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“As gerações passadas já falharam com a gente”: movimento COP das Crianças chama atenção em Belém

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Abertura da Cúpula dos Povos na COP 30, em Belém, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As ações tomadas no presente contra as mudanças climáticas vão impactar diretamente o futuro da atual geração de crianças e adolescentes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mudança climáticas podem levar quase 6 milhões de crianças e jovens à pobreza somente na América Latina. 

Para dar voz aos mais jovens, o movimento COP das Crianças tenta participar e influenciar a agenda de decisões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontece em Belém (PA). 

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A jovem baiana Catarina Lorenzo, de 18 anos, faz parte do movimento e defende que a juventude seja ouvida, umas vez que as ações contra as mudanças climáticas já deviam ter sido tomadas. 

“A gente precisa se mobilizar porque, infelizmente, as gerações passadas já falharam com a gente. Diversas vezes. Para que as mudanças aconteçam, agora a gente vai ter que entrar nesses espaços para ter certeza e cobrar deles, estar no pé. Se eles estão tomando decisões que somos nós quem vamos sofrer os impactos, sejam positivos ou negativos, temos o direito de estar envolvidos em cada processo de construção dessa solução”, argumenta. 

cop30 crianças
Palestra Crianças são parte da solução, na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

A indígena Taíssa Kampeba, de 14 anos, da comunidade Tururukari-Uka, do Amazonas, destaca que o pensamento de uma criança é diferente de um adulto. Ela espera que a conferência ouça os mais jovens para que as soluções climáticas encontradas sejam diferentes.

“Se a gente pudesse participar de uma mesa de negociação com autoridades e eles nos escutassem, seria muito maravilhoso. Porque eles iam ver a diferença das nossas preocupações para as preocupações deles. A gente é um dos que mais sofres com as mudanças climáticas, seria muito importante a gente ser ouvido pelas autoridades que podem fazer alguma coisa”, apela Taíssa. 

Leia também: “Estamos na direção certa, mas na velocidade errada”, alerta Lula na abertura da COP30

A COP das Crianças também é apoiada por mães e pais que lutam pelo direito das novas gerações a um planeta mais sustentável.

A paraense Catarina Nefertari, do movimento Amazônia de Pé, é mãe de uma criança de 10 anos. Ela defende que se reconheça as crianças como agentes de mudanças contra a crise climática. 

“É histórico ter uma COP das Crianças, é super importante que elas sejam porta-vozes de tudo que têm para falar. E de que, através delas, a gente consiga sensibilizar os tomadores de decisão para eles verem que está posto. Elas sabem o que está acontecendo, elas sabem as decisões que estão sendo tomadas e não tem como a gente olhar nos olhos delas, no futuro, e falar que a gente não fez nada. A hora de fazer é agora”, afirma.

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Para os próximos dias de evento, está sendo planejado um encontro entre as crianças e os negociadores para que a pauta da infância seja considerada nas ações adotadas pelos países para evitar o aumento da temperatura do planeta.

*Com informações da Agência Brasil

Áreas protegidas na Amazônia Legal têm piores condições de moradia

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Moradias em áreas protegidas da Amazônia Legal apresentam piores condições do que os lares de áreas protegidas do Brasil como um todo. Nas áreas de conservação ambiental da região, por exemplo, a parcela de moradores com algum tipo de precariedade no lar (75,19%) é quase três vezes a encontrada na população brasileira como um todo (27,28%).

Leia também: Áreas protegidas são quase metade da Amazônia Legal, mostra IBGE

As informações sobre as condições de moradia foram consolidadas e divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).

Os pesquisadores buscaram informações das 1.053 áreas protegidas na Amazônia Legal, sendo 430 unidades de conservação ambiental, 378 terras indígenas e 245 territórios quilombolas. Essas áreas representam quase metade do território da região, que inclui nove estados.

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Amazônia Legal

A Amazônia Legal é a extensão territorial na qual atua a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

A demarcação foi criada para promover o desenvolvimento socioeconômico da região, que abrange os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e a maior parte do Maranhão.

Unidades de conservação ambiental

A Amazônia legal tem quase 1,3 milhão de quilômetros quadrados (km²) ocupados por unidades de conservação ambiental, o que equivale a pouco mais que a extensão do Pará. São 2,27 milhões de habitantes.

Leia também: Saiba o que são as Unidades de Conservação (UCs) e a importância delas para a Amazônia

Entre os moradores dessas unidades, a taxa de alfabetização (saber ler e escrever um bilhete simples) é de 87,08%, abaixo do patamar de unidades de conservação de todo o país (91,16%). Já no total da população brasileira, a taxa chega a 93%.

Em relação à moradia, 75,19% dos residentes de unidades de conservação ambiental dentro da Amazônia Legal convivem com algum tipo de precariedade relacionada ao abastecimento de água, destinação do esgoto ou coleta de lixo. Nas unidades do país como um todo são 40,34%, enquanto a taxa geral do país é de 27,28% dos moradores com algum tipo de precariedade.

Praticamente uma em cada cinco pessoas (22,23%) mora em endereço onde há, simultaneamente, precariedades relacionadas a água, esgoto e destino do lixo. Nas unidades de conservação de todo o Brasil, são 7,31%. Para a população brasileira como um todo, esse nível é de 3%.

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A comunidade quilombola de Santa Fé, no município de Costa Marques, em Rondônia. Foto: Reprodução/Arquivo/Incra RO

Terras indígenas

As terras indígenas da Amazônia Legal ocupam uma área de 1,15 milhão km², equivalente quase à extensão territorial do Pará (1,24 milhão km²), onde vivem 428 mil pessoas.

O IBGE identificou que a taxa de alfabetização é de 77,25%, enquanto, no universo total de terras indígenas do país, o índice é 79,44%.

Quase todos (98,04%) os moradores de terras indígenas na Amazônia Legal viviam em moradia com algum tipo de precariedade relacionada ao abastecimento de água, destinação do esgoto ou coleta de lixo. Já no total de terras indígenas do país, a marca é 92,75%.

Na avaliação, o IBGE desconsiderou habitações tradicionais indígenas, como as sem paredes ou malocas.

Cerca de 280,6 mil moradores (75,05%) de áreas indígenas na Amazônia Legal estavam em lares que tinham, ao mesmo tempo, os três tipos de precariedade. Patamar superior ao das terras indígenas de todo o Brasil (58,09%).

Territórios quilombolas

Os pesquisadores apontam que os territórios quilombolas oficialmente delimitados abrangem uma extensão de 27,2 km² (praticamente o tamanho de Alagoas). São 92 mil pessoas que moram nessas áreas.

Nesses territórios, a taxa de alfabetização alcança 82,13%, nesse caso, acima da média desses territórios em todo o país (80,79%).

Mas, quando se analisa as precariedades de moradia, os territórios quilombolas na Amazônia Legal repetem o comportamento das demais áreas protegidas e se situam em condição pior ao do restante do país: 96,90% dos moradores enfrentam ao menos uma condição, contra 85,89% da média quilombola em todo o Brasil.

Mais de um terço (36,55%) dos habitantes desses territórios na Amazônia Legal estão em situação em que há a presença de precariedade tanto no esgoto, quanto no destino do lixo e abastecimento de água. Na média dos territórios quilombolas de todo o Brasil, essa marca é de 28,19%.

Para a analista do IBGE Marta de Oliveira Antunes, o fato de algumas das regiões serem mais isoladas dificulta a chegada de infraestrutura, mas há ainda falta de investimento direcionado.

“Esses dados mostram que ainda não existe um investimento adequado, no sentido de ser adaptado para a realidade mais rural e mais isolada”, avalia.

*Com informações da Agência Brasil

Países amazônicos anunciam monitoramento conjunto da floresta durante a COP30

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) vai receber R$ 55 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Amazônia, para aprimorar os sistemas nacionais de monitoramento da floresta tropical e fortalecer capacidades técnicas para a prevenção e o controle do desmatamento e da degradação florestal. 

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (13), durante uma atividade na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). Os membros da OTCA são Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.  

“A Amazônia é um vasto sistema, um bioma e, como qualquer quebra-cabeça, danificar uma peça danifica outra. Tudo é importante, cada árvore é importante. Precisamos de monitoramento para podermos agir de forma preventiva ou curativa, dependendo de sua situação”, apontou o etnólogo colombiano Martin von Hildebrand, secretário-geral da entidade.

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O projeto contará com parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que atuará na transferência de tecnologia para demais países membros.

“Uma questão importante que já vinha sendo encaminhada é o painel técnico-científico, voltado ao monitoramento da Amazônia, para servir de base na formulação de políticas públicas, tanto em relação à mudança do clima, quanto relação à biodiversidade, recursos hídricos, recursos pesqueiros”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Segundo Marina, os países amazônicos vão montar uma comissão de ministros de meio ambiente para alinhar estratégias comuns de proteção da floresta e combate ao crime organizado transfronteiriço.

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“Nós queremos sobretudo apostar também numa agenda de desenvolvimento sustentável, na parte de infraestrutura verde e resiliente, na parte de combate à criminalidade e de proteção da biodiversidade, principalmente de ter mecanismos de acesso a recurso genético que não leve à biopirataria e que promova a justa partilha de benefícios”.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Ao todo, a Amazônia tem extensão territorial de 6,7 milhões de quilômetros quadrados (km²), com mais de um milhão de km² de ecossistemas ribeirinhos e uma população de quase 50 milhões de habitantes. Para cuidar desse bioma fundamental para a regulação do clima global, incluindo preservar as correntes de umidade que transportam chuvas para outras partes da América do Sul, a OTCA funciona como organismo intergovernamental de promoção do desenvolvimento sustentável da região.

Cada país tem metodologias e instrumentos próprios de controle e monitoramento do território, mas a ideia da OTCA é uniformizar e padronizar esses procedimentos.

“Se não colocamos a informação de toda a região, de nada nos serve tratar de consertar de um lado e destruir outro”, observou o secretário-geral da entidade, Hildebrand. Um dos instrumentos que podem ser fortalecidos com esta iniciativa é justamente o Observatório Regional da Amazônia (ORA), que já integra diversas bases de informações e disponibiliza dados sobre o bioma em temas como biodiversidade, recursos hídricos, florestas, incêndios, povos indígenas e áreas protegidas, entre outros.

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“O projeto vai desenvolver a interoperabilidade. Esse é um processo de construção coletiva. O Brasil não vai impor nada aos países e os países não vão impor nada ao Brasil. Agora, se a gente não unificar a metodologia, o crime organizado sai vencendo”, alertou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, ao explicar os objetivos do projeto que será financiado pelo banco de desenvolvimento.

*Com informações da Agência Brasil

Colômbia se declara primeiro país em que a Amazônia é uma zona livre de mineração

Foto: Reprodução/Governo da Colômbia

Durante o Encontro de Ministros do Meio Ambiente da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (ACTO), realizado na COP30 em Belém (PA), a Colômbia convidou os países amazônicos a construírem uma Aliança Amazônica pela Vida, tornando a floresta tropical o centro da ação climática, da justiça ambiental e da paz com a natureza, protegendo-a das atividades extrativistas convencionais para promover uma transição energética justa e sustentável.

“A Colômbia decidiu dar o primeiro passo. Tornamo-nos o primeiro país da bacia amazônica a declarar toda a porção colombiana do bioma amazônico como reserva de recursos naturais renováveis, protegendo este bioma da mineração em larga escala e das atividades de extração de hidrocarbonetos. Fazemos isso não apenas como um ato de soberania ambiental, mas também como um apelo fraterno aos outros países que compartilham o bioma amazônico, porque a Amazônia não conhece fronteiras e sua preservação exige que trabalhemos juntos”, afirmou Irene Vélez Torres, Ministra Interina do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual a porcentagem que os países da Amazônia Internacional possuem do bioma?

A ministra enfatizou que, embora a Colômbia represente apenas 7% do bioma amazônico, decidiu protegê-lo em sua totalidade.

“A floresta tropical é uma só, os rios não têm fronteiras, e a vida também não. Proteger a Amazônia não é um sacrifício econômico; é um investimento ético no futuro da região e da humanidade”, ressaltou.

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Foto: Reprodução/Fundación Etnollano

Esse apelo à união surgiu após o anúncio da declaração do bioma amazônico colombiano como Reserva de Recursos Naturais Renováveis, uma medida sem precedentes que torna a Colômbia o primeiro país amazônico a proteger toda a sua região amazônica de novas atividades extrativas, de mineração e de hidrocarbonetos.

Dessa forma, o Governo da Mudança protege mais de 483.164 km² do bioma Amazônico, o equivalente a 42% do território continental colombiano e 7% de toda a Amazônia sul-americana, consolidando o país como referência mundial em ação climática, justiça ambiental e transição energética justa.

“Esta declaração é um compromisso ético e científico. Ela busca prevenir a degradação florestal, a poluição dos rios e a perda de biodiversidade que ameaçam o equilíbrio climático do continente. É uma decisão de vida ou morte”, explicou Vélez Torres.

A medida restringe a expansão de novas atividades extrativistas nos departamentos de Amazonas, Caquetá, Guaviare, Guainía, Putumayo e Vaupés, onde a construção de estradas e a mineração ilegal fragmentaram ecossistemas vitais. Busca-se deter o desmatamento e a degradação, impedir a apropriação indevida de recursos hídricos e proteger o equilíbrio climático da região.

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O bioma amazônico colombiano abriga 10% das espécies vegetais conhecidas do planeta, regula o clima e o ciclo da água e abastece os pântanos andinos que garantem o fornecimento de água para milhões de pessoas.

Uma decisão ética, social e ambiental

A medida reconhece a diversidade humana e cultural da Amazônia, lar de 1,2 milhão de pessoas, em sua maioria indígenas, camponesas e afrodescendentes, que têm sido as principais guardiãs da floresta.

A declaração está alinhada com o Plano Nacional de Contenção do Desmatamento, a NDC3.0 e a Transição Energética Justa e Ecológica, pilares de uma política pública duradoura que protege a Amazônia da exploração insustentável.

Atualmente, existem 43 blocos de hidrocarbonetos e 286 pedidos de exploração mineral no bioma amazônico, cuja ativação colocaria em risco o equilíbrio climático do continente.

“A Colômbia está dizendo ao mundo hoje: não se trata de quanto extraímos, mas de quanto somos capazes de proteger. Nenhum projeto econômico pode se sobrepor ao direito à vida, à água e ao futuro de toda a humanidade e dos povos amazônicos”, enfatizou.

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Trabalho coordenado para a Amazônia

Na Reunião de Ministros, foi lançada a Comissão Especial sobre Meio Ambiente e Clima (Cemac), uma plataforma de cooperação regional para coordenar ações e mobilizar recursos em desenvolvimento sustentável, biodiversidade, florestas e água; combater o desmatamento e os crimes ambientais; e promover a inclusão com a participação efetiva dos povos indígenas e das comunidades locais.

A Colômbia manifestou seu total apoio ao roteiro proposto pela Comissão Especial sobre Meio Ambiente e Clima e reafirmou seu compromisso com a sua implementação. O país participará ativamente do processo de implementação, com o objetivo de fortalecer a ação regional em biodiversidade e clima, integrando as visões e prioridades dos países membros.

Além disso, propôs consolidar esta Comissão como órgão coordenador dos esforços decorrentes da Declaração de Belém, para maximizar seu impacto no bioma amazônico e nas comunidades que o habitam.

Entre as prioridades apresentadas pela Colômbia estão o fortalecimento da cooperação regional contra crimes ambientais, a promoção de uma agenda integrada para a biodiversidade e o clima e o fomento de uma transição energética justa, entendida como uma transformação social e ética.

O país também fez um apelo aos membros para que avancem rumo a um acordo multilateral para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e enfatizou a necessidade de exigir maior comprometimento dos principais emissores em relação à mitigação das mudanças climáticas e ao financiamento.

