Economia do Amazonas se acomoda em patamar ainda baixo, aponta Banco Central

Apesar desse cenário, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte apresentou crescimento de 0,4% em 2020

A contração econômica ocorrida em janeiro deste ano no Amazonas tem magnitude similar à observada no pico da pandemia de covid-19, em abril de 2020. De acordo com estudo do Banco Central (BC), a atividade econômica no estado a partir da segunda semana de fevereiro tem sinais de acomodação em patamar ainda baixo. “Dadas as dinâmicas distintas de evolução da covid-19 nos estados brasileiros, o caso do Amazonas sinaliza os possíveis impactos de um agravamento severo da epidemia em outras regiões”, alertou o BC.

A análise foi divulgada hoje (4) pelo BC, no âmbito dos seus boletins regionais. Apesar desse cenário, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte apresentou crescimento de 0,4% em 2020.

“Nos últimos dois meses, o Amazonas apresentou aumento do número de casos e óbitos relacionados à covid-19, atingindo patamares maiores que os observados em qualquer momento de 2020. A evolução desses números, aliada às medidas de restrição da circulação das pessoas e do funcionamento de atividades não essenciais, impactou a atividade econômica local”, diz o BC.

A entidade compilou dados para a avaliação da conjuntura econômica do estado, que confirmam a retração no comércio no estado. As transações de bens e serviços efetuadas com cartão de débito registraram recuo de 13% na média móvel de sete dias até 10 de fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Câmara Interbancária de Pagamentos – Sistema de Liquidação de Cartões (CIP/SLC).

A entidade compilou dados para a avaliação da conjuntura econômica do estado, que confirmam a retração no comércio no estado. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

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O destaque é para as contrações em Vestuário e calçados (82%) e em Restaurantes e similares (54%). Comparativamente, a Região Norte (excluindo o Amazonas) registrou expansão em praticamente todos os segmentos no mesmo período, sugerindo que a piora no estado não decorreu exclusivamente do fim do auxílio emergencial, segundo o BC.

Os impactos da intensificação da epidemia e das medidas de restrição à circulação também podem ser observados pelos dados disponibilizados nas plataformas tecnológicas Google Mobility e Inloco. De acordo com o Google Mobility Report, a média móvel de sete dias até 12 de fevereiro apresentou retração de 47% na tendência de mobilidade na categoria Lazer e varejo, que engloba lugares como restaurantes, shoppings, cinemas, entre outros, produzindo forte impacto nos setores da economia ligados ao consumo das famílias.

Do mesmo modo, o índice de isolamento social no Amazonas produzido pelo Inloco alcançou 50% na média móvel de sete dias até 12 de fevereiro, 7 pontos percentuais maior do que o registrado na Região Norte (exceto AM) no mesmo período. No final de janeiro de 2021, o índice ficou acima do que foi registrado no pico da pandemia em abril e maio de 2020.

Energia


Segundo o BC, informações sobre o consumo de energia elétrica comercializado no mercado livre, disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), também permitem o acompanhamento do desempenho do setor industrial.

“Ao longo do segundo semestre de 2020, a indústria amazonense vinha em ritmo de recuperação das perdas ocorridas no período, até então, mais crítico da pandemia. Entretanto, com o agravamento da crise sanitária ao final do ano, houve limitação do período de operação de plantas industriais de setores não essenciais”, diz o estudo.

Dados do consumo de energia pela indústria de transformação mostram forte recuo a partir de janeiro de 2021, acumulando retração de 19% na média móvel de cinco dias úteis até 7 de fevereiro, em relação ao mesmo período de 2020.

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