Fotos: Carol Marques/Arquivo Pessoal
Desde pequeno o gosto diferente do Nico, um gato de 11 meses, tem chamado a atenção da dona dele, a biomédica Carol Marques, de 25 anos. É que o animal não pode ver um cacho de açaí por perto, que já pula para ‘roer’ os caroços do fruto. De acordo com Carol, que vive em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, o Nico também ama dormir em rede.
A biomédica disse que percebeu o amor do gato por açaí durante uma viagem para o interior.
“Foi impactante, como um pai vendo o filho andar. Fiquei em primeiro momento em choque, vendo aquela cena dele comendo e brincando com o açaí, virando um ribeirinho e aprendendo a viver bem. Todos que estavam no momento ficaram surpresos, ele comeu e depois deitou em cima dos cachos de açaí. Foi bem engraçado”, disse a dona.

Os perigos do açaí para os pets
De acordo com a médica veterinária Dagmar Oliveira Lima, embora muitas frutas possam ser consumidas pelos pets, nem todas são seguras. O açaí, por mais saboroso que seja, pode ser extremamente perigoso para cães e gatos.
“Esse fruto pode conter a teobromina (um tipo de metilxantina), uma substância alcaloide encontrada no cacau, cupuaçu, café e guaraná, que é altamente tóxica para os animais. A ingestão de teobromina pode causar sérios problemas de saúde, e em casos graves, pode até levar à morte”, explicou a veterinária.
Ainda segundo a especialista, os sintomas de intoxicação por teobromina incluem vômitos, diarreia, alterações cardíacas, respiratórias e neurológicas. Em situações mais graves, o pet pode sofrer de convulsões.
“Outro risco relacionado ao açaí, principalmente para aqueles que gostam de roer o próprio fruto, é a possibilidade de contaminação por doenças como a Doença de Chagas, que é uma zoonose (doença transmissível entre animais e humanos) e de difícil tratamento. Este é um outro aspecto que merece atenção e cuidado”, acrescentou.
*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP