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Porto Velho 111 anos: primeiros habitantes chegaram há milênios; entenda

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Vista aérea de Porto Velho e o Rio Madeira. Foto: Leandro Morais

Porto Velho celebrou 111 anos de criação oficial no dia 2 de outubro, mas sua história vai muito além: pesquisas arqueológicas apontam que a região já era habitada por povos indígenas há pelo menos 10 mil anos.

Segundo o arqueólogo e professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Carlos Zimpel, durante escavações realizadas na região do Rio Madeira foram encontrados microvestígios botânicos, artefatos de pedra lascada e polida, usados para cortar, raspar e manipular alimentos.

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Durante o aniversário de Porto Velho. Foto: Leandro Morais

Outro achado importante são os solos enegrecidos, conhecidos como terra preta, um tipo de solo de coloração escura, associado às antigas práticas agrícolas da região.

“Eles apresentam características que comprovam alterações feitas por populações humanas. Não é um solo enegrecido por acaso. Ele é mais rico em nutrientes e muito mais estável em relação ao pH, o que o torna extremamente fértil”, explica Zimpel.

Há cerca de 8 mil anos, os povos indígenas da região do Rio Madeira já manipulavam o ambiente para cultivar plantas, armazenar alimentos e desenvolver técnicas que melhoravam sua sobrevivência e qualidade de vida. Nesse período, eles começaram a se familiarizar com diversas plantas que mais tarde seriam domesticadas, como abóbora, feijão, cará e a mandioca.

Materiais líticos lascados, sítio arqueológico Garbin, rio Madeira. Foto: Reprodução/Reserva Técnica do Departamento de Arqueologia da UNIR

“A partir dessas primeiras domesticações, também surgem os primeiros registros de terra preta indígena na Amazônia. Embora esse tipo de solo não seja exclusivo de Rondônia, os primeiros vestígios conhecidos foram encontrados nessa região, possivelmente ligados às práticas agrícolas antigas”, conta o arqueólogo.

Zimpel também explica que foram achados vários sítios arqueológicos na região, cada um ligado a uma cultura diferente. Isso indica que muitos povos indígenas, com línguas e tradições distintas, viveram ou passaram por Rondônia ao longo do tempo.

As cachoeiras de Santo Antônio, Jirau e Teotônio chamavam atenção desses grupos, possivelmente por serem ricas em peixes ou por estarem em locais de grande movimentação de pessoas.

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Os primeiros contatos

O professor e historiador Célio Leandro afirmou que o primeiro contato registrado entre o homem branco e povos indígenas de Rondônia ocorreu em 1722. Na época, o sargento Francisco de Melo Palheta foi enviado pela Coroa Portuguesa para mapear e fiscalizar o Rio Madeira diante do risco de avanço espanhol na região.

Pôr-do-sol no rio Madeira. Foto: Armando Junior

Nos relatos da expedição, Palheta descreveu as dificuldades nas cachoeiras e o encontro com povos originários. O rio passou a ser conhecido como Rio das Madeiras pelos portugueses, em referência aos troncos que desciam pela correnteza. Mas para os indígenas seu nome era outro: Kaai Ia Ri.

O arqueólogo Carlos Zimpel explica que, em 1723, foi criada a Missão de Santo Antônio do Madeira, usada como núcleo de conquista territorial. Nessas missões, indígenas eram escravizados e forçados à conversão religiosa.

A partir de 1750, a Coroa Portuguesa passou a instalar postos fiscais para consolidar a presença na região. Um deles teria sido construído na Cachoeira de Jirau, mas as evidências arqueológicas foram destruídas com a construção da usina hidrelétrica. Outro ponto de ocupação foi a Cachoeira do Teotônio, onde funcionou um posto de fiscalização da navegação entre 1760 e 1775.

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A resistência

Os Mura, povo indígena originário da região do Rio Madeira, ficaram conhecidos por sua forte resistência durante os séculos 18 e 19. Eram exímios navegadores e usavam esse conhecimento para impedir o avanço dos colonizadores. Segundo a indígena Márcia Mura, seu povo lutou por mais de cem anos contra a colonização pela rota do Madeira, chegando até a afundar embarcações como forma de defesa do território.

Região do Rio Madeira, Porto Velho. Foto: Divulgação

Marcia explica que o rio Madeira é um território de memória que conecta o povo Mura às gerações passadas. Por enfrentar diretamente os colonizadores, o povo foi intensamente perseguido e teve sua língua ameaçada de extinção.

“Antes do contato, nos chamávamos Buhuaren, que significa senhores das águas. O Madeira é nosso território de memória, que nos liga aos antepassados”, afirma Márcia.

A indígena ressalta como o progresso de colonização arcou e transformou seu território e lembrou que essas mudanças nem sempre significavam avanço para os povos originários.

“Nosso território foi e continua sendo afetado por projetos desenvolvimentistas, tidos como progresso, mas que para nós representa morte. Os nossos lugares sagrados aqui, é onde hoje tem a igreja de Santo Antônio, o museu do Marechal Rondon, onde passa a ferrovia Madeira Mamoré e tem os antigos marcos divisores de Mato Grosso e Amazonas, todos representam a violência colonial e a sobreposição a nossa memória”, reforça.

Porto Velho, Rondônia. Foto. Frank Nery

Por anos os Mura resistiram e sobreviveram. Atualmente, comunidades Mura vivem em Autazes (AM), Manaus, Itacoatiara e no Baixo Madeira, em Porto Velho (RO). Na capital de Rondônia, as famílias ainda lutam pelo reconhecimento oficial.

“Nós estamos vivos, nos reconhecemos como Mura e seguimos na luta em defesa do território. Continuamos ligados às águas, conhecemos o interior da floresta, somos pescadores e coletores, mas também nos tornamos agricultores. Nos mantemos como guerreiros”, reforça Márcia.

Fundação de Porto Velho

A história oficial de Porto Velho está ligada ao ciclo da borracha e à construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, após o Tratado de Petrópolis em 1903, que incorporou o Acre ao Brasil. A ferrovia foi a solução encontrada para escoar a produção de borracha da região.

Espaço alternativo de Porto Velho. Foto: Daiane Mendonça/Governo de Rondônia

Segundo o professor e historiador Célio Leandro, três datas marcam a história da cidade:

  • 4 de julho de 1907 – Considerada a fundação e o início da contrução da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
  • 2 de outubro de 1914 – criação do município pelo governador do Amazonas, Jônatas Pedrosa.
  • 25 de janeiro de 1915 – instalação oficial, com a posse do primeiro superintendente, Major Guapindaia.

“Porto Velho nasceu sob forte influência estrangeira e de migrantes nordestinos. No início da Estrada de Ferro, o inglês era o idioma oficial: o primeiro jornal da cidade, as ordens de serviço e até os menus dos restaurantes eram escritos nessa língua”, explica Célio.

O professor explica que, com o crescimento urbano, Porto Velho se firmou como o principal centro da região. Em 1943, quando foi criado o Território Federal do Guaporé — que mais tarde passou a se chamar Rondônia — a cidade foi escolhida para ser a capital. Já em 1981, quando o território foi elevado à categoria de estado, Porto Velho foi oficialmente reconhecida como a capital de Rondônia.

Presença Indígena em 2025

Rondônia ainda é lar de mais de 21 mil indígenas, segundo o Censo 2022 do IBGE, o que representa 1,25% da população tradicional brasileira. Mais da metade — cerca de 54,5% — vive em áreas oficialmente demarcadas como Terras Indígenas.

O estado possui cerca de 237 mil km² de extensão e 25,7% da área total é Terra Indígena reconhecida oficialmente. De acordo com dados do Ministério Público Federal (MPF), em Rondônia existem 21 terras indígenas regularizadas, que asseguram a proteção de mais de 25 etnias.

O estado de Rondônia também abriga indígenas isolados que não possuem nenhum tipo de contato com à população urbana. E conforme dados divulgados pela prefeitura de Porto Velho(RO), o município abriga 4 etnias indígenas, sendo elas Karitiana, Karipuna, Kaxarari e Kassupá.

*Por Raíssa Fontes, da Rede Amazônica RO

Brasil troca experiências com a Tailândia sobre cidades sustentáveis e pesquisas na Amazônia

Foto: Reprodução/Embaixada da Tailândia

Cidades inteligentes e de baixo carbono estiveram no centro da visita da Embaixada da Tailândia no Brasil à sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus (AM). A comitiva, formada pela diplomata e representantes da SCG International, apresentou o “Saraburi Sandbox”, projeto piloto que busca transformar a província de Saraburi em um modelo urbano sustentável.

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O plano ousado de reduzir significativamente as emissões de carbono na Tailândia envolve a colaboração do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil, em esforços relacionados à pesquisa em ciência, florestas tropicais, recursos hídricos e ecologia, áreas de expertise do Inpa e de interesse dos tailandeses.

Para o chefe da Divisão de Cooperação e Intercâmbio do Inpa (Dicin), Laurindo Campos, a visita representou uma oportunidade de troca de conhecimentos e cooperação.

“Temos um prazer enorme em receber e mostrar o que temos em pesquisas no Instituto, além das oportunidades que podemos ter entre os dois países. E, conhecendo a Amazônia, certamente, podemos compartilhar as experiências de 72 anos de Inpa”, pontuou.

O coordenador-geral de Pesquisa, Capacitação e Extensão, Jorge Porto, representou o diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, que estava em outro compromisso oficial. Na oportunidade, os pesquisadores Niro Higuchi, do Laboratório de Manejo Florestal, e Jochen Schöngart, do Grupo de Pesquisa Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Grupo Mauá/ Peld-Mauá), apresentaram pesquisas recentes desenvolvidas recentes por seus grupos.

Foco na Amazônia: cooperações possíveis

A embaixadora da Tailândia no Brasil, Kundhinee Aksornwong, demonstrou entusiasmo com o que viu e afirmou ter interesse em cooperações futuras.

“Estou muito impressionada. Trocamos conhecimentos sobre como o Brasil pode realizar o manejo florestal, a gestão da água e o manejo animal. Na Tailândia, também temos florestas tropicais e enfrentamos os desafios das mudanças climáticas”, explicou.

visita da Embaixada da Tailândia em manaus para estudos sobre a Amazônia
Foto: Reprodução/Embaixada da Tailância

Para a diplomata, a oportunidade abre uma janela de compartilhamento científico em nível internacional, por meio de parcerias bilaterais e novos intercâmbios com experiências mais imersivas nas áreas em que o Inpa é referência. 

Em visita ao Bosque da Ciência, um parque verde urbano de visitação pública do Inpa, a comitiva conheceu animais de vida livre e em cativeiro, além da exposição da Casa da Ciência – Tramas da Ciência, como o acervo de invertebrados, anfíbios e répteis, aves e mamíferos amazônicos. Ainda na Casa da Ciência, conheceram pesquisas desenvolvidas sobre mudança climática através projeto ATTO, torre de 325 metros de altura, que estuda os ciclos biogeoquímicos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS Uatumã, no Amazonas.

Leia também: Projeto ATTO completa dez anos da maior torre de monitoramento climático do mundo

A agenda da delegação incluiu ainda um circuito na torre de observação do Museu da Amazônia (Musa), um espaço científico-cultural de 100 hectares localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Inpa, em Manaus. 

*Com informações do Inpa

Agentes de IA em busca de modelos gerenciais inovadores

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Imagem: geralt via pixabay

Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

Bacharel em ciência da computação pela Universidade de S. Paulo (USP), Peter Kreslins, CTO e cofundador da Digibee, startup brasileira responsável pela integração de sistemas para conectar grandes empresas ao mundo digital, no artigo “Quem vai cuidar dos agentes de IA?”, de janeiro de 2025, publicado pelo CNEX – Centro de Excelência Empresarial, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, aborda relevante e complexa questão sobre o mundo da “inteligência artificial”, campo da ciência que se concentra na criação de computadores e máquinas que podem raciocinar, aprender e atuar de maneira que normalmente exigiria inteligência humana ou que envolve dados com escala maior do que as pessoas podem analisar.

