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Fabiana Dias é escolhida Musa Verão 2024 em Macapá

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Distritos de Macapá (AP) iniciaram as seletivas para eleger a Musa Verão 2024 no começo do mês de julho e, neste domingo (28), a representante do bairro do Coração, na Zona Oeste da capital amapaense, Fabiana Dias Gomes, de 24 anos, foi eleita a vencedora, no Balneário da Fazendinha.

Em segundo lugar ficou a representante de Curiaú, Natiara Santos Amaral, de 18 anos; e em terceiro ficou Nataly Maiane Damião, de 19 anos, de Fazendinha.

O evento contou com a participação de 14 finalistas e já é tradicional em Macapá. Os jurados definiram a vencedora do concurso avaliando beleza, elegância, simpatia, carisma, postura, passarela, bronze e desenvoltura.

Foto: Divulgação/PMM

Entre os prêmios para as vencedoras do concurso estão procedimentos estéticos, premiação em dinheiro e a faixa para o primeiro lugar.

A programação fez parte da agenda de férias do município realizada durante o mês de julho nos principais pontos de Macapá.

Foto: Reprodução/Instagram-fabigomss

Verão na Rede

O projeto Verão na Rede é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica (FRAM) que visa promover a cultura, a arte, o entretenimento e o turismo em Macapá (AP).

Além de valorizar artistas regionais, também enfatiza a importância da preservação ambiental e da sustentabilidade, promovendo conscientização e educação ambiental entre os participantes e a comunidade local.

O projeto conta com apoio da GEAP Saúde e da Prefeitura de Macapá, que realiza paralelamente o ‘Macapá Verão’, que consiste em uma série de eventos culturais e atividades ao ar livre, proporcionando momentos de lazer e integração comunitária.

Artista Amazonense vende obras em 24 Estados e conquista o Brasil

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‘Tupã’, artista visual, tem se destacado por utilizar a arte como uma poderosa ferramenta de conscientização sobre a importância da preservação da Amazônia e o combate à desigualdade social na região. Nascido em Manaus, Tupã transforma materiais reciclados em obras tridimensionais que recriam a exuberância da floresta amazônica, destacando a beleza e a fragilidade de seus biomas citada no artigo para a universidade de Cambridge em ‘Afinal, o que é a arte?’. 

As suas criações, que combinam releituras e texturas, são verdadeiras odes à natureza. Em suas obras, Tupã utiliza EPS, madeira e paletes, elementos que, além de destacar a estética da floresta, sublinham a necessidade de um consumo mais consciente e sustentável. Suas pinturas abstratas e expressionistas, realizadas em placas de madeira reciclada, transmitem a força e a energia da floresta, convidando o observador a refletir sobre a urgência da sua preservação.

Projeto Amazon Guardians

O projeto Amazon Guardians, idealizado por Tupã, reúne artistas da Amazônia Legal com o objetivo de destinar 50% do valor das obras para iniciativas que visam combater a desigualdade social e reduzir o impacto ambiental na região. Com foco na revitalização dos rios amazônicos, essa iniciativa não apenas contribui para a proteção do meio ambiente, mas também para a melhoria das condições de vida das populações locais.

Tupã, filho de ribeirinho e com raízes indígenas, traz uma perspectiva única e profundamente conectada à Amazônia. Sua arte reflete essa conexão, combinando elementos tradicionais e contemporâneos para criar um diálogo visual que denuncia os problemas ambientais e sociais da região. A contradição entre a riqueza natural da Amazônia e os desafios enfrentados por seus habitantes é um tema recorrente em seu trabalho.

Recentemente participou da feira de Parintins, possui obras em São Paulo, Curitiba, Sul e centro oeste do pais. Com seu ativismo e suas criações artísticas, Tupã busca inspirar e mobilizar a sociedade para a causa amazônica. Através de exposições, workshops e ações educativas, ele se empenha em conectar as pessoas com a natureza e fomentar a construção de um futuro mais sustentável. Para Tupã, a arte não é apenas um meio de expressão, mas uma ferramenta de transformação social e ambiental.

Baseado na filosofia de seu povo e região Tupã cativa crítico e influencers ao redor do Brasil como foi o caso do Editor cultural da Fuel, Don M. Vargas, que adquiriu a obra “Temperatura” do artista, e também em sua mais recente participação no programa Paneiro, do apresentador Oyama Filho, na Rede Amazônica.

