Confira 3 receitas com polpa do mari-mari, fruta amazônica rica em vitamina C

Encontrada na região do Baixo Amazonas e rio Solimões, a planta silvestre mari-mari nasce dentro d’água e se reproduz durante o período de cheia.

Nativa da região amazônica, o mari-mari ou ingá mari (Cassia leiandra) é conhecido por suas possibilidades gastronômicas, sendo encontrada em diversas feiras regionais. Com sua polpa é possível realizar a produção de sucos, cremes, sorvetes, maioneses, entre outras especiarias. Essa espécie que pertence à família Fabaceae (Leguminosae), também possui diversos valores nutritivos, sendo rica em vitamina C.

Conforme dados coletados durante uma pesquisa desenvolvida pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em um fruto de mari-mari existe a quantidade diária necessária de vitamina C para o corpo humano. As cascas e sementes do fruto podem ser utilizadas como adubo orgânico ou para replantio. 

A sua polpa é em formato de ‘pastilha’, sendo geralmente utilizada em receitas culinárias. Nesse contexto, a especiaria possui diversas formas de aplicabilidade e está categorizada entre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC).

Encontrada na região do Baixo Amazonas e rio Solimões, a planta nasce dentro d’água e se reproduz durante o período de cheia, com isso, a sua comercialização acontece entre os meses de abril e junho.

Foto: Reprodução/ Objetos da Floresta

Por fora ela apresenta uma coloração verde, e sua casca pode atingir entre 40 e 80 centímetros de comprimento, mas o inusitado está dentro da fruta. Com caroços que medem em torno de 65 cm, é possível encontrar até 120 sementes, que possuem formato de pastilha e sabor agridoce. Os seus frutos nascem na árvore caducifólia e estão presentes nas várzeas inundáveis. Geralmente, suas flores são para uso ornamental. 

“Os frutos devem ser torcidos com as duas mãos para abri-los e geralmente as sementes ficam em apenas um dos lados torulosos dos frutos, separadas por septos transversais (tabiques). Para retirar as sementes com a polpa (arilo) da vagem basta derrubá-las com a ponta de uma faca ou colher dentro de uma bacia. Daí pode-se guardar na geladeira, congelar, consumir ou servir em coquetéis e confraternizações. Para extrair a polpa basta esmagar com amassador de batatas (estilo soquete) numa peneira grossa de arame sobre uma bacia ou usar despolpador”.

Trecho do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), no Brasil, de Valdely Kinupp.

Flores mari-mari. Foto: Reprodução/ Livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil.

Confira três receitas simples que podem ser feitas com a polpa de mari-mari: 

Suco da polpa de mari-mari

Para um copo, basta bater em um liquidificador 200g de polpa da fruta, água gelada, açúcar e gelo. A polpa também pode ser utilizada para purê salgado, quando mesclada com batata-inglesa ou macaxeira. Também serve como aromatizante de cerveja.  

Geleia da polpa de mari-mari. Foto: Reprodução/ Livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil.

Geleia da polpa de mari-mari

Para essa receita são necessários frutos maduros, que é quando a casca da fruta está verde amarelada. Após retirar as sementes junto com a polpa, basta armazenar em um pote e guardar na geladeira. Depois disso, é preciso esmagar as sementes contra uma peneira para a remoção da polpa. 

Para 1kg de polpa utilize 500g de açúcar cristal. Mexa tudo em fogo baixo, até se formar a consistência de um creme agridoce. 

Mousse da polpa de mari-mari. Foto: Reprodução/ Livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil.

Mousse da polpa de mari-mari

Para fazer o mousse é necessário extrair a polpa, para cada 400g de polpa concentrada use 200g de leite condensado, 200g de creme de leite ou de iogurte natural e 5g de gelatina sem sabor (em pó) diluída. 

Basta bater no liquidificador e refrigerar até obter a consistência. Com ou sem gelatina congele e obterá um sorvete rústico refrescante.

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