Foto: Barbara Matoso/Ascom Basílica Santuário de Nazaré
Em um momento que Belém (PA) atrai os olhares do mundo, tanto pela grandiosidade da maior manifestação religiosa do Brasil, o Círio de Nazaré, quanto pelo protagonismo internacional na pauta ambiental com a COP 30, a Basílica Santuário de Nazaré realizará durante esses dois grandes eventos missas em inglês, espanhol, francês e em LIBRAS.
Para os turistas estrangeiros, participar das celebrações em seu próprio idioma permite uma vivência profunda da devoção mariana, o que promove um intercâmbio cultural rico e significativo.
No contexto da COP 30, onde líderes, ativistas e visitantes de diversas nacionalidades estarão reunidos para discutir o futuro do planeta, essa ação ganha ainda mais relevância e mostra que a espiritualidade, fé e a sustentabilidade podem caminhar juntas, com empatia e diálogo.
Missas serão realizadas em outros idiomas. Foto: Allan Bentes/Ascom Basílica Santuário de Nazaré
De acordo com a organização, “ao abrir suas portas em vários idiomas, a Basílica de Nazaré não apenas celebra a fé, mas também a união dos povos, fortalecendo o papel de Belém como um ponto de encontro entre tradição, devoção e um mundo mais acolhedor”.
Confira a programação das missas:
Missas em idiomas para o Círio de Nazaré
29/09: Missa em Português e Libras, às 19h30;
01/10: Missa em Francês, às 19:30;
02/10: Missa em Inglês, às 19:30;
03/10: Missa em Espanhol, às 19:30.
Missas em idiomas para a COP 30
03/11: Missa em Português e Libras, às 19h30;
10/11: Missa em Espanhol, às 19:30;
15/11: Missa em Inglês, às 19h;
21/11: Missa em Francês, às 19:30.
Além das celebrações, haverá também confissões e visitas guiadas no Memória de Nazaré nos respectivos idiomas.
Armazens Andresen na Rua Theodoreto Souto, em frente à praça Tenreiro Aranha, 1910. Foto: Valdenor de Souza/Coleção pessoal
Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br
Eles vieram do além-mar. De muito longe, deixando suas aldeias, freguesias, quintas, minifúndios e suas querências ao longo de toda a Portugal. Todos na sua maioria de pequenas cidades do norte, de onde se originava a maioria desses homens e mulheres que vieram estabelecer-se em Manaus e Belém. Alguns desses nomes muito familiares em nossa região, pois foram adotados por ocasião de fundação de vilas e cidades da região amazônica.
Esses imigrantes, quase todos jovens e pobres, eram filhos de agricultores e sitiantes, de numerosa família patriarcal, com rígida educação doméstica e obediente à tradição, valores familiares e principalmente devotos de N. S. de Fátima.
Portugal não tinha mais, ao findar do século dezenove, muito futuro. Sobretudo a região norte, terra de muitos minifúndios, pertencentes a proprietários de famílias numerosas, sem terem como encaminhar seus filhos para a lavoura, uma vez que as parcelas de terras, com a subdivisão de herança se tornaria tão pequena que eram incapazes de sustentar uma família.
Comendador José Cláudio Mesquita (à esquerda). O Comendador e Alberto Andresen. Fotografia: Fidanza no Pará, 1885 (Acervo da família)
Assim, a fina-flor de sua juventude migrava para essas regiões do Brasil, em busca de fortuna e de um futuro de dias melhores. Mais tarde, esses parentes e amigos tornavam-se sócios e parceiros no empreendimento em que trabalhavam. E dessa forma começava a sua ascensão social. Na região Amazônica, em especial Manaus e Belém, além desses estabelecimentos varejistas, como os portugueses dominavam as casas aviadoras e o comércio do látex e gêneros regionais, muitos deles vinham diretamente para aprender seu ofício como caixeiros, balconistas, viajantes e propostas dos patrões como gerente de confiança, aos quais eram entregues grandes responsabilidades comerciais.
Entre tantos portugueses que em Manaus deram uma importante contribuição na nossa economia está o Comendador José Cláudio de Mesquita. Nasceu em Setubal, Portugal no dia 7 de outubro de 1858, aonde viveu sua infância e uma parte da juventude.
Em 1883 viajou para Manaus com a incumbência de fundar uma filial da Casa J. H. Andresen, um importante estabelecimento comercial da cidade do Porto desde 1845.
Casamento de José Cláudio de Mesquita, cidade do Porto em Portugal. Foto: Acervo da família
Como cita o professor Agnello Bittencourt:
“De fato em 1885, estava fundado na capital da Província do Amazonas, o estabelecimento denominado Armazéns Andresen, cujos principais negócios era a venda de vinho, ferragem e a compra da borracha. Sua prosperidade foi notável sob o dinamismo e a sagacidade ou a visão mercantil do seu fundador e gerente, despertando a absoluta confiança e apoio. A Casa Matriz era proprietária de várias embarcações, das quais duas viajavam entre Lisboa e Manaus e denominavam-se Dona Maria e Dona Amélia. Além desses barcos havia o possante rebocador Jane que viajava para o interior do estado principalmente no Rio Solimões.”¹ Pág. 163
Relata o professor Samuel Benchimol em sua obra: Manaós – Do Amazonas-Memória Empresarial.
