Entenda a história dos náufragos resgatados no Pará com ajuda de bilhete em garrafa

Eles passaram 17 dias na Ilha das Flechas, usando alimentos que estavam na embarcação ‘Bom Jesus’, além de água da chuva.

Em livros e filmes é comum vermos cenas em que os náufragos escrevem um pedido de ajuda, colocam em uma garrafa e jogam no mar na esperança de alguém encontrar para resgatá-los. Mas não é que a ideia deu certo na vida real? 

Seis tripulantes foram resgatados após um naufrágio no Pará usando esta técnica cinematográfica. A ajuda chegou depois que eles escreveram um bilhete e colocaram em uma garrafa pet amarrada em uma boia.

“Precisamos de ajuda. Nosso barco pegou fogo, estamos há 13 dias na ilha das flechas sem comida. Avise nossa família”, escreveram os náufragos, que informaram também os contatos telefônicos de seus familiares.

Foto: Reprodução/Marinha do Brasil

“Estou desempregado. Saí de Santarém para fazer essa viagem. Durante a viagem pegamos um temporal e a embarcação pegou fogo na parte da cozinha. E nós começamos a jogar a embarcação para ver se encontramos uma praia, onde ficamos 17 dias. Com a força de Deus e com a Marinha do Brasil conseguimos sair através de uma boia, quando escrevemos um bilhete e fomos achados. Amém”. Esse foi o relato emocionado de um dos seis tripulantes resgatados pela Marinha do Brasil, logo após pisar nas terras firmes da capital Belém.

Jeferson Marcos dos Santos e outros cinco tripulantes da embarcação ‘Bom Jesus’ partiram de Santarém (PA) no dia 24 de março com destino ao município de Chaves (PA), quando foram surpreendidos pelas adversidades do tempo e enquanto procuraram levar a embarcação para alguma praia e aguardar um tempo mais favorável, perceberam que um incêndio se alastrava na cozinha da embarcação, o que acabou causando o naufrágio do barco na Ilha das Flechas (distantes a 150 quilômetros da capital Belém).

Bilhete que salvou a vida dos naugráfos. Foto: Reprodução/Marinha do Brasil

Eles passaram 17 dias na ilha, usando alimentos que estavam no barco, além de água da chuva, até que dois dos náufragos, Joelson Silva da Costa e o próprio Jeferson, que têm formação em auxiliar de máquinas, tiveram a ideia de colocar as informações sobre o seu paradeiro em um bilhete dentro de uma garrafa, amarram-na em uma boia e a jogaram ao mar. 

Por sorte, pescadores que estavam na região costeira da ilha encontraram o bilhete escrito pelos dois indicando o local do naufrágio e alertaram as autoridades locais.

Confira imagens do resgate dos náufragos da Ilha das Flechas:

Ao ser questionado sobre a ideia de escrever um bilhete na boia, Jeferson afirmou que “aprendeu essa tática em um curso que fez na Marinha, onde foi dito que em casos como esses podia se escrever um bilhete, colocá-lo em uma garrafa e amarrá-lo em uma boia, colocando no mar”.

Em conjunto com órgão estaduais, a Marinha do Brasil (MB) informou que participou do resgate na quarta-feira (13). Eles foram levados para Belém (PA) em um helicóptero Super Cougar, da Marinha, e ainda aeronave eles foram imediatamente atendidos pelos militares, que prestaram os primeiros socorros. 

A Marinha também informou que apesar de todos estarem em bom estado geral de saúde, quando chegaram em Belém foram encaminhados em ambulância do SAMU para a Unidade de Pronto Atendimento, no bairro de Sacramenta, para novas análises médicas.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

O interior de Rondônia não valoriza seus museus

Prédios abandonados e fechados à visitação pública.

Leia também

Publicidade