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Estudo sobre resiliência climática em serviços de saúde na Amazônia peruana ganha destaque em revista científica

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Foto: Divulgação/Agência Andina

A revista científica internacional BMJ Global Health, do Reino Unido, publicou o estudo intitulado “Caminhos para fortalecer a resiliência climática dos sistemas de saúde na Amazônia Peruana trabalhando com líderes, comunidades indígenas e autoridades de saúde”, desenvolvido pelo Ministério da Saúde (Minsa) e a Universidade Peruana Cayetano Heredia (UPCH).

“Este estudo segue as diretrizes de gestão estabelecidas pelo Ministro da Saúde, César Vásquez, um passo fundamental para fortalecer a colaboração entre os sistemas de saúde oficial e indígena”, afirmou o diretor-geral de Gestão de Risco de Desastres e Defesa Nacional em Saúde (Digerd), Miguel Aponte Jurado.

Ele acrescenta que as conclusões e recomendações “proporcionam uma base sólida para a integração de abordagens tradicionais e modernas na resiliência climática, garantindo que as nossas comunidades indígenas estejam melhor preparadas para enfrentar os desafios apresentados pelas alterações climáticas”. 

A investigação é fruto dos compromissos nacionais determinados em saúde face às alterações climáticas, estabelecidos na Resolução Ministerial n.º 599-2022/MINSA, e no Acordo n.º 003-2023-MINSA de cooperação interinstitucional entre ambas as instituições.

Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas entrevistas, questionários e revisão de literatura a fim de compreender a adaptação e resiliência às mudanças climáticas dos sistemas de saúde na Amazônia peruana, atuando na Rede Alto Amazonas em Loreto e na Rede Satipo em Junín, especificamente nas comunidades indígenas pertencentes a Satipo e Balsapuerto (Loreto).

O estudo foi realizado em 2023 e fornece evidências das respostas implementadas nos sistemas de saúde oficiais, indígenas, agentes comunitários de saúde e membros da comunidade diante dos perigos climáticos, e presta assessoria para a articulação dos dois sistemas (oficial e indígena), em benefício da saúde da população das comunidades indígenas.

Uma equipe da Faculdade de Saúde Pública e Administração da UPCH participou em colaboração com o Minsa, através da Direção de Promoção da Saúde, Direção de Saúde Mental e da Direção dos Povos Indígenas e Nativos, da Direção Geral de Intervenções Estratégicas em Saúde Pública, além da Direção Geral de Gestão do Risco de Desastres e Defesa Nacional em Saúde.

Também participaram a Direção Regional de Saúde de Junín e sua Rede de Saúde Satipo, a Gerência Regional de Saúde de Loreto e sua Rede de Saúde do Alto Amazonas, a Organização de Mulheres Indígenas Amazônicas Asháninka da Selva Central e o Governo Territorial Autônomo Shawi de Loreto, com financiamento da Aliança para Pesquisa em Políticas e Sistemas de Saúde da Organização Mundial da Saúde.

*Com informações da Agência Andina

Protocolo de conduta é elaborado para militares que atuarão próximos às terras indígenas

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Foto: Divulgação/Funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) vai analisar o protocolo de conduta para militares que atuarão junto às terras indígenas elaborado pelo Exército Brasileiro. O documento foi apresentado na segunda-feira (16), em reunião na sede da Funai, em Brasília. No texto, a autarquia indigenista pretende reforçar que os povos indígenas são cidadãos brasileiros e que devem ter suas diferenças culturais, sociais e linguísticas respeitadas pelo Estado brasileiro. 

O protocolo foi elaborado com base em orientações fornecidas pela Funai sobre indigenismo, considerando a diversidade e especificidade de cada povo indígena. A ideia é preparar os militares que chegam para prestar apoio às comunidades  ou em áreas próximas a territórios tradicionalmente ocupados de modo a qualificar as operações, com o devido respeito às culturas, tradições e organização social dos povos indígenas. 

A presidenta substituta da Funai, Mislene Metchacuna, destacou a importância do diálogo entre as instituições de Estado para promover e proteger os direitos indígenas e corrigir erros que prejudicam as comunidades, como o preconceito e o racismo institucional.

Mislene, que também é diretora de Administração e Gestão, lembrou que uma das atribuições da Funai é realizar a articulação da política indigenista junto a outras instituições públicas de modo a qualificar a atuação do Estado brasileiro. Para ela, o protocolo de conduta é algo extremamente necessário para reparar os equívocos que, muitas vezes, resultaram em violações dos direitos indígenas.

A diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho, enfatizou a importância de o Estado brasileiro considerar e respeitar os protocolos de consulta aos povos indígenas sobre quaisquer decisões que digam respeito a eles e/ou aos territórios que tradicionalmente ocupam.

O protocolo proposto pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) atende ainda a uma das demandas apresentadas pelos indígenas Yanomami sobre a atuação de quaisquer instituições em seu território, conforme a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) .

Pela Funai, participaram da reunião a presidenta substituta, Mislene Metchacuna; a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho; a coordenadora de Prevenção de Ilícitos, Isolde Lando; e a chefe de gabinete da Presidência, Marinete Cadete. Representaram o Exército o coronel Peixoto dos Santos; o major Felipe Cavalcante e o assessor Fernando Magno. As discussões para a criação do protocolo começaram em julho de 2024. 

*Com informações da Funai

Candidaturas indígenas aumentam 14,13% nas Eleições de 2024

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Em 6 de outubro, mais de 461,7 mil candidatas e candidatos disputarão cargos de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em 5.569 municípios, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A partir de dados extraídos da corte eleitoral, neste ano, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) publicou o estudo Perfil do Poder – Eleições 2024, em parceria com o coletivo Common Data, com a análise das candidaturas registradas.

O levantamento aponta que, se consideradas as candidaturas para todos os três cargos por cor e raça, este ano, 207.467 (45,64%) candidatos se declararam brancos; 187.903 (41,34%) se autodeclararam pessoas pardas; 51.782 (11,39%) se declararam pretos; 2.479 (0,55%) são pessoas indígenas; 1.756 (0,39%) são pessoas amarelas; e 3.141 (0,69%) não informaram sua cor/raça.

Com base nesses números, o Inesc constatou que os candidatos declarados indígena são os únicos que tiveram a participação ampliada nas eleições deste ano. Os indígenas passaram de 2.172 registros, em 2020, para 2.479 registros, em 2024, o que representa uma alta de 14,13%. O crescimento foi notado em todas as regiões do Brasil. Antes da resolução do TSE, a declaração de cor ou raça no registro de candidatas e candidatos era opcional.

Pela primeira vez, neste ano, os candidatos puderam também declarar, de forma opcional, o pertencimento étnico. Das 2.479 candidaturas indígenas registradas, 1.966 divulgaram sua etnia, o que somou 176 etnias, de acordo com o TSE. As três maiores são 168 candidaturas do povo Kaingang; 150, Tikúna, e 107 candidatos da etnia Makuxí.

Candidaturas indígenas

O maior número proporcional de candidaturas de indígenas está no estado de Roraima, onde 7,10% do total de candidatos se declararam indígenas. Em 2020, Roraima já era o estado com a maior concentração de indígenas (7,95%). O Inesc considera que o aumento geral reflete um maior engajamento político dessas comunidades em todo o país.

Embora as candidaturas indígenas estejam em ascensão, a representatividade em cargos executivos ainda é limitada, registra o Inesc. A assessora política do Inesc Carmela Zigoni avalia que a correlação de forças nesses espaços de poder eletivos, seja no poder Executivo ou nas casas legislativas, é ruim para os indígenas eleitos.

Isto porque a participação dos povos originários em espaços de poder ainda é baixa e os indígenas enfrentam desafios para tentar propor políticas públicas e legislações de proteção a seus povos e territórios, em tempos de avanço de sistemas agropecuários predatórios e da mineração.

Em relação ao gênero dos candidatos indígenas, 1.568 (63,25%) são homens e 911 (36,75%) são mulheres.

Partidos

Em relação ao alinhamento político, 41,87% dos candidatos indígenas estão afiliados a partidos de direita. Os partidos de esquerda têm 40,42% das candidaturas desse público e, o restante (17,71%), é de centro.

O Inesc interpreta que essa distribuição reflete a diversidade de perspectivas políticas dentro das comunidades indígenas. A assessora política explica que, entre os motivos para esse fenômeno, está a falta de diretrizes programáticas dos partidos políticos, o que impede a divulgação de agenda clara nos municípios sobre o que o partido defende.

Ela avalia ainda que os partidos mais à esquerda defendem os direitos ambientais, mas, na prática, a agenda é a do desenvolvimentismo, o que pode representar políticas negativas aos direitos indígenas.

“Observamos um forte apego a políticas para apressar licenciamentos ambientais, grandes incentivos fiscais para empresas mineradoras e investimentos em infraestrutura para o agronegócio de exportação. Então, gera uma contradição para candidaturas e votos dessas populações”, disse

Cargos

Se considerados todos municípios, o número de indígenas que pleiteiam o poder Executivo nas prefeituras chega a 46, sendo seis mulheres e 40 homens. Os postulantes ao cargo de vice-prefeito somam 63, sendo 26 mulheres e 37 homens.

Consideradas apenas as 26 capitais onde haverá eleições no próximo mês, o Instituto de Estudos Socioeconômicos identificou que há apenas um candidato indígena concorrendo ao cargo de prefeito. Trata-se de Lucínio Castelo de Assumção, da etnia Guarani, que disputa a Prefeitura de Vitória, pelo Partido Liberal (PL).

E para ocupar a vice-prefeitura de uma capital, somente uma indígena concorre ao posto: Amanda Brandão Paes Armelau, disputa a vaga no Rio de Janeiro, também filiada ao PL, e de etnia não informada.

Brasil

O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que quase 1,7 milhão de indígenas vivem no Brasil, correspondendo a 0,83% da população total do país, que corresponde a 266 povos indígenas.

A maior parte dos indígenas (867,9 mil ou 51,2%) vive na Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. O Censo 2022 revelou também que muitos dos indígenas são jovens, com mais da metade tendo menos de 30 anos de idade (56,10%).

Eleições municipais

Este ano, estão em disputa 69.602 cargos nos municípios, divididos em 5.569 para prefeitos e vice-prefeitos e 58.464 para vereadores. De acordo com o TSE, dos 461.703 pedidos de registro de candidatas e candidatos nas eleições de outubro, são 15.478 candidatos ao cargo de prefeito; 15.703 candidatos a vice-prefeitos e 430.522 postulantes a vereador.

A justiça eleitoral informa que a eleição municipal deste ano é a maior de todos os tempos porque há mais de 155,91 milhões de eleitores e eleitoras, sendo que 140,03 milhões de eleitores não têm a informação de cor e raça no cadastro eleitoral. Entre o eleitorado que tem esse dado, 8,5 milhões (5,45%) são pessoas pardas; 5,29 milhões (3,39%) são brancas; 1,8 milhão (1,16%) são pessoas pretas; 155,6 mil (0,10%) são indígenas; 114,38 (0,07%) são pessoas amarelas.

O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 6 de outubro. O segundo turno ocorrerá em 27 de outubro, em cidades com mais de 200 mil eleitores, se nenhum dos candidatos ao posto obtiver mais da metade dos votos válidos, excluídos os votos em branco e nulos, para ser eleito.

*Com informações da Agência Brasil

“Os que forem pegos ateando fogo serão punidos”, afirma ministra Marina Silva

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Diante da pior estiagem em 75 anos, com 58% do território nacional afetado pela seca, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a necessidade de coibir incêndios criminosos durante o “Bom Dia, Ministra” desta terça-feira, 17 de setembro. Ela afirmou que o Governo Federal atua para investigar e punir os responsáveis pelas queimadas, prática que configura crime contra o meio ambiente e a saúde pública.

Leia também: Estados afetados por queimadas recebem reforço da Força Nacional do SUS 

Marina lembrou que atualmente todos os estados e o Distrito Federal têm decretos que proíbem o uso controlado do fogo para manejo e limpeza de áreas.

Marina criticou as penas atuais para quem comete esse tipo de delito, e as considera inadequadas para combater efetivamente as ações. “A pena é de dois a quatro anos de prisão. Quando a pena é leve, às vezes é transformada em pena alternativa”, afirmou.

A ministra enfatizou a situação de risco em todo o território, por uma combinação de grande área com matéria orgânica seca em processo de combustão fácil em função da baixa umidade, alta temperatura e velocidade dos ventos.

“O certo é que não haja fogo. E os que forem pegos ateando fogo serão punidos. Isso de prender os culpados, os grandes, depende de investigação. E aí é uma combinação do trabalho de inteligência, da Polícia Federal, da Polícia Civil, de todos aqueles que estão à frente dessas investigações”. Na esfera federal, a PF já instaurou 52 inquéritos para apurar os incêndios.

Para denunciar desmatamento, incêndio florestal e todos os demais danos ao meio ambiente que não se enquadram como acidente ambiental, ligue no Linha Verde: 0800.618080.

Inteligência

Marina enfatizou a importância do trabalho de inteligência para identificar não apenas os autores diretos, mas os articuladores e mandantes. Além disso, destacou o uso de imagens de satélite pela Polícia Federal para monitorar e retroagir o ponto de ignição dos incêndios, o que auxilia na identificação dos responsáveis.

“Uma coisa a ciência está dizendo: os incêndios estão acontecendo em função de ação humana. Tem alguém colocando fogo. Uma coisa importante é o trabalho de inteligência. Com ele, a gente consegue pegar, inclusive, os articuladores, os mandantes. Em alguns lugares conseguimos fazer monitoramento. Temos imagens de satélite da Polícia Federal em que eles podem retroagir a determinadas circunstâncias, onde existem esses registros, para saber onde começou a ignição, a propagação e até chegar ao criminoso”.

A ministra apontou a necessidade de sinergia entre os Poderes para que as investigações possam acontecer com mais velocidade. “Para além do trabalho que vem sendo feito de enfrentamento do fogo pelo Ibama, pelo ICMBio, pelo Corpo de Bombeiro dos estados, o apoio de todas as forças que estão sendo mobilizadas, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, nós temos um esforço que precisa ser feito na direção da investigação”, disse.

*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Mais de 17 mil hectares de cobertura natural já foram perdidos devido a incêndios no Peru

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Foto: Divulgação/Agência Andina

Mais de 17,6 mil hectares, em sua maioria de cobertura natural, foram perdidos na região amazônica peruana devido aos incêndios florestais ocorridos de agosto a setembro deste ano, informou o Escritório Regional de Defesa Nacional e Gestão de Riscos de Desastres (Denagerd), por meio do Serviço Regional de Emergência do Amazonas – Centro de Operações (COER).

Segundo o balanço apresentado pelo diretor do COER, Pablo Vega Tafur, existem atualmente 10 incêndios florestais ativos, sendo as províncias mais afetadas: Bongará (distritos de Recta e Chisquilla); Chachapoyas (San Isidro del Maino, Quinjalca e dois em Soloco); Luya (Lámud e Colcamar) e Rodríguez de Mendoza (Mariscal Benavides e Cochamal).

Foto: Divulgação/Agência Andina

Também foram identificados 15 incêndios florestais controlados nas províncias de Bongará: nos distritos de Valera (2), Florida, Jumbilla, Corosha e Yambrasbamba; em Luya: Lónguita (2), Santo Tomás e Santa Catalina; Rodríguez de Mendoza: Santa Rosa e Totora; e Chachapoyas, no distrito de Chuquibamba (2).

Quanto aos incêndios extintos, são 64, disse o COER, apontando o trabalho multissetorial realizado para controlar e extinguir os incêndios. Também foi indicado que o COER Amazonas realiza monitoramento e acompanhamento permanente das emergências, 24 horas por dia.

Nesse sentido, foram enviadas ferramentas, alimentos e bebidas aos distritos de Jumbilla, Chisquilla e Recta para apoiar as brigadas que se deslocam para enfrentar os incêndios. O gerente geral do Governo Regional do Amazonas, Litman Ruiz Rodríguez, chegou a essas comunidades com ajuda das brigadas terrestres.

Rodríguez realizou reuniões com autoridades locais e residentes da área, e manifestou a disponibilidade do governador Gilmer Horna em prestar todo o apoio necessário para mitigar os impactos negativos dos incêndios.

Gravidade da situação

Foto: Divulgação/Agência Andina

A situação é grave no país amazônico, pois um total de 15 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas até agora este ano como resultado dos incêndios florestais que foram relatados em 22 regiões do Peru, segundo o coordenador do Centro Nacional de Operações de Emergência (COEN), Martín Del Castillo.

Ao fazer um balanço das emergências ambientais causadas pelos incidentes, Del Castillo indicou que até agora foram registados 233 incêndios florestais neste ano no Peru.

O responsável acrescentou que a região mais afetada pelos incêndios florestais ativos é o Amazonas, seguido de San Martín e Áncash.