“José Cláudio de Mesquita deve ter emigrado numa dessas levas de patrícios por volta de 1883. Contava na época o Dr. Emílio Vaz de oliveira, decano dos diretores da Associação Comercial do Amazonas. José Cláudio de Mesquita chegou a Manaus muito jovem, trazido pelo patrício João Andresen, grande comerciante português, de origem dinamarquesa. Os Irmãos Andresen – Alberto, Guilherme e João- com grandes armazéns no Porto e Vila Nova de Gaia, onde comerciavam vinho do Porto para a Inglaterra e Europa, tendo estabelecido em Manaus uma filial e sucursal Sociedade Anônima Armazéns Andresen (a primeira S/A existente em Manaus), tendo como diretor João Andresen e como gerente Joaquim Rodrigues da Silva Dias.”² Pág.46
José Cláudio de Mesquita começou sua vida comercial como empregado dos Armazéns Andresen ou da firma Araújo e Rosas (antecessores de J. G. Araújo), pois sempre foi amigo do Comendador J. G. Araújo, de quem havia sido sócio na firma Mesquita e Araújo. O aprendizado foi rápido. Era um homem inteligente, sabendo bem ler, escrever e dominava a matemática foi trabalhador do escritório ou auxiliar de guarda-livros dessas organizações. “Possivelmente se aventurou, como era comum na época, como caixeiro viajante dos Andresen e de J. G. Araújo, na visita aos fregueses e seringalistas-aviados do interior, compra de borracha, fazer acertos das reclamações e tomar os pedidos de mercadorias.”
Dessa forma, cresceu na experiência do que muito lhe valeu, anos mais tarde, tendo amealhado seus primeiros contos de réis para montar o seu próprio negócio, passando a intermediar a compra e vende de gêneros regionais.
Mais tarde consegui compra um prédio na Praça Tamandaré, bem próximo dos Armazéns Andresen, no prolongamento da Guilherme Moreira, de onde passou a administrar o seu próprio negócio de comissões e consignações de látex e produtos extrativos. “Ainda segundo o professor Samuel Benchimol, o seu negócio prosperou tanto que, do vigésimo quarto lugar como recebedor de látex em 1909, com 225.203 quilos-chegou ao sétimo lugar, em 1910, com 535.027 quilos e ao terceiro lugar em 1916, quando foi consignado 814.219 quilos.”³ Pág.46
Projeto da ‘Faca Amazônica’ de propriedade de José Cláudio de Mesquita. Imagem: Acervo da família
Nesses dez anos de intensa atividade comercial, a firma Mesquita e Cia, de propriedade de José Cláudio de Mesquita, conseguiu formar grande lastro de capital, com média anual de vendas de 6,8 milhões de libras esterlinas, sendo que no auge de 1910 chegou a faturar 17,9 milhões de libras esterlinas. Sem dúvida foram anos difíceis, de muito trabalho para alcançar essa posição, como ocorria com a maioria dos seus patrícios e outros imigrantes daquela época. No dia 15 de junho de 1916, fundou a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria de Manaus, sob a Presidência de J. G. de Araújo, Vice-Presidência de José Cláudio de Mesquita e Secretariado por Antonio Danilo Mattos Oreosa. Esta Instituição tinha por objetivo estreitar as relações comerciais luso-brasileira, desenvolver o intercâmbio entre dois países e promover a exportação dos produtos comerciais.
José Cláudio de Mesquita inventou a ‘faca amazônica’, que ele foi aperfeiçoando a ponto de fabricantes ingleses passarem a adotar seu modelo para produzi-la em série e exportar para os seringais amazônicos e asiáticos. A introdução desse novo tipo de faca veio salvar as seringueiras de destruição causada pelos golpes da machadinha, responsáveis pela destruição de muitos seringais. A (faca amazônica), sem dúvida foi o maior avanço em termos de desenvolvimento sustentado da economia gomífera, pois permitiu, com esse novo instrumento e com o novo corte, aumentar a produtividade das árvores sem danificar o seu lenho e seu caule, que a partir de então eram rapidamente cicatrizados, em substituição a antigas práticas destrutivas e predatórias.
José Cláudio de Mesquita presidiu a Associação Comercial do Estado do Amazonas no ano de 1899, em companhia de outros nomes importantes da vida comercial da cidade de Manaus, tais como: Bertino de Miranda Lima – 1º secretário, Alfredo Moura Alves – 2º secretário, José Rodrigues Cardoso – Tesoureiro e os diretores Nicolau Witt e Antônio Joaquim da Rocha.
Aspecto tomado durante aula de sangria da seringueira ministrada pelo técnico norte-americano Harold Gustin. Seringal Miry, 1943. Foto de Thomas D. McAvoy (acervo pessoal de Abrahim Baze)
Amparo aos Flagelados do Nordeste
Ainda na revista da Associação Comercial se destaca a solicitação para cooperar na prestação de assistência as populações nordestinas, castigadas pelo flagelo das secas, a diretoria da Associação Comercial do Amazonas, no exercício do ano 1900, se fez presente com dever o humanitário, prestando sua ajuda financeira a esses irmãos nordestinos, como destaca a Revista do Centenário dessa Instituição.
