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Símbolo de Manaus e gravemente ameaçado de extinção, sauim-de-coleira tem habitat reduzido a cada ano

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Foto: Divulgação/ISC

O dia 24 de outubro, quando Manaus completa 355 anos, também celebra outra data: é o Dia do sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), primata que é mascote oficial da cidade, endêmico do estado do Amazonas e ameaçado de extinção. Mas, a cada aniversário da cidade, os protetores deste pequeno e carismático primata da família Callitrichidae, que vive em partes dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, têm menos motivos para comemorar.

Leia também: Sauim-de-Coleira: conheça o símbolo de Manaus ameaçado de extinção

O sauim só ocorre numa pequena área de aproximadamente 8.000 km² e o avanço das áreas urbanas e rurais desses municípios sobre a floresta cria um processo dinâmico e acelerado de perda e fragmentação do habitat da espécie. Assim, muitos sauins acabam morrendo, enquanto outros ficam ilhados em fragmentos de florestas, cercados por prédios, condomínios e/ou plantações.

Para continuarem sobrevivendo, muitos são obrigados a se deslocar por essas áreas urbanizadas em busca de abrigo e alimentos, onde acabam vítimas de atropelamentos, eletrocussão e ataques de cães. Como resultado desses impactos provocados pelas ações humanas, temos o agravamento da situação de conservação da espécie.

Diante desse cenário dramático, o sauim foi categorizado como criticamente ameaçado de extinção, tanto na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Essa é a categoria na qual as espécies enfrentam o mais alto risco de extinção na natureza. A situação da espécie é tão grave que, recentemente, ela foi incluída na lista dos 25 Primatas mais Ameaçados do Mundo (2018-2020), criada pela IUCN, Sociedade Internacional de Primatologia e Rewild.

Para mudar essa realidade, o Instituto Sauim-de-Coleira (ISC), uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos, reúne os mais renomados cientistas das áreas de primatologia, ecologia, gestão, conservação ambiental e educação para buscar soluções para a conservação da espécie. 

Desde 2019, o ISC desenvolve atividades de pesquisa científica, conservação, educação e articulação de políticas públicas para a proteção do sauim-de-coleira e de seu habitat. Atualmente, o ISC coordena um estudo interinstitucional financiado pela Re:wild para identificar áreas prioritárias para conservação do sauim, que balizará as políticas públicas para a conservação da espécie.

“Somos pessoas diversas no conhecimento, experiência de vida, origem, ideologia e formação. O que nos une é a causa, a ansiedade por fazer diferente e a convicção que há outras formas para tirarmos o sauim-de-coleira do caminho da extinção”, explica o presidente do ISC, Maurício Noronha.

Educação ambiental

O ISC vem desenvolvendo estudos e ações para promover a conservação do sauim-de-coleira e seu habitat. Uma delas é o Programa Sauim na Escola, que desde 2023 visa sensibilizar sobre a importância da conservação da espécie em escolas localizadas em áreas de influência de Unidades de Conservação onde há ocorrência de sauins.

Em cerca de um ano, o projeto atendeu a mais de 3 mil crianças por meio da realização de dinâmicas de incentivo à leitura e da distribuição gratuita do livro paradidático “O Sauim Isso e Aquilo”. A meta do ISC é ampliar o número de escolas beneficiadas pela iniciativa.

Foto: Divulgação/ISC

“Nós acreditamos que a educação transforma a sociedade, por isso incentivamos a leitura. E isso é muito importante, especialmente em um país onde 4 entre 10 brasileiros são analfabetos funcionais. Além disso, estamos dando às crianças da periferia a oportunidade de acesso a um bem cultural cada vez mais inacessível: um livro. A nossa intenção é fazer das crianças os futuros embaixadores da conservação do sauim-de-coleira. Depois de sensibilizadas, elas levarão esses conceitos para sua vida pessoal, além dos muros da escola, tornando-se multiplicadores da conservação ambiental”, disse Maurício.

Para ele, a conservação do sauim-de-coleira e do seu habitat é uma forma de promover uma melhor qualidade de vida não só para o primata que é o símbolo de Manaus, mas para todos.

Conheça a história da Irmã Helena Augusta Walcott, criadora de mais de 10 bairros em Manaus

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Foto: Reprodução

Ao passar pela Avenida Itaúba no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus (AM), é impossível ficar indiferente com a estrutura da Escola Municipal Helena Augusta Walcott. Devido a pressa do dia a dia, muitas pessoas não reparam ou nem conhecem o nome que ela carrega na fachada.

A freira cujo nome batiza a escola teve um papel importante na ocupação de terras da capital amazonense nas décadas de 70 e 80.

Foto: Reprodução

No artigo de Mara Tereza Oliveira de Assis, ‘As primeiras lutas por moradia popular em Manaus: vida e militância da irmã Helena Augusta Walcott’, há o relato de que Helena nasceu em Guajará Mirim, em Rondônia. Por isso, Helena era amazônida. Ela era filha de Lorenzo Walcott e Clarissa Knights, ambos de Barbados, um dos países que compõem o Caribe.

Sua vida religiosa iniciou cedo e logo ingressou na igreja católica para se tornar freira. Nos seus primeiros anos de serviços, a jovem participou de diversos projetos sociais.

Ao se mudar para a capital do Amazonas, Manaus, Helena fixou moradia no bairro da Compensa. As primeiras ocupações de terra na capital tiveram início com ela, que organizou e liderou um movimento social por moradia popular a partir da década de 70.

Por causa de sua militância e engajamento social, a freira chamou a atenção de latifundiários, grileiros e do poder público local. Sempre participando de manifestações pedindo direito à moradia para a população mais carente de Manaus.

Foto: Reprodução

Mãe dos sem-teto 

Com Helena não havia meio termo. Com seus protestos e ocupações, a freira criou pelo menos 15 novos bairros em Manaus, entre eles: Zumbi dos Palmares I e II, Terra Nova, São José, João Paulo II, Nossa Senhora de Fátima, Novo Israel, Armando Mendes, Japiim, Nova Luz, Santa Etelvina, Monte das Oliveiras, Lírio do Vale, Valparaíso e Redenção. Foi assim, com esse trabalho, que lhe deram o apelido de ‘mãe dos sem-teto’.

Mesmo admirada por muitos, alguns viam o trabalho da freira de outra maneira. Por causa de seu ativismo, Helena foi ameaçada de morte, espancada e até mesmo, presa sob pena de liderar conflitos entre o povo e o poder público.

Helena faleceu no dia 13 de junho de 2022 aos 84 anos. O seu velório aconteceu na quadra do Colégio Preciosíssimo Sangue, lugar onde congregava. A irmã acabou se tornando heroína pelo movimento dos sem-terra e sem-teto no Amazonas.

Museu do Homem do Norte reúne registros do dia a dia da população amazônica

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Foto: Tiago Melo/Acervo g1 Amazonas

O Museu do Homem do Norte (Muhno) foi idealizado pelo sociólogo-antropólogo Gilberto Freyre, criado com o objetivo de reunir um significativo acervo que representasse e refletisse as características e peculiaridades da vida do homem da região Norte do Brasil.

Inaugurado em 13 de março de 1985, funcionando em um prédio da Avenida Sete de Setembro, no centro de Manaus (AM), o Museu do Homem do Norte foi administrado pela Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), por meio do seu Instituto de Estudos da Amazônia até 2006.

Foi então realizado um contrato de Comodato entre a FUNDAJ e a Prefeitura de Manaus, para que esta a administrasse até julho de 2010. 

Detalhes da cultura indígena ganham destaque no segundo ambiente do museu (Foto: Tiago Melo/G1 AM)
Foto: Tiago Melo/Acervo g1 Amazonas

Fechado por dois anos, foi reaberto ao público em 16 de maio de 2008 em novo endereço, na rua Quintino Bocaiúva, no centro da capital amazonense, onde funcionou por cerca de seis meses.

O contrato com a Prefeitura de Manaus havia expirado sem que esta manifestasse interesse em continuar administrando o Museu. Diante do impasse, em agosto de 2010, o Governo do Amazonas assume a administração do Museu assumindo a responsabilidade pela guarda acervo e revitalização do Museu.

Foto: Tiago Melo/Acervo g1 Amazonas

Em setembro de 2011, o Muhno reabre suas portas ao público, em nova fase, com nova curadoria, com espaços expositivos ao ar livre, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, que dispõe de ampla área externa.

Leia também: Centro Cultural dos Povos da Amazônia: conheça o local que difunde a história e os conhecimentos dos amazônidas

O acervo é constituído por 2.000 objetos, que foi adquirido ao longo do tempo por meio de doações, compras, cessões e incorporações. Sua força está no conjunto das coleções por aquilo que representam. 

O conjunto permite uma visão da amplitude cultural regional desde as técnicas do trabalho do dia a dia das populações amazônicas, aos meios de transporte, às habitações, a alimentação, as festas, o artesanato, a religiosidade, os mitos e ritos, além de importante acervo arqueológico.

