Número de pessoas denunciadas por garimpo ilegal na Terra Yanomami cresce 140% desde 2017

Somente no primeiro semestre deste ano, 79 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal em Roraima.

Cresceu em quase 140% o número de pessoas denunciadas por crimes relacionados ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami em seis anos, divulgou na última quinta feira (12) o Ministério Público Federal (MPF). Este ano, de janeiro a junho, 79 pessoas denunciadas à Justiça – enquanto que em 2017, em todo o ano, foram 33.

O MPF define como afirma que o “combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é uma das prioridades de atuação” e considera que as denúncias deste ano feitas à Justiça Federal é “considerável”. 

Somente no primeiro semestre de 2023, 79 pessoas foram denunciadas MPF. Foto: Fernando Frazão

Para se ter uma ideia, em 2018, cinco pessoas foram denunciadas; em 2019, 15 pessoas; em 2020, foram 49 pessoas e, no ano seguinte, 24. Dessa forma, o número de denúncias apresentadas apenas no primeiro semestre de 2023, além de se aproximar do montante do ano inteiro de 2022, já é superior às acusações do período compreendido entre 2017 e 2021. 

Os denunciados respondem, segundo o MPF, pela prática de crimes associados ao garimpo ilegal, especialmente os previstos no artigo 55 da Lei 9.605/1998 – executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, e no artigo 2º da Lei 8.176/1991 – produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal.

As penas variam de seis meses a cinco anos de prisão, além de multa. Em determinados casos, os denunciados também podem responder por outras infrações, como formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

As denúncias do MPF se referem a investigações instauradas em vários momentos, no âmbito de inúmeros procedimentos que buscam a responsabilização dos envolvidos pela prática ilegal de garimpo no território Yanomami e reafirmam o compromisso institucional com a defesa dos povos indígenas e do meio ambiente. Outras investigações seguem em curso e novas denúncias serão ajuizadas futuramente.

Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos. Desde janeiro, o território está em emergência em saúde decretada pelo governo federal.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade