Fotos: Reprodução/Acervo Boi Caprichoso – site oficial e Acervo Boi Garantido – Facebook oficial
Recriação de ritmo xamanístico, fundamentado através de pesquisa dentro do contexto folclórico. A encenação ou recriação de rituais indígenas é o quarto item dos bois-bumbás no Festival Folclórico de Parintins. Como quadro apoteótico, reúne elementos alegóricos, coreográficos e teatrais, em uma soma dramática capaz de revelar cenicamente o universo indígena e suas cosmogonias, apanhados nas toadas de diversas etnias.
A ‘Revoada de Pássaros Juninos’ abriu oficialmente o ‘Arraial de Todos os Santos: o maior arraial da Amazônia’, no último sábado (8), com o encontro de grupos de Pássaros de vários bairros de Belém. O encontro lúdico dos Pássaros Juninos é uma realização do Governo do Pará, por meio da Fundação Cultural do Estado do Pará(FCP).
A cultura de Pássaros, ou teatro popular, como também é chamado, é uma das mais importantes e genuínas expressões paraenses. A ‘Revoada de Pássaros’ se reuniu no primeiro dia, em cortejo, no entorno da Casa das Artes, prédio da FCP; e da Praça Santuário, grupos que retratam as encantarias e personagens da identidade cabocla, indígena, ribeirinha, urbano-periférica, colorida e criativa.
“A Cultura Popular é fundamental para perpetuar a história de resistência e identidade, de maneira lúdica, do nosso povo, por isso para a Fundação Cultural do Pará esse momento simbólico da Revoada de Pássaros Juninos, além de ser uma grande confraternização de fazedores de cultura, fortalece os laços e mostra a diversidade cultural paraense e amazônica. Nesse momento, é, também, o Estado cumprindo com sua função importante de fomento de políticas públicas para preservar a riqueza das manifestações culturais”, disse Thiago Miranda, presidente da Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP).
Foto: Reprodução/Agência Pará
Crianças vestidas de pássaros, fadas da floresta, indígenas, caçadores, ribeirinhos e a realeza se misturam em uma apoteose que chamou a atenção por onde o cortejo passou. Depois os grupos voltaram para a Casa das Artes, onde foi feita uma simbólica apresentação de cada ícone que compõe o teatro de pássaros juninos. A tradição é uma herança ancestral dos fazedores de cultura.
Rosa Oliveira, do grupo Ararajuba, do bairro da Sacramenta, começou aos 7 anos. Hoje acompanha a filha como um dos ‘porta pássaros’.
“Ela começou aos 3 anos e hoje está com 8 anos e a foi assim como eu. Eu já cresci nesse meio, vai passando de geração em geração. Então meu avô passou isso para minha mãe, para as minhas tias, e nós crescemos então no Pássaro. E a gente continua passando esse legado para os nossos filhos, sobrinhos”, explicou a fazedora de cultura popular.
Mestra em Cultura Popular, Iracema Oliveira é a mais antiga guardiã de Pássaro Junino do Estado. A frente do Pássaro Tucanos conduziu a apresentação dos grupos.
“Essa programação da Fundação Cultural, do Governo do Estado, é um incentivo muito gratificante, porque essa revoada nos dá uma alegria muito grande, da gente rever companheiros e guardiões antigos e ver que as crianças, nesse encontro de diferentes gerações de fazedores de cultura. É importante passar essa tradição, para perpetuar. Digo sempre que é da criança que se faz o adulto. Então, a gente tem que começar com eles, e é para poder insistir no coração deles, o amor por essa cultura tão rica, a qual é a cultura popular”, explica a mestra.
A noite que simbolizou a liberdade dos ícones do imaginário popular para iniciar as festividades da cultura popular contou ainda com a apresentação musical do grupo ‘Sentinelas do Norte’, dos artistas Allan Carvalho e Luis Girard.
Foto: Reprodução/Agência Pará
Arraial de Todos os Santos
De 18 a 23 de junho, o teatro Waldemar Henrique, prédio da Fundação Cultural do Estado do Pará, vai receber a programação do teatro de Pássaros Juninos, sempre às 19h. Dia 13 de junho, no prédio da Fundação, no Centur, é a abertura da 20ª edição do Concurso Estadual de Quadrilhas, a partir das 18h. As apresentações ocorrerão todos os dias até 30 de junho. No mesmo período, tem também as apresentações de grupos de Folguedos e shows com artistas da terra, no Centur.
No mesmo local, no dia 28 de junho, será o concurso de Miss Caipira da Diversidade. Na Casa da Linguagem, dia 21, será realizado o Arraial das Letrinhas em homenagens aos escritores João de Jesus Paes Loureiro, Max Martins e Ruy Barata. De 28 a 30 de junho, o Curro Velho, núcleo da FCP, realiza o Auto Junino, às 18h. E no dia 30 de junho, encerrado a programação, será a noite de premiação das quadrilhas.
Celebrando 10 anos, a série Encontro das Águas retorna ao palco do Teatro Amazonas, em Manaus (AM), com uma programação que reflete e celebra sua trajetória de crescimento e diversificação. Desde seu surgimento a série tem sido pioneira em integrar diferentes formas de arte, proporcionando experiências únicas para o público.
Marcelo de Jesus, diretor artístico da série Encontro das águas, relembra como tudo começou de forma inesperada durante uma temporada de concertos denominada Guaraná. Um concerto que combinou a peça ‘Os Planetas’ de Gustav Holst com a suíte de ‘Star Wars’, de John Williams foi o ponto de partida para a atual série.
O evento foi responsável por atrair uma audiência diversificada, mostrando o potencial de atrair novos públicos, quando se une a cultura erudita à cultura pop.
Foto: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Desde então, a série cresceu em escala e ambição, expandindo-se para abranger não apenas trilhas sonoras de filmes populares, como ‘Star Wars’, ‘Harry Potter’ e ‘Senhor dos Anéis’, mas também trilhas de videogames. A inclusão do balé clássico, com produções como ‘O Lago dos Cisnes’ e ‘Dom Quixote’, trouxe uma nova dimensão à série, atraindo ainda mais espectadores.
Neste ano comemorativo de uma década, a série Encontro das Águas traz mais uma vez uma programação diversificada e inovadora. Entre os destaques estão: apresentação especial de ‘Star Wars’, na qual a trilha sonora da saga completa será tocada em uma única noite; estreia do balé ‘Cinderela’ com cenários virtuais por videomapping; e uma imersão no mundo oriental com o espetáculo ‘Oriente’, que vai contar com suítes de produções famosas do Studio Ghibli e incluindo até mesmo uma suíte de ‘Pokémon’.
Além disso, a série continua a explorar a interseção entre diferentes formas de arte, incluindo teatro e cinema. O público poderá desfrutar de produções como ‘Cabaré Chinelo’, acompanhado da Orquestra de Câmara do Amazonas, e ‘Baré Fiction’, uma homenagem aos filmes de Quentin Tarantino, demonstrando o compromisso contínuo da série em oferecer experiências culturais diversas e emocionantes.
Programação da Série Encontro das Águas
Cabaré Chinelo
Ateliê 23 e Orquestra de Câmara do Amazonas
5 e 7 de agosto – 20h
Cinderela
Balé clássico com música de Sergey Prokofiev
Amazonas Filarmônica e Ballet Álvaro Gonçalves
8, 9, e 10 de agosto – 20h
11 de agosto – 19h
Baré Fiction
Espetáculo com trilha sonora dos filmes de Quentin Tarantino
Banda All Star, Balé Folclórico do Amazonas e Orquestra de Câmara do Amazonas
13 e 14 de agosto – 20h
Saga Star Wars
Saga completa com trechos das três trilogias
Coral do Amazonas e Amazonas Filarmônica
15 e 17 de agosto – 20h
18 de agosto – 19h
Oriente
Imersão no fantástico mundo oriental com temas de animes, jogos, séries, e k-pop
Casa Geek 42, Coral do Amazonas e Amazonas Filarmônica
Roteiros turísticos são ferramentas criadas para otimizar um passeio. Ele é essencial para que as pessoas aproveitem todos os atrativos turísticos de determinado local. Tocantins é um exemplo de lugar a ser desbravado, afinal, o Estado mais novo do Brasil possui diversas belezas naturais.
Confira três roteiros que merecem atenção por mostrar o melhor da fauna e flora tocantinense:
Saindo de Palmas
A capital tocantinense recebe turistas de todo o Brasil, que descem no Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues. De carro, a partir de Palmas é possível fazer viagens curtas e cheias de descobertas.
A primeira parada nem exige muita organização. Localizado a apenas 30 Km do centro de Palmas, pela TO-030, o Distrito de Taquaruçu oferece riqueza de atrativos, entre cachoeiras, trilhas, tirolesa, balneários, com direito a pousadas acolhedoras, restaurantes com boa comida, lojinhas de artesanato.
Pegando estrada para Aparecida do Rio Negro (TO-020), a região de Taquaruçu Grande também conta com estâncias, cachoeiras e restaurantes com comida regional. A entrada para o Parque Estadual do Lajeado, uma unidade de proteção com belos mirantes e natureza preservada, fica no Km 24.
E por falar em Lajeado, distante 46 km da Capital, este município tem surpreendido os turistas. Além da bela Praia do Segredo, os visitantes podem percorrer trilhas, visitar área com pinturas rupestres, mergulhar em cachoeiras, conhecer e adquirir belas peças em cerâmica.
Poucos quilômetros adiante, a caminho de Miracema, há duas praias muito procuradas pelos palmenses: a Praia do Paredão e a Praia do Funil, banhadas pelas águas do rio Tocantins.
Tirolesa Voo do Pontal. Foto: Reprodução/Arquivo Setur To
Saindo de Araguaína
O segundo maior município tocantinense, localizado ao norte do Estado, é polo emissor de turistas para toda a região do Bico do Papagaio.
Entre as preferências dos moradores de Araguaína estão as cachoeiras de Wanderlândia. Apenas 50 km separam os dois municípios, pelas BRs 153/226. Outra opção é a praia permanente de Babaçulândia, a 63 km, via TO-222 e TO-424.
Outro atrativo que merece registro é o Balneário Bráulio, em Goiatins, que reúne uma sequência de poços naturais com águas cristalinas. Fica a 20 km da cidade e a 155 km de Araguaina (TO-222).
Cachoeira do Tempero. Foto: Reprodução/Governo do Tocantins
Saindo de Gurupi
Na região Sul do Tocantins, Gurupi envia turistas principalmente para Peixe, a 74 km, pela TO-373, e 310 km de Palmas. O município é conhecido por suas praias e pelo Arquipélago do Tropeço, o terceiro maior arquipélago fluvial do mundo, formado por 366 ilhas, muitas delas com acampamentos fixos. Para percorrer o local em voadeiras é necessário pilotos experientes, mas a aventura é garantida.
Para os amantes da pesca esportiva, a dica é seguir viagem para São Salvador (250 km) ou Lagoa da Confusão (150 km de Gurupi e 204 km de Palmas), onde se encontram vários ranchos preparados para receber os pescadores com pensão completa, barcos e guias.
“O Tocantins é um Estado riquíssimo, que precisa ser desvendado pelos próprios tocantinenses. Em nome do governador Wanderlei Barbosa, deixo o convite a todos: aproveitem o feriado para visitar nossos atrativos”, ressalta o secretário de Turismo Hercy Filho.
A falta de zinco atinge cerca de um terço da população, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Como alternativa para comunidades tradicionais e rurais da Amazônia que não têm acesso à suplementação do mineral, um experimento da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) foi capaz de aumentar em 40 vezes a concentração de zinco nas folhas da planta cariru (Talinum triangulare), hortaliça comumente consumida na região. Os resultados estão descritos em artigo publicado na revista científica ‘Rodriguésia’.
A deficiência de zinco pode causar problemas no desenvolvimento cerebral, gerar menor desempenho e produtividade em atividades físicas e aumentar a suscetibilidade a doenças como pneumonia e diarreia. As recomendações diárias de seu consumo são de 11 miligramas para homens, 8 mg para mulheres e 5 mg para crianças. Por ter relação com a produção do hormônio do crescimento, a falta do mineral afeta o crescimento infantil. “É o que nós chamamos de fome oculta, porque mesmo quando as pessoas estão se alimentando, elas não estão consumindo as quantidades suficientes de nutrientes necessários para a sua saúde, através de produtos com melhor qualidade nutricional”, explica Beatriz Costa de Oliveira Queiroz de Souza, atualmente doutoranda em Fisiologia Vegetal na Universidade Federal de Lavras (Ufla) e autora do artigo.
O experimento aplicou seis tratamentos com concentrações diferentes de sulfato de zinco heptahidratado no solo de 36 amostras de cariru. Os grupos foram divididos pela dosagem, que seguiu 12,5 miligramas de zinco para um quilo de solo (mg kg-1); 25 mg kg-1; 50 mg kg-1; 100 mg kg-1; 400 mg kg-1 e um tratamento de controle que não recebeu uma dosagem de zinco extra. Entre outros parâmetros de qualidade, o estudo analisou principalmente os níveis do mineral nas folhas de cariru e no solo, proteínas e açúcares solúveis totais.
As plantas submetidas a uma dose de 100 mg kg-1 de zinco apresentaram os melhores resultados de crescimento, proporcionando um aumento de 4081% nos teores de zinco foliares, bem como um aumento de 130% na massa seca das folhas. Além disso, também foi observado um aumento de 1904% de zinco no solo. Para Souza, o resultado mostra que a biofortificação também pode ser usada para a nutrição do solo e da flora ao redor da produção. “Geralmente, os solos amazônicos e brasileiros são pobres em zinco, um mineral que também é importante para o desenvolvimento da planta, tanto que também notamos aumento no número e massa das folhas”.
Por outro lado, o tratamento com 400 mg kg-1 de zinco se mostrou tóxico a um nível letal para as plantas. “Doses muito elevadas de qualquer nutriente podem causar sintomas de toxicidade. O que difere o remédio do veneno é a dose”, explica Souza. A pesquisadora comenta que a dose de 25 mg kg-1 já foi suficiente para incrementar concentrações de zinco nas folhas de cariru em cerca de 3346% em relação ao controle, o que indica que aplicar menores quantidades já traz benefícios.
Por fim, o trabalho aponta que é importante que as populações tenham acesso a diferentes alimentos ricos em zinco para o combate à carência desse mineral. Isso porque, segundo a pesquisadora, para que uma pessoa consuma a quantidade diária recomendada, seria necessário comer mais de 200 gramas de cariru biofortificado por dia. “Mas o brasileiro consome, em média, 49 gramas de hortaliças por dia. Por isso, ele seria um ótimo suplemento para o combate à desnutrição, mas não deve ser a única fonte do mineral na alimentação, que deve ser complementada com outros vegetais e carnes ricos em zinco”, finaliza.
*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori
O Pará, com sua rica biodiversidade e inúmeros atrativos naturais, ganha destaque em um novo e-book internacional de observação de aves promovido pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
O lançamento coloca o Pará no mapa dos principais destinos mundiais para os entusiastas da observação de aves, destacando a importância do território paraense para a conservação da avifauna global.
De acordo com o ranking do WikiAves, o Pará é o segundo estado brasileiro com a maior quantidade de espécies de aves catalogadas, totalizando 961 espécies em seu território.
Há cerca de 11.032 espécies de aves no mundo, e, 32% delas estão na América do Sul, fazendo da região um verdadeiro paraíso para os observadores de aves. O Brasil, em particular, ocupa o primeiro lugar em biodiversidade e possui sete Patrimônios Naturais da Humanidade reconhecidos pela Unesco, com a Amazônia sendo a maior extensão de floresta tropical do planeta. Esse bioma abriga um número impressionante de espécies, incluindo mais de mil espécies de aves registradas.
Foto: Divulgação/Agência Pará
“Esse é certamente um grande momento para o birding nacional. Precisamos aproveitar para capacitar e qualificar os profissionais e alavancar o surgimento de novos atrativos e destinos. Estamos ainda no início desta jornada, porém é importante entender que o Brasil tem todas as características para se tornar uma das grandes potências do turismo de observação de aves do mundo. O momento é oportuno e temos muito campo fértil para iniciativas que incentivem o empreendedorismo especializado neste nicho”, explica o técnico em Planejamento e Gestão da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Allyson Neri.
A abundância sazonal de aves migratórias e o clima ameno durante todo o ano fazem do Brasil um destino ideal para a prática da observação de aves, atraindo famílias e entusiastas de todo o mundo. O país possui muitos destinos especializados em receber observadores de aves, com guias de turismo bilíngues e especializados em cada região, além de operadoras de turismo dedicadas a roteiros de observação de aves.
Foto: Thalmus Gama/Agência Pará
No Pará, destacam-se vários sítios de observação de aves: o Parque do Utinga em Belém, Belterra, Bragança, o Parque Nacional da Amazônia em Itaituba, Monte Alegre, Paragominas, a Serra dos Carajás em Parauapebas, o Parque Ecológico do Gunma em Santa Bárbara do Pará, e Santarém. “O segmento pode representar uma movimentação econômica em torno de R$ 4,5 milhões de reais no Pará. Esse público tem um ticket médio bem alto. É um público qualificado”, revela Allyson Neri.
A conectividade aérea também favorece o turismo no Pará, com voos diretos de Belém para Fort Lauderdale (EUA) e Lisboa (Portugal), facilitando o acesso dos turistas internacionais ao estado, a partir de múltiplas escalas e conexões pelo Velho Continente e América do Norte.
Foto: Bruno Cecim /Agência Pará
De acordo com Allyson, o público de turistas internacional é na sua maioria oriundo do Reino Unido e Estados Unidos, mas também há turistas de outras partes do mundo como Noruega, Dinamarca, Cingapura, China, Holanda, Suécia e Alemanha. O público de turistas nacional é bem variado, mas sua maioria vem do Sul e Sudeste, com grande quantidade de pessoas também provenientes do Nordeste e Centro-Oeste, onde a atividade já possui mais praticantes.
“A inclusão do Pará no catálogo de observação de aves da Embratur não só promove o Estado, como um destino turístico de destaque, mas também reforça a importância da conservação ambiental e do ecoturismo como ferramentas para o desenvolvimento sustentável”, conclui o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa.
Em uma área de 695.303,00 hectares, o Parque Estadual Chandless, entre os municípios acreanos de Manoel Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus, é um dos principais atrativos turísticos para os observadores de pássaros na Amazônia.
O parque foi criado por meio do Decreto 10.670, de 2 de Setembro de 2004, e é gerido pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre.
É uma área de proteção integral localizada na região central do Acre, ocupando 4,2% do Estado. Sua principalmente característica são as florestas de bambu e atrai muitos observadores de aves – birdwatching.
Foto: Reprodução/Turistando o Acre
O parque faz fronteira ao norte com a Terra Indígena Alto Purus (etnias Huni kuin e Madija), ao sul com a Terra Indígena Mamoadate (etnias Manchineri e Jaminawa), a oeste com o Parque Nacional Alto Purus (Peru) e Reserva Comunal Purus (Peru) e a leste com a Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema.
A área já foi palco de conflitos entre brasileiros e peruanos exploradores entre 1903 e 1904.
O acesso à área é considerado extremamente difícil e feito inicialmente por via terrestre, saindo de Rio Branco até Manuel Urbano e deste até a sede da UC por via fluvial – cerca de 12 horas de viagem. Mas também é possível acessar a UC por fretamento aéreo, saindo de Rio Branco e pousando na Unidade.
Família da comunidade tradicional do Chandless em pescaria para subsistência. Foto: Odair Leal/Secom AC
A área está totalmente situada dentro dos limites do corredor verde do Oeste da Amazônia, um dos cinco para a região Amazônica estabelecida pelo IBAMA. Está também adjacente a áreas protegidas e Terras Indígenas no lado peruano, onde espécies raras e endêmicas já foram identificadas. É potencializado também por se configurar como corredor local, pois permite conectar duas áreas indígenas (Rio Purus e Mamoadate) e a estação Ecológica do Rio Acre.
Barcos da equipe do Ação Humanitária Itinerante. Foto: Odair Leal/Secom AC
O Parque está localizado em uma das regiões menos conhecidas do Estado, em termos de riqueza biológica, a região do Alto Purus, nas bacias dos rios Purus e Chandless.
O objetivo da Unidade é “assegurar a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”.
Fauna e flora
De acordo com dados do Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (CENBAM/PPBio), na Peça de Criação do PE Chandless, existem pelo menos cerca de 800 espécies de aves (incluindo espécies migratórias), pelo menos 200 espécies de mamíferos, 80 espécies de répteis e 120 espécies de anfíbios. Foram identificadas cerca de 100 espécies de lepdopteros. A ictiofauna em torno de 200 espécies.
Os trabalhos realizados para elaboração do Plano de Manejo da Unidade através da Avaliação Ecológica Rápida – AER registraram mais de mil espécies para a área, sendo 264 espécies de plantas, dentre as quais 24 de palmeiras, 47 espécies de grandes mamíferos, 63 espécies de anfíbios, 40 espécies de répteis, 407 espécies de aves, dentre estas 13 exclusivas das formações de taboca, 464 espécies de lepdópteros e 71 espécies de peixes. O plano foi concluído em 2010 e indicou uma serie de pesquisas prioritárias para a UC, as quais podem auxiliar a gestão da mesma.
Garças às margens do Rio Chandless. Foto: Odair Leal/Secom AC
Origem do nome
Seu nome faz referência ao rio Chandless, que drena a Unidade no sentido sudoeste nordeste e nasce no Peru. Por sua vez o rio faz homenagem ao explorador William Chandless, que esteve na Amazônia entre 1864 e 1866, percorrendo o rio Purus.
Seu objetivo era mapear todo o rio Purus até a nascente, mas não conseguiu por conta da dificuldade de acesso e logística. A viagem, porém, rendeu artigos científicos e um mapeamento quase completo do rio Purus, pelos quais é reconhecido mundialmente.
Cartaz de incentivo ao turismo de observação de pássaros. Foto: Odair Leal/Secom AC
*Com informações do Governo do Acre e do CENBAM/PPBio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Programa Nacional de Conservação e o Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil (ProManguezal). A iniciativa define diretrizes, eixos de implementação e linhas de ação para conservação, recuperação e uso sustentável dos manguezais.
O programa é uma das medidas anunciadas pela ministra Marina Silva em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Mais de 500 mil famílias no país dependem diretamente de recursos dos manguezais para sobreviver, incluindo pescadores artesanais, marisqueiras e extrativistas.
“Queremos estabelecer um programa amplo de conservação e uso sustentável dos manguezais do Brasil. Manguezais são um dos ambientes mais importantes para captura de carbono, salvaguarda das populações costeiras, além de serem berçários da biodiversidade marinha e costeira”, afirmou a diretora de Oceano e Gestão Costeira do MMA, Ana Paula Prates.
O decreto ressalta a necessidade de considerar os manguezais em sua integralidade, incluindo lavados, bosques de mangue a apicuns. Diretrizes incluem o reconhecimento dos serviços ecossistêmicos dos manguezais, articulação interfederativa e entre órgãos públicos e valorização dos saberes tradicionais, entre outras.
Há seis eixos de implementação, cada um com linhas próprias de ação:
Conservação e recuperação dos manguezais e da biodiversidade associada;
Uso sustentável dos recursos naturais e melhoria das condições de produção e comercialização dos recursos dos manguezais pelos povos e comunidades tradicionais;
Redução de vulnerabilidades socioambientais associadas à mudança do clima nos manguezais;
Geração, sistematização, e disseminação de conhecimento sobre os manguezais;
Capacitação e sensibilização sobre os manguezais do Brasil;
Fortalecimento e sustentabilidade financeira.
Há cerca de 1,4 milhão de hectares de manguezais no país, que vão do Oiapoque, no Amapá, até Laguna, em Santa Catarina. Os ecossistemas atuam como barreira natural para proteger a costa de tempestades e eventos climáticos extremos, além de serem berçário para dezenas de espécies de peixes e mariscos.
A conservação dos manguezais também auxilia no combate à mudança no clima: um hectare de manguezal no Brasil pode armazenar de duas a quatro vezes mais carbono que a mesma área de outro bioma, segundo estudo publicado na revista Frontiers in Forests and Global Change.
O ProManguezal é resultado de mais de uma década de trabalho de representantes da academia, do governo federal e da sociedade civil, entre outros parceiros. Foram realizadas oficinas de escuta neste ano, que trouxeram contribuições para o texto final para questões relacionadas a gênero, extrativismo, pesca e vulnerabilidade à mudança do clima.
Em janeiro, encontro com representantes da academia, sociedade civil e da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos debateu temas relacionados à importância estratégica dos manguezais no enfrentamento da crise climática. Houve também oficinas de escuta no Pará e em Pernambuco, entre março e abril, com lideranças dos povos e comunidades tradicionais que vivem nos manguezais.
*Com informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Mais um atrativo turístico foi inaugurado na cidade de Manaus (AM). O píer turístico ‘Manaus 355’ tem como objetivo movimentar a rede de atrações, embarques, desembarques, negócios, lazer e turismo no Centro da capital amazonense. O píer fica localizado bem no início da avenida 7 de Setembro, saindo do mirante Lúcia Almeida.
O píer tem mais duas pontes de ligação, de 60 metros, com 115 toneladas cada. Outros dois flutuantes de apoio para a ligação das pontes medem 18 metros por 12 metros e pesam 62 toneladas, cada. O nome do é em alusão ao aniversário da cidade este ano, quando completa 355 anos em outubro.
A construção do píer foi feita em um estaleiro na zona Oeste e envolveu um total de três frentes de obras, incluindo o porto, as pontes e as poitas. Também já estão na área do mirante as 14 poitas que vão ancorar as estruturas do píer.
A primeira estrutura, a do maior atracadouro (flutuante), mede 12 metros por 80 metros, pesando quase 300 toneladas. Esse atracadouro já está nas águas e ficará ancorado no próprio estaleiro esperando as pontes serem levadas.
Foto: Phil Limma/Semcom Manaus
Poitas
A poita é um objeto usado como peso submerso, para ancorar embarcações, boias, plataformas e outros. Neste caso, as 14 poitas vão ancorar as estruturas do píer, permitindo sua flutuabilidade com a subida e descida das cotas do rio Negro.
Posteriormente, as poitas serão lançadas no rio Negro em suas posições definitivas. As poitas funcionam como as âncoras onde o porto ficará amarrado, ficando no meio do rio. Toda a operação turística que envolve a hidrografia da Amazônia chegará e partirá desse píer turístico. Ele terá essa função de dar um suporte adequado, com segurança e com conforto para as operações do turismo em Manaus.
O píer será uma estrutura de atracação de embarcações de pequeno e médio portes, voltado para o trade turístico e de pacotes fluviais no Centro e entorno.
O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) prevê que o verão amazônico deste ano deve registrar recordes de seca e calor em Rondônia. De acordo com o gerente regional do Censipam, em 2024, a situação dos rios do estado deve atingir um estado crítico.
Dados obtidos pelo órgão, a partir do monitoramento realizado pela Universidade de Yale (EUA), revelam que o Atlântico Norte está aquecendo e isso é motivo de preocupação para os especialistas.
“O Atlântico Norte aquecido é mais um fator que demonstra para a gente que a seca desse ano, muito provavelmente, será muito mais severa do que a que foi ano passado”, explicou Caê Moura, gerente do Centro Regional de Porto Velho do Censipam.
Em outubro de 2023, o rio Madeira atingiu seu pior nível da história, chegando a medir 1,10 m. Moradores das comunidades ribeirinhas, que dependiam da água de poços amazônicos, viram sua única fonte de água limpa secar.
De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), pelo menos 15 mil pessoas foram afetadas pela falta de água na região às margens do Madeira.
Foto: Tiago Frota/Rede Amazônica
O Comitê de Crise Hídrica, composto por diversos órgãos do Governo do estado, planejam ações para mitigar a seca e articulam uma resposta às situações emergenciais.
“Nós já teremos, em toda a Amazônia Legal, precipitações (chuva) abaixo da média e isso se dá, ainda pelo efeito do El Niño. [A ideia] é que a Defesa Civil trabalhe aqui conosco. [Teremos] uma sala de monitoramento montada, onde os servidores vão poder acompanhar os dados em tempo real”, explicou Caê Moura.