5 dicas para empreender na Amazônia​

O analista técnico do Sebrae-AM, Vicente Schettini, comenta sobre as oportunidades e desafios de empreender na região.

Cercada por uma rica biodiversidade, a Amazônia é cercada de insumos que se transformam em alimentos, bebidas, cosméticos, fármacos e acessórios, dentre outros bens que podem ser produzidos de maneira sustentável, assim fomentando a bioeconomia da região. Porém, aliado ao rico potencial de desenvolvimento e empreendedorestão alguns obstáculos como o isolamento geográfico. 

O Portal Amazônia conversou com o analista técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amazonas (Sebrae-AM), Vicente Schettini, para descobrir mais sobre as oportunidades e desafios de empreender na região amazônica.

Bioeconomia na Amazônia é um dos principais atrativos de empreendedorismo na região. Foto: Divulgação/Idesam

Nos últimos anos, o empreendedorismo tem sido vinculado ao conceito de desenvolvimento sustentável. Segundo o analista técnico, além de visar questões econômicas, como o lucro, negócios sustentáveis visam a preservação da biodiversidade e a inclusão de populações que habitam a região amazônica.

“Convivemos ‘num’ período no qual as mudanças estão se desenvolvendo ‘num’ ritmo super acelerado, de grande magnitude e com transformações disruptivas e precisamos ter a compreensão de como isso vai impactar o negócio, os segmentos de negócios e a cadeia de valor, por exemplo”,

comenta Vicente Schettini.

Dentre os ramos do empreendedorismo que tendem a se destacar nos próximos anos na Amazônia, Schettini elenca: sustentabilidade, mobilidade e oportunidades.  

Sustentabilidade 

O especialista explica que iniciativas que visam a obtenção de energias renováveis representam um grande potencial de desenvolvimento. Devido à grande biodiversidade na região, há muitos recursos como a biomassa, energia solar, biodiesel e gás natural. Além do setor energético, o analista comenta sobre a captação de carbono e água.

“A captura de carbono vem ao encontro de medidas para mitigar o que já foi emitido. De outra forma a água como recurso finito, sendo a água doce somente 3% das disponibilidades e destes, somente 1% disponível ao consumo humano. Assim os problemas de escassez irão se agravar e a alternativa é do uso eficiente e também do reuso”,

declarou.

Mobilidade 

Outro setor que tende a crescer é o de mobilidade. De acordo com o analista, a venda de veículos elétricos está em uma tendência crescente e é essencial para as cidades se tornarem mais eficientes tecnologicamente. Aliado a isso, está a oferta de serviços de transporte cada vez mais customizados. 

Oportunidades

Além da sustentabilidade e mobilidade, outros fatores que possuem potencial para serem desenvolvidos na região são temáticas na área de ‘internet das coisas’, transformação do sistema alimentar, consumo consciente e economia circular, como ressalta Schettini:

“A internet das coisas é a palavra chave para tratar da automação, acesso remoto e a coleta de dados, com suas aplicações sejam residenciais, nos escritórios e empresas, neste caso, reunindo em tempo real os dados de toda a cadeia de produção. Sua contribuição acontece para a rastreabilidade de processos, o controle remoto e assim produzir a eficiência necessária no uso dos insumos da produção de forma escalável”,

afirma.

Dificuldades de empreender na Amazônia 

Além das particularidades geográficas e demográficas da região, que dificultam o sistema de produção ao ambiente para negócios, o analista do Sebrae comenta que “essas dificuldades necessitam de permanente atenção aos estudos, a investigação, pesquisa e definição de políticas de incentivo que possam combater nossas desigualdades e deficiências”, sendo elas nas áreas de infraestrutura, educação, logística, acesso à internet ou meios de produção. 

“São desafios enormes, porém as oportunidades existem e é nossa função entendo quais são os eixos centrais que definem nossa estratégia de desenvolvimento, atuar na solução dos principais gargalos que afetam as nossas cadeias de produção”, completa.

Dicas para empreender na Amazônia 

Ainda assim, empreender na Amazônia é possível e pode ser transformador. Confira dicas para empreender na região, de acordo com o analista do Sebrae:

1. Conheça o mercado, observe os comportamentos dos consumidores, assim saberá as dores que você vai tratar;

2. Veja a legislação, verifique as restrições para novos entrantes, quem faz parte dessa cadeia de negócios;

3. Questione: é inovador o que você pretende? Vai trazer impacto as pessoas? É escalável?;

4. Forme um time para unir competências e domine a técnica e registre marca ou patente;

5. Tenha um Plano de Negócios com foco no crescimento da receita e das margens.

Amazônia que eu quero

O quarto Fórum da Plataforma Amazônia Que Eu Quero trabalhou o tema ‘Empreendedorismo na Amazônia’ e reuniu especialistas para analisar o cenário atual da Região Norte. Além de abordar o número crescente de empreendedores na região, principalmente durante a pandemia, os convidados deram dicas para quem quer começar a empreender.

Confira: ‘Amazônia que eu quero’: veja como foi o Fórum de Empreendedorismo na Amazônia

A Plataforma Amazônia Que Eu Quero busca incentivar uma ação democrática que leve a população a exigir seus direitos junto aos representantes legais, elevando o nível de comprometimento e de atuação dos gestores públicos. Tal dinâmica possibilita o amadurecimento do senso crítico na escolha dos candidatos, a capacidade de análise da população e o voto consciente, levando a uma melhoria do processo democrático da região Amazônica.

Estão sendo realizados painéis, fóruns de debates on-line e ações presenciais para discussão e engajamento da população nos 5 estados da Amazônia – Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Na edição de 2022, a qual tem por tema “Caminhos da Democracia”, serão realizados 5 fóruns com discussões pautadas pelas câmaras temáticas de Infraestrutura, Energia Limpa, Modelo Econômico na Amazônia, Empreendedorismo e Inovação, e Florestas.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Cientistas avaliam como répteis e anfíbios lidam com mudança climática em ilha de Roraima

Expedição à Estação Ecológica de Maracá coletou mais de 400 espécimes para investigar como esses animais lidam com o aumento da temperatura previsto para as próximas décadas.

Leia também

Publicidade