“Excelentíssimo senhor presidente e demais membros da Associação Comercial do Ceará. Em resposta ao vosso atencioso ofício de 10 de setembro último em foi solicitado para abrirmos subscrições em favor das vítimas da seca nesse Estado. Comunico-vos que nesta data remetemos a essa corporação por intermédio do Banco Comercial do Ceará, a quantia de 1:000 $ 000, angariada entre os membros desta diretoria. Lamentando não podermos anuir ao vosso pedido de promover e angariar por meios de subscrições, como era de nosso maior desejo, quantia mais avultada, visto já ter o comércio desta capital contribuído para tal fim. Apresentamos a vossa senhoria os protestos de nossa estima e consideração. Saúde e fraternidade. J. C. Mesquita – Presidente, J. J. R. Martins – 1º Secretário, Luís Eduardo Rodrigues – 2º Secretário.” 4 Pág. 55
Nomes que se projetaram
“Ainda na revista da Associação Comercial na década de 1891 a 1900 faz-se mister colocar em destaque, dentre outros já referidos anteriormente, dois nomes que se projetaram no cenário econômico local como figuras merecedoras da gratidão e do respeito de seus coevos, por sua incansável e esclarecida dedicação ao Amazonas, visando a solução dos problemas que mais profundamente afetavam ou viriam a comprometer a estabilidade de sua economia. São eles: José Cláudio de Mesquita, o Apóstolo da Heveicultura e Bertino de Miranda, que se exornariam de amplos conhecimentos, como economista, historiador e jornalista. Seus retratos se incluem neste documentário, como indispensável homenagem.”5 Pág. 56
Primeiro Campo Experimental para a Cultura da Seringueira
“Não se pode acusar a Associação Comercial do Amazonas de inércia ou alheamento, face ao avanço da produção asiática de borracha, resultante do desenvolvimento da plantação das seringueiras nos territórios coloniais de Ceylão (onde foi feita a primeira experiência de adaptação) Malásia, Java, Cingapura, Indo – China e outros.
Impulsionada pelo esclarecido idealismo de José Cláudio de Mesquita, iniciou seus próprios ensaios, fazendo plantar entre terreno situado o atual Boulevar Amazonas e a rua José Cláudio de Mesquita onde corriam outrora os trilhos dos bondes elétricos da antiga Manaus Tramways and Light Ltd., a plantação de mais de uma centena de seringueiras, cujos remanescentes ainda hoje enfeitam referido local. Era o exemplo em termos concretos, apontando o caminho a seguir por todos quantos, nos escalões da administração pública e no seio da iniciativa privada, deviam preservar nossa posição de grandes produtores de borracha, iniciando a heveicultura com recursos naturais e a força do trabalho de que poderíamos dispor para esse fim.
As advertências dos entendidos e a documentação prática da viabilidade da formação de seringais de cultura não foram ouvidas, acabando por gerar a catástrofe, que arruinou a Amazônia.
Ao mesmo tempo em que se iniciava a primeira plantação de seringueira, era instituído igualmente por sugestão do Comendador José Cláudio de Mesquita, “dia da seringueira”, a ser festejado juntamente com “dia da árvore”, a 24 de junho de cada ano.”6 Pág. 79
Projeto Experimental Seringal Miry
O Seringal Miry foi uma escola de campo experimental fundada pelo intelectual comendador José Cláudio de Mesquita em 1914. Com a morte de Mesquita em 1923, o seringal passou a ser administrado pela Associação Comercial do Amazonas. Foto: Thomas D. McAvoy.
José Cláudio de Mesquita não se limitou, no entanto, a escrever e apoiar importantes memórias e relatórios sobre a crise e as soluções para sair dela, ele partiu logo para o exemplo e a ação. Plantou, em 1911, em um terreno de sua propriedade, no Boulevard Amazonas, hoje esquina da Avenida Djalma Batista, o Seringal Miry, cujo objetivo era apresentar um projeto-piloto de plantação e campo de estudo, onde pudesse fazer experiências de sua (faca amazônica) e o estudo de novos cortes de sangria e coleta de látex. Nesse local, plantou noventa e três seringueiras em fileiras, numerando-as para observar o seu crescimento e comportamento perante as doenças e pragas, e depois quando crescidas para verificar o seu rendimento e produtividade.
Este seringal experimento, foi criado e financiado pelo próprio José Cláudio de Mesquita, tinha o objetivo de treinar a mão de obra no local e servir de exemplo para outros seringalistas grandes e pequenos. Neste local ele teve oportunidade de analisar o crescimento das árvores e sustentar a viabilidade desse empreendimento, pois em terras não apropriadas em ambiente urbano, as seringueiras tiveram bom desempenho sob a supervisão técnica do Dr. Angelino Bevilacqua. Ele não se limitou a ver, ainda em vida, o resultado do seu esforço com a introdução em larga escala a (faca amazônica), do corte, sangria e da plantação experimental Seringal Miry.
