Área desmatada no período passou de 10.286 km² em 2022 para 2.922 km² em 2023.
O mês de novembro registrou a maior queda no desmatamento da Amazônia do ano. Conforme dados do monitoramento por satélites do Imazon, foram derrubados 116 km² de floresta no mês, 80% a menos do registrado em 2022, quando a devastação atingiu 590 km². Essa foi a menor destruição em novembro desde 2017.
Com isso, o desmatamento acumulado de janeiro a novembro fechou com redução de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km² em 2023. Essa também foi a menor derrubada para o período desde 2017, porém ainda representa a devastação de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia. Taxa que precisa ser reduzida ainda mais no próximo ano para que a Amazônia chegue à 2030 com desmatamento zero, meta anunciada pelo governo federal.
“Acabamos de acompanhar mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, onde as sociedades científica e civil pressionaram por maior redução das emissões de gases do efeito estufa para conseguirmos frear o aquecimento global e os eventos climáticos extremos que estão relacionados a ele. No Brasil, isso significa prioritariamente acabar com o desmatamento na Amazônia, que foi responsável pela maior parte das emissões do país no ano passado”,
explica Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.
Degradação teve segundo aumento consecutivo
Além do desmatamento, quando há a remoção completa da vegetação nativa, o Imazon também monitora a degradação florestal causada pelas queimadas ou pela extração madeireira, que causam danos parciais nas áreas afetadas. Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, a degradação teve aumento na Amazônia, passando de 739 km² em 2022 para 1.566 km² em 2023, uma alta de 112%.
Entre os estados, o mais afetado pela degradação foi o Pará, que concentrou 70% desse dano ambiental em novembro, seguido de Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). Em 2023, também houve aumento na degradação em outros quatro meses: outubro, maio, março e fevereiro.
No acumulado de janeiro a novembro, no entanto, a degradação também fechou em queda. O dano ambiental passou de 9.127 km² em 2022 para 5.042 km² em 2023, uma redução de 45%. “Essa redução foi menor do que a do desmatamento, principalmente por causa das queimadas em estados como Amazonas e Pará, cuja fumaça chegou a afetar cidades como Manaus e Santarém”, avalia Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Pará, Amazonas e Mato Grosso foram os maiores desmatadores
Apesar de terem registrado quedas significativas no desmatamento, Pará, Amazonas e Mato Grosso foram os estados que mais derrubaram a Amazônia entre janeiro e novembro, sendo responsáveis por 74% do devastado no período. Rondônia, Acre e Maranhão também apresentaram redução na destruição. Por outro lado, três estados tiveram aumento no desmatamento: Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%).
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Imazon