Alerta de desmatamento na Amazônia ultrapassam mil quilômetros quadrados em abril

Segundo o Observatório do Clima, essa é a primeira vez na história dos sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1.000 km² no mês de abril.

De acordo com dados do sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² para o mês de abril, batendo recorde para o período. Os dados foram divulgados na sexta-feira (6).

Segundo o Observatório do Clima, essa é a primeira vez na história dos sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1.000 km² no mês de abril, chegando a 1.012 km². Isso é grave, pois abril é considerado ainda período de chuva, o chamado “inverno” amazônico.

Outro ponto crucial a se pensar é que os dados de abril estão referidos a apenas 29 dias e, nas medições do Inpe, o mês ainda não foi encerrado, fato que só acontecerá na semana que vem. Portanto, esse número será maior.

No acumulado do ano até o momento (o Inpe sempre mede o desmatamento de agosto de um ano a julho do ano seguinte), os alertas já chegam a 5.070 km², 5% a mais do que no ano passado e segundo maior número da série histórica — perdendo apenas para o recorde de 5.680 km² em 2020. Desde agosto passado, os alertas tem batido recordes: em outubro, janeiro, fevereiro e em abril.

O Amazonas foi o campeão de alertas pela primeira vez no ano, com Lábrea, no sul do Estado, na primeira posição entre os municípios mais desmatados. Isso se deve à explosão da grilagem na região, por conta da tentativa do ex-ministro da Infraestrutura e hoje candidato ao governo paulista, Tarcício Freitas, de pavimentar na marra a BR-319 (Manaus-Porto Velho). A estrada corta uma das áreas mais intocadas da floresta amazônica e estudos indicam que seu asfaltamento quadruplicará a devastação.

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