Pesquisador apresenta novo método para estudar insetos na Amazônia

O sistema de armadilhas em cascata é capaz de coletar insetos em diferentes alturas das florestas, inclusive no topo das copas das árvores.

O trabalho apresenta um novo sistema de armadilhas em cascata capaz de coletar insetos. Foto: Comunicação Uema

O professor Francisco Limeira de Oliveira, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é um dos autores de um estudo recentemente publicado na revista científica Nature – Scientific Reports, um dos periódicos de maior prestígio internacional. O artigo apresenta um novo sistema de armadilhas em cascata capaz de coletar insetos em diferentes alturas das florestas tropicais, inclusive no topo das copas das árvores — uma região até então considerada de difícil acesso para a pesquisa biológica.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O professor Francisco Limeira de Oliveira, da Universidade Estadual do Maranhão, é um dos autores de um estudo recentemente publicado na revista científica Nature – Scientific Reports. Foto: Comunicação Uema

Desenvolvido em parceria com cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade de São Paulo (USP), o trabalho propõe um método simples, eficiente e de baixo custo para capturar e estudar a fauna de insetos que habita o dossel das florestas. Essa região, chamada pelos pesquisadores de “fauna inalcançável”, abriga milhares de espécies ainda pouco conhecidas pela ciência.
As armadilhas, denominadas “sistema em cascata”, foram testadas em diferentes localidades da Amazônia e do Maranhão, incluindo a Reserva Biológica do Gurupi.

Durante os testes, as estruturas coletaram mais de 80 mil insetos em apenas duas semanas, comprovando sua alta eficiência para estudos de biodiversidade e monitoramento ambiental.

Leia também: Pesquisa identifica mais de 11,3 mil insetos aquáticos na RDS do Uatumã no Amazonas

Durante os testes, as estruturas coletaram mais de 80 mil insetos em apenas duas semanas. Foto: Comunicação Uema

No artigo publicado, o novo modelo dispensa o uso de gruas, torres metálicas ou escaladores profissionais para alcançar grandes alturas, o que torna a pesquisa mais acessível, segura e sustentável. A tecnologia tem potencial de aplicação em florestas tropicais e temperadas de todo o mundo, ampliando as possibilidades para o estudo da biodiversidade global.

O estudo

O estudo integra importantes iniciativas nacionais de pesquisa, como o INCT BioDossel (MCTI/CNPq), coordenado por José Albertino Rafael (INPA), e o BioInsecta (FAPESP), sob a coordenação de Dalton de Sousa Amorim (USP de Ribeirão Preto). Esses projetos têm como meta coletar cerca de 7,5 milhões de insetos em diversas regiões do país, constituindo o maior inventário de fauna tropical já realizado no Brasil.

Leia também: Portal Amazônia responde: os vagalumes estão desaparecendo na Amazônia?

Pesquisador apresenta novo método para estudar insetos na Amazônia
Esses projetos têm como meta coletar cerca de 7,5 milhões de insetos em diversas regiões do país, constituindo o maior inventário de fauna tropical já realizado no Brasil. Foto: Comunicação Uema

Leia também: Cientistas avaliam a diversidade de insetos da Amazônia, desde o solo até a copa das árvores

Além do professor Francisco Limeira, a pesquisa também contou com a participação da aluna de doutorado Alice Tôrres, do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (PPG-BioNorte/Uema), que integra o grupo de autores do artigo.

Apoio

O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio dos projetos PROTAX e UNIVERSAL, ambos coordenados pelo professor Limeira.

A relevância da pesquisa será reconhecida internacionalmente: os resultados do estudo serão apresentados durante a COP30, que será realizada em Belém (PA).

Leia também: Atenção ao ‘cri cri’: pesquisadores afirmam que grilos são importantíssimos na natureza 

O estudo integra importantes iniciativas nacionais de pesquisa. Foto: Comunicação Uema

Esta publicação reforça o papel de destaque da Uema na produção científica nacional, evidenciando a contribuição do Maranhão para o avanço da ciência e para o aprofundamento do conhecimento sobre a biodiversidade amazônica.

*Com informação da Universidade Estadual do Maranhão (Uema)

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Comissão de Direitos Humanos aprova criação da Política Nacional de Segurança dos Povos Indígenas

A proposta reafirma competências de vários órgãos de Estado relacionadas ao combate à violência contra os povos indígenas.

Leia também

Publicidade