No último momento é exposta a cultura contemporânea do homem do norte (Foto: Tiago Melo/G1 AM)
Foto: Tiago Melo/Acervo g1 Amazonas

O Museu do Homem do Norte dispõe de visitas guiadas, em português e em inglês, para grupos de estudante e turistas, inclusive inglês, além de possibilitar visitas assistidas para deficientes visuais, dispondo ao longo do percurso objetos que podem ser tocados. 

Cozinhas e redário são criados para fortalecer turismo de base comunitária em reserva no Pará

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Foto: Poliane Batista/Sapopema

O projeto de construção de infraestruturas para o turismo nas comunidades São Miguel, São Marco e Tucumã, em Santarém, no Pará, está animando e mobilizando dezenas de comunitários. Conduzida pela Tapajoara e Sapopema no âmbito do Projeto Floresta Mais Amazônia/PNUD, a iniciativa pretende aumentar as possibilidades de geração de renda para a região que aposta no turismo sustentável com a floresta em pé.

Poliane Batista, bióloga da Sapopema e responsável pelo projeto, reforça a relevância da atual fase de implementação das estruturas, após um longo período de planejamento e diálogo. “Apesar das dificuldades, especialmente com a seca extrema, estamos unindo forças em um processo participativo para seguir o calendário de execuções planejadas,” explicou.

As primeiras construções, incluindo cozinhas comunitárias e redários, têm previsão de entrega até o final do ano, utilizando tanto materiais levados de Santarém quanto recursos naturais da própria reserva.

Tamara Saré, arquiteta envolvida na execução dos projetos, contou que a iniciativa inclui a construção de cozinhas comunitárias, redários, cabanas e outros equipamentos que vão profissionalizar a atividade turística nessas áreas. Ela destaca a importância da participação comunitária em todas as etapas do processo, desde a consulta inicial até o compromisso ativo na construção.

Representantes das comunidades falaram sobre suas expectativas e gratidão pelo projeto. Ronildo dos Santos, da comunidade Tucumã, ressaltou a confiança mútua entre a equipe de construção e os moradores locais. “Nosso objetivo é receber grupos de pessoas, e confiamos no trabalho de parceria. Queremos que esse esforço conjunto traga benefícios para nossa comunidade e visitantes,” declarou.

Rildo Pidal, da comunidade de São Miguel, contou sobre a alegria e gratidão pelo projeto que promete aumentar a renda local através do turismo comunitário. “O turismo é uma porta aberta para todas as comunidades, e somos gratos pelo apoio da Sapopema. Esse incentivo fomenta a economia local e traz novas oportunidades,” disse.

O projeto apoiado pelo Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio do Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund – GCF) e avança com a expectativa de transformar significativamente a infraestrutura turística da região, destacando o papel crucial das comunidades locais no processo de desenvolvimento sustentável.

*Com informações da Sapopema

Festribal, o festival que celebra a diversidade dos povos indígenas no Amazonas

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Foto: Marlon Albuquerque/Amazonastur

Considerado a maior manifestação cultural dos povos originários da floresta, o Festival Cultural dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (Festribal) recebe milhares de interessados em conhecer as lendas e tradições da festividade amazônica, no município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus), no Amazonas.

O evento, criado em 1998, exalta a diversidade étnica indígena dos povos pertencentes à região, conhecida como “Cabeça do Cachorro”.

O presidente também destacou que o Festribal esteve entre os roteiros turísticos apresentados pelo Amazonastur no Salão Nacional do Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo (Mtur), que ocorreu no início de agosto, no Rio de Janeiro.

“O Salão do Turismo é uma oportunidade para mostrar o que o nosso estado tem de melhor a oferecer ao Brasil. Fomentar o turismo e promover as potencialidades e experiências turísticas”, completou.

FotoMarlon Albuquerque/Amazonastur

As Associações Culturais Tribo Tukano, Baré e Filhos do Rio Negro são responsáveis pelo espetáculo da festa mais indígena do país.

Durante os dias da festa, representantes das três associações se vestem com suas cores místicas que retratam a história e a cultura dos povos originários do Noroeste do Amazonas.

Foto: Marlon Albuquerque/Amazonastur

Além das apresentações culturais, o festival traz na programação atrações musicais regionais e nacionais, feira de artesanato e gastronomia. “O Festribal é de suma importância para o município, nesse período a cidade fica em festa recebendo milhares de turistas e movimenta todo o comércio local, gerando emprego e renda para a população”, destaca a diretora de Turismo de São Gabriel da Cachoeira, Elaine Jeane.

São Gabriel da Cachoeira possui identificação de 23 povos que vivem na região. Por toda essa riqueza cultural, a festa representativa mostra a originalidade desses povos, além de evidenciar a criatividade, dança e beleza durante o encontro das etnias no Alto Rio Negro.

