Proposta do novo Mercado de São Brás é inspirada no pirarucu. Foto: Amarilis Marisa/Agência Belém
O maior peixe de água doce do mundo, o pirarucu, não encanta apenas na gastronomia. Em Belém (PA), a capital amazônica que vai receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o gigante da Amazônia também inspirou a arquitetura do novo Mercado de São Brás, que será reinaugurado especialmente para o evento em 2025 e leva a assinatura do arquiteto Aurélio Meira.
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O projeto valoriza a identidade regional ao trazer, no formato do telhado, linhas e texturas inspiradas no couro do pirarucu, criando uma conexão profunda com a floresta e seus povos, em um compromisso com soluções inovadoras, sustentáveis e alinhadas à conservação da floresta.
No Mercado de São Brás, as estruturas principais são compostas por grandes blocos alongados, conhecidos como “vagões” por lembrarem o formato de trens. Esses módulos abrigam diferentes espaços internos e ganham cobertura com telhados orgânicos, que evocam o movimento, a fluidez e a força do pirarucu.
Durante uma visita técnica ao local, a representante do ‘Gosto da Amazônia’ em Belém, Nalva Maia, conversou com o arquiteto Aurélio Meira e destacou a importância do projeto: “Ver o pirarucu, que é parte da nossa vida e da nossa cultura, inspirar uma obra tão grandiosa para a COP30 enche a gente de orgulho. É a Amazônia mostrando que sustentabilidade e tradição podem caminhar juntas”.
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Coordenado pela ASPROC, o arranjo comercial do pirarucu ‘Gosto da Amazônia’ fortalece essa conexão entre manejo sustentável, design e identidade cultural, levando ao mundo um produto que valoriza a floresta em pé e transforma a vida de comunidades na Amazônia.
Manejo do pirarucu
O manejo sustentável do pirarucu é uma estratégia de conservação que une conhecimento tradicional e ciência para garantir a preservação da espécie e o sustento das comunidades amazônicas. Considerado o maior peixe de água doce do mundo, o pirarucu já esteve ameaçado pela pesca predatória.
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Com o manejo, comunidades ribeirinhas e indígenas passaram a monitorar os lagos, definir cotas de pesca, proteger os períodos de reprodução e fiscalizar de forma coletiva a atividade. Essas cotas são autorizadas e regulamentadas pelo IBAMA, o que torna a pesca do pirarucu manejado uma atividade legalizada e totalmente rastreável, ou seja, cada peixe pescado tem origem controlada e certificada
Essa prática não só contribui para o equilíbrio ecológico, mas também gera renda digna, fortalece a economia local e incentiva a conservação da floresta em pé. Ao comercializar o pirarucu de manejo, como faz o ‘Gosto da Amazônia’, o consumidor apoia diretamente um modelo de desenvolvimento sustentável, que valoriza a cultura, os saberes e o território das populações tradicionais.