD

“Além de atuar imediatamente na mitigação dos impactos sobre a espécie, o Projeto também se dedica a gerar conhecimento técnico-científico, impulsionar a educação ambiental e capacitar tanto profissionais quanto comunidades locais para uma conservação eficaz e duradoura dos peixes-boi”, explica.

Também serão realizadas, no âmbito do projeto, ações de educação e sensibilização ambiental direcionadas às comunidades locais, com foco especial nas escolas da Ilha do Marajó.

“O objetivo é fortalecer o vínculo entre a população e a conservação da fauna aquática, estimulando o surgimento de uma nova geração de defensores ambientais”, destaca André Favaretto Barbosa, analista ambiental do Serviço de Apoio ao Licenciamento Ambiental de Atividades de Pesquisa Sísmica Marítima do Ibama.

Luiz Paulo Abarelli, diretor da Divisão Técnica do Ibama no Pará, observa a aderência do projeto aos programas ambientais já desenvolvidos no estado. “O Projeto de Conservação de Peixes-boi do Estado do Pará une atores de diversas esferas governamentais e da sociedade civil que, articulados em uma rede de apoio, buscam um objetivo comum: a proteção e conservação da fauna e flora amazônicas, envolvendo as comunidades tradicionais”, conclui.

*Com informações do Instituto Bicho D’água

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