Por que muitos profissionais são contratados pela experiência, mas demitidos pelo comportamento

Nesse artigo vou falar sobre os principais motivos geradores dessas demissões por comportamento, que deixam muitos bons profissionais fora do mercado.

Você já deve ter ouvido aquele ditado popular “Contratado pela técnica, mas demitido pelo comportamento”, não é? Pois é…. 83% de demissões causadas no mercado de trabalho são geradas pelo comportamento de profissionais. Sim, isso mesmo. Um percentual alto que reflete a complexidade do comportamento humano ao longo dos tempos, havendo uma evolução de 41 para 57% entre 2000 e 2005, de 57 para 64% de 2005 a 2010, de 64 para 73% de 2010 a 2015 e de 73 para 83% de 2015 a 2020.

Mesmo que esse seja um assunto bem crítico, é importante salientar que nem sempre o comportamento é de uma má referência, mas sim de ações que, em muitos momentos, podem ser feitas sem que a pessoa entenda que aquela ação pode ser prejudicial.

Nesse artigo vou falar sobre os principais motivos geradores dessas demissões por comportamento, que deixam muitos bons profissionais fora do mercado.

Foto: Mohamed Hassan/Pixabay

Excesso de carinho com colegas

Em nossa região há uma cultura de tratamento efusivo, ou seja, excesso de carinho com algumas expressões bem conhecidas como “Meu amor”, “Meu bem”, “Paixão”, que muitas pessoas usam com outras sem terem intimidade suficiente para isso. O ponto crítico disso, dentro do ambiente organizacional, é que cria-se um ambiente pegajoso, cansativa e de invasão de intimidade. É claro que não há problema quando há permissão, por parte da outra pessoa, para isso acontecer.

A formalidade é fundamental no ambiente profissional, tendo a cautela de não transformá-la em algo mecânico e robótico, mas sim em diálogos normais, sem excessos e aproximações desnecessárias.

Além disso, há muitas ocorrências de esposos e esposas que foram às empresas para tirarem satisfação com a pessoa que tem esse tipo de tratamento para com outras. Além de criar um ambiente pegajoso internamente, há o risco do conflito externo. Se isso vier a ocorrer, é pouco provável que um(a) chefe(a) queira manter o(a) profissional em questão.

Procrastinação 

Deixar para depois nunca é bom, seja na vida pessoal ou profissional. No ambiente corporativo, isso atrasa projetos, reduz produção e encolhe os resultados finais e produtividade de qualquer profissional. Há alguns condicionamentos comportamentais que geram essa ação, criando alguns gatilhos mentais de relaxamento ou até mesmo preguiça.

Em muitos dos casos, quando há um longo trabalho a ser resolvido, o ritmo de produtividade do meio para o fim reduz pela falsa sensação de que já vai terminar. Isso cria, segundo gestores(as), uma redução de 35 a 40% de queda de produção individual por profissional. O maior desafio do comportamento humano é, numa situação assim, manter o ritmo de produção do início ao final.

Desvio de atenção com o uso de redes sociais

Apesar de ter trazido muitos fatores positivos para o mundo corporativo, como a rapidez na troca de informações, a perda de produtividade também á uma realidade. O uso das redes sociais é muito bom, desde que seja feito de maneira eficiente com a cautela de não permitir a distração durante o horário comercial, o que gera uma perda direta de produtividade em qualquer tipo de atividade que estiver sendo realizada.

O ideal é que elas sejam usadas em tempos de intervalos ou de formas rápidas para assuntos emergenciais, se houverem. Se o profissional depende delas para o trabalho diário, é importante que haja a separação de assuntos profissionais e pessoais.

Falta de flexibilidade para fazer de outra forma

Já ouviu o ditado popular “Mas sempre fiz assim”? Já, né? Ela é muito presente nas organizações e criam muitas condições improdutivas e negativas para muitos projetos e mudanças empresariais. No mundo que vivemos, que tudo muda a cada dia, a flexibilidade é fundamental para o desempenho de atividades, iniciativas e projetos.

Junto à falta de flexibilidade, vem a resistência de mudar, que gera desentendimentos, que gera a falta de produção, que gera a demissão.

Por mais que seja difícil, precisamos acompanhar todas as evoluções geradas, seja pela tecnologia, novos padrões, procedimentos, políticas e condutas.

“Mas isso não é trabalho meu” 

Quando ficamos condicionados e limitados apenas à nossa atividade diária, a tendência que estejamos em destaque na empresa é baixa. Quando algum(a) colega de trabalho nos pede ajuda e negamos, automaticamente criamos uma divisão interna, onde cada um vai fazer apenas o seu. Já pensou isso acontecendo em larga escala dentro do ambiente organizacional? Vai chegar um momento que a empresa vai ter tantos desperdícios, retrabalhos e problemas, que vai à falência. E o resultado final? Todos demitidos.

Por mais que não tenhamos a sensação de que “estamos no mesmo barco”, estamos sim, essa é a realidade. Todos precisam estar bem para poderem continuar trabalhando, ganhando seus salários, e assim, tendo uma vida boa para viver.

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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