Artista Amazonense vende obras em 24 estados e conquista o Brasil. Foto: divulgação

Destaques do Projeto Tupã e Amazon Guardians:

  • Arte com Propósito: Obras tridimensionais e pinturas que celebram a Amazônia e denunciam os problemas ambientais utilizando conceitos de resiliência e sustentabilidade;
  • Projeto Amazon Guardians: Iniciativa que reúne artistas para combater a desigualdade social e proteger a Amazônia onde são abordados termos de sociabilização para a arte;
  • Histórias de Vida: Filho de ribeirinho e com raízes indígenas, Tupã traz uma perspectiva única sobre a Amazônia;
  • Ação Social: Destinação de parte das vendas das obras para projetos sociais e ambientais.

Interpretação de texto em crise

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Por Jan Santos – jan.fne@gmail.com

No dia 25 de julho, comemora-se o Dia do Escritor no Brasil, data instaurada em função da realização do I Festival do Escritor Brasileiro, em 1960, pela União Brasileira de Escritores (UNB). O evento teve a proposta de celebrar a produção dos talentos do nosso país, bem como reconhecer as dificuldades do ofício, especialmente a luta incansável dos profissionais da Literatura (escritores, bibliotecários, professores, críticos e etc) para que a prática da leitura se torne também uma paixão nacional.

64 anos depois, a luta continua exatamente a mesma, e um ocorrido na Abertura dos Jogos Olímpicos de 2024 aponta que talvez esteja até mais difícil.

A última ceia, por Leonardo Da Vinci, artista cuja sexualidade também suscita debates

Durante o evento, um grupo de artistas queer, principalmente drag queens, fizeram uma representação do que, à primeira vista, parecia uma releitura de “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci. Após uma série de críticas violentas (palavras como “abominação”, “lixo”, “blasfêmia” e “heresia” foram utilizadas por vários veículos de mídia de setores conservadores, em especial, religiosos), a organização do evento afirmou que a referência não se tratava da obra de Da Vinci, mas de uma pintura feita pelo holandês Jan Van Bijlert, “A festa dos deuses”, que como o próprio nome deixa claro, nada tem a ver com a doutrina cristã.

A festa dos deuses, de Jan van Bijlert

O interessante foi o quão rápido os setores conservadores foram homofóbicos sem a menor hesitação. Não que isso seja novidade: enquanto LGBT, estou familiarizado com xingamentos do tipo (meus textos já foram chamados de “macabros” e “corruptos” por um pastor famoso de Manaus), mas enquanto escritor, ainda me choco com a falta de interesse em entender aquilo que se vê em programas, filmes, livros e séries.

Caso esteja se perguntando, por serem construções que carregam leituras possíveis, imagens também são textos, e como tal, sujeitas a interpretação. Imagino que todo escritor com o mínimo de bom senso, menos de uma semana após ter seu dia nacional comemorado e recebido vários “parabéns” de leitores e familiares, deve ter se decepcionado com a situação, porque isso não é uma reação lógica, de quem entende o que viu para depois criticar.

Uma pessoa racional não reage com violência, com acusação, com tamanho desprezo ao se referir a outro ser humano. O que vimos foi uma reação fanática.

Uma leitura fanática é uma leitura soberba, que parte do princípio que tudo que é produzido no mundo é uma zombaria, um ataque a suas crenças e atitudes. É uma leitura que esquece que arrogância é o pecado original.

Não, nem tudo é uma crítica pra cima dos opressores. Às vezes, é válido celebrar uma parte significativa da sociedade que não costuma ocupar o palco principal.

Costumamos dizer que “os jovens não sabem interpretar, os jovens não querem saber de ler”, mas nós como adultos, interpretamos? Lemos? Damos o exemplo? Ou apenas acreditamos nas leituras que nos chegam prontas nas redes sociais? Será o jovem o responsável pela crise de interpretação no país? 

Se não lemos, não temos referência. Não sabemos sequer diferenciar um quadro do outro, ou um deus do outro, se somos ignorantes a ponto de achar que tudo é um ataque. A violência que surgiu após a releitura do quadro de Van Bijlert deixou bem claro que as pessoas não procuram conhecer o que criticam.