O seu objetivo era mais audacioso, pois desejava ver a heveicultura implantada em nosso Estado. Para tanto, criou o “Clube da Seringueira” que, conforme carta circular que foi divulgada em 30 de maio de 1916 tinha o objetivo de reunir produtores e industriais do látex. Através desse “Clube da Seringueira”, no dia 17 de junho de 1914, em plena crise do látex, ele comemorou, solenemente, pela primeira vez em Manaus, o “Dia Da Borracha”, com direito a discursos oficiais do Governador da época, Jonathas Pedrosa, do Superintendente Municipal Jorge de Morais e do Presidente da Associação Comercial, Raphael Benoliel, cujo discurso de profissão de fé e esperança no futuro do Amazonas através da Seringueira.
Seringal Miry, 1943. Aspecto tomado durante aula de sangria da seringueira, ministrada pelo técnico norte-americano Harold Gustin. Foi uma Escola de Campo Experimental fundada pelo intelectual Comendador José Cláudio de Mesquita, em 1914, o inventor da ‘Faca amazônica’. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Na sessão da Associação Comercial do Amazonas realizada no dia 6 de novembro de 1923, foi prestada uma significativa homenagem póstuma a uma das mais destacadas figuras do cenário empresarial amazonense da época que durante muito tempo exerceu cargos diretivos.
“A diretoria da Associação Comercial do Amazonas, profundamente penalizada pelo passamento do saudoso companheiro e amigo que foi José Cláudio de Mesquita lançam voto de pesar nesta ata, em homenagem a sua memória e paz a sua alma.”7 Pág. 98
Bento Carqueja professor e jornalista proprietário do Jornal “O Comércio do Porto”, procurou instituir uma reputação jornalística de isenção e de credibilidade introduzindo profundas mudanças. Pela primeira vez, usou correspondentes de grandes vultos da cultura nacional à época, criou bibliotecas e instituiu o jornal “O Lavrador” em 1903, folha mensal gratuita dedicada aos agricultores patrocinada a época por José Cláudio de Mesquita, que por sua vez se envolveu e patrocinou a Fundação de Escolas Agrícolas Móveis. José Cláudio de Mesquita embora vivendo no Amazonas preocupava-se com o desenvolvimento de sua terra.
Fontes:
BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias – Vultos do Passado. Rio de Janeiro. Editora Conquista 1973. ¹ Pág. 163
BENCHIMOL, Samuel. Manaós-do-Amazonas: Memória Empresarial. Manaus, 1994. Edição do Governo do Amazonas. ² ³ Pág. 46
REVISTA – Primeiro Centenário da Associação Comercial do Amazonas – 18 de Junho de 1971. Editora Umberto Calderaro Ltda. Manaus, 1971. Páginas 4, 5,6 e 7.
*Valiosas informações cedidas por Selma Vasquez de Mesquita Silva (Bisneta do Comendador José Cláudio de Mesquita).
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
A Missão Biomass visa também quantificar os estoques de carbono das florestas. Foto: Bruno Cecim/Agência Pará
Belém (PA) será sede do primeiro evento no Brasil dedicado à Missão Biomass, da Agência Espacial Europeia (ESA), entre 30 de setembro a 2 de outubro. Intitulado ‘Cooperação Brasil e Agência Espacial Europeia em dados e aplicações de Observação da Terra da Missão Biomass’, o encontro ocorrerá no auditório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Amazônia – Coordenação Espacial da Amazônia, instalado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, reunindo especialistas nacionais e internacionais.
Lançada em abril deste ano, a Missão Biomass visa mapear com precisão a biomassa florestal do planeta e quantificar os estoques de carbono das florestas. O satélite opera com o primeiro radar de banda P em órbita, tecnologia capaz de penetrar a cobertura de nuvens e a copa das árvores para captar informações inéditas sobre a estrutura tridimensional das florestas.
O evento em Belém é resultado de uma parceria entre a ESA, o Inpe e a Agência Espacial Brasileira (AEB), e conta com o apoio da Selper Brasil, do PCT Guamá e da Fundação Guamá – que administra o Parque.
A programação inclui sessões técnicas conduzidas por especialistas da ESA, painéis com pesquisadores da região amazônica e apresentações de estudos sobre sensoriamento remoto por radar e integração com sistemas nacionais de monitoramento florestal.
Voltado para pesquisadores, estudantes de pós-graduação, servidores de agências ambientais, representantes da indústria de geotecnologia e ONGs, o encontro em Belém busca capacitar usuários no uso dos dados gerados pela missão. A iniciativa pretende fortalecer redes de pesquisa e aplicações, que vão desde o combate ao desmatamento até o avanço científico sobre o ciclo do carbono na Amazônia e em outros biomas.
Segundo a coordenadora do Inpe Amazônia, Alessandra Gomes, o evento reforça o protagonismo da região em agendas globais sobre clima e sustentabilidade.
“Será o primeiro evento nacional sobre este satélite, e o Inpe Amazônia foi escolhido para sediar por conta de parcerias do Inpe com a ESA em acordos e experiências anteriores de capacitação realizadas em Belém. Trata-se de um evento pré-COP30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), que visa trazer para a Amazônia encontros de relevância para a floresta tropical e análises sobre biomassa e estoques de carbono, importantes para estudos das mudanças climáticas”, informou.
De Belém para o mundo: referência em inovação
O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com as parcerias da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e gestão da Fundação Guamá.
Localizado em Belém, é o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.
Sede do Inpe Amazônia, no PCT Guamá. Foto: Sérgio Moraes/Fundação Guamá
Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.