Leia também: Saiba quantos Amazonas existem na Amazônia Internacional

Mais de 4.500 pessoas participaram da extinção dos incêndios florestais, entre militares, Defesa Civil, bombeiros, policiais, trabalhadores do Serfor e moradores treinados.

*Com informações da Agência Andina

Empresa anuncia descoberta de mineralização de ouro e cobre na região do Tapajós, no Pará

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Foto: Divulgação/Ministério de Minas e Energia

A GoldMining Inc. anunciou os resultados finais do ensaio do programa de perfuração de diamante e uma atualização do progresso do programa de perfuração de trado em andamento, no Projeto São Jorge, no distrito de ouro de Tapajós, estado do Pará.

As duas perfurações mais recentes identificaram com sucesso novas mineralizações de ouro e cobre aproximadamente um quilômetro a noroeste do depósito de ouro de São Jorge em áreas que não tiveram perfuração anterior.

O programa de perfuração a trado raso em andamento retornou indicações muito encorajadoras de novas zonas de mineralização primária de ouro no alvo William South, localizado aproximadamente 2 km ao norte do depósito São Jorge. Vários furos de perfuração de trado forneceram interceptações de alto teor dentro do topo do leito rochoso intemperizado, diretamente subjacentes a grandes anomalias de solo de superfície de alto teor.

Alastair Still, CEO da GoldMining, comentou:  “O programa de exploração em São Jorge concluído até o momento avançou significativamente nosso conhecimento geológico no distrito de São Jorge, incluindo uma melhor definição do núcleo de alto teor do depósito. O recente programa de perfuração de núcleo de avanço identificou mineralização a aproximadamente 1 km de distância do recurso mineral existente em uma área sem perfuração anterior. Além disso, nossa equipe reuniu evidências interessantes para potenciais corredores adicionais de mineralização na propriedade de escala regional, que foram diligentemente identificados por meio de amostragem de ouro no solo e agora foram confirmados por meio de perfuração de trado”.

Imagem: Divulgação/GoldMining

Tim Smith, vice-presidente de exploração da GoldMining, comentou:  “Para complementar a mineralização de ouro encorajadora interceptada na perfuração de núcleo e trado, o furo de perfuração SJD-124-24 interceptou uma ampla zona de cobre fortemente anômalo, o que é encorajador, pois o distrito de Tapajós é conhecido por conter cobre do tipo pórfiro +/- mineralização de ouro. Além disso, a mineralização de ouro interceptada em SJD-123-24 é consistente com nossa tese de um extenso corredor de alta tensão que poderia hospedar mineralização de ouro adicional a noroeste e sudeste ao longo do ataque do depósito como um componente de um sistema mineral aurífero de escala regional”.

A companhia iniciou a perfuração em São Jorge em maio de 2024. Os objetivos do programa incluíam perfuração confirmatória dentro e perto das margens do depósito de ouro existente em São Jorge, bem como perfuração exploratória de alvos de ouro identificados dentro de 1-2 km de mineralização conhecida em áreas sem perfuração anterior.

A perfuração contínua com trado, focada em uma área localizada aproximadamente 2 km ao norte do depósito de São Jorge para dar continuidade à grande anomalia de ouro no solo de alto teor ‘ William South’ , retornou indicações muito encorajadoras de mineralização primária de ouro no leito rochoso, o que destaca que a grande propriedade em escala regional tem potencial para hospedar corredores adicionais de mineralização que podem ser testados posteriormente por perfuração de testemunho.

São Jorge fica dentro do ativo e em rápido desenvolvimento Distrito de Ouro de Tapajós, que estima-se ter produzido mais de 20 milhões de onças de ouro historicamente a partir da mineração artesanal de depósitos de superfície, de acordo com a Agência Nacional de Mineração do Brasil. O Tapajós abriga a Mina subterrânea de alto teor Palito da Serabi Gold Plc. e a novíssima Mina de Ouro Tocantinzinho da G Mining Ventures Corp., que recentemente declarou produção comercial.

São Jorge está localizado imediatamente adjacente à rodovia pavimentada BR-163 e a um novo corredor de linha de energia de 138 kV, que se conecta à rede elétrica distrital recentemente construída para a Mina de Ouro Tocantinzinho. As atividades de exploração em São Jorge são operadas a partir de um acampamento permanente próximo ao depósito existente e a apenas 3 km da rodovia.

Um programa de perfuração de trado mecânico compreendendo um programa inicial de 3.000 metros para aproximadamente 200 furos está em andamento no projeto. O programa de trado está inicialmente mirando a área de alta prioridade William South, localizada aproximadamente 2 km ao norte do depósito de São Jorge. William South compreende uma ampla zona de alto teor de ouro anômalo no solo, medindo aproximadamente 2 km x 2 km com ensaios de solo atingindo o pico de 2.163 ppb Au (2,163 g/t Au).

Até o momento, ensaios foram recebidos para 101 furos concluídos no alvo William South. Dos resultados iniciais da perfuração, aproximadamente 25% de todos os furos retornaram resultados de ensaio maiores que 100 ppb (0,1 g/t) Au, confirmando a presença de mineralização de ouro em leito rochoso intemperizado.

A perfuração de trado em William South até o momento retornou indicações muito encorajadoras de mineralização primária de ouro no leito rochoso, o que confirma uma fonte in situ da anomalia de ouro no solo e incentiva a aplicação mais ampla da perfuração de trado — um teste geoquímico subterrâneo barato e rápido — em outras anomalias de ouro no solo dentro do projeto. 

Além disso, a confirmação de uma fonte de ouro no leito rochoso abaixo da anomalia do solo William South sugere que o projeto de grande escala regional tem potencial para hospedar corredores adicionais de mineralização que podem ser testados ainda mais por métodos de perfuração de RC ou núcleo mais profundos para definir novas descobertas de ouro no leito rochoso.

*Com informações do Brasil 61

Brasileiros vão sentir no bolso consequência da seca mais severa da história 

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Seca prejudica a produção de alimentos. Foto: wirestock/Freepik

A análise mais recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta que 2024 é o ano com a seca de maior extensão e intensidade do Brasil nos últimos 70 anos. Ao todo, são cerca de 5 milhões de km² com alguma condição de seca, o equivalente a 58% do território nacional.

Nesse cenário, os brasileiros devem preparar o bolso, já que vários setores da economia vão sentir o impacto da seca. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já determinou o acionamento da bandeira vermelha patamar 1 nas contas de energia, em função da previsão de chuvas abaixo da média nos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, haverá cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo (SINDECON-SP) Carlos Eduardo Oliveira, o encarecimento da energia pode afetar outros setores da economia.

O levantamento mais atual do IBGE mostra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou uma alta de 4,5% nos últimos 12 meses terminados em julho. O valor é considerado o teto da meta perseguida pelo Banco Central. Mas, segundo o economista Carlos Eduardo, o indicador da inflação pode aumentar ainda mais, já que a produção de alimentos tem forte influência no IPCA.

O economista Carlos Eduardo explica como a falta de chuva pode prejudicar a produção de alimentos. 

“Essa ausência de chuvas impacta em produtos que dependem de irrigação, como feijão, milho, hortaliças, que têm impacto forte. Além da escassez desses produtos, acaba impactando até na produção de carne, porque o gado e as aves têm que ter disponibilidade de água para irrigação de pastos e a geração de grãos para alimento e isso acaba impactando em muito a questão dos alimentos.”

Para o economista Newton Marques, membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), apesar do cenário atual, não há risco de desabastecimento.

“Sempre existe essa preocupação, mas como o ciclo da agropecuária não é tão grande, a não ser no caso da pecuária, se houver uma mudança climática, com chuvas, isso pode trazer uma mudança a médio prazo.”

Cenário da seca

Segundo o boletim de monitoramento do Cemaden, 3.978 municípios estão com algum grau de seca, sendo 201 em seca extrema. A previsão do órgão é que o número suba para 4.583 municípios, com 232 em seca severa no boletim de setembro. 

Segundo pesquisadora do Cemaden, a doutora Ana Paula Cunha, diferentemente dos outros anos, quando a seca ocorria de forma localizada em algumas regiões, esse ano o fenômeno abrange mais áreas do território nacional.

“Em 2020, a gente teve uma seca muito extensiva na Região Centro-Oeste do país. Em 2012 a 2017, a gente teve uma seca bastante extensiva no Semiárido e, em 2015 a 2016, em grande parte do Centro-Norte do país. No entanto, essa de 2023-2024 é a primeira que cobre desde o Norte até o Sudeste do país.”

O levantamento leva em consideração não apenas a falta de precipitações, mas também a umidade do solo e as condições da vegetação. Segundo a pesquisadora do Cemaden, a situação pode ficar ainda pior com a previsão de atraso do início da temporada de chuvas. 

De acordo com o Cemaden, muitas regiões do país já estão há mais de 120 dias consecutivos sem chuvas, o que agrava ainda mais a situação da produção agropecuária, especialmente das terceiras safras de milho e feijão, além da qualidade das pastagens para pecuária extensiva.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Brasil 61, escrito por Paloma Custódio

Governo entra com primeira ação por danos climáticos contra a Amazônia

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Foto: Leonardo Milano/ICMBio

A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) protocolaram no dia 16 de setembro, na Justiça Federal do Pará, uma ação para cobrar a reparação financeira por danos climáticos. 

A ação busca o ressarcimento de R$ 635 milhões pela criação ilegal de gado na Floresta Nacional do Jamanxim, unidade de conservação situada na Amazônia. É a primeira ação por danos climáticos movida pelo ICMBio e a AGU.

De acordo com os órgãos, o prejuízo social envolve danos com desmatamento, queimadas ilegais, aplicação de agrotóxico, destruição de áreas de preservação permanente e o impedimento da regeneração da área degradada. Na ação, os órgãos pediram à Justiça que a área seja desocupada em 30 dias.  

Durante a fiscalização, os agentes do ICMBio flagraram cerca de 3 mil cabeças de gado nas áreas desmatadas. Os animais não tinham registro na vigilância agropecuária do Pará. As fazendas irregulares foram multadas e embargadas pelo instituto.

Durante a cerimônia de anúncio da propositura da ação, o advogado-geral da União, Jorge Messias, garantiu que o governo federal será rigoroso na punição de crimes ambientais. “O governo federal terá tolerância zero contra os infratores ambientais. Nós não toleraremos, de forma alguma, qualquer tipo de infração ambiental, principalmente em áreas de conservação e de preservação”, afirmou.

O cálculo do prejuízo foi avaliado a partir do custo social da emissão de gases estufa na área danificada. Estima-se que 1.139.075 toneladas de carbono tenham sido emitidas nos 7.075 hectares danificados da unidade de conservação.

*Com informações da Agência Brasil

Nota Técnica recomenda reparação de danos climáticos do desmatamento ilegal

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Qual o preço do dano climático decorrente do desmatamento ilegal? Buscando soluções estratégicas para aprimorar a reparação climática, a ABRAMPA (Associação Brasileira de Membros do Ministério Público de Meio Ambiente) e o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) lançaram, no dia 13 de setembro, nota técnica que propõe diretrizes para quantificar e precificar os danos climáticos decorrentes da perda de vegetação florestal. 

O desmatamento ilegal é uma das principais fontes de emissões brutas de CO₂ (gás carbônico) do Brasil, e o documento traz uma análise das práticas atuais para aprimorar a reparação dos danos ao sistema climático.

O número de ações judiciais no Brasil que buscam responsabilizar os desmatadores pelos danos climáticos cresce a cada dia. No entanto, ainda faltam critérios claros e consolidados para mensurar o valor dos danos do desmatamento ilegal. A fim de sanar esta lacuna, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tem trabalhado para orientar o poder judiciário na avaliação dos impactos ambientais com repercussões climáticas.

A nota técnica busca justamente subsidiar tecnicamente esse trabalho. Dessa forma, o documento apresenta fundamentos jurídicos para a responsabilização do desmatador e propõe uma metodologia baseada na ciência para a apuração dos danos climáticos a partir da quantificação do gás carbônico lançado na atmosfera.

O preço do desmatamento para o clima

Para o cálculo do dano climático, a nota técnica sugere a utilização do valor mínimo de cinco dólares americanos por tonelada de CO₂. O Fundo Amazônia estabelece esse valor – atualmente o único parâmetro oficial disponível no Brasil –, até que haja um referencial oficial que contemple adequadamente os danos ecológicos e sociais causados pelas emissões.

Para quantificar esses danos e apoiar a fundamentação de ações judiciais, a nota recomenda o uso da Calculadora de Carbono (CCAL), plataforma desenvolvida pelo IPAM. A ferramenta permite estimar a quantidade de carbono estocado na vegetação antes do desmatamento, facilitando a busca por reparação dos danos climáticos. O cálculo pode ser realizado para todos os biomas brasileiros.

“Considerando a emergência global, imposta pela mudança do clima, a justiça e os Ministérios Públicos têm um papel fundamental no controle do desmatamento da região amazônica, maior fonte de emissão nacional de gases de efeito estufa. A ideia é motivar os procuradores e promotores de justiça a estimarem o dano climático que a derrubada e queima da floresta geram. Para tanto, estamos disponibilizando uma plataforma que calcula tais danos, subsidiando cientificamente as ações civis públicas contra a destruição florestal. Assim, cria-se mais uma via para evitar um prejuízo ainda maior, não apenas para o clima, mas para a economia do Brasil e o futuro dos brasileiros”, afirma Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM.

Fontes de emissões no Brasil

A perda de vegetação nativa, seja por desmatamento ilegal ou autorizado, ou ainda pelas queimadas, está entre as principais fontes de emissões de CO₂ no Brasil. Isto porque quando as árvores são derrubadas ou queimadas, liberam na atmosfera o gás carbônico que haviam absorvido. Além disso, elas deixam de atuar como sumidouros de carbono.

O Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa (GEE) do mundo, contribuindo com 3% das emissões globais, atrás de países como China e Estados Unidos. Em 2022, o uso da terra foi responsável por quase metade das emissões nacionais, com 97% destas decorrentes do desmatamento. Por exemplo, só na Amazônia, o desmatamento emitiu 837 milhões de toneladas de CO₂.

O lançamento da nota técnica aconteceu em evento online exclusivo para membros e técnicos do Ministério Público. O documento elaborado pela ABRAMPA e IPAM está disponível aqui.

*Com informações do IPAM Amazônia

Seca severa revela canhões da Coroa Portuguesa no interior do Amazonas

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Peças ajudaram a Coroa Portuguesa impor domínio na região. Foto: Reprodução

A seca severa que atinge o município de Tabatinga, no interior do Amazonas, revelou dois canhões usados na proteção do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Ainda neste período, as ruínas do forte, já haviam sido reveladas devido ao baixo nível das águas. Esta é a maior seca na localidade registrada nos últimos 42 anos.

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A medição do Serviço Geológico do Brasil (SGB), apontou que atualmente o Rio Solimões esta com a cota negativa de -1,91 metros, a menor já registrada em Tabatinga desde o inicio do monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA) em 1982.

As peças de artilharia, que pesam cerca de duas toneladas cada, foram encontradas durante uma pescaria entre amigos no sábado (14). Elas fazem parte do arsenal que era usado na proteção do forte feita pelos portugueses em meio a expedições espanholas na região, hoje conhecida como Alto Solimões.

O militar Alex Cajueiro contou que estava pescando e, no retorno, preferiu cortar caminho por dentro da água. Durante o percurso, acabou esbarrando nas peças de artilharia que estavam no rio.

“Subimos aqui nessa direção e me deparei com alguma coisa muito grande, algum ferro, eu até me bati, mas não consegui identificar o que era. Aí eu chamei os amigos, eles vieram e aí viram que era um canhão. Nossa pescaria não foi boa, mas creio que a gente pescou essa relíquia que faz parte da nossa história”, relatou.

O Exército Brasileiro, por meio do 8º Batalhão de Infantaria de Selva vai ser o responsável pela remoção dos canhões do lugar onde foram encontrados.

O historiador Luís Ataíde explicou que além de impor autoridade contra a presença espanhola na região, os canhões também tinham o papel de coibir crimes de contrabando na área do Forte São Francisco Xavier.

Um dos canhões estava parcialmente submerso. Foto: Reprodução

A luta pela conquista da área de fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru é marcado por dois momentos histórico, sendo eles: o Tratado de Madri, em 1750, que garantiu a soberania da região ao governo português; e o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, onde a coroa espanhola pede de volta à Portugal a área territorial onde hoje se encontra a região do Alto Solimões.

Para honrar a coragem dos militares, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. O espaço, que inclui canhões e outras peças da época, pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, dentro do Parque Zoobotânico de Tabatinga.

Apesar de ter sido inundado pelas águas do Solimões em 1932, o Forte São Francisco Xavier continua sendo um símbolo de resistência. Atualmente, está inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

*Por Lucas Macedo e Rôney Elias, da Rede Amazônica AM