*Com informações do Governo da Colômbia

Saiba quais são os 21 itens avaliados no Duelo na Fronteira em Rondônia

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No total, 21 itens são avaliados para declarar um vencedor. Foto: Frank Nery/Secom RO

A cidade de Guajará-Mirim (RO) vive dias de emoção, com cor e tradição no Duelo na Fronteira 2025, que acontece de 12 a 17 de novembro, no Bumbódromo Márcio Menacho, com entrada gratuita. A disputa é nos moldes da que ocorre em Parintins (AM), mas entre os bois-bumbás Malhadinho e Flor do Campo.

Leia também: Duelo da Fronteira: conheça a disputa tradicional entre os bumbás de Guajará-Mirim

No total, assim como no Festival Folclórico de Parintins, são 21 itens julgados para declarar o vencedor. A abertura oficial este ano acontece nesta sexta-feira (14), às 20h, com a apresentação do Boi-Bumbá Malhadinho. No sábado (15), quem abre a noite é o Flor do Campo, e no domingo (16), as apresentações se invertem novamente.

A apuração das notas será realizada na segunda-feira (17), marcando o encerramento de mais uma edição do festival.

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Quais são os itens julgados?

Durante as apresentações, 21 itens oficiais são avaliados por uma comissão de jurados. Cada um possui critérios técnicos e artísticos específicos, que valorizam a criatividade, o domínio de arena, a fidelidade ao tema e a força da tradição popular.

Os apresentadores da arena anunciam cada item por número, uma tradição que ajuda o público a acompanhar o julgamento em tempo real.

Veja abaixo a lista completa dos itens julgados:

  1. Apresentador – mestre de cerimônia do espetáculo, responsável por conduzir o show com carisma, dicção e domínio de público.
  2. Levantador de Toada – voz principal do boi, conduz o ritmo e a emoção das apresentações.
  3. Batucada ou Marujada – base rítmica e coração sonoro do espetáculo, garantindo a cadência e o ritmo das toadas.
  4. Ritual Indígena – encenação artística inspirada nos ritos xamânicos da Amazônia, com teatralidade e autenticidade.
  5. Porta-Estandarte – símbolo em movimento do boi, com leveza e sincronia entre o bailado e o estandarte.
  6. Amo do Boi – dono da fazenda e figura tradicional que improvisa versos e conduz o enredo da noite.
  7. Sinhazinha da Fazenda – representa a doçura, graça e elegância da filha do fazendeiro.
  8. Rainha do Folclore – simboliza a força e a beleza da cultura popular com desenvoltura e simpatia.
  9. Cunhã-Poranga – moça guerreira e guardiã da floresta, representa a força feminina e a ancestralidade amazônica.
  10. Boi-Bumbá Evolução – o grande símbolo do espetáculo, que deve se mover com leveza e encenação realista, acompanhado de Pai Francisco e Mãe Catirina.
  11. Toada (Letra e Música) – base musical do festival, avaliada pela melodia, métrica e conteúdo cultural.
  12. Pajé – o curandeiro sagrado da tribo, com forte expressão corporal e domínio de cena.
  13. Tribo Indígena Masculina – grupo coreográfico que representa a força e a sincronia dos guerreiros da floresta.
  14. Tribo Indígena Feminina – representação das mulheres da tribo, com coreografia, cor e expressividade próprias.
  15. Tuxauas – chefes das tribos, avaliados pela criatividade, originalidade e fidelidade ao tema da noite.
  16. Alegoria – estrutura artística e visual que compõe o cenário do espetáculo, destacando beleza e funcionalidade.
  17. Lenda Amazônica – encenação teatral que retrata o imaginário e as tradições do povo amazônico.
  18. Vaqueirada – guardiã do boi, símbolo da tradição, ritmo e sintonia nas coreografias.
  19. Galera – a vibração da torcida que contagia a arena com energia e empolgação.
  20. Organização e Conjunto Folclórico – harmonia entre os diversