Castanheira do Brasil

A castanheira-do-Brasil, também conhecida como castanheira-do-Pará, é uma árvore alta e bela, nativa da Amazônia.

A castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa), também conhecida como castanheira-do-Pará, é uma árvore alta e bela, nativa da Amazônia. Ela pode ser encontrada em florestas às margens de grandes rios, como o Amazonas, o Negro, o Orinoco e o Araguaia, mas está ameaçada de extinção.

Apesar de estar presente em todos os nove países amazônicos (Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa), atualmente só é abundante na Bolívia e no Suriname.

A castanheira é considerada vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente. A principal causa para o risco de extinção é o desmatamento. No Brasil, castanhais são derrubados para a construção de estradas e barragens, para assentamentos de reforma agrária e para a criação de gado.

As castanheiras-do-Brasil normalmente atingem entre 30m e 50m de altura e de 1m a 2m de diâmetro. É uma das espécies mais altas da Amazônia. Há registros de castanheiras que alcançaram 50m de altura e mais de 5m de diâmetro.

Seu tronco é reto e os galhos se concentram na parte mais alta da árvore. A casca é acinzentada, e as folhas, que ficam acima da copa das outras árvores, têm de 20cm a 35cm de comprimento.

As castanheiras dependem de um ambiente intocado para sua reprodução. Suas flores só são polinizadas por alguns tipos de insetos, que são atraídos por orquídeas que vivem perto das árvores de castanha. Se as orquídeas ou os insetos são mortos, as castanheiras não dão frutos.

O fruto da castanha leva mais de um ano para amadurecer, é mais ou menos do tamanho de um coco e pode pesar 2kg. A casca é muito dura e abriga entre 8 e 24 sementes, que são as apreciadas castanhas.

Caso não sejam devoradas por roedores, micos ou humanos, as sementes demoram de 12 a 18 meses para germinar. Muitas delas são plantadas por cutias, que roem os frutos até abrir a dura casca, comem algumas das sementes e enterram as outras para comer mais tarde. As sementes esquecidas pelas cutias brotarão da terra no ano seguinte para começar os 500 anos de vida de uma nova castanheira-do-Brasil.

A castanheira se destaca no meio da mata pelo porte majestoso. Com um ciclo de vida que pode chegar aos 400 anos, atinge até 60 metros de altura com diâmetro da base superior a 4 metros. Conhecida como a Rainha da Amazônia, produz frutos riquíssimos – a castanha-do-Brasil ou castanha-do-Pará, de alto valor nutricional e rico em propriedades medicinais, já o caule é feito de madeira muito apreciada.

Com todo este potencial econômico a castanheira é protegida por lei, mas mesmo assim é considerada como uma espécie vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente. A maior ameaça vem do modelo de ocupação da Amazônia, onde ela é encontrada em grande número. Na medida em que avança o desmatamento, a floresta desaparece, dando lugar à lavoura e à pecuária, e os castanhais vão desaparecendo.

A castanheira depende de outras plantas para completar o seu processo biológico. Os cipós ajudam a equilibrar a árvore, que necessita deste apoio para manter o equilíbrio, devido ao seu porte avantajado. A castanheira também depende da ocorrência de orquídeas, que atraem os mosquitos responsáveis pela polinização da árvore.

Já as cutias são responsáveis pelo nascimento de novos exemplares da árvore. Estes animais roem os ouriços para retirar as sementes e enterram para servir como reserva de alimentos. Assim as sementes encontram as condições ideais para o nascimento de novas árvores. Como a árvore depende de todas estas condições para que a espécie sobreviva, o Decreto 1.282, de 19 de outubro de 1994, que proíbe a derrubada das castanheiras, não alcança o seu objetivo.

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