Não é apenas uma questão de representatividade, de reconhecer a existência de pessoas reais. Quando deputados e pastores influentes compartilham esse tipo de leitura rasa e sem referência, colocam em risco o emprego, a saúde, o bem-estar e a integridade de uma população que, independente do que digam, existe e integra a sociedade em múltiplos níveis e contribuem, como qualquer cidadão, com a economia, a educação e a cultura do país.

Modelo e atriz Viviany Beleboni em ato contra a homofobia na 19ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista, em 2015 (Foto: Reuters/Joao Castellano)

Tal situação me levou de volta a outro exemplo de interpretação rasa. Em 2015, durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT, a modelo Viviany Beleboni protagonizou um momento célebre na história do movimento: crucificada, ela fez uma releitura da Paixão de Cristo. Imediatamente, Beleboni recebeu um número imenso de ameaças de morte após sua manifestação. Considerando que o Brasil é o país que mais mata trans e travestis no mundo, é mais que óbvio o sentido que a modelo quis transmitir: associar a perseguição, o flagelo e o preconceito que sua comunidade sofre com o sofrimento pelo qual Cristo passou.

Ao lembrarmos de casos de pessoas trans assassinadas de formas brutais em qualquer manchete de jornal (a pernambucana Roberta da Silva, a carioca Matheusa Pascarelli e a cearense Keron Ravach, que tinha apenas 13 anos quando foi assassinada), não é preciso muito para interpretar a intenção de Beleboni ao retratar a Paixão de Cristo com um corpo trans. Mesmo assim, sua representação foi vista como “chacota, blasfêmia e abominação”. O ato da modelo chocou mais do que a brutalidade de tais assassinatos.

Curiosamente, as releituras abaixo não suscitaram a mesma revolta nos movimentos conservadores quando foram feitas:

Por que apenas quando sujeitos LGBTQIA+ produzem seus textos, constroem suas imagens, pintam suas vivências, é que tais movimentos se movimentam? Por que é tão abominável que pessoas dessa comunidade encontrem espaços na arte para que expressem sua realidade? Por que é um pecado que sejam celebradas em espaços de destaque como as Olimpíadas? Mesmo que fosse uma referência direta à Última Ceia, não é o simbolismo do momento uma referência à confraternização universal, objetivo principal do evento?

Ler e interpretar são também sinais de uma sociedade saudável, e o fato de setores conservadores estarem tão dispostos a desumanizar, violentar e desprezar uma parte da sociedade significa que tem gente nesse país que não prestou muita atenção nas aulas de arte e literatura.

Realmente, o brasileiro precisa estudar mais.

Sobre o autor

Jan Santos é autor de contos e novelas, especialmente do gênero Fantasia. Mestre em Literatura pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e com graduações em Língua Portuguesa e Inglesa, é um dos membros fundadores do Coletivo Visagem de Escritores e Ilustradores de Fantasia e Ficção Científica, além de vencedor de duas edições dos prêmios Manaus de Conexões Culturais (2017-2019) e Edital Thiago de Mello (2022).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

CNA: tratamento diferenciado essencial à expansão do agro brasileiro

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Foto: Reprodução/CNA

Por Osíris M. Araújo da Silva

Estudo sobre Reforma Tributária (RT) de outubro de 2023, encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) à Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o tratamento diferenciado para o agro traz mais benefícios ao país do que prejuízos de caixa no contexto da gestão das contas públicas. Também comprova a imensa responsabilidade do setor para a economia do país em relação à segurança alimentar, criação de empregos e pagamento de impostos.

Hoje, o objetivo do setor consiste em colocar mais ciência no contexto do novo sistema tributário nacional, especialmente na fase de elaboração das leis ordinárias e complementares, a serem adotadas para regulamentar assuntos específicos, não expressamente determinados no texto da Reforma. O que o agro reivindica como tratamento diferenciado, além de alinhado com o que o mundo faz, tem por fundamento relatórios técnicos da FGV, EMBRAPA e outros centros tecnológicos especializados. Nesse sentido, desde o início das discussões sobre a RT, a CNA, juntamente com entidades ligadas ao Instituto Pensar Agro e à Frente Parlamentar da Agropecuária defende, essencialmente, redução da burocracia, garantia de segurança jurídica e manutenção da carga tributária em padrões civilizados, de sorte a assegurar a competitividade internacional do setor.

O estudo da CNA também destaca a compreensão do Congresso Nacional sobre os principais pontos defendidos pelo setor, ressaltando a necessidade de o Estado brasileiro melhorar sua gestão e promover reformas para diminuir o seu tamanho e focar na redução de despesas ao invés de ampliar a carga tributária. Salienta, por outro lado, que ‘o arcabouço fiscal, em regulamentação, já passa pelo desafio de não cumprir as metas estabelecidas; o foco atual centra apenas em ampliar a carga tributária e não em reduzir despesas”, daí a grande preocupação com o fato reconhecido pela sociedade de que “o tempo de meias medidas acabou, tornando-se obrigatório sedimentar a cultura da eficiência e responsabilidade no tocante à gestão pública”.

Para a CNA, o gerenciamento do agronegócio será crescentemente impactado pelas novas tecnologias, cada vez mais aliadas a produções agrícolas sustentáveis, em particular à Bioeconomia, intensiva no uso inovador de recursos biológicos renováveis e mão de obra especializada. De acordo com o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) “o maior benefício gerado pela incorporação de soluções de Tecnologia da Informação (TI) no agronegócio é garantir maior transparência em toda a cadeia produtiva. Um grande exemplo disso é o sistema Blockchain, que armazena informações por meio de algoritmos e favorece a gestão em tempo real de transações e do financiamento da cadeia de suprimentos, garantindo uma maior transparência”.

Outro setor da Bioeconomia que apresenta grandes perspectivas de crescimento é a agricultura de precisão, que se baseia na utilização de recursos tecnológicos avançados, tais como mapas, sensores agronômicos, GPS e máquinas conectadas que permitem o acompanhamento em tempo real das condições de cultivo nas propriedades. A nova tecnologia, que vem garantindo aumentos continuados de eficiência e produtividade pelo mundo “também se torna mais eficiente, já que proporciona um gerenciamento específico em resposta às condições apresentadas em áreas que requerem intervenção, com fortes impactos na redução dos custos de produção, na melhoria da gestão dos insumos químicos e no incremento na produtividade”.

Face a um sistema que envolve uma série de itens conectados à Internet das Coisas (IoT) e se comunicando mutuamente, salienta o documento da CNA, torna-se possível coletar informações no campo e construir base de dados indicativa de insights inovadores a serem implementados por meio de máquinas e equipamentos de alta performance operacional e o imprescindível emprego de pessoal adequadamente treinado e avaliado.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Falta de chuvas e queimadas já afetam qualidade do ar em Rio Branco

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O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) vem intensificando as ações de monitoramento no Acre, que vivencia um sério período de seca. E em Rio Branco, a falta de chuvas e as queimadas têm afetado diretamente a saúde da população, segundo o órgão, que é responsável por classificar a qualidade do ar.

São diversas as causas das queimadas e elas são classificadas em dois tipos: humanas e naturais. Na capital acreana, mesmo que a quilômetros de distância da parte alta da cidade, o cenário é de muita fumaça. E isso acontece tanto no Primeiro quanto no Segundo Distrito.

A chefe da sala de situação do Cigma, Ylza Lima, destaca que para a fumaça não há obstáculos. “Para a fumaça não existe nem fronteira, nem barreira e nem muro. Então a fumaça, dependendo da direção do vento, vai se espalhar por toda a região”.

De acordo com o Centro, os poluentes dos incêndios florestais podem permanecer no ar por semanas.

Além de intensificar as ações de monitoramento em todo o estado, o Cigma também faz trabalhos nos municípios com campanhas de sensibilização através de educação ambiental, reuniões e palestras.

A poluição do ar traz prejuízos à qualidade do solo e das águas, além de afetar a visibilidade e diretamente prejudicar a saúde das pessoas.

A cabelereira Vilaci Aguiar teve que chegar cedo na Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do bairro Sobral, em Rio Branco, para buscar atendimento para a filha, que está há dias está com sintomas gripais. Ela suspeita que a situação se agravou por conta da fumaça que estampa o céu da capital.

“Está acontecendo muito isso por conta dessa sequidão, desse calor. Ela [a filha] faz faculdade e sempre está pegando sol, pegando o ar, esse calor intenso faz com que inflame a garganta. Por conta disso, estou aqui na Upa com a minha filha e está com a garganta muito inflamada e precisa do remédio para poder voltar a estudar”, comenta Vilaci.

Pequenas atitudes do dia a dia podem fazer toda a diferença. A chefe da sala de situação faz um apelo à população para que a situação não se agrave ainda mais. “Tem que ficar de olho também no vizinho, na própria comunidade, fazer esse trabalho em conjunto, conscientizar seu vizinho de que seu filho, seu parente às vezes tem um problema respiratório, para não realizar essa queima e se conscientizar de uma forma coletiva”, pede Ylza.

*Por Melícia Moura, da Rede Amazônica AC

Metade dos municípios brasileiros não possuem planos de ação relacionados às mudanças climáticas

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Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que metade das cidades brasileiras não possuem planos de ação relacionados às mudanças climáticas, embora 60,4% delas já tenham sofrido com episódios de eventos climáticos extremos, como inundações e enchentes.

Em 2023, segundo dados do Boletim do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil registrou o maior número de desastres naturais da série histórica. Foram 1.161 tragédias, sendo 716 associadas a eventos hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 de origem geológica, como deslizamentos de terra.

Dentre os municípios com maior ocorrência estão Manaus (AM), São Paulo (SP) e Petrópolis (RJ). Foram registradas ainda 132 mortes associadas a chuvas, com 9.263 pessoas feridas ou enfermas, e 74 mil desabrigados. No total, 524 mil pessoas ficaram desalojadas. Os prejuízos econômicos informados pelo sistema se aproximam de R$25 bilhões, somadas as áreas pública e privada.

O caso mais recente e exemplar da importância de planos de ações relacionados às mudanças climáticas é a tragédia do Rio Grande do Sul. “Se as cidades tivessem planos para mudanças climáticas, as respostas à tragédia teriam sido mais rápidas e eficazes”, defende Carolina Marchiori, assessora de advocacy em assuntos de economia verde no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

O rio Negro registrou este mês o nível mais baixo da história. Foto: Alex Pazuello/Secom AM

O enfrentamento às mudanças climáticas esbarra, no entanto, no orçamento dos municípios. Segundo o CNM, 71,3% das cidades brasileiras afirmam que não possuem recursos próprios e que necessitam de mais dinheiro para a execução das suas ações ambientais.

Entre as possíveis soluções estão a criação de órgãos fiscalizadores nos municípios, que pode melhorar a arrecadação própria e ampliar os investimentos em ações climáticas, e o aproveitamento de políticas públicas existentes a nível federal e estadual.

É o caso do ICMS Ecológico, que hoje está presente em 18 estados brasileiros e é um bom exemplo de política pública que tem tanto uma função compensatória quanto incentivadora de proteção ambiental. Com a aprovação da reforma tributária no Congresso, ele será expandido com a substituição do ICMS pelo IBS, de tal modo que a política passará a valer para todos os estados a partir da sua implantação.

Startups da Amazônia avaliam salvaguardas em cadeias produtivas da bioeconomia

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O Idesam é parceiro, desde 2022, do Projeto Floresta+ Amazônia, iniciativa que incentiva quem conserva e recupera a floresta, além de contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Entre um conjunto de ações dessa parceria, está o Programa de Aceleração, no âmbito da Modalidade Inovação que tem como foco a valorização e o apoio a empreendimentos de impacto socioambiental na Amazônia. Entre esses negócios estão a Moma Natural e a Cacauaré – Cacau Nativo da Amazônia, empresas de bioeconomia que carregam o compromisso com a sociobiodiversidade amazônica.

Em 2024, as empresas passam por um novo processo dentro do Programa, a criação de uma matriz de salvaguardas que, entre outros elementos, identifica possíveis impactos socioambientais negativos e positivos dos negócios, assim como ameaças ao desenvolvimento desses empreendimentos, mensurando o potencial de risco que elas trazem. Para essa identificação, estão sendo realizadas entrevistas com os líderes dos negócios e oficinas de campo com os fornecedores de insumos da sociobiodiversidade amazônica para essas empresas.

Para esses pequenos negócios apoiados pelo Projeto Floresta+, por meio do Programa de Aceleração, as matrizes de salvaguardas são importantes ferramentas para demonstrar a potenciais financiadores e consumidores a importância e preocupação dessas iniciativas com questões socioambientais, principalmente em se tratando de iniciativas que estão na Amazônia. Elas definem medidas, a serem adotadas de forma proativa, para mitigar ou prevenir potenciais danos e maximizar benefícios sociais e ambientais ao longo de toda cadeia produtiva dos negócios acelerados’’, explicou a assessora técnica e especialista em Salvaguardas do Projeto Floresta+, Luiza Barcellos.

Segundo mapeamento do Idesam, atualmente existem cerca de 200 startups de bioeconomia na Amazônia Legal. De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), a Região Norte reúne 5% das startups brasileiras dos vários setores de negócios, com investimento médio de R$ 850,5 mil.

Na visão do Idesam, a região vive um desafio em gerar valor econômico para as cadeias e com liquidez, fazendo com que os atores tenham receitas que atendam suas necessidades, tanto em volume quanto em frequência. Ao mesmo tempo, ações de curto e médio prazo de comando, controle e gestão territorial devem ser desenvolvidas.

No que se refere exclusivamente ao enfoque de riscos, ao se descobrir o nível de risco, é feito o mapa com todos eles apontando qual é a probabilidade de ocorrerem e em quanto tempo. Assim, é possível definir uma estrutura de ações de mitigação, adaptação ou reversão desses riscos e qual seria a ferramenta de gestão a ser incorporada pela empresa.

Exemplo disso está na Cacauaré, criada por uma família de produtoras de cacau há quatro gerações, mulheres que decidiram empreender em 2020, mas sem saber como iriam construir o negócio. Localizada em Mocajuba, no Pará, a empresa surgiu em um momento de transformação da cidade, do ponto de vista urbano e do desenvolvimento econômico. A cidade saiu de uma economia baseada na pesca e no agroextrativismo, para um modelo de fazenda de monocultura de açaí. Com este desafio, as empreendedoras tinham a preocupação em trabalhar com produtos da Amazônia, como o cacau, sustentando o negócio a longo prazo. 

Da esquerda para a direita: Neilanny Maia, Noanny Maia e Naianny Maia. Foto: Ariane Artioli

Hoje, a empresa colabora com seis comunidades agroextrativistas da região, impactando mais de 60 famílias ribeirinhas com o aproveitamento integral da produção de cacau. Com a realização de oficinas presenciais, empreendedores de outras cadeias e realidades também ficam em alerta para ações que podem incorporar em suas atividades.

Colheita do Cacau. Foto: Ariane Artioli

“Além da Cacauaré, o Programa de Aceleração apoia outros negócios amazônicos como Deveras Amazônia, Atlas Florestal, Amazônia Bee, Moma e Passiflora. Estamos constatando diversas realidades e estruturas de empreendimentos. Existem outros negócios Amazônia afora que também precisavam acelerar sua maturação, outros que mudaram a sua origem territorial, até mesmo aqueles com dificuldade em fazer fluxo de caixa. É importante cada vez mais apoiarmos a sustentabilidade e perenidade desses empreendimentos’’, completou o assessor técnico da Modalidade Inovação, Giuliano Guimarães. 

Com sua iniciativa, o Idesam pretende criar um histórico com literatura e jurisprudência para que outros negócios possam adotar a mesma medida e se tornar algo perene. Com isso, as empresas podem refletir para tomadas de decisões mais assertivas, como o alcance do preço justo, o pagamento pelo conhecimento tradicional, a repartição de benefícios, uma logística inteligente – fundamental na Amazônia -, entre outros pontos.

Implementado com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF), o Programa de Aceleração é uma iniciativa Projeto Floresta+ Amazônia, em sua Modalidade Inovação, é resultado da parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa fomenta o sistema de impacto para a sociobiodiversidade da Amazônia, com apoio do Idesam e Sense-Lab. Até 2026, serão investidos 96 milhões de dólares em ações e projetos com foco na conservação da Amazônia.

*Com informações do Idesam

Verão na Rede: Simone Mendes encerra agenda de shows nacionais em Macapá

A cantora sertaneja Simone Mendes encerrou a agenda de shows nacionais do Macapá Verão 2024 neste domingo (28). Apresentação que ocorreu na praça Jacy Barata Jucá, na área central da capital, reuniu uma multidão de fãs. Durante o mês de julho passaram pela Arena Beiradão nomes como Joelma, Ferrugem, Angra, Charlie Brown Jr., Mundo Bita, Diante do Trono, Pedro Sampaio e Thiaguinho.

Thainá veio de Laranjal do Jari — Foto: Mariana Ferreira/g1

O show da cantora iniciou por volta das 22h30, mas desde as 14h já tinham fãs guardando o famoso “lugar na grade”, afinal essa é a 1ª apresentação solo de Simone no Estado. Thainá Sadala, de 28 anos, é uma das pessoas que “acampou” á espera da sertaneja. A jovem veio de Laranjal do Jari, no sul do Amapá, para assistir ao show. Thainá tinha um cartaz e um sonho: cantar uma música com Simone.

“Eu sou cantora e ela está no meu repertório diariamente, eu a amo, por isso viajei mais de 200 quilômetros até aqui. Se eu fosse definir o que sinto por ela em uma palavra, seria: exemplo de mulher”, descreveu a jovem.

Ao Grupo Rede Amazônica no Amapá, Simone falou sobre esse amor que os amapaenses tem por ela. “Essa noite vai ser muito especial, pois eu amo essa cidade. Eu estava com saudades e é sempre ótimo poder voltar e sentir todo esse carinho novamente, principalmente com um trabalho tão lindo que está na boca do povo” disse a artista.

Durante a apresentação, novos e antigos sucessos ganharam voz diante de um coral gigante as margens do rio Amazonas.

Verão na Rede

O projeto Verão na Rede é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica (FRAM) que visa promover a cultura, a arte, o entretenimento e o turismo em Macapá (AP).

Além de valorizar artistas regionais, também enfatiza a importância da preservação ambiental e da sustentabilidade, promovendo conscientização e educação ambiental entre os participantes e a comunidade local.

O projeto conta com apoio da GEAP Saúde e da Prefeitura de Macapá, que realiza paralelamente o ‘Macapá Verão’, que consiste em uma série de eventos culturais e atividades ao ar livre, proporcionando momentos de lazer e integração comunitária.

Sob avaliação do Vaticano, padre do Acre pode se tornar 1° santo da Amazônia

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Padre Paolino Baldassari pode se tornar primeiro santo da Amazônia. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

O Vaticano enviou um representante ao Acre para analisar o processo de beatificação do padre Paolino Baldassari, pároco italiano que viveu mais de 60 anos no interior do estado e a quem é atribuído ao menos um milagre após sua morte.

Figura emblemática na cidade de Sena Madureira, a 144 km da capital acreana, Baldassari morreu no dia 8 de abril de 2016 aos 90 anos. Três semanas depois, um homem de 47 anos teria sido curado, após rezar para o padre, da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica autoimune que provoca fraqueza motora e para a qual não existe cura apenas tratamento.

É esse caso que o Vaticano analisa e que pode dar ao padre o título de primeiro santo da Amazônia.

Padre Paolino Baldassari era conhecido por trabalhar com comunidades tradicionais no interior do Acre. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Ainda segundo o frei Azzali, todo o material colhido será levado para Roma. Ele disse ainda que se encontrou com os médicos que analisaram o caso do homem supostamente curado para colher o depoimento deles. O caso clínico deve ser ainda discutido com uma banca de sete médicos especialistas do Vaticano. “Temos que compreender se foi somente a ciência ou a luz”, comentou.

Processo de beatificação

O aval do Vaticano para a abertura do processo foi dado em 2019. O inquérito, porém, só começou oficialmente no final de maio de 2022. O ato foi considerado o primeiro passo oficial para a beatificação e deu ao padre o título de ‘servo de deus’.

De acordo com a igreja católica, atualmente o processo está fase diocesana. Após a conclusão da análise pela banca de especialistas, começa a fase romana.

A última etapa do processo, já após a beatificação, é a comprovação de outro milagre atribuído a Baldassari. Depois disso, ele pode ganhar o título de santo.

Quem foi padre Paolino?

Nascido na cidade italiana de Bologna, o padre Paolino Baldassari foi o pároco da cidade de Sena Madureira durante aproximadamente 46 anos. Ele é considerado um símbolo no município, que tem em torno de 41 mil habitantes, por causa de seu trabalho com comunidades tradicionais.

