Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
Em meio à correria dos preparativos para o Festival Folclórico de Parintins, quando o Curral Zeca Xibelão, do boi Caprichoso, se transforma no verdadeiro quartel-general da Nação Azul e Branca, uma figura se destaca não apenas pela experiência, mas pela dedicação e respeito que inspira: Auxiliadora Pereira da Silva, conhecida carinhosamente como Dona Dora. Aos 75 anos, ela é mais que diretora do curral do Boi Caprichoso, é sua guardiã.
Natural de Parintins, Dona Dora carrega o Caprichoso no sangue desde antes de nascer. Ela conta que sua história com o touro negro começou ainda na barriga da mãe.
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“Ela já era Caprichoso, então eu já nasci Caprichosa. Ou seja, desde criança brincava nos antigos ensaios, quando o curral era no Urubuzal, sob o comando do lendário Seu Luís Gonzaga. A gente brincava lá, ensaiava. A minha vida sempre foi o Caprichoso”, afirma Dora.
A história de dona Dora se mistura com a evolução do próprio curral. Ela começou como servente na escolinha, ainda nos tempos em que funcionava no Estádio Sagrado. Com o tempo, foi ganhando espaço, respeito e responsabilidade.
Hoje, é a diretora do espaço que concentra boa parte das operações da associação folclórica: desde logística, figurinos, atendimento aos sócios e até o setor social. “Tudo que precisam, vêm atrás de mim. Chave, sala, figurino, ensaio. Aqui a gente resolve”, brinca.
Mais do que trabalhar, dona Dora vive o boi. Seu olhar firme e sorriso constante refletem a paixão que move sua rotina. Quando questionada sobre as dificuldades do cargo, responde sem hesitar:
“A parte mais difícil? Acho que não tem. Porque eu gosto de tudo que eu faço aqui dentro. Eu amo estar aqui”.
Apesar da longa trajetória, dona Dora ainda se emociona como uma torcedora novata. Para ela, não há momento mais marcante do que ver o troféu de campeão chegar ao curral: “É quando a emoção explode. A gente vê que todo o esforço valeu a pena. É uma felicidade que não dá para explicar”.
Testemunha viva das transformações do Festival de Parintins, ela celebra a visibilidade que o evento ganhou com a era digital.
“Hoje, com a internet, o mundo inteiro tá vendo o boi. E ainda vai crescer muito mais. Eu convido quem não conhece a vir, porque é uma festa maravilhosa, até melhor do que o Carnaval do Rio de Janeiro”, assegura, com brilho nos olhos.

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No vaivém dos ensaios, confecção de alegorias e ajustes finais, dona Dora segue firme, orientando, costurando, resolvendo problemas e, sobretudo, mantendo viva a chama do Caprichoso.
Ela não veste apenas a camisa do boi: costura sua própria história na memória do Festival. E como toda guardiã, garante que cada detalhe do curral siga no compasso exato da paixão azulada.
Parintins para o mundo ver
O projeto ‘Parintins para o mundo ver’ é realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), correalizado pela Rede Amazônica e Amazon Sat, com o apoio de Amazônica Net, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM) e Governo do Amazonas.