Turismo responsável

Para melhor auxiliar os turistas em uma viagem ao município, a Amazonastur orienta os turistas a procurarem estabelecimentos turísticos, tais como: hotéis, traslado, restaurantes e agências de viagem com o selo do Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur).

E alerta a proibição do manuseio de animais silvestres nas atividades turísticas, de acordo com a campanha “Nunca Toque, observe”, segundo o artigo 33 da lei federal 6.154/2008.

*Com informações da Amazonastur

Pesquisadores analisam capacidade de plantas de afastar a maior parte de seus predadores

Foto: Reprodução/UFMT

Sempre ficamos indignados quando os adolescentes de um filme de terror tomam uma decisão horrorosa e invariavelmente se deparam com o vilão-predador-assassino. Impossibilitados de fugir por qualquer motivo, aos adolescentes resta apenas um desfecho trágico. Mas se a protagonista estiver entre eles, então ainda há alguma esperança e podemos ver um grande feito de heroísmo para reverter a situação em um final feliz.

Quase todas as plantas terrestres vivem um filme de terror diário, incapazes de se moverem e rodeadas por milhares de espécies de seus maiores predadores, os insetos. São aproximadamente 500 mil espécies de insetos herbívoros e quase todas as plantas servem de alimento para alguns deles. Ainda assim, elas sobrevivem.

Em artigo publicado recentemente no Journal of Experimental Botany, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), coordenados pelo professor Marcelo Lattarulo Campos, apresentam alguns dos mecanismos que podem justificar isso e apontam para o potencial dessas pesquisas como forma de aumentar a resistência de plantações.

De acordo com a pesquisa, essa resistência se dá em consequência da efetividade do sistema imunológico das plantas, dando para elas a habilidade de manter afastado a maior parte dos predadores, mas não todos, de forma que algumas delas afastam os insetos que conseguem se alimentar de outras, e vice-versa.

Esse seria um desenvolvimento importante, pois a predação desses insetos representa um grande desafio na segurança alimentar do mundo. Dados da própria pesquisa apontam que a produtividade das plantações mais importantes para consumo humano é reduzida em quase 40% por causa de ataques de insetos.

O artigo está disponível para leitura completa na página do periódico. A pesquisa faz parte de um projeto apoiado pelo Instituto Serrapilheira.

*Com informações da Notícias UFMT

A comunidade indígena da floresta amazônica luta por seu pleno reconhecimento

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Foto: Cleiton Lopes/Secom AC

Antes da chegada dos europeus, as terras baixas da Amazônia abrigavam várias centenas de grupos étnicos que viviam em dezenas de milhares de aldeias com uma população estimada entre quatro e quinze milhões de habitantes. Durante milênios, essas sociedades transformaram as paisagens ao longo do curso principal do rio Amazonas e de seus principais afluentes do sul, desenvolvendo práticas agrícolas que criaram solos de terra escura, uma tecnologia que melhorou as propriedades físicas e químicas dos solos tropicais, aumentou sua produtividade e garantiu seu uso sustentável durante séculos.

Essas sociedades rurais, em sua maioria, não tinham grandes centros urbanos, mas eram suficientemente sofisticadas para domesticar dezenas de espécies de plantas, e manipular populações naturais em florestas nativas, para criar bosques manejados dominados por espécies que forneciam alimentos e fibras. Simultaneamente, as culturas que ocupavam a floresta sazonal e as regiões de savana na borda sul da Amazônia criaram paisagens por meio da construção de lomas artificiais, calçadas e sistemas de canais que melhoraram a produção agrícola e criaram sistemas logísticos que sustentaram populações ainda mais densas.

Tragicamente, todas essas sociedades entraram em colapso nos séculos XV e XVI, quando epidemias causadas por patógenos introduzidos durante o Intercâmbio Colombiano devastaram suas comunidades. Embora a arqueologia ainda não tenha descoberto todos os terríveis detalhes, essas sociedades eram particularmente suscetíveis a pandemias devido à sua densidade populacional relativamente alta e a uma rede de comércio que promovia interações culturais. Acredita-se que a população tenha caído para menos de 400.000 indivíduos em um colapso demográfico de proporções gigantescas.

O número de grupos étnicos que existiam antes da “Great Dying” é desconhecido, mas as populações remanescentes eram bastante isoladas umas das outras, o que deu origem à percepção de longa data de que a floresta amazônica era uma região selvagem intacta. A transição para uma floresta selvagem escassamente povoada proporcionou proteção imunológica aos grupos amplamente dispersos devido ao maior isolamento entre eles e os colonizadores europeus. Nos dois séculos seguintes, a população continuou a diminuir devido às intervenções de missionários e agentes coloniais que reintroduziram patógenos em populações que ainda não haviam adquirido defesas imunológicas.

O “boom” da borracha no final do século XIX levou a outra rodada de dizimação, pois as comunidades indígenas foram escravizadas, deslocadas ou massacradas. A maioria sobreviveu  como entidades étnicas fugindo para o interior da floresta, ocupando paisagens florestais ao longo de afluentes terciários ou vales remotos no sopé dos Andes e nas terras altas da Guiana. Os antropólogos estimam que o Brasil amazônico tinha uma população aproximada de apenas 100.000 indígenas em meados da década de 1970.

O órgão responsável pelo censo brasileiro começou a coletar dados sobre grupos étnicos individuais em 1991 e essa pesquisa inicial sugeriu que seus números haviam aumentado em 50%, uma tendência confirmada pelo censo seguinte, com um aumento adicional de 72% (Tabela 6.1). O aumento refletiu as altas taxas de natalidade e um aumento em sua contagem catalisado pelo emergente movimento indígena.

Não só os indivíduos foram motivados a se identificar como indígenas como também as aldeias mais remotas foram colocadas no mapa pelo Estado brasileiro com a criação de novos territórios indígenas. Se as taxas de crescimento permanecerem as mesmas (cerca de 6% ao ano), o censo de 2022 deverá mostrar uma população indígena total superior a 700.000.

Imagem: Reprodução/Mongabay

Ocorreram repercussões demográficas semelhantes em outros países onde os incentivos para reivindicar uma identidade indígena motivaram as comunidades a afirmar ou recuperar seu patrimônio cultural. Infelizmente, há também forças sociais que fazem com que alguns indivíduos abandonem sua identidade étnica, principalmente em populações urbanas que sofrem discriminação ou animosidade racial. Na Bolívia, por exemplo, os indivíduos geralmente se identificam pela origem regional em vez da origem étnica; ambas são afetadas por um ambiente político altamente polarizado.

A chave para o renascimento demográfico foi a implementação de políticas que priorizam a formalização dos direitos à terra de comunidades com patrimônio étnico específico. As comunidades Ribeirinhas/Ribereñas, com raízes indígenas evidentes, estão cientes das vantagens legais de ter uma identidade étnica. Isso motivou as comunidades de toda a bacia a redescobrir seu legado indígena. A tendência de aumentar a autoidentificação é um processo contínuo ao longo de vários trechos do tronco principal do rio Amazonas, especialmente perto da junção do Marañón e do Ucayali (Kukama, Yagua), do Solimões (Tikuna, Miranha, Kokama, Kambeba/ Omágua), do médio Amazonas (Mura), e perto da foz do Tapajós (Arapium, Borari, Mawé).

A recuperação demográfica das culturas indígenas da Amazônia deve ser avaliada, no entanto, no contexto da população não étnica, que é o produto de 400 anos de migração e da subsequente fusão social causada pela miscigenação.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito por Timothy J. Killeen com tradução de Lisete Correa

Mel de abelha é fonte de renda para ao menos 200 famílias de apicultores em Roraima

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Produção de mel é considerada uma atividade sustentável à natureza. Foto: Josivan Antelo/Rede Amazônica RR

Ao menos 200 famílias vivem da produção do mel de abelha em Roraima, cenário que tem se expandido nos últimos anos no estado. A previsão é que sejam coletadas cerca de 240 toneladas do alimento doce natural este ano.

Leia também: Mel de abelha: saiba 8 propriedades do alimento

Um dos pioneiros no ramo da apicultura no estado é o produtor rural Waldemar Sartor, de 81 anos, dono de um apiário no município do Cantá, distante cerca de 35 quilômetros da capital Boa Vista.

“Realmente, nós estamos em um índice bastante de produção. Muita gente está interessada em produzir mel porque é uma coisa lucrativa”, diz Sartor. E ele explica porque considera uma atividade com boa renda:

“Você gasta um dia por mês. Você vai lá, colhe, não precisa colocar vigia, não precisa vacinar, não precisa pagar alguém para cuidar. Ela está lá e te dá esse resultado. Daqui um mês, eles vão lá de novo. Vão tirar a mesma quantidade de mel. Então, economicamente, vale a pena”, avalia.

Leia também: Meliponicultura: Entenda o universo das abelhas sem ferrão na Amazônia

E não é apenas Waldemar Sartor que dedica a vida à apicultura. O trabalho se tornou um negócio familiar. Com ele, o filho Eduardo Sartor, de 41 anos, também contribui para o manejo das abelhas para que o resultado seja um mel de qualidade.

Na propriedade da família Sartor, o processo de coleta do mel é feito forma manual. Por isso, a ideia é que antes de investir no setor, seja feito um mapeamento de área. Depois de retirar os favos de mel, o alimento vai para uma cooperativa em Boa Vista onde é feito o beneficiamento – o processo que consiste em transformar o mel in natura em um produto comercial no mercado.

Com as queimadas registradas no início deste ano em Roraima, a estimativa é que a produção de mel seja menor que no ano passado. No entanto, os apicultores têm expectativa de vender para lugares fora do estado.

Para garantir a qualidade, os apicultores contam com orientação técnica, em que são instruídos sobre como melhorar produção, aproveitar os recursos, além do uso de tecnologia.

“Nós estamos trabalhando para poder exportar o nosso mel do nosso estado. Temos um desafio a ser enfrentado que é conseguir o nosso SIF [Serviço de Inspeção Federal], a nossa Casa do Mel tá trabalhando. Estamos tentando conseguir o SIF, que é o que nos autoriza fazer a exportação do mel para outros países, como Alemanha, partes da Europa, e levar esse mel de altíssima qualidade de Roraima para o resto do mundo”, disse o técnico agropecuário Gustavo Vivian, que atua com a família Sartor e com outros apicultores no estado.

Rico em nutrientes, o mel tem uma série de benefícios ao consumo humano, como o seu alto potencial antioxidante e anti-inflamatório, além de ser um inibidor do crescimento de diferentes bactérias, vírus e fungos patogênicos, ou seja, apresenta atividade antimicrobiana, e tem propriedades anticancerígenas.

Por Nylo Monteiro, da Rede Amazônica RR

Extração ilegal de madeira aumentou 19% na Amazônia

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A área com extração ilegal de madeira na Amazônia cresceu 19% em um ano, passando de 106 mil hectares entre agosto de 2021 e julho de 2022 para 126 mil hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023. O total equivale à retirada de madeira em 350 campos de futebol por dia sem autorização dos órgãos ambientais. As informações lançadas durante o 8º Fórum de Soluções em Legalidade Florestal – O Futuro das Florestas na Amazônia, foram compiladas pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), a cargo de uma rede de organizações de pesquisa ambiental: ICV, Idesam, Imaflora e Imazon.

As áreas de exploração madeireira foram identificadas e mapeadas por meio de imagens de satélite e contrapostas às autorizações de exploração emitidas pelos órgãos ambientais. O Simex é o principal indicador da atividade madeireira legal e ilegal na região amazônica. Os índices reúnem informações de sete estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima).

No total, a área de florestas nativas explorada para fins madeireiros foi de 366 mil hectares, sendo 65% de forma legalizada. Mato Grosso liderou no quesito extensão de área florestal dedicada à exploração madeireira, com 60%, ou cerca de 200 mil hectares. Em seguida, ficaram Pará e Amazonas – 14%, cada um, na casa dos 50 mil hectares.

Veja o infográfico completo:

Perfil da ilegalidade

A maior parte da extração ilegal (71%) aconteceu em imóveis rurais privados. Ou seja, os principais protagonistas dessa prática criminosa estão identificados em cadastros públicos e são passíveis de responsabilização. Nessa categoria, em torno de 650 imóveis estão envolvidos na extração ilegal, sendo que apenas 20 deles responderam por quase um terço dos ilícitos.

O segundo tipo de território mais afetado pela extração criminosa foram as Terras Indígenas (com 16%), categoria mais atingida entre as áreas protegidas. As TIs Kaxarari e Tenharim Marmelos lideram o ranking e, não por acaso, ambas se situam em zona de influência da BR-319. As TIs são áreas de proteção integral, apenas para utilização indireta dos recursos naturais, com o objetivo de preservar os modos de vida dos povos tradicionais e a biodiversidade. No entanto, viram alvo fácil do crime, que invade esses territórios, promove degradação e ameaça os indígenas.

Ameaça ao mercado e às comunidades

André Vianna, diretor-técnico do Idesam, destaca que a exploração predatória afeta a oferta legal de madeira. “Há uma exposição a situações de risco para os trabalhadores que participam da atividade ilegal aliada a um impacto extremamente negativo para o mercado. O produto ilegal compete com a madeira licenciada, prejudicando todo o setor, tanto pelo achatamento do preço quanto em termos reputacionais, o que dificulta o acesso a mercados que valorizam o produto e pagam mais por ele.”

O cenário se agrava quando associado à constatação de uma queda de 17% na área de exploração autorizada, que passou de 288 mil hectares entre agosto de 2021 e julho de 2022 para 239 mil hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023. Para Leonardo Sobral, diretor Florestal do Imaflora, aumentar o manejo florestal responsável é o caminho para combater as ilegalidades na extração madeireira e gerar benefícios para todo o planeta. “Com o acirramento das mudanças climáticas, o manejo florestal é fundamental para reduzir emissões e conservar a floresta em pé enquanto gera renda e desenvolvimento social. A extração ilegal leva à degradação, aumentando riscos de incêndios, perda de biodiversidade e conflitos fundiários.”

Dalton Cardoso, pesquisador do Imazon, destaca que a exploração madeireira realizada a partir de planos de manejo autorizados pelos órgãos ambientais precisa ocorrer de forma sustentável, gerar empregos e pagar impostos. “É muito importante que os governos criem mecanismos para incentivar a atividade legalizada e fiscalizá-la de forma efetiva. O aumento da ilegalidade gera danos ambientais, ameaça povos e comunidades tradicionais e enfraquece o setor madeireiro, além de prejudicar a imagem do país no mercado internacional”, afirma.

Forte queda na produção

A atividade madeireira foi objeto de um segundo mapeamento, também apresentado no 8º Fórum de Soluções. Produzido pela plataforma Timberflow, mantida pelo Imaflora e dirigida a operadores de mercado, esse mapeamento aponta recuo na produção madeireira da Amazônia. Segundo o levantamento, entre janeiro e dezembro de 2023, a extração de produtos madeireiros na região atingiu seu mais baixo patamar desde 2010, passando de uma média de 10 a 12 milhões de metros cúbicos de madeira em tora para 5,8 milhões de metros cúbicos.

Veja o estudo completo:

Baseada em dados oficiais, como o Documento de Origem Florestal (DOF) e a Guia Florestal (GF), que registram origem e transporte de produtos madeireiros da Amazônia, a plataforma acaba de ser redesenhada, com apoio de especialistas da Universidade de São Paulo, para utilizar modelos matemáticos que permitem aos compradores da madeira amazônica dimensionar a probabilidade do risco de ilegalidade em algum elo da sua cadeia de fornecimento.

Várias hipóteses se combinam para explicar a grande queda na produção em 2023. A primeira, apontada inclusive por produtores, é que a demanda caiu e os estoques estão altos no mercado interno, responsável por 92% do consumo. A segunda tem a ver com a imagem da madeira nativa. Poucos entendem que a produção madeireira sustentável é possível (e desejável), e o medo de envolvimento com madeira ilegal alimenta o surgimento gradativo de matérias-primas substitutas e mais baratas. “Um terceiro fator é a falta de uma estratégia para o setor, envolvendo atores públicos e privados. É preciso conectar as iniciativas públicas, como o impulso às concessões, a estratégias de valorização da atividade e de fomento do mercado, ou o futuro da atividade estará fortemente comprometido”, alerta Sobral.

A retração no consumo está presente no mercado interno e externo. E tem como agravante a concentração de 50% da demanda em apenas oito das mais de mil espécies madeireiras que a Amazônia oferece. As campeãs desse ranking são ipê, tauari e maçaranduba – o que prenuncia novos problemas para o setor. É que o ipê e o cumaru foram incluídos no Anexo 2 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção. Com manejo responsável, elas podem ser exploradas, mas os produtores temem uma reação do mercado semelhante à que ocorreu quando o mogno brasileiro foi incluído nessa lista e simplesmente perdeu toda demanda.

Baseada em dados oficiais, como o Documento de Origem Florestal (DOF) e a Guia Florestal (GF), que registram origem e transporte de produtos madeireiros da Amazônia, a plataforma acaba de ser redesenhada, com apoio de especialistas da Universidade de São Paulo, para utilizar modelos matemáticos que permitem aos compradores da madeira amazônica dimensionar a probabilidade do risco de ilegalidade em algum elo da sua cadeia de fornecimento.

Várias hipóteses se combinam para explicar a grande queda na produção em 2023. A primeira, apontada inclusive por produtores, é que a demanda caiu e os estoques estão altos no mercado interno, responsável por 92% do consumo. A segunda tem a ver com a imagem da madeira nativa. Poucos entendem que a produção madeireira sustentável é possível (e desejável), e o medo de envolvimento com madeira ilegal alimenta o surgimento gradativo de matérias-primas substitutas e mais baratas. “Um terceiro fator é a falta de uma estratégia para o setor, envolvendo atores públicos e privados. É preciso conectar as iniciativas públicas, como o impulso às concessões, a estratégias de valorização da atividade e de fomento do mercado, ou o futuro da atividade estará fortemente comprometido”, alerta Sobral.

A retração no consumo está presente no mercado interno e externo. E tem como agravante a concentração de 50% da demanda em apenas oito das mais de mil espécies madeireiras que a Amazônia oferece. As campeãs desse ranking são ipê, tauari e maçaranduba – o que prenuncia novos problemas para o setor. É que o ipê e o cumaru foram incluídos no Anexo 2 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção. Com manejo responsável, elas podem ser exploradas, mas os produtores temem uma reação do mercado semelhante à que ocorreu quando o mogno brasileiro foi incluído nessa lista e simplesmente perdeu toda demanda.

Virada estratégica

“As pesquisas divulgadas indicam que o mercado de madeiras nativas da Amazônia está diante de desafios importantes. O 8º Fórum de Soluções é um espaço voltado a pensar em como desenvolver e amadurecer estrategicamente a atividade madeireira legal”, afirma Sobral. Ele ressalta que o manejo florestal é uma solução, sobretudo para a região de maior pressão na Amazônia. “As áreas de interior, com floresta conservada e sem pressão para desmatamento, podem encontrar outros caminhos de desenvolvimento econômico e social. O desafio são as regiões florestais sob pressão de desmatamento, na fronteira da atividade ilegal e predatória”, explica.

A busca de conformidade legal, a melhoria na transparência de informações e a rastreabilidade da madeira nativa são parte fundamental de uma estratégia que visa expandir concessões florestais para realização de manejo florestal por empresas e cooperativas, impedindo que a extração ilegal e predatória se instale. “Além dos benefícios diretos que as concessões florestais trazem para as comunidades locais, elas também garantem a origem sustentável da madeira. Por isso, estabelecemos uma meta ambiciosa: expandir as concessões de 1,3 milhão para cerca de 5 milhões de hectares nos próximos anos”, diz Renato Rosenberg, diretor de Concessões Florestais e Monitoramento do Serviço Florestal Brasileiro.

*Com informações da Imazon

Professores de escolas indígenas em Roraima lançam livro sobre a cultura do povo Macuxi

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Foto: Divulgação/IFRR

Histórias, lendas e práticas culturais que fazem parte da vivência do povo Macuxi foram reunidas no livro ‘Ko’Ko Rutî – Vovó Jamanxim’, produzido por 81 professores de escolas municipais das regiões da Raposa Serra do Sol e Baixo Contigo, em Normandia, o 5º município mais indígena do Brasil, no Norte de Roraima.

Formada por uma coletânea de seis histórias – ou pandom, em Macuxi – a obra foi lançada no dia 10 de outubro na Casa de Cultura Jaider Esbell, em Normandia, após um ano de pesquisa e produção. O trabalho surgiu como uma atividade acadêmica do curso Técnico de Magistério Indígena do Instituto Federal de Roraima (IFRR) no Campus Avançado Bonfim.

‘Ko’Ko Rutî – Vovó Jamanxim’ aborda temas importantes para a identidade e a conexão com a natureza. Além disso, é um registro cultural do cotidiano das comunidades nas regiões da Raposa e Baixo Contigo.

Entre as histórias, há os destaques para utensílios tradicionais indígenas, como o jamanxim, um tipo de cesta usada nas costas, a panela de barro e o tipiti, uma prensa em formato cilíndrico feita de cipó.

Compõem o livro as seguintes histórias:

  • Arari, A Lagarta da Maniva;
  • Umîî, A Roça;
  • O’ma’kon Emurukuntî Suminanse, A Festa dos Animais;
  • Maruwa Ye’ku, O Maruwai;
  • Kurakîti Ye, O Caimbé;
  • Oma’ Ne’ka’pî Etarumu Pantoni, A História do Rezo para Acidentes por Animais Venenosos e Peçonhentos.
Professores de escolas indígenas lançam livro em Normandia. Foto: Divulgação/IFRR

Obra bilíngue

O conteúdo do livro é voltado para professores, crianças e jovens matriculados em escolas indígenas de Normandia, por isso, é bilíngue: os textos estão em Macuxi e Português.

Para compor o livro, professores fizeram pesquisas e consultas com as lideranças indígenas da comunidades para registrar as tradições culturais e linguísticas de forma autêntica. O resultado integra o trabalho conjunto entre os autores, estudantes, anciões e colaboradores.

O pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRR, Adnelson Jati Batista, acredita que o livro respeita e valoriza a cultura do povo Macuxi.

O trabalho, para ele, é mais do que um simples material escolar, é uma celebração da cultura indígena, uma ferramenta de resistência e uma forma de manter viva a história e a língua do povo Macuxi.

O livro teve o apoio da prefeitura de Normandia e foi publicado pela editora Educitec, uma organização sem fins lucrativos. Os exemplares estão disponíveis nas escolas de Normandia que fazem parte das regiões da Raposa e Baixo Cotingo.

*Por Nalu Cardoso, da Rede Amazônica RR