Durante anos, o religioso viajou para aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas no interior do estado para celebrar batismos, casamentos e outros tipos de cerimônias religiosas.

Baldassari morreu após 11 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). O pároco teve uma parada cardíaca e em seguida sofreu falência de outros órgãos, por volta das 14h do dia 8 de abril de 2016.

O padre chegou a completar 90 anos enquanto estava internado no hospital. Segundo a coordenação paroquial de Sena Madureira, durante todo o tempo de internação a comunidade manteve correntes de oração pela saúde do padre e fez vigílias no hospital.

*Por Yuri Marcel, da Rede Amazônica AC

Cafeicultor de Cacoal melhora qualidade do café canéfora Robusta Amazônia com reflorestamento de APP

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Em 2022, o agricultor familiar Arildo Ferreira firmou uma parceria com a Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé) a fim de recuperar a beira do córrego que corre em sua propriedade. Com 40% de mata nativa preservada, ele conta que foi chamado de louco pelos vizinhos na época. Hoje, ao ver a mata ciliar se restabelecendo, ele e a família celebram mais um passo importante na melhoria da qualidade do café que produzem: a inauguração da própria torrefação instalada no sítio, a AF Café.

Para Arildo, o reflorestamento transformou a água do córrego numa água de qualidade própria para a irrigação do café que cultivam.

Segundo ele, mesmo que o projeto tenha finalizado, ele continuará cuidando e melhorando a área plantada. “Vocês já fizeram a principal mudança, a da minha mentalidade”, diz ele,  apontando para a cabeça.

Vista aérea da área de APP reflorestada, ao lado do cafezal, no Sítio N. S. Aparecida, Linha 6 km 45, Cacoal-RO. Foto: Divulgação/Ecoporé

A família foi uma das beneficiárias do projeto Águas do Pirara, realizado pela Ecoporé e patrocinado pelo Fundo de Restituição de Bens Lesados (FRBL) do Ministério Público de Rondônia e recebeu assistência técnica especializada, material de isolamento, sementes e mudas necessárias para fazer a recuperação da Área de Proteção Permanente, que somam 4,92 hectares na propriedade.

O impacto da ação vai além do ambiental. Segundo Arildo, o retorno também é financeiro, uma vez que o reflorestamento próximo ao rio é uma alternativa ao seguro contra a seca, fornecendo água para suas atividades produtivas. Assim, o cafeicultor quer fazer da propriedade um modelo, na esperança que se torne uma fonte de sustento para suas filhas, Sabrina e Milena, e para as novas gerações. 

Arildo atribui o sucesso do AF Café, que ficou em nono lugar na Concafé, em 2021, e em segundo na Coffee of the Year, em 2023, justamente pela preocupação com a sustentabilidade e o conhecimento. “Um café daqui sair para outro país, atravessar um continente, é porque tem conhecimento”, diz.

Café Robusta Amazônico. Foto: Armando Júnior

De acordo com Sheila Noele, presidente da Ecoporé, “o tijolinho” que a Ecoporé colocou no sonho do Seu Arildo é aquela área de restauração na beira do rio. Nós precisamos de água, de biodiversidade, e precisamos estar em harmonia com a natureza para continuar produzindo”. Ela e Paulo Bonavigo, coordenador do Programa Natureza e Comunidade da Ecoporé, estiveram presentes na inauguração da torrefação. 

O projeto

O projeto Águas do Pirarara da Ecoporé  (2022-2023)  beneficiou 32 agricultores em Cacoal, especialmente na micro-bacia do Rio Pirarara. Ao longo de sua execução, foram distribuídas 47.164 mudas e 22 pacotes com mix de sementes para os beneficiários, totalizando 33,62 hectares de áreas reflorestadas. O projeto tinha por objetivo evitar o comprometimento da captação e distribuição de água na região, garantindo a disponibilidade de recursos ecossistêmicos, sobretudo hídricos, os quais são fundamentais para a agricultura.

Com os resultados positivos, Arildo planeja outras parcerias com a Ecoporé, que comemorou 36 anos no último mês. Desta vez, envolvendo o reflorestamento em áreas de pastagem e o manejo sustentável do gado.