“Higienizar os alimentos é a primeira etapa que deve ser realizada”, afirmam as professoras Luiza Helena Martins e Carissa Bichara na Universidade Federal Rural da Amazônia, no Pará.
O mês das férias escolares chegou e com ele aquela vontade de dar um jeitinho de frequentar praias, balneários, clubes e ilhas. Além de curtir o veraneio, é importante não descuidar da alimentação. Quem dá as dicas sobre esse assunto são as professoras Luiza Helena Martins e Carissa Bichara, do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Belém, no Pará.
“Higienizar os alimentos é a primeira etapa que deve ser realizada, como lavagem em água tratada e desinfecção com uma solução de hipoclorito de sódio para a redução da carga microbiana, em geral compramos o produto no mercado e ele já vem com a concentração padrão”, diz a professora Luiza Martins.
Para quem prefere levar os alimentos de casa, ela indica que a melhor escolha é por alimentos mais nutritivos, como as frutas. “Caso as frutas não estejam cortadas, o ideal é guardá-las em sacolas de polietileno [plásticos], e caso estejam cortadas, colocá-las em recipientes limpos e bem fechados, além de consumi-las em, no máximo, quatro horas”, diz.
Ela destaca que é importante não cortar frutas como a maçã e a banana, que sofrem escurecimento enzimático, processo que ocorre quando a enzima polifenoloxidase produz pigmentos escuros a partir do momento em que frutas e hortaliças são cortadas ou apresentam suas superfícies danificadas. “Refrigerar ou cozinhar os alimentos antes de levá-los para a praia também é uma boa opção, pode-se deixar os alimentos no refrigerador e retirar no momento da viagem, ou cozinhar os alimentos e armazená-los em marmitas que podem ser colocadas dentro de recipientes isolantes térmicos”, indica.
Também é preciso estar atento em como conservá-los, para ter a certeza de que tudo o que for consumido está nas melhores condições. A professora orienta que esses recipientes podem ser caixas térmicas, isopores, entre outros, que conseguem garantir a temperatura dos alimentos durante o percurso da viagem. “Para as bebidas, a opção das garrafas térmicas é o mais indicado, ou a inclusão das garrafas em caixas térmicas. Lembrando que é imprescindível que a água utilizada, tanto para lavar os alimentos, quanto para cozinhá-los, deve ser potável e livre de microrganismos patogênicos”, completa.
Bares e restaurantes na praia
Já para quem prefere consumir em restaurantes e barracas localizados nas praias e balneários, o cuidado também deve estar presente. A professora Carissa Bichara destaca que os locais adequados são aqueles que oferecem produtos que passaram por inspeção sanitária, seja federal, estadual ou municipal, já que os selos de inspeção atestam a procedência e qualidade dos produtos, informando que eles foram fabricados segundo as legislações vigentes.
“Porém esses fatores são difíceis de serem observados quando estamos nesse ambiente praiano. Nesse caso, devemos sempre observar as condições de higiene do manipulador, se os alimentos são mantidos ‘quentes’, no caso de alimentos prontos para o consumo ou ‘frios’, no caso de alimentos frescos e que necessitem ser mantidos sob refrigeração”, diz.
Ela faz um alerta maior sobre o consumo de ostras em praias, um caso que necessita de uma atenção a mais, por ser um alimento consumido cru. “Devido as ostras serem organismos filtradores, que se alimentam de resíduos presentes na água que passam por elas e acabam pegando todo resíduo e sujeira que estão no ambiente, as práticas de manejo no local do cultivo são de extrema importância para garantir a segurança do consumo, assim como a manipulação correta e armazenamento após a despesca”, diz.
Segundo a professora, tanto nos alimentos levados de casa, quanto nos adquiridos na praia, há risco do alimento “azedar” por conta do calor e armazenamento inadequado. “Na dúvida é melhor descartá-los. É muito arriscado consumir alimentos que estejam azedos ou estragados, não dá para saber qual tipo de microrganismo causou alterações, se há a presença de patógenos ali ou mesmo suas toxinas. Os danos à saúde podem variar desde um mal-estar geral, problemas gastrointestinais, vômitos, febre, calafrios ou até mesmo em casos extremos, pode levar à morte”, finaliza.
O que consumir?
A professora Luiza Helena Martins diz que é preciso atentar para que não ocorra desidratação e deficiência de vitaminas, então é necessário manter o corpo hidratado e ingerir bastante líquido, principalmente a água, além de optar por alimentos com alto valor nutritivo, e com alto teor de água, prevenindo a desidratação e mantendo o organismo em pleno funcionamento.
“É importante ingerir frutas, como por exemplo, o melão, melancia, maçã, pera, manga, mamão, banana. Legumes como vagem, lentilhas, grão de bico também são boas opções. Outra indicação é a ingestão de verduras, como a alface, chicória, repolho, rúcula, espinafre, repolho; além de raízes e tubérculos, como a beterraba, cenoura, batata doce e macaxeira. Essas são excelentes opções, por serem boas fontes de vitaminas, fibras e sais minerais, além da maioria possuir alto teor de água”, indica.
A professora ainda alerta que nesta época deve-se evitar o excesso de frituras e alimentos que sejam muito calóricos, como refrigerantes, salgadinhos, biscoitos, batatas fritas e com alto teor de gordura animal, “Isso porque a digestão desses alimentos é lenta, o que não é indicado no verão”, diz.
Os alimentos mais indicados são: frutas como melão, melancia, maçã, pera, manga, banana, mamão, e outras ricas em água; legumes como vagem, lentilhas, grão de bico; verduras como alface, chicória, repolho, rúcula, espinafre; raízes e tubérculos como beterraba, macaxeira, batata doce, cenoura; além de nozes, castanhas, iogurtes e carnes magras ou carnes brancas grelhadas.
Evitar: alimentos muito calóricos, frituras em geral como batata e salgados, refrigerantes, salgadinhos, biscoitos industrializados, carnes vermelhas com alto teor de gordura.