Arquivo Público expõe relatos de mulheres, indígenas e negros sobre a Cabanagem no Pará

A exposição integra o Preamar Cabano e pode ser visitada até o final de janeiro.

A exposição “Povo Cabano: Registros Documentais do Arquivo Público”, aberta ao público na última segunda-feira (6), em Belém (PA), retrata a vivência dos personagens que participaram da Cabanagem, revolta popular que completa 190 anos em 2025. O acervo conta com cartas escritas por mulheres, indígenas e negros. Mais de 50 pessoas já visitaram a exposição nesta primeira semana.

Segundo ele, a cada edição do Preamar Cabano, programação cultural do governo do Estado, é exposto algo novo sobre esse período. Desta vez, a escolha pelas cartas dos participantes surgiu com a ideia de trazer o registro daqueles que não recebem tanto reconhecimento na história da Cabanagem. 

“As pessoas costumam lembrar dos presidentes cabanos, que também foram figuras emblemáticas, ao seu modo, para a história, e esquecem desses que, de fato, foram os rostos da revolta. Se não fosse essa multidão de pessoas participando, o movimento não iria ganhar a amplitude que conquistou”, ressaltou Leonardo Torii.

Durante o período regencial, entre 1835 e 1840, na Província do Grão-Pará, região que atualmente abrange os estados do Pará, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima, os rebeldes lutaram por melhores condições sociais e econômicas.

Foto: Reprodução/Agência Pará

História

Ivan Santa Rosa dos Santos, 73 anos, estudante de Licenciatura em História, está em Belém passando férias e soube da programação do Preamar Cabano. De acordo com ele, que deseja retornar a Belém, onde nasceu, para lecionar após a formatura, saber mais da história da revolta o ajuda a entender o passado da região.

“Acho imprescindível, para mim, que desejo dar aulas depois que me formar, saber mais da história do meu Estado. Mesmo morando há anos no Mato Grosso, a memória do Pará ainda é muito presente na minha vida, e desejo, cada vez mais, me aprofundar e entender. Achei muito interessante saber mais essa versão da história, contada pelos revoltosos. Sem dúvida, foi uma experiência única”, disse Ivan.

Junto com um grupo de amigos, o estudante de Filosofia João Pedro Costa soube da programação por meio das redes sociais da Secult (Secretaria de Estado de Cultura), e foi visitar a exposição. “Eu costumo sempre entrar nas redes sociais da Secult atrás das programações, até que eu vi essa exposição aqui no Arquivo e decidi vir. Coincidiu justo na semana que eu estou estudando sobre Domingos Antônio Raiol (que escreveu a obra ‘Motins Políticos’, sobre a Cabanagem, e recebeu o título de Barão do Guajará). Ter acesso a esses documentos expostos aqui me deixou entusiasmado”, contou o estudante.

*Com informações da Agência Pará

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