O complexo conta com mais de 90 empresas entre residentes e associadas, 17 laboratórios com mais de 400 pesquisadores, 44 patentes e uma escola técnica.
O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.
Hotéis da Amazônia são procurados por quem busca relaxar ou até mesmo aventuras. Foto: Divulgação/Gavião Amazon Lodge
A Amazônia é um destino de encantos inesgotáveis. Viajar pela região não significa apenas contemplar sua natureza grandiosa, mas também viver experiências que unem conforto, autenticidade e contato direto com a floresta.
De lodges premiados a pousadas rústicas e hotéis de selva, a hospitalidade amazônica se traduz em projetos que valorizam a cultura local e a preservação ambiental.
Localizado a 180 km de Manaus, às margens do Rio Negro e em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, o Mirante do Gavião Amazon Lodge é uma joia da arquitetura amazônica. Concebido inicialmente como apoio para a Expedição Katerre, o lodge ganhou vida própria após seu projeto arquitetônico, assinado pelo Atelier O’Reilly, receber prêmios em 2014.
Com design inspirado na construção naval regional, o espaço oferece vistas panorâmicas, suítes confortáveis e o Restaurante Camu-Camu, comandado pela chef Debora Shornik. Experiências imersivas com comunidades ribeirinhas e passeios pela floresta completam o pacote.
Um refúgio verde dentro da capital paraense. O ReservAmazon é um dos hóteis que recria a sensação de estar no coração da floresta mesmo em área urbana. Chalés rústicos e modernos se misturam à mata, e atividades como o Banho de Floresta tornam a experiência revigorante.
Com piscina de água mineral, restaurante regional, espaço kids e área para motorhome, é um destino ideal para famílias e viajantes que buscam um contato mais leve e acessível com a natureza amazônica.
À beira da praia de Boa Vista, a Casa do Francês é uma hospedagem 3 estrelas que combina simplicidade, conforto e atividades ao ar livre. Oferece bicicletas gratuitas, jardim, salão compartilhado e quartos climatizados com Wi-Fi.
A localização privilegiada permite explorar pontos turísticos como a Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a orla da cidade. É uma opção aconchegante para quem deseja unir lazer urbano e experiências naturais na Amazônia roraimense.
Dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, a Pousada Caminho das Cachoeiras é puro charme amazônico. Seus chalés de madeira, erguidos sobre palafitas e conectados por passarelas suspensas, permitem aos hóspedes circular em harmonia com a floresta.
Cercada por áreas verdes, a pousada transmite simplicidade e tranquilidade, sendo perfeita para viajantes que buscam uma experiência autêntica no coração da selva.
Primeira pousada flutuante do Tocantins, o Acará Jungle Lodge está localizado sobre as águas do lago do Casé, formado pelo rio do Coco. Rodeado por três biomas, Cerrado, Amazônia e Pantanal, o espaço oferece atividades de ecoturismo, pesca esportiva, lazer e aventura.
É uma opção singular para quem deseja explorar uma Amazônia diferente, no encontro de ecossistemas únicos do Norte do Brasil.
Informações pelo telefone (63) 99251-5477.
Hóteis flutuantes também são uma boa pedida na Amazônia. Foto: Divulgação
Às margens do encontro dos rios Mamoré e Pacaás Novos, o Pakaas Palafitas Lodge é um espetáculo arquitetônico em meio à floresta rondoniense. Suas 28 cabanas ficam elevadas a 4 metros do solo, interligadas por passarelas suspensas que levam ao restaurante panorâmico e à piscina projetada sobre o rio.
Externamente rústicas e internamente luxuosas, as cabanas oferecem até 30 m² de varanda, permitindo uma imersão completa no ambiente natural sem abrir mão do conforto.
O Peixe-boi da Amazônia e o Peixe-boi Marinho foram declarados como patrimônios culturais naturais de natureza imaterial do Estado do Pará. Foto: Anselmo da Fonseca
O Peixe-boi da Amazônia(Trichechus inunguis) e o Peixe-boi Marinho (Trichechus manatus) foram declarados como patrimônios culturais naturais de natureza imaterial do Estado do Pará, em razão das importâncias ecológica, cultural e socioambiental. A lei nº 11.171/2025 foi publicada no DOE de terça-feira (23).
A partir de agora, os programas de conservação das duas espécies terão prioridade na alocação de investimentos governamentais, em parcerias e em acordos de cooperação. O governo também poderá firmar convênios com organizações da sociedade civil, universidades e órgãos nacionais e internacionais para o financiamento e a execução de ações voltadas à proteção e conservação dos peixes-boi.
A medida ainda prevê ações de fiscalização para coibir práticas que representem ameaças à preservação da espécie, reforçando a importância desses animais como parte da biodiversidade amazônica e da identidade cultural do Pará.
“A iniciativa do poder público estadual é de extrema importância para todos nós que trabalhamos pela preservação do peixe-boi no Pará. É um reconhecimento fundamental não apenas da importância das espécies, mas também do esforço de biólogos, veterinários, educadores e membros das comunidades locais, tradicionais e ribeirinhas, que lutam pela fauna amazônica e pela preservação, manejo e valorização da nossa biodiversidade”, destaca Renata Emin, bióloga e presidente do Instituto Bicho D’água.
