Confira os naufrágios que abalaram a região norte. Alguns estão entre os maiores naufrágios do país.
O transporte de pessoas por vias fluviais na região amazônica é bastante comum, principalmente em áreas ribeirinhas mais afastadas. Porém fatores como o mau tempo, excesso de passageiros e de carga devido à falta de fiscalização podem ocasionar um naufrágio.
O Portal Amazônia relembra 10 naufrágios que abalaram a população e são conhecidos como “titanics” da Amazônia.
1. Freire II (1971)
Com destino para Anamã, no interior do Amazonas o naufrágio do barco Freire II foi um dos primeiros grandes naufrágios que se tem registro na região. Ocasionou a morte de 58 tripulantes.
O barco afundou no Rio Solimões, na chamada “Ilha do Marrecão”, próximo à cidade de Manacapuru, distante em linha reta 68 km de Manaus.
Na época, uma equipe com cerca de oito mergulhadores deslocou-se para o local, porém as buscas foram interrompidas diversas vezes devido a pouca visibilidade na área, além da correnteza e da presença de peixes carnívoros.
2. Novo Amapá (1981)
Considerado o maior naufrágio do Brasil e o maior do Amapá, esse naufrágio repercutiu, inclusive, em jornais estrangeiros. Foi em Janeiro de 1981, quando o barco ribeirinho Novo Amapá partiu do Porto de Santana (Amapá) por volta de 14 horas do dia 6 de janeiro com destino a Monte Dourado, no mesmo estado.
Com a capacidade máxima permitida de 150 pessoas e meia tonelada de mercadorias, o barco levava cerca de mais de 600 tripulantes e quase uma tonelada de carga. Sete horas depois da partida, a embarcação tombou. Mais da metade da tripulação do navio, mais de 400 vítimas morreram neste acidente. Alguns foram enterrados numa vala coletiva no cemitério e outros nunca chegaram a ser encontrados.
Leia também: Você sabe o que tem no fundo do rio Amazonas?
3. Sobral Santos II (1981)
Cerca de 340 passageiros perderam suas vidas nesse trágico acidente. O barco Sobral Santos II saiu por volta das 18 horas do dia 18 de setembro daquele ano de Santarém/PA rumo a Manaus/AM. Esse trajeto era realizado semanalmente e durante o percurso, várias paradas eram feitas em alguns municípios, dentre eles Óbidos/PA, onde o naufrágio ocorreu.
O navio saiu com sobrecarga de Santarém, com cerca de 530 passageiro e 200 toneladas de carga. No registro de tripulação, constavam apenas 430 nomes porém testemunhas afirmam que outros 100 tripulantes embarcaram de dois outros barcos que estavam em pane.
Leia também: ‘Sobral Santos II’: relembre a maior tragédia fluvial da Amazônia
4. Ana Maria VIII (1999)
Ocorrido na noite de 10 de fevereiro de 1999, o barco Ana Maria VIII tombou e afundou após entrar em um redemoinho nas proximidades no município de Manicoré, no interior do Amazonas. O naufrágio causou a morte de 61 pessoas, nas quais 18 corpos foram encontrados e os outros 43 desapareceram e nunca foram encontradas.
De acordo com registros do corpo de bombeiros da época, a embarcação estava com sobrecarga e superlotação: eram mais de 93 toneladas de carga e 192 passageiros, sendo que a capacidade máxima era de 150.
5. Princesa Amanda (2000)
Esse naufrágio provocou a morte de 29 pessoas no Rio Solimões. Saiu de Manaus para Fonte Boa (AM). O excesso de carga e de passageiros somados a modificação da estrutura da embarcação e a imprudência do comandante, foram as principais causas do desastre.
De acordo com depoimentos da época, o comandante do Princesa Amanda foi notificado sobre excesso de carga três horas antes de partir do Porto de Manaus.
O naufrágio aconteceu perto do município de Iranduba/AM.
6. Barco cidade de Óbidos (2002)
O Barco Motor Cidade de Óbidos foi a pique em 26 de janeiro de 2002, levando à morte de sete pessoas. O acidente ocorreu por volta das cinco da manhã, enquanto a maioria dos passageiros dormia. O barco se chocou com a balsa Florezano Neto. Após investigações da Marinha acerca do ocorrido, constatou-se que a balsa estava mal sinalizada e na “contramão” do rio.
O barco não afundou de imediato, primeiro ficou preso por um cabo à balsa e muitos passageiros começaram a passar para a balsa que também correu risco de afundar.
Após alguém desconectar o barco da balsa, o barco Cidade de Óbidos começou a afundar e a água invadiu os compartimentos do navio.
7. Princesa Laura (2004)
A embarcação Princesa Laura naufragou nas proximidades da comunidade de Santa Maria, no Rio Negro. O barco enfrentou uma tempestade com ventos fortes por mais de uma hora. A Capitania dos Portos informou que o barco estava com excesso de carga. Ao menos 15 pessoas morreram durante o acidente que aconteceu em um domingo, dia 19 de setembro.
O barco ia de Barcelos/AM e tinha como destino a cidade de Manaus.
O naufrágio teve como consequência a mostra da prática de aliciamento de meninas para programas sexuais com turistas durante viagens pelos rios da região. O caso foi mostrado na época pelo jornal Estadão que constatou que duas adolescentes, de 16 e 17 anos, estavam no barco sem o consentimento dos pais. Dos 11 mortos, oito eram do sexo feminino, com faixa etária de 16 e 20 anos.
8. Comandante Sales (2008)
O barco Comandante Sales naufragou em maio de 2008. Eram aproximadamente 80 tripulantes e foram resgatados 25 corpos de homens, 19 de mulheres e uma criança de 9 anos. Alguns deles foram encontrados com até 30 quilômetros de distância do local do naufrágio. Dois barcos foram usados para evitar que a embarcação afundasse completamente.
De acordo com o laudo técnico, a embarcação estava superlotada e naufragou durante uma forte chuva na região. Uma equipe de 12 mergulhadores e cerca de 20 bombeiros trabalharam nas buscas.
9. Almirante Monteiro (2008)
Depois de colidir com a balsa de carga “Carlos Eduardo”, em 20 de fevereiro, em 2008, o barco Almirante Monteiro naufragou com pelo menos 90 pessoas. O acidente aconteceu nas proximidades do município de Itacoatiara/AM e resultou na morte de 16 pessoas
O barco teria saído da cidade de Alenquer, no Pará tendo como destino a cidade de Manaus. De acordo com os bombeiros, 111 pessoas estavam no barco. A embarcação tinha capacidade para 165 pessoas.
10. Anne Karoline (2020)
Em 29 de fevereiro de 2020, o navio Anna Karoline 3 naufragava, entre o Amapá e o Pará, deixando 40 mortos, 51 sobreviventes e 2 desaparecidos.
A viagem partiu de Santana/AP, em direção a Santarém/PA, mas a tragédia aconteceu no meio do caminho, entre os rios Amazonas e Jari. O inquérito sobre o naufrágio concluiu que o excesso de cargas, é a principal causa do naufrágio.