MANAUS – O futebol amazonense é duramente criticado pelos atos de indisciplina que passam impunes. O que muitos não sabem é que 80% destes casos são gerados por quem deveria dar exemplo: treinadores e dirigentes. A afirmação é do presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM), Edson Rosas Júnior.
Retomada do tribunal coíbe impunidade no futebol amazonense. Foto: Antônio Assis/FAF
Retomada do tribunal coíbe impunidade no futebol amazonense. Foto: Antônio Assis/FAF
Os casos de violência envolvendo jogadores geram grande repercussão, especialmente a briga generalizada na final de 2014, entre Nacional e Princesa do Solimões. No entanto, Edson afirma que a maior parcela dos casos analisados pelo recém-constituído tribunal é justamente dos comandantes dos atletas.
“Até nos causou estranheza. Isso nos entristece, pois são educadores da base. 80% das ações são dessa parte, de treinadores ou comissão técnica. A gente precisa mudar essas pessoas ou que essas pessoas mudem. Olha o exemplo que elas estão dando”, criticou Edson Rosas em entrevista à rádio CBN Amazônia.Um dos que sofreram as consequências foi o coordenador da base do Fast Clube, Thiago Durante. O dirigente ficou conhecido por ter sido expulso em três categorias diferentes em 2015 – infantil, juvenil e profissional. No profissional, Durante trocou farpas com o árbitro Weden Cardoso em um jogo da Copa Amazonas e foi agredido com um soco, fato que gerou repercussão nacional.Em outro jogo da Copa Amazonas, contra o Operário, Durante foi acusado de insulto ao árbitro Carlos Augusto Souza e recebeu punição preventiva de 90 dias pelo tribunal, além de uma multa de R$ 3 mil. O caso foi julgado no fim de novembro.
Thiago Durante foi um dos dirigentes envolvidos em casos de indisciplina no ano. Foto: Arquivo Pessoal/Thiago DuranteViolência coibidaO presidente do TJD também falou sobre a revogação dos efeitos suspensivos dos ‘brigões’ da final de 2014. “Infelizmente se resguardaram de um efeito suspensivo e disputaram o campeonato em 2015. Como vamos propagar o futebol amazonense se existe uma barbárie na final? Mantivemos as penas da primeira comissão e vamos executar as multas em janeiro. Esses atletas, mesmo que não estejam nas mesmas equipes ou no Amazonas, terão que cumprir as penas”.
Thiago Durante foi um dos dirigentes envolvidos em casos de indisciplina no ano. Foto: Arquivo Pessoal/Thiago DuranteViolência coibidaO presidente do TJD também falou sobre a revogação dos efeitos suspensivos dos ‘brigões’ da final de 2014. “Infelizmente se resguardaram de um efeito suspensivo e disputaram o campeonato em 2015. Como vamos propagar o futebol amazonense se existe uma barbárie na final? Mantivemos as penas da primeira comissão e vamos executar as multas em janeiro. Esses atletas, mesmo que não estejam nas mesmas equipes ou no Amazonas, terão que cumprir as penas”.
Antes da reconstituição do tribunal, em novembro, o último caso julgado pelo TJD havia sido justamente o da final de 2014. Com a retomada, os árbitros agora se sentem mais seguros para que os relatos da súmula realmente sejam analisados. “E tem que relatar direito. Teve um árbitro que não relatou um caso de forma clara na súmula e foi denunciado por dificultar a punição”, disse Edson Rosas.A retomada do tribunal fechou o cerco para o mau comportamento dos atores do futebol amazonense, seja jogadores, dirigentes ou comissão técnica. Recentemente, o preparador físico do Fast, Rivaldo Silva, recebeu uma punição preventiva de 15 dias por insinuar “armação do tribunal e da federação” em uma ‘nota de repúdio’ nas redes sociais. Anteriormente, o presidente do Sul América, Luiz Costa, já havia sido punido por se referir publicamente ao TJD como “TribuFast” (em alusão ao time de Edson Rosas).