A propósito, Kreslins observa que os computadores são capazes de interagir com outros modelos de IA para automatizar tarefas – mas, sem controle, podem causar sérios problemas. Esse é o paradigma: as organizações estão recorrendo cada vez mais ao uso de inteligência artificial. Muitas, inclusive, adotam novas tecnologias no melhor espírito do termo FOMO – o “fear of missing out”, ou medo de ficarem para trás. No entanto, “dar esse passo sem compreender exatamente como funcionam os novos modelos computacionais pode gerar inúmeros problemas para as organizações, especialmente no que diz respeito à sua governança e à sustentabilidade financeira. Mais do que isso: conforme os modelos computacionais avançam a olhos vistos, maior será a velocidade da transformação – e maior o risco de que muitas empresas façam uso descuidado de novas ferramentas, como é o caso dos agentes de IA”, salienta.

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Segundo Peter Kreslins, historicamente os colaboradores de uma organização eram os responsáveis por operar esses processos. Com o avanço de tecnologias, porém, começam a existir sistemas que buscam ajudar essas pessoas a melhorar os processos e aumentar a produtividade, salientando que “a IA foi, durante anos, uma promessa de mudança no universo das automações. Mais do que apenas executar tarefas, as máquinas seriam capazes de aprender com suas atividades e se aperfeiçoar”. De maneira rápida, porém, “podemos dizer que todas as tarefas automatizadas nas instituições seguiam um processo determinístico, bem calculado. Primeiro, é preciso desenhar uma tarefa desejada e implementá-la, para depois automatizá-la e, só aí, fazer com que essa automação ganhe escala, sendo repetida em toda a organização. Entretanto, no meio do caminho podem acontecer bugs: falhas no código em que essa automação está escrita que a levem a não funcionar”.

Segundo o autor, se a tecnologia passou décadas com uma evolução lenta, de 2022 para cá ela mudou consideravelmente de patamar com a introdução dos LLMs – large language models, ou grandes modelos de linguagem, como o ChatGPT, o Gemini, o Meta AI e, agora, o DeepSeek. Treinados com gigantescos bancos de dados, modelos disruptivos, revolucionários são capazes de prever resultado mais provável e seguir adiante, construindo textos, softwares ou até mesmo imagens e vídeos. Mais do que mudança de patamar promovem mudança na equação ao trazer dose “de não-determinismo para seu funcionamento”. Entretanto, pondera, “quem faz uma pergunta para um dos modelos pode acabar recebendo um resultado imprevisível, fora do esperado. Isso ocorre porque o sistema é baseado em previsões estatísticas: ele gera respostas ao identificar padrões e probabilidades em seus dados de treinamento, mas sem compreender o significado ou a veracidade do que está produzindo”.

De forma direta e pragmática, afirma: “para serem adotadas em larga escala, as novas tecnologias precisam, primeiro, ser levadas para um nível de governança, expectativa e direcionamento com os quais a organização esteja de acordo. É preciso que sistemas e agentes sejam treinados de maneira cuidadosa, fazendo, principalmente, com que respeitem as políticas da empresa, que devem funcionar como guarda-corpos de suas capacidades”, enfatiza Peter Kreslins.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

‘Amazônia para Sempre’: Museu Goeldi recebe honraria da Câmara Municipal de Belém

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Foto: Reprodução/Embratur

O Museu Goeldi recebe o diploma ‘Amazônia para Sempre’, honraria que ressalta a vanguarda da instituição sesquicentenária na produção e divulgação de conhecimentos sobre e na Amazônia, nesta segunda-feira (6). A sessão especial acontece às 9h, no auditório Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

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No dia em que completa 159 anos de existência, o Museu Goeldi recebe da Câmara Municipal de Belém a outorga do título ‘Amazônia para Sempre’. A homenagem foi proposta pelo Vereador Rodrigo Moraes, estabelecida por meio do Decreto Legislativo nº 011/2025 e busca reconhecer o pioneirismo da instituição científica na produção da ciência na Amazônia, destacando a construção do conhecimento interdisciplinar, relevante, impactante e inovador do MPEG ao longo destes anos. 

Leia também: Parque Zoobotânico do Museu Goeldi: conheça o primeiro parque do gênero no país

encontro sobre mudanças do clima acontece em belem no museu goeldi
Foto: Divulgação/Museu Goeldi

Importância do Museu Goeldi

Com acervos de grande valor científico, o museu paraense é referência em estudos sobre a sociobiodiversidade amazônica, além do trabalho de formação de novos pesquisadores na região, com programas de pós-graduação em Botânica Tropical (PPGBOT), Zoologia (PPGZOO)Ciências Ambientais (PPGCA)Biodiversidade e Biotecnologia (PPGBIONORTE)Biodiversidade e Evolução (PPGBE) e Diversidade Sociocultural (PPGDS). Outros projetos de cunho educacional, como o Clube do Pesquisador Mirim e o Museu de Portas Abertas, estimulam o interesse do público infanto-juvenil pela ciência desde cedo. 

O decreto também ressalta o relacionamento do museu com os mais diversos setores da sociedade, promovendo parcerias institucionais com outras organizações e fomentando debates junto aos povos indígenas e comunidades tradicionais, contribuindo assim para a resolução de demandas históricas e construção de alternativas sustentáveis na Amazônia. 

O diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, ressalta o pioneirismo da instituição, lembrando que a ciência na Amazônia começou com o museu. Pontua ser emocionante receber o reconhecimento vindo da Câmara Municipal de Belém. 

