Como fazer um planejamento de carreira para os próximos anos

Nesse artigo vou falar sobre o passo a passo de como devemos pensar em uma carreira em médio e longo prazo, alertando sobre os riscos existentes em todo esse processo.

Planejar uma carreira pode ser mais simples do que pensamos, achamos ou ouvimos falarem. Determinar passos e etapas que nos levarão à chegada do topo pode nos dar uma visão maior de como colocaremos em prática todos os sonhos que temos. É claro que não é simples como 1 + 1 = 2. No meio do caminho, podem surgir dificuldades, limitações e outros fatores que precisaremos lidar, sem que nos tire do foco. 

Para definirmos uma carreira de futuro que tenha êxito é necessário considerar alguns fatores como cultura comportamental e realidade de onde estamos, tendências de mercado, política local e nacional, apoiadores/mentores e buscas por conhecimentos, sejam específicos em alguma área ou generalistas, de acordo com a demanda do mercado de trabalho. 

Nesse artigo vou falar sobre o passo a passo de como devemos pensar em uma carreira em médio e longo prazo, alertando sobre os riscos existentes em todo esse processo.

Foto: Reprodução/Pixabay

Cultura comportamental e realidade de onde estamos

O primeiro ponto para avaliamos é de entender se a nossa região tem oportunidade ou não para o meu projeto de futuro. Algumas regiões não possuem características de mercado que englobem alguns projetos de carreira. Para quem atuar no mercado profissional de teatro, por exemplo, o eixo a ser buscado é o sudeste do país. Para quem quer trabalhar com P&D – Pesquisa e Desenvolvimento envolvendo fatores da natureza, o eixo a ser buscado é o da Amazônia. Para quem quer atuar no polo de agronegócio, o ideal é que busque a região centro-oeste. Enfim.

A questão é que cada região tem uma característica diferente da outra. Em muitos casos, profissionais desenham os seus projetos de futuro sem que a sua região seja favorável para aquela ideia. O resultado final é muitos anos de tentativas sem sucesso.

Para termos um diagnóstico real sobre Sonho X Realidade, temos que ter as seguintes informações:

  • Minha região tem potencial para o que almejo?
  • Há empresas que acreditam nisso como potencial de negócio?
  • Já há alguém que deu certo nesse segmento/atuação?
Se a resposta for sim, caia de cabeça. Se for não, replaneje, repense, reconsidere.

Tendências de mercado 

Algumas regiões mostram tendências de mercado aquecidas para os próximos anos. Isso é notado a partir do momento que políticas públicas começam a ser discutidas e sondadas como oportunidade. A região amazônica, por exemplo, tende a ter um grande crescimento no segmento de bionegócios nos próximos 10 anos. Dentro desse contexto que já é muito comentado por especialistas, há uma cadeia enorme de oportunidades diretas e indiretas, sejam
para contratações CLT ou fechamentos de contratos de fornecimentos.

Com a posse dessa informação, é mais fácil definirmos se o nosso campo de atuação (o que pretendemos para o futuro), está encaixado ou não com o contexto da realidade que vivemos. Quase sempre, muitos bons projetos estão em andamento, entretanto, não vêm ao conhecimento do público. Órgãos públicos como Secretarias de Planejamento ou de Administração são ideais para sondarmos informações que possam nos ajudar a tomarmos a decisão certa para a nossa carreira.

Um exemplo disso: você sabia que há uma indústria de carnes de hambúrguer que já manifestou interesse em vir para a região norte, mais precisamente Manaus, e que já apresentou o projeto para a Suframa? Pois é…. assim como esse, existem muitos outros projetos que nem imaginamos que estão ao nosso redor.

Apoiadores/mentores 

Esse é um ponto chave no planejamento de carreira. Referências, pessoas com atuação forte no mercado, personagens que podem nos fornecer ensinamentos, informações e prática, são os que mais vão contribuir com nossas profissões. É fundamental que tenhamos um(a) mentor(a). Ele(a) irá nos orientar sobre assuntos diversos, desde dúvidas mais básicas até situações mais complexas.

Para isso acontecer, é necessário que não tenhamos vergonha de conversar com um(a) mentor(a) em potencial e propor, na cara dura, que ele(a) seja a pessoa referência na sua profissão. É claro que existe o risco da pessoa não querer, assim como existe a possibilidade da pessoa aceitar.

Além dessa pessoa poder oferecer ensinamentos ou informações do setor, também há a possibilidade que abra portas em empresas, projetos ou consultorias. Normalmente, uma pessoa referência em sua área possui muitos contatos e parcerias comerciais. Dessa forma, boas oportunidades podem surgir.

Política local e nacional 

Outro ponto crucial para considerar sobre um planejamento de carreira é entender se há políticas públicas locais e nacionais. Alguns segmentos de mercado possuem muitos incentivos, através de financiamentos ou até recursos a fundo perdido, para que os órgãos públicos fomentem o desenvolvimento econômico regional. A área de agricultura, por exemplo, é uma delas. Assim como outras.

O ‘X’ dessa questão é entender o que cada região do país prioriza. Para tomarmos a decisão correta, temos que saber que se a nossa região tem esses incentivos para o que pensamos em seguir. Se sim, podemos elaborar projeto para essas captações de recursos que, em muitas vezes, volta para a base por não ter sido usado por falta de projetos. 

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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