“Esta é uma conquista que reforça a nossa esperança de que as futuras gerações possam ter a oportunidade de conhecer e conviver com o peixe-boi, um verdadeiro símbolo da cultura e da biodiversidade amazônica. Este é um momento histórico e transformador para a proteção e preservação do nosso gigante gentil “, comemora.
Em novembro, o Instituto Bicho D’água inaugurará, com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), um recinto de aclimatação para os animais em Soure, na Ilha de Marajó. Construída em uma área de 500 m², a unidade terá capacidade para atender até oito peixes-boi.
O recinto de aclimatação faz parte do Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará, iniciativa da TGS, IBAMA e Instituto Bicho D’água com foco na preservação desta espécie emblemática da fauna amazônica, concebido partir da identificação, por parte do IBAMA, da necessidade de sistematizar e otimizar os resgates na região, cuja população já apresenta sinais de declínio.
Veja abaixo a lei nº 11.171/2025 publicada no DOE de 22 de setembro de 2025:
Com versos que exaltam a força da cultura afro-indígena do Amapá, compositores do samba vencedor misturam referências ao marabaixo e aos saberes tradicionais da floresta. Foto: Divulgação/GEA
A Estação Primeira de Mangueira já tem seu hino oficial para o Carnaval 2026. O samba de número 15, composto por Joãozinho Gomes, Pedro Terra, Tomaz Miranda, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal, foi o grande vencedor do concurso realizado neste sábado (27), na quadra da escola, no Rio de Janeiro.
A obra embala o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, que homenageia o amapaense Raimundo dos Santos Souza, conhecido como Mestre Sacaca, curandeiro popular e símbolo da sabedoria ancestral amazônica.
Raízes do Norte e batidas do Marabaixo
Com versos que exaltam a força da cultura afro-indígena do Amapá, o samba vencedor mistura referências ao marabaixo e aos saberes tradicionais da floresta. A letra fala de folhas, cascas e ervas que curam, da fé de Benedita de Oliveira — mãe do Morro da Mangueira — e do canto do uirapuru, símbolo da magia amazônica.
O refrão, marcado por expressões como “Saravá, negro!” e “Salve o curandeiro, doutor da floresta”, emocionou o público presente e foi decisivo para a escolha da obra, que agora será entoada na Marquês de Sapucaí.
Apresentação do Samba 15 na semifinal. Foto: Divulgação/GEA
Confira a composição do samba vencedor na íntegra:
Samba 15 – Compositores: Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto, Igor Leal
Finquei minha raiz No extremo norte onde começa o meu país As folhas secas me guiaram ao turé Pintada em verde-e-rosa, jenipapo e urucum
Árvore-mulher, mangueira quase centenária Uma nação incorporada Herdeira quilombola, descendente palikur Regateando o Amazonas no transe do caxixi Corre água, jorra a vida do Oiapoque ao Jari
Çai erê, babalaô, mestre sacaca Te invoco do meio do mundo pra dentro da mata Salve o curandeiro, doutor da floresta
Preto velho, saravá Macera folha, casca e erva Engarrafa a cura, vem alumiar Defuma folha, casca e erva… saravá Negro na marcação do marabaixo
Firma o corpo no compasso Com ladrões e ladainhas que ecoam dos porões Ergo e consagro o meu manto Às bençãos do Espírito Santo e São José de Macapá Sou gira, batuque e dançadeira (areia)
A mão de couro do amassador (areia) Encantaria de benzedeira que a amazônia negra eternizou No barro, fruto e madeira, história viva de pé Quilombo, favela e aldeia na fé
De Yá, benedita de oliveira, mãe do morro de mangueira Ouça o canto do uirapuru Yá, benedita de oliveira, benze o morro de mangueira E abençoe o jeito tucuju A magia do meu tambor te encantou no jequitibá Chamei o povo daqui, juntei o povo de lá Na Estação Primeira do Amapá
Políticas públicas de saúde e educação buscam valorizar o conhecimento dos pajés, líderes espirituais e curadores tradicionais nas comunidades indígenas. O assunto foi debatido na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários da Câmara dos Deputados, no dia 23 de setembro, com a presença de pajés de todas as regiões do país. O tema da audiência pública foi a ‘Valorização dos pajés e seu papel frente à manutenção da cultura’.
A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde apresentou o primeiro Programa Nacional de Medicinas Indígenas. O programa se baseia no conhecimento tradicional sobre ervas e plantas medicinais e está em fase final de discussão sobre a proteção do patrimônio genético. A previsão é de lançamento oficial durante a COP 30, em novembro, em Belém (PA).
Segundo Putira Sacuena, indígena do povo Baré e diretora do Departamento de Atenção Primária da Sesai, a proposta é incluir as medicinas indígenas e seus especialistas no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi-SUS).
O pajé Washington Jaguriçá, do povo Pankararu (PE), recebeu o título de “Notório Saber” da Universidade Federal da Bahia (UFBA) por preservar tradições de cura e cuidado. Ele explicou que os pajés são guardiões da cultura e dos saberes transmitidos oralmente, que garantem equilíbrio entre comunidade e natureza.
