Acre produz mais de 10 mil toneladas de borracha e castanha e se destaca em pesquisa

Xapuri lidera a produção acreana com mais de 1,8 mil toneladas. Rio Branco e Brasileia ficam em segundo e terceiro lugar com produção de 1,4 e 1,3 toneladas de castanha, respectivamente.

O Acre permanece entre os maiores produtores do país de borracha e castanha-do-pará, segundo a Pesquisa do Extrativismo Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada no dia 29 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, conforme o levantamento, foram produzidas 9,8 mil toneladas de castanha-do-pará no Acre, o que equivale a 29,3% do total produzido no país, com valor da produção de R$ 57,2 milhões. Esse valor que corresponde a 52% do montante de dinheiro total produzido pela extração vegetal do Estado.

Acre produz mais 10 mil toneladas de borracha e castanha — Foto: Agência Pará/Divulgação e SOS Amazônia

Segundo o IBGE, esse resultado foi impulsionado por maior disponibilidade de produto coletado em decorrência de preço médio mais elevados.

Xapuri lidera a produção acreana de castanha-do-pará, com mais de 1,8 mil toneladas. Rio Branco e Brasileia ficam em segundo e terceiro lugar com produção de 1,4 e 1,3 toneladas de castanha, respectivamente.

No ranking, o Amazonas aparece em primeiro lugar na produção da castanha-do-pará, com 11.737 toneladas produzidas no ano passado. Apesar de ter produzido mais castanha que o Acre, em quantidade, o valor gerado foi menor, ficando na casa dos R$ 38,5 milhões. 

Extração da borracha. Foto: Agência Brasil

Borracha 

Assim como na castanha, a produção de borracha no Acre teve destaque entre os estados brasileiros. O Acre também ficou em segundo lugar no ranking, com uma produção de 364 toneladas no ano passado, gerando um R$ 4,8 milhões. Xapuri também lidera a produção de borracha, com 150 toneladas produzidas.

Essa produção superou em 14% a de 2020, quando foram produzidos 318 toneladas de borracha, totalizando um valor de R$ 3,9 milhões.

Segundo o IBGE, esse produto tem variado positivamente desde 2016, impulsionada pelo crescente valor do preço pago ao extrativista, fato possível devido à agregação de valor no âmbito da Cooperativa Central dos Extrativistas, inserção do produto em mercados diferenciados e pela política de subvenção federal e estadual.

O Acre fica atrás somente do Amazonas na produção de borracha. Isso porque, o estado produziu 374 toneladas desse produto no ano passado. Assim como no caso da castanha-do-pará, apesar de ter ficado em primeiro lugar entre os estados com maior produção de borracha, o valor gerado com o produto foi menor que do Acre, com um total de R$ 1,9 milhão. 

Castanha. Foto: Rafael Rocha/Embrapa

Maior valor produzido da última década 

O levantamento mostra que o valor da produção da extração vegetal no Acre é o maior dos últimos 10 anos. Em 2021, este valor totalizou R$ 110,7 milhões, representando um crescimento de 87% se comparado ao ano de 2020.

A pesquisa ‘Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura’ fornece informações estatísticas sobre quantidade de produtos da silvicultura – produtos provenientes da exploração de maciços florestais plantados – e do extrativismo vegetal – produtos obtidos da exploração de recursos florestais nativos.

Em 2021, 99,9% do valor gerado no Acre foram oriundos dos grupos: alimentícios (58%), madeiras (38%) e borracha (4%). O grupo de alimentícios aumentou participação no valor gerado comparando com 2020, passando de 40% para 58% e, por outro lado, o grupo madeiras reduziu sua participação em 2021, passando de 54% para 38% do valor gerado.

O grupo de alimentícios é composto por castanha, açaí e outros (buriti). A castanha, com R$ 57,2 milhões gerados, é o destaque deste grupo representando 89% do valor do grupo e 52% do valor total da produção de 2021. Comparando com 2020, o produto aumentou valor gerado em 224%.

O produto açaí segue em estabilidade com produção de 4.655 toneladas e valor gerado de R$ 6,4 milhões. 

Produção da madeira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Madeira e carvão vegetal 

O grupo de madeiras é composto pelos produtos madeira em tora, lenha e carvão vegetal. A madeira, com R$ 33,2 milhões gerados, é o destaque deste grupo representando 79% do valor do grupo e 30% do valor total da produção do ano passado. Compara com 2020, o produto aumentou o valor gerado em 41%, correspondente a um volume explorado de 338.924 m³.

A produção de carvão vegetal segue em estabilidade com produção de 2.081 toneladas em 2021. Já a lenha, considerando últimos 10 anos, continua o processo de declínio totalizando 355.208 m³ no ano passado. De acordo com o IBGE, isso é devido à substituição desta fonte de energia e demanda por fornecimento regular.

Os cinco municípios que mais geraram valor com a extração vegetal foram Rio Branco (R$16 milhões), Xapuri (R$13,4 milhões), Feijó (R$12,9 milhões), Sena Madureira (R$12,5 milhões) e Brasileia (R$ 9,2 milhões).

Os produtos que mais de destacam nos referidos municípios são, respectivamente, castanha e madeira em Rio Branco; castanha e borracha em Xapuri, madeira e açaí em Feijó; castanha e madeira em Sena Madureira; e castanha em Brasileia. 

*Por Iryá Rodrigues, do g1 Acre


Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade