Você não é todo mundo: os cuidados em seguir as modas para empreender

Alguns pontos podem ser observados e eles podem nos trazer uma percepção melhor sobre se vale a pena ou não entrar no ramo

O meme do “você não é tudo mundo” sempre arranca risadas. Difícil conhecer alguém que não tenha tido essa experiência transformadora em algum momento da infância/adolescência.

É comum para pessoas que buscam oportunidades para empreender, procurar pela internet ou, até mesmo, em conversas com os amigos, quais são as áreas que estão mais “quentes”. E é impressionante que sempre encontramos publicações que comentam justamente os negócios mais promissores para um determinado evento ou período do ano.

Eu, com certeza, devo escrever algo sobre os negócios mais promissores no Carnaval. Afinal de contas, é tentador falar para alguém o que ela deveria fazer e como pode ser “fácil” ter resultado se seguir a dica.

Mas, ao mesmo tempo que seja fácil falar, poucos têm a coragem de entrar no jogo ao invés de só dar pitacos na jornada empreendedora do colega.

Nos últimos anos, antes ainda de receber o convite para escrever aqui nesse espaço, passei a seguir algumas pessoas que julgo serem relevantes dentro de temas que muito me interessam: criatividade, produtividade, organização e outros.
Eis que li a seguinte frase “quem segue tendências está atrasado. Quem antecipa tendências é que fica bem posicionado”. Nem preciso dizer o quanto essa frase me fez pensar sobre várias coisas. Na verdade, preciso sim! É para isso que esse espaço funciona, primordialmente.

Embora desafiador, concordo plenamente com ela.

Mas essa frase faz sentido para você?

Faça um exercício rápido: lembre de negócios/produtos/serviços que começaram “bombando” e depois de um tempo desapareceram completamente. Tenho que certeza que você vai lembrar de algumas coisas.

Talvez tenham desaparecido porque estavam somente seguindo uma onda que não tinha muitos fundamentos para continuar existindo.

É óbvio que não temos como prever o tempo de duração de um negócio. Mas alguns pontos podem ser observados e eles podem nos trazer uma percepção melhor sobre se vale a pena ou não entrar no ramo.

Uma sugestão é usar o Modelo das Cinco Forças de Porter que foi escrito em 1979 mas que ainda permanece bem atual.

As cinco forças são:

1. Rivalidade entre concorrentes. Para muitos negócios esse é o principal driver para a concorrência. E nesse âmbito estão envolvidos todos os aspectos do negócio: desde o produto/serviço em si até atividades acessórias como marketing, inovação, pessoas e outros.

2. Poder de barganha dos compradores. Aqui estão envolvidas as forças econômicas da demanda. O consumidor tende a ter grande poder de influência sobre as escolhas e assim acaba buscando as melhores alternativas. E isso deve direcionar a atuação das empresas.

3. Poder de barganha dos fornecedores. Aqui temos envolvidos toda a estrutura de custo para o funcionamento de um business e ficar dependendo de apenas um fornecedor pode ser muito perigoso para a perpetuação do negócio.

4. Entrada de novos concorrentes. Como eu disse antes, negócios em evidência atraem mais pessoas interessadas em surfar a onda e obter retornos. Existe alguma barreira legal ou vantagem tecnológica que impeça os concorrentes de agirem?

5. Produtos substitutos. Algo parecido com o que acontece com medicamentos. O surgimento de formas mais acessíveis para produção pode impactar diretamente no domínio de um mercado.

É legal buscarmos na história de diferentes empresas e organizações que já existem há bastante tempo. O quanto que elas foram influenciadas pelas cinco forças e como fizeram para sobreviver aos períodos de maior turbulência.

Se você já está posicionado em algum negócio, vale a pena enxergar como você pode ser afetado e, assim, buscar formas de proteção.

Esse é o jeito baré de empreender.


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