Foto: Reprodução/ Instagram-@Tom_marinhochef
O piquiá (Caryocar villosum) é um fruto nativo da floresta amazônica que, apesar de ser pouco explorado como o açaí e o buriti, quando comparado a outros frutos, pode ser considerado um fruto tropical escondido na biodiversidade amazônica.
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As árvores onde nascem os piquiás podem chegar a atingir 50 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro, considerada uma árvore de grande porte.
A casca do piquiá é espessa e responsável por 76% do peso do fruto, enquanto a polpa só representa cerca de 10%. Além disso, as funcionalidades do fruto vão desde a culinária até a produção de móveis, mesmo que a cada 1 tonelada processada, quase 900 quilos sejam descartados em resíduos.
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Propriedades nutritivas
Apesar da pouca polpa aproveitável, ela é extremamente nutritiva, pois possui proteínas, fibras e alto teor de lipídios. Além de ser fonte de minerais como cálcio, magnésio, fósforo, ferro, selênio e vitaminas C, E e A.
Além disso, o fruto também apresenta uma grande quantidade de ácidos graxos, como o ácido oleico (o mesmo encontrado no azeite de oliva), que contribui para a redução do colesterol ruim e a proteção do coração.
Funcionalidades do piquiá
O fruto é bastante versátil já que o óleo extraído da polpa e da amêndoa pode ser aproveitado também na produção de sabonetes, cremes hidratantes, cosméticos e até na conservação de alimentos.
Já a casca, por sua resistência, pode ser utilizada na produção de farinhas, enquanto a madeira da árvore tem sido usada no ecodesign de móveis.

Cerrado x Amazônia
Embora o pequi do Cerrado seja mais conhecido nacionalmente, o piquiá da Amazônia compartilha o mesmo gênero botânico e muitas propriedades semelhantes. A grande diferença está no tamanho do fruto e na proporção da polpa, o que torna o piquiá mais aproveitável.
Piquiá, um fruto curioso
A polpa do piquiá só pode ser consumida depois de cozida ou assada. Além disso, depois da polpa, o fruto possui espinhos que devem ser retirados na hora de comer.
A árvore tem dificuldade de nascer e crescer na floresta, pois suas mudas não se dão bem na sombra. No entanto, nas áreas onde a árvore consegue crescer, suas flores costumam atrair diversas espécies de caça, como a paca, cutia, veado e tatu.
A casca do fruto é rica em tanino e substitui a noz de galha na preparação da tinta para escrever, para tingir rede de dormir e fio. No entanto, o óleo da amêndoa pode ser usado para cozinhar, fazer sabão, perfumes, cosméticos e até biodiesel.
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Cada piquiá pode pesar de 250 g a mais de 700 g, maiores que o do Cerrado. Apesar disso, o fruto geralmente possui poucos caroços, de 1 a 2 pirênios (caroços internos), recobertos de polpa amarela e oleosa. A casca e os caroços, que seriam descartados, podem ser aproveitados na alimentação de bovinos e suínos.
Além disso, a madeira também pode ser aproveitada nas construções civil e naval, e nas comunidades rurais essa árvore também é a escolhida para fazer canoas e, muitas vezes, tem sido derrubada nas áreas ao longo dos rios, devido ser compacta, pesada, não se decompor facilmente, além de possuir alta qualidade.
*Com informações da Universidade Federal do Oeste do Pará