Os líderes lembraram que essa tradição já enfrentou preconceito, intolerância e tentativas de apagamento desde a catequização pelos jesuítas até ataques atuais de religiões fundamentalistas.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Educação e natureza, unidos aos saberes indígenas
Para a coordenadora de Cultura do Ministério dos Direitos Humanos, Miriam Alves, é fundamental aplicar a Lei 11.645/08, que obriga o ensino de história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas. Ela informou que o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos será revisado para incluir o eixo “educação e natureza”.
A deputada Juliana Cardoso (PT-SP), uma das organizadoras da audiência, defendeu reforço no orçamento para viabilizar essas políticas. Já o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) apresentou o Projeto de Lei 4038/25, que cria o Dia Nacional do Pajé em 23 de setembro, em homenagem a Sapaim Kamayurá, falecido em 2017.
A líder espiritual Cláudia Flor D’Maria, do Amapá, descendente do povo Itaquera (PA), pediu que a criação da data seja acompanhada de políticas que reconheçam a atividade como patrimônio imaterial. Também participaram Kelly Potiguara (RN) e Cláudia Guarani-Kaiowá (MS), que ressaltaram a importância das medidas para fortalecer a autoestima dos jovens indígenas e manter a tradição da pajelança.
O município de Porto Grande foi oficialmente integrado ao Mapa do Turismo Brasileiro, ferramenta do Ministério do Turismo (MTur) que identifica cidades com potencial turístico ou que são impactadas diretamente pela atividade. Com a inclusão da “Terra do Abacaxi”, o Amapá passa a contar com 10 municípios registrados no programa, fortalecendo a presença do estado no cenário turístico nacional.
Além de Porto Grande, seguem no Mapa os municípios de Laranjal do Jari, Tartarugalzinho, Vitória do Jari, Santana, Ferreira Gomes e Mazagão. Já Macapá, Pedra Branca do Amapari e Oiapoque tiveram seus certificados renovados, garantindo continuidade no planejamento de políticas públicas voltadas ao turismo e na busca por investimentos para o setor.
“A inclusão de Porto Grande e a renovação dos demais municípios reforçam o compromisso do Amapá em valorizar sua diversidade cultural, suas riquezas naturais e ampliar as oportunidades de desenvolvimento sustentável. Estar no Mapa do Turismo Brasileiro é garantir visibilidade e acesso a programas e recursos que fortalecem nossa cadeia produtiva do turismo”, destacou a Secretária de turismo, Syntia Lamarão.
Localizado na região central do Estado, o município de Porto Grande está localizado a 108 quilômetros de Macapá. Foi criado pela Lei Nº 3, de 1º de maio de 1992. Tem uma população estimada em 19.669 habitantes e uma área de 4.421 km². O acesso é pela rodovia federal BR-156 e a viagem até a região conta com um trecho todo asfaltado.
Porto Grande é conhecido pela realização do Festival do Abacaxi, no mês de setembro. Mais recentemente, também foram introduzidos os festivais da laranja e do milho. A região é conhecida pelo balneário existente na orla da cidade, banhada pelo rio Araguari.
O mapa é um instrumento do Programa de Regionalização do Turismo que define a área (recorte territorial) a ser trabalhada prioritariamente pelo Ministério do Turismo no âmbito do desenvolvimento das políticas públicas.
Além disso, os municípios são categorizados no intuito de identificar o desempenho da economia do setor nos municípios, a partir de cinco variáveis cruzadas em uma análise de cluster. As localidades são identificadas com três categorias, sendo municípios turísticos; com ofertas turísticas complementares; e apoio ao turismo.
O deputado estadual Delegado Péricles (PL) celebrou a sanção da Lei nº 7.770/2025, que assegura a realização anual e gratuita da mamografia para mulheres a partir dos 40 anos na rede pública de saúde do Amazonas. A norma, originada do Projeto de Lei nº 142/2025, de autoria do parlamentar, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em 20 de agosto e sancionada em 15 de setembro.
A lei também garante que mulheres com histórico familiar possam realizar o exame antes dos 40 anos, mediante recomendação médica.
Para Péricles, a medida reforça o protagonismo do Amazonas em políticas de saúde preventiva, a exemplo da vacinação contra o HPV, outra bandeira que o deputado defende.
“Avançamos ainda mais. Agora é lei: toda mulher amazonense a partir dos 40 anos tem direito à mamografia anual. Mais uma vez nosso Estado se torna referência em prevenção”, destacou.
O parlamentar ressaltou ainda a atuação decisiva do diretor-presidente da Fcecon, Dr. Gerson Mourão, que se posicionou contra a tentativa de elevar a idade mínima para realização do exame.
“Essa vitória é fruto da mobilização de quem não se calou diante de uma ameaça. O Dr. Gerson Mourão foi peça fundamental nessa luta, ao lembrar que negar o exame seria condenar mulheres a diagnósticos tardios e tratamentos mais agressivos”, disse Péricles.
Na mesma linha da política pública criada no Amazonas, o Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (23/9) que também ofertará a mamografia gratuitamente para mulheres de 40 a 49 anos. Segundo a pasta, essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença, e o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.
Centro Cultural de Parintins – Bumbódromo. Foto: Yuri Pinheiro/Secom Parintins
A região Norte do Brasil possui muitas tradições culturais únicas, muitas delas realizadas em festivais que atraem milhares de visitantes e movimentam a economia local.
Vários dos centros culturais e arenas das festas realizadas recebem nomes inspirados nos símbolos das festas que marcam a identidade cultural da cidade.
É claro que não se pode falar nisso sem pensar no Bumbódromo de Parintins, no Amazonas, onde os bois-bumbás – daí o nome – Caprichoso e Garantido disputam o título de campeão anualmente. Pensando nessa peculiaridade, o Portal Amazônia encontrou mais seis centros culturais com nomes diferentes:
Bumbódromo
Primeiro vamos, obviamente, falar do popular bumbódromo! Um dos centros culturais mais famosos da região Norte, foi inaugurado em 1988. Ele foi construído especialmente para o Festival Folclórico de Parintins, para a disputa dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido.
O bumbódromo, com formato que lembra a cabeça estilizada de um boi, possui capacidade para cerca de 25,5 mil pessoas. Em 2013, ele passou por uma reforma e foi transformado em Centro Cultural de Parintins- Bumbódromo, onde abriga atividades que vão além do festival, como oficinas de dança, teatro, música e artes visuais, oferecidas pelo Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, unidade de Parintins.
Além da arena principal que cada metade é da cor de um dos bumbás (azul para o Caprichoso e vermelho para o Garantido), o local também conta com salas multiuso, multimídia, galerias de arte, cineclube, biblioteca e o memorial dos bumbás.
Imagem aérea do Bumbódromo. Foto: Yuri Pinheiro/Secom Parintins
Cirandódromo
O Parque do Ingá, apelidado pela população de ‘cirandódromo’ de Manacapuru, foi criado para receber o Festival de Cirandas, uma das manifestações culturais do interior do Amazonas. O evento reúne as agremiações Guerreiros Mura, Flor Matizada e Tradicional.
O parque está localizado na estrada Manoel Urbano e se tornou um símbolo da cidade. Com o passar do tempo, o apelido de ‘cirandódromo’ pegou, e o centro cultural passou a ser identificado oficialmente dessa forma.
Foto: Aguilar Abecassis/Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas
Onçódromo
O Centro Cultural de Tabatinga, apelidado de ‘onçódromo’ pelos moradores da cidade, é palco do Festival Internacional de Tribos do Alto Solimões (Festisol). O evento promove uma disputa cultural entre as tribos Onça Pintada, representada pelas cores vermelho e branco), e Onça e Preta, representada pela cor azul.
O festival amazonense acontece no fim de outubro e apresenta rituais, danças, cantos tribais e performances que celebram a herança indígena da região. São 19 itens avaliados, entre eles cantor tribal, pajé, moça nova e guerreiro indígena.
Foto: Reprodução/Prefeitura de Tabatinga
Piabódromo
Barcelos, conhecido pela pesca de peixes ornamentais no Amazonas, é a sede do Festival do Peixe Ornamental (Fesbop), realizado geralmente no início do ano.
O evento acontece no Centro Cultural e Esportivo Mariuá, conhecido como arena ‘piabódromo’, nome inspirado na palavra ‘piaba’, associada a pequenos peixes. O espaço foi construído nos anos 90 e desde então é palco de diversos eventos da cidade.
O festival inclui feiras de artesanato indígena, shows musicais e apresentações culturais, além de celebrar a cultura e a identidade do povo barcelense, com destaque para as apresentações culturais dos peixes ornamentais Acará-disco e Cardinal.
O Festival do Camarão, realizado em Afuá, no Pará, acontece há quatro décadas na cidade conhecida por suas ruas suspensas sobre palafitas. A festa celebra a abundância do camarão, um dos principais produtos da economia local.
O evento é realizado na quadra de esportes Dr. Nelson Salomão, apelidada de ‘camaródromo’ pelos moradores da região. A festa tem início com uma ‘biciata’, passeio ciclístico que abre a programação, seguida de shows, concursos e apresentações folclóricas.
Além disso, o festival atrai turistas da região do Marajó e do Amapá, movimentando o comércio e reforçando a cultura local.
Em Alter do Chão, no Pará, acontece o Festival dos Botos, evento que celebra as lendas Amazônicas do Boto Cor-de-rosa e do Boto Tucuxi. A festa, inspirada no imaginário popular, resgata as histórias contadas há gerações sobre o boto que se transforma em um jovem sedutor.
O festival acontece geralmente em setembro e inclui apresentações teatrais, danças, encenações folclóricas e shows musicais.
O evento, que ajuda a fortalecer o turismo em Alter do Chão, é realizado no em um dos centros culturais no Lago dos Botos, apelidado pelos moradores de ‘Sairódromo’.
Foto: Reprodução/Prefeitura de Santarém
Tribódromo
O Festribal de Juruti, no Pará, é um dos eventos mais aguardados da região. O Festribal nasceu em 1933 como ramificação do Festival Folclórico de Juruti e, dois anos depois, promoveu a primeira disputa entre as Tribos Munduruku, representada pelas cores vermelho e amarelo, e Muirapinima, representada pelas cores vermelho e azul.
O evento acontece no ‘tribódromo’, arena construída para abrigar as competições das duas tribos, que apresentam coreografias, encenações e performances inspiradas em tradições indígenas.
A cada ano, as disputas folclóricas atraem olhares de todo o brasil e do exterior, consolidando a região Norte como um berço de manifestações culturais únicas no país