“É uma honra muito grande para o Museu Paraense Emílio Goeldi receber esse título. Somos uma instituição federal, mas estamos localizados na cidade de Belém, que, no sentido da COP, passa a ser a capital do Brasil e a capital climática do mundo. Então, nesse contexto de Amazônia, da importância estratégica da cidade de Belém, no entendimento e procura de mitigação das mudanças climáticas, o Museu Goeldi tem uma tradição de 159 anos produzindo ciência e comunicando ciência na Amazônia e para amazônidas”.  

O vereador Rodrigo Moraes destaca a relevância da honraria para a instituição, mas sobretudo para a cidade de Belém. “Esse diploma é entregue às entidades públicas e privadas que se destacam por sua atuação profissional e busca incentivar a preservação e manutenção do meio ambiente. É uma honra para a cidade de Belém ter o Museu Emílio Goeldi como referência da ciência, do desenvolvimento sustentável e da garantia da defesa intransigente da nossa Amazônia”.

Além da solenidade, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi vai abrir para o público em geral normalmente, das 9h às 15h e com entrada gratuita em comemoração aos 159 anos.

*Com informações da Agência Museu Goeldi

O que se sabe sobre a onça resgatada após horas nadando no Rio Negro

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Mais de 30 estilhaços de tiro atingiram a onça pelo rosto, cabeça e pescoço. Ela foi resgatada após ser vista nadando há horas no Rio Negro, em Manaus. Foto: Reprodução

Uma onça foi resgatada após passar horas nadando no Rio Negro, em Manaus (AM), na quarta-feira (1º) e exames revelaram que o animal foi atingido por um disparo de espingarda na cabeça. O caso mobilizou equipes de resgate e gera preocupação entre autoridades ambientais.

Leia também: Veterinária explica se as onças que vivem no CIGS podem voltar para a floresta

Veja o que já se sabe até o momento sobre este caso:

Onde a onça foi encontrada

onça
Ela foi resgatada após ser vista nadando há horas no Rio Negro, em Manaus. Foto: Reprodução

A onça foi avistada no dia 1º de outubro de 2025, no Rio Negro, por passageiros de uma embarcação que passava pelo local no momento em que ela tentava atravessar o rio. De acordo com testemunhas, o animal parecia desnorteado e sem forças, e teria seguido em direção à Praia da Ponta Negra, na Zona Oeste da capital.

Como foi o resgate

O resgate mobilizou a Secretaria Estadual de Proteção e Defesa Animal (Sepet), o Batalhão Ambiental, o Instituto Laiff e a ‘Equipe Pet’ da deputada estadual Joana Darc (União-AM). Uma força-tarefa foi montada para retirar o felino da água, através de uma bóia improvisada.

O que os exames revelaram

O animal é um macho com cerca de dois anos de idade e pesa 58 kg, segundo a Secretaria de Estado de Proteção Animal (Sepet). A estimativa de idade foi feita com base nas medições realizadas no centro cirúrgico.

Raio-x mostra mais de 30 marcas de tiros no rosto de onça resgatada após passar horas a deriva em rio no AM. Foto: Reprodução

Leia também: Onça-pintada: o grande felino da Amazônia com mais de 300 nomes em séculos de história

Após avaliação clínica, exames de raio-x mostraram que a onça havia sido atingida por um tiro de espingarda na cabeça. Os veterinários identificaram mais de 30 estilhaços de chumbo alojados no crânio e no pescoço do animal. Parte dos dentes também foi perdida devido ao impacto do disparo.

Estado de saúde

De acordo com os especialistas, a onça está internada e apresenta quadro estável, mas demonstra sinais de estresse. Ela permanece sob observação intensiva e recebe cuidados veterinários constantes.

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Equipe de veterinários cuida de onça encontrada baleada no Rio Negro, em Manaus. Foto: Divulgação

O animal é um macho. Pelo tamanho e peso, deve ter aproximadamente cinco anos de vida. Acredita-se que o animal tenha entrado no rio para escapar do ataque e não se sabe em que área da floresta vivia.

Quem atirou contra ela?

Não há informações sobre quem teria atirado contra a onça e qual local ela foi ferida.

Qual será o destino do animal?

Ainda não foi definido para onde o animal será encaminhado após a recuperação. Entre as possibilidades, estão o Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Leia também: Biólogo explica por que reintrodução de onça-pintada na natureza é inviável

Quais os próximos passos

As instituições envolvidas afirmam que a prioridade é garantir a recuperação da onça. Caso apresente condições adequadas, o objetivo é reintroduzir o animal à natureza.

*Com informações da Rede Amazônica AM




Livro sobre memória dos cantos Karib do Alto Xingu tem lançamento inédito em território indígena

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Foto: Marcella Saraceni/CGCOM Funarte

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer do Mato Grosso (Secel-MT), realizou uma missão inédita à Aldeia Ipatse, localizada na Terra Indígena do Xingu, onde foi lançado o livro ‘Meu Amado me Disse: os cantos tōlo dos povos Karib do Alto Xingu‘, um registro histórico dos cantos da região, idealizado pela linguista e antropóloga Bruna Franchetto em parceria com o pesquisador indígena Yamaluí Kuikuro Mehinaku.

A cerimônia, realizada em 21 de setembro, reuniu a comunidade Kuikuro, lideranças indígenas, representantes da Secel-MT e comitiva da Funarte, composta pela presidenta, Maria Marighella, a diretora do Centro de Artes Visuais e primeira dirigente indígena da instituição, Sandra Benites, a chefe de gabinete Laís Almeida e o organizador geral da obra, André Vallias, representando também a pesquisadora Bruna Franchetto.

Leia também: Comunidades indígenas do Xingu usam tecnologia para proteger território de atividades ilegais

A presença da Funarte no território indígena é considerada histórica, marcando uma nova etapa da instituição no reconhecimento, valorização e difusão das artes e memórias dos povos originários. Com este lançamento, também pela primeira vez, a Funarte está lidando com a dimensão de direitos autorais coletivos em suas publicações, sendo a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX) a detentora: uma inovação que mobiliza a Fundação a abarcar dinâmicas próprias das criações e artes indígenas.

Meu Amado me Disse: os cantos tōlo dos povos Karib do Alto Xingu reúne 100 cantos tradicionais (tōlo), transmitidos entre gerações e executados por mulheres em rituais sagrados dos Kuikuro. A partir da documentação em campo realizada por Bruna Franchetto e pelo também antropólogo Carlos Fausto, os cantos-poemas foram transcritos na língua original, pertencente à família Karib, e traduzidos ao português, incluindo áudios acessíveis por QR-Code.

Integrando o Programa Funarte Memória das Artes, o livro se insere nos eixos “Memória e Pesquisa” e “Formação e Reflexão” da Política Nacional das Artes, reafirmando o compromisso da instituição em preservar a diversidade cultural brasileira e projetar futuros a partir da memória.

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Na ocasião, a comunidade também entregou à presidenta da Funarte, Maria Marighella, e ao secretário adjunto de Cultura do MT, Jan Moura, um pedido formal para a criação do Centro Cultural do Povo Kuikuro.

A pesquisadora Bruna Franchetto apresenta o livro: “‘É com esse canto que minha filha madrugará esta noite’: são as palavras da eginhoto (mestra de cantos) mais idosa de Ipatse, a principal aldeia do povo Kuikuro do Alto Xingu. Ájahi transmitiu seus conhecimentos e sua arte para novas gerações de mulheres. O livro que agora publicamos é registro de memórias ancestrais, de uma tradição sempre renovada e um estímulo, esperamos, para que mais jovens queiram aprender e cantar nas madrugadas e na praça da aldeia”.

Lançamento celebra uma década de produção do livro

Sobre o processo de produção, ela conta: “Foram pelo menos 10 anos de trabalho colaborativo, linguístico e etnográfico, de pesquisadores indígenas e não-indígenas, um esforço contínuo para que esta arte verbo-musical pudesse ser apresentada ao mundo com a sua beleza e a sofisticação. É um exemplo de que a poesia cantada da palavra está viva nos povos originários e é sublime”.

Livro 'Meu Amado me Disse: os cantos tōlo dos povos Karib do Alto Xingu'
Livro foi lançado na Aldeia Ipatse. Foto: Reprodução/Instagram-mariamarighella

Sobre o lançamento na Aldeia Ipatse, Bruna Franchetto diz: “Foi uma decisão acertada a de lançar o livro na aldeia, com festa, danças, cantos, corpos pintados, crianças. Os Kuikuro folhearam as páginas, ouviram os cantos, gostaram das cores, das traduções possíveis de sua língua para o português. A beleza dos cantos-poemas é deles; André Vallias contribuiu para a beleza do objeto ‘livro’. Que os povos alto-xinguanos continuem sendo os guardiões de suas muitas línguas e artes”.

Leia também: Dicionários e centro de documentação registram línguas dos povos originários

Para a presidenta da Funarte, Maria Marighella, o livro reafirma a missão da instituição.

“No momento atual, criações como essa nos convidam a refletir sobre uma ética do existir que seja um cuidado com esse corpo coletivo. As artes indígenas têm retomado terras, línguas, cantos, técnicas, materiais e imaginários na sua diversa e sofisticada produção poética. Nesse sentido, a presente publicação realizada pela Fundação Nacional de Artes, Ministério da Cultura e Governo Federal, em parceria com fundamentais pesquisadores do campo, é uma afirmação de horizontes”.

A diretora do Centro de Artes Visuais da Funarte, Sandra Benites, falou sobre o marco da publicação: “Os cantos também são uma forma de nós, mulheres, nos organizarmos politicamente e dizermos aquilo que queremos. São como uma arte onde se usa metáfora para se dizer muitas coisas de forma poética, festejando. O canto engloba as dimensões de saúde e educação. Também é sagrado, político, artístico e uma comunicação com espíritos. É uma forma de nos relacionarmos com universos que não são visíveis. É muito importante que os cantos das mulheres indígenas sejam valorizados”.

A liderança indígena e professor Mutua Kuikuro, ao destacar a importância da presença da Funarte no território, também descreveu a relevância do conteúdo da obra: “O canto traz a força para nosso povo, principalmente para as mulheres. São 16 tipos de ritual dos Kuikuro, mais de 12 mil cantos, muitos que a gente ainda precisa escrever como escreveram com esse livro. Continuamos com essa força”.

O secretário adjunto de Cultura da Secel-MT, Jan Moura, também comentou sobre as muitas histórias que ainda precisam ser contadas pelas vozes dos povos originários. “Vamos continuar sendo parceiros para que mais publicações deem voz às histórias que não foram contadas dos povos que construíram o que a gente chama hoje de Brasil”.

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Os Kuikuro vivem ao longo dos rios formadores orientais do Rio Xingu, na Terra Indígena do Xingu (TIX), localizada no estado do Mato Grosso, Amazônia Meridional. Juntamente com outros povos falantes de línguas da família karib que habitam o Alto Xingu — Kalapalo, Nahukwa, Matipu e Naruvoto —, os Kuikuro formam o sistema regional multilíngue conhecido como Alto Xingu. Os cantos tōlo, tradicionalmente executados por mulheres durante rituais, reúnem elementos de espiritualidade, coletividade e resistência.

Mais que um registro, o livro representa um gesto de preservação, reconhecimento e difusão das artes indígenas em um país que abriga mais de 260 povos originários. A publicação está disponível em sua versão física por meio da Livraria da Funarte, e pode ser adquirida presencialmente ou pelo e-mail livraria@funarte.gov.br. Em breve, também será disponibilizada em formato digital, com acesso público e gratuito, ampliando o alcance dos cantos e fortalecendo o compromisso da Funarte com a salvaguarda, proteção e difusão das manifestações artísticas do Brasil. 

Serviço

Livro “Meu Amado me Disse: os cantos tōlo dos povos Karib do Alto Xingu”

Produção inovadora da espirulina ganha destaque no Amapá

A espirulina é uma microalga utilizada como suplemento alimentar. Foto: Elane Cunha/Acervo pessoal

Uma startup de bioeconomia amapaense desenvolveu um novo formato na produção da espirulina. Conforme a bióloga e fundadora da empresa, Elane Cunha, atualmente, o microrganismo – fabricado no estado – tem formato de grânulos crocantes e com sabor neutro.

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O formato é diferente da versão em pó, comum no mercado e “que tem gosto forte, muitas vezes desagradável e, em alguns casos, chega contaminada”.

“A espirulina é cultivada em tanques cobertos similares aos de piscicultura e não pode ficar exposta. Os microrganismos vem pelo ar e pela chuva. A falta de boas práticas de cultivo, uso de tanques com material inadequado, sem cobertura e o processo de secagem inapropriado influenciam no sabor e na qualidade”, afirma Elane.

Durante a produção, testes de toxinas e monitoramento microbiológico são realizados para evitar contaminações por outras algas. Para Elane Cunha, trata-se de um padrão de qualidade pioneiro no Brasil.

Leia também: Estudo identifica mais de 100 espécies de algas no interior do Amazonas

A produção inovadora e segura da espirulina no Amapá rendeu investimentos em pesquisa e premiações em dinheiro. Foto: Elane Cunha/Acervo pessoal

Utilidades da espirulina

A espirulina também é uma microalga, utilizada como suplemento alimentar e o consumo traz diversos benefícios à saúde, como o aumento da massa muscular, da imunidade, emagrecimento e ganho de energia. É rica em proteínas, minerais, antioxidantes e vitaminas do complexo B. Ainda previne doenças do coração e auxilia no tratamento de diabetes e da rinite alérgica.

A startup é uma deep tech, ou seja, “são empresas baseadas em investigação científica atuantes com inovação complexa e lidam com problemas como tratamento de doenças”, conforme o Sebrae.

O investimento em pesquisa científica foi impulsionado graças às diversas premiações em dinheiro, no âmbito estadual e federal. Os planos da startup são construir um parque industrial, alavancar a produção em larga escala e vender o produto para o Brasil e para o mundo.

Na França, a bióloga visitou fazendas de espirulina para adquirir boas práticas de fabricação e trazer o conhecimento da tecnologia para o estado. Foto: Elane Cunha/Acervo pessoal

“Nós desenvolvemos pesquisas em parceria com a Unifap, Senai Amapá e Senai Cimatec, financiadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. Estamos com dois trabalhos que serão publicados em artigos internacionais e em um livro”, ressalta a CEO da empresa, Maria Eleonora Cunha.

Na França, a bióloga visitou fazendas de espirulina para aprender a escalar, adquirir boas práticas de fabricação e trazer o conhecimento da tecnologia para o estado.

O país europeu é considerado referência mundial na produção de espirulina de alta qualidade. “O Amapá tem o clima ideal para produção. Na Europa não tem por causa do inverno e a criação ocorre durante sete meses do ano. A espirulina gosta das altas temperaturas e luminosidade”, conclui a fundadora.

Falta de boas práticas de cultivo, uso de tanques com material inadequado e processo de secagem inapropriado podem influenciar no sabor e na qualidade da espirulina. Foto: Elane Cunha/Acervo pessoal

As cientistas amapaenses desejam transformar o estado em referência nacional e até internacional na produção de espirulina de alta qualidade.

*Por Luiz Felype Santos, da Rede Amazônica AP

De “terra de promessas” ao desenvolvimento, Roraima completa 37 anos; veja os principais destaques

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Roraima celebra 37 anos como Estado federado. Foto: Divulgação

Roraima chega aos 37 anos como Estado federado com muito a celebrar. O que antes era lembrado como “a terra das promessas”, hoje se consolida como espaço de crescimento econômico, modernização da infraestrutura e valorização social.

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No dia 5 de outubro, o Estado comemora mais de três décadas de criação, com um presente marcado por conquistas históricas: segurança energética, safra recorde de grãos, novos investimentos, além da credibilidade fiscal que o coloca entre os mais confiáveis do País.

“Estamos transformando Roraima em um dos Estados mais desenvolvidos da Amazônia, aberto ao diálogo e com políticas de incentivo que geram emprego, renda e qualidade de vida. Roraima deixou de ser uma promessa e se tornou realidade”, afirmou o governador Antonio Denarium.

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Roraima
Roraima vive plena expansão e tem caminho consolidado para seguir crescendo. Foto: Reprodução/Secom RR

Energia para crescer: Roraima finalmente conectado ao SIN

Um dos maiores marcos da história recente foi a integração de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) com a chegada do Linhão de Tucuruí, investimento de R$ 3,4 bilhões.

O projeto, destravado por articulação do Governo do Estado em 2019 após anos de paralisação, garante fornecimento de energia estável e sustentável, abrindo espaço para o crescimento em áreas como saúde, turismo, tecnologia e agro.

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Linhão de Tucuruí vira realidade e promove independência energética de Roraima. Foto: William Roth/Secom RR

“É um avanço histórico que garante fornecimento de energia estável e abre as portas para grandes oportunidades nos setores de saúde, turismo, tecnologia, agro e muito mais. Tudo isso só foi possível graças ao trabalho firme que iniciamos em 2019, quando conseguimos destravar na Justiça a obra do Linhão de Tucuruí, parada desde 2011”, declarou Denarium.

O governador destacou que a conquista foi fruto de esforço e parceria com o Governo Federal. “Em 2023 demos a largada com a ordem de serviço e no último dia 26 de setembro de 2025 celebramos essa grande vitória para o povo de Roraima. A independência energética é o passaporte para um futuro de mais oportunidades”, completou.

Mais empregos, mais empresas e PIB forte

De 2019 a 2025, Roraima criou mais de 32 mil novos empregos formais, um crescimento de 61% no estoque total de trabalhadores. No mesmo período, o saldo de abertura de empresas chegou a 29 mil.

Escola Rural de Roraima: Foto: Jackson Souza/Prefeitura de Boa Vista

Esse dinamismo reflete diretamente no PIB estadual, que registrou avanço de 37,9% entre 2019 e 2024 – desempenho superior à média nacional e até mesmo a países como a China no mesmo período. Com a projeção para 2025, o crescimento real acumulado chega a 43,5%, consolidando Roraima como um dos estados de maior expansão econômica do país.

“Roraima tem muito que comemorar nestes 37 anos. Em 2018 o Estado estava quebrado, você não via expectativa de crescimento. E agora, quase sete anos depois, você vê um lugar diferente”, refletiu o vice-governador e secretário de Infraestrutura, Edilson Damião.

“Roraima hoje não é mais conhecido como o ‘Estado do contracheque’, é o Estado da soja, do milho, da carne. Nosso rebanho bovino já é de quase 1 milhão e nossa área plantada, que era de apenas 35 mil hectares em 2018, agora é de cerca de 150 mil hectares”, complementou o vice-governador.

Safra recorde, aumento da área de produção e mais infraestrutura

O agro é símbolo da transformação de Roraima. Em 2025, a área plantada no Estado alcançou 132 mil hectares, mais que o dobro de 2018, com produção superior a 500 mil toneladas de grãos.

Roraima tem crescimento contínuo na safra de grãos. Foto: Reprodução/SecomRR.

Além da soja, milho e arroz, houve avanços na pecuária, piscicultura e agricultura indígena. O programa Planta Roraima apoia hortas urbanas e comunidades tradicionais, enquanto a Sepi leva insumos e assistência a mais de 500 comunidades.

Para garantir escoamento, o Governo entregou 400 km de asfalto, recuperou 4 mil km de estradas vicinais e revitalizou 750 pontes. Um acordo com a Guiana viabiliza exportações pelo porto de Linden, abrindo mercado para o Caribe.

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Contas equilibradas e reconhecimento nacional

Quando assumiu a intervenção em 2018, Denarium encontrou dívida de R$ 8,4 bilhões. Até agora, mais de R$ 3,6 bilhões já foram pagos, o que garantiu ao Estado a Nota A do Tesouro Nacional e o título de bom pagador.

Segurança pública com índices em queda

As mortes violentas caíram de 390 em 2018 para 132 em 2024. De janeiro a julho de 2025, foram registrados apenas 60 casos, o menor índice absoluto do país.

Mais de R$ 229 milhões já foram investidos em tecnologia, equipamentos, infraestrutura e valorização das forças policiais. Outros R$ 61 milhões estão em execução.

*Com informação da Secom RR

Livro reúne informações sobre fortalecimento do ecossistema de inovação no Médio Solimões

Foto: Reprodução/Instituto Mamirauá

O Instituto Mamirauá lançou o livro ‘Fortalecendo o Ecossistema de Inovação na Região do Médio Solimões’, organizado por Tabatha Benitz, Cláudia de Lima Souza e Iolanda de Cassia R. L. Monteiro, uma obra que documenta as conquistas e aprendizados do ‘I Inova Tefé’, evento realizado na instituição, em colaboração com uma rede de parceiros.

Entre 400 participantes, o ‘I Inova Tefé’, no Amazonas, reuniu empreendedores, estudantes, pesquisadores, professores e representantes de instituições, promovendo a troca de experiências e incentivando o desenvolvimento de negócios alinhados à conservação e à sustentabilidade da Amazônia.

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O livro registra todas as atividades do evento, incluindo formações de impacto em economia circular e criativa, marketing digital, audiovisual, propriedade intelectual e captação de recursos, além da Bio Ideação, um mini hackathon onde estudantes do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) criaram soluções para enfrentar os desafios da estiagem na região.

No livro, também são descritas as palestras sobre bioeconomia e inovação, as apresentações de pitches de incubadoras e empreendedores, as rodadas de oportunidades para conexão com investidores, e os relatos de pesquisa apresentados em sessões orais, pôsteres, vídeos e podcasts, abordando temas como, por exemplo, a comercialização do pirarucu e o potencial medicinal de plantas amazônicas.

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Além disso, o I Inova Tefé demonstrou preocupação com a inclusão e a diversidade, registrando a roda de conversa sobre grupos vulneráveis e negócios de impacto social, com foco em comunidades LGBTQIAPN+ e quilombolas, e a programação lúdica do Espaço Curumim, voltado para crianças.

A Feira Cultural Inova Tefé, realizada na Praça Gourmet de Tefé, encerrou o evento, reunindo produtos regionais, apresentações culturais e atividades infantis que fortaleceram a economia criativa local. 

capa do livro
Foto: Reprodução/Instituto Mamirauá

Em um capítulo do livro, Tabatha Benitz, coordenadora geral do evento, fala da importância da economia circular e da economia criativa para o desenvolvimento sustentável: 

“A economia circular é um modelo econômico que visa minimizar o desperdício e maximizar a reutilização de recursos. Em vez do tradicional ciclo linear de ‘extrair, produzir e descartar’, a economia circular promove práticas que permitem que produtos e materiais sejam mantidos em uso por mais tempo, através da reciclagem, reparo e reuso. Essa abordagem não apenas reduz a pressão sobre os recursos naturais, mas também incentiva a inovação e a sustentabilidade, contribuindo para a proteção do meio ambiente e o fortalecimento das comunidades. Este modelo valoriza a criatividade e a colaboração, reconhecendo que bens e serviços culturais, como música, arte, design e tecnologia, não apenas geram receitas, mas também têm o poder de engajar e transformar comunidades. Na formação foram abordados os conceitos de economia circular e criativa e, em seguida, aplicado o modelo ‘canvas’ e ‘design thinking’, no qual os participantes formaram grupos e criaram ideias de negócios de impacto social envolvendo esses conceitos”.

Benitz ainda reforça o papel da publicação como memória do evento e ferramenta de aprendizado contínuo: “No livro que preparamos para vocês, selecionamos alguns trechos e fotos de cada etapa da programação, resultando em um material de memória e reforço das lições aprendidas ao longo da programação. Esperamos que gostem! Uma ótima leitura!”.

A obra inclui ainda reflexões sobre transferência tecnológica, propriedade intelectual e tecnologias sociais, além de referências ao podcast ‘Mamirauá Inova: Conceitos básicos da inovação‘, democratizando o acesso aos conceitos abordados durante o evento. 

Com essa publicação, o Instituto Mamirauá afirma que reforça seu compromisso com a promoção da inovação, do conhecimento científico e do desenvolvimento sustentável, oferecendo à comunidade e aos interessados na Amazônia um registro detalhado de um evento que transformou a forma de pensar e agir sobre inovação na região. 

Sobre o Inova Tefé

A primeira edição do Inova Tefé foi realizada pelo Instituto Mamirauá e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (Sedecti).  

O evento também contou com a parceria de instituições locais, regionais e nacionais, como SEBRAE, Senac, Prefeitura de Tefé, RAMI, Sitawi, Impact Hub Manaus, Incubadora INPA, Bionorte, UNIP, Anprotec, Inpactas, Instituto Federal do Amazonas – Campus Tefé, UEA, APAFE e FEMAPAM, que contribuíram para a diversidade de experiências e a consolidação do ecossistema de inovação no Médio Solimões. O Inova Tefé é um evento bianual e sua próxima edição ocorrerá no segundo semestre de 2026. 

Livro do evento

O livro ‘Fortalecendo o Ecossistema de Inovação na Região do Médio Solimões’ está disponível gratuitamente:

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Instituto Mamirauá, escrito por Julia A. Rantigueri

Projeto busca reduzir 5 mil toneladas de CO² na aviação da Amazônia

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Angelim-vermelho na Floresta do Paru. Foto: Reprodução/Fundação Amazônia Sustentável

Com o objetivo de modernizar as rotas de tráfego aéreo para garantir a redução da emissão de mais de 5 mil toneladas de gás carbônico (C0²) por ano, foi implementada pelo Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo – CINDACTA IV a terceira etapa do projeto ECONORTE, com a nova circulação aérea da Terminal de Cuiabá, em Mato Grosso.

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O projeto é uma iniciativa estratégica do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), conduzida pelo CINDACTA IV, que visa modernizar e otimizar o gerenciamento do tráfego aéreo da Região de Informação de Voo da Amazônica (FIR Amazônica), incluindo as áreas de maior densidade como BelémManaus e Cuiabá.

O foco principal do projeto é alinhar a estrutura do espaço aéreo amazônico às melhores práticas internacionais de eficiência, segurança e sustentabilidade. 

Projeto busca reduzir 5 mil toneladas de CO²
O projeto é uma iniciativa estratégica do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), conduzida pelo CINDACTA IV. Foto: San Marcelo

As companhias aéreas, pilotos e controladores de tráfego aéreo passam a dispor de rotas mais eficientes, gerando economia de combustível e redução da emissão de gás carbônico (CO²). O projeto impacta positivamente no turismo, na logística e na integração da Amazônia ao restante do país. 

“O ECO-Norte é um marco para o controle do tráfego aéreo brasileiro. A grandiosidade desse projeto está no seu duplo impacto: ao mesmo tempo em que garantimos maior segurança e eficiência para a aviação, contribuímos para a preservação da Amazônia, reduzindo emissões e apoiando a sustentabilidade. É a Força Aérea Brasileira unindo tecnologia, inovação e responsabilidade ambiental em benefício de toda a sociedade”, destaca o coordenador do ECO NORTE, Major Rui Nunes da Costa. 

Os resultados já são mensuráveis. Foto: Ricardo Oliveira/Ipaam

A implementação iniciou-se em julho de 2025 com a aplicação da nova rota de circulação na TMA Belém. Em agosto , a aplicação foi realizada na TMA Manaus e, finalmente, ocorreu a implantação na TMA de Cuiabá, em outubro.

Esse processo envolveu o redesenho de rotas, Saídas Padrão por Instrumentos (SID), Chegadas Padrão (STAR) e Procedimentos de Aproximação por Instrumentos (IAP), Rotas de Aeronaves em Voo Visual (REA), Carta de Aproximação Visual (VAC), Espaços Aéreos Condicionados (EAC) e estudos de aplicação de Point Merge System, acompanhado por monitoramento constante de capacidade e segurança operacional.

Os resultados já são mensuráveis. Na implantação da TMA Manaus, por exemplo, os cálculos indicaram uma redução de mais de 28 toneladas de combustível e cerca de 88 toneladas de CO₂ nas primeiras semanas de operação, representando economia para as empresas e ganhos ambientais significativos. A expectativa é que as mudanças resultarão em redução de 5070 toneladas de CO² na atmosfera por ano. 

As companhias aéreas, pilotos e controladores de tráfego aéreo passam a dispor de rotas mais eficientes. Foto: Divulgação

“Este resultado é fruto do esforço coletivo, da dedicação e do profissionalismo de todos os envolvidos – planejadores do espaço aéreo, elaboradores de procedimentos, controladores, técnicos, gestores, parceiros institucionais e companhias aéreas. Cada contribuição, desde o planejamento inicial até as últimas coordenações operacionais, foi essencial para que este projeto fosse conduzido com êxito, mantendo-se sempre alinhado aos pilares que norteiam o ECO NORTE: segurança operacional, aumento de capacidade, eficiência das trajetórias e mitigação ambiental”, afirma Major Rui Nunes.

Para a Força Aérea Brasileira, reforça a missão constitucional de garantir a soberania e a eficiência do espaço aéreo amazônico, ampliando a segurança operacional e a interoperabilidade com parceiros nacionais e internacionais. Para a sociedade civil, representa um passo concreto rumo a um transporte aéreo mais seguro, rápido, sustentável e ambientalmente responsável, sobretudo em uma região de dimensões continentais e grande relevância ecológica.

*Com informação da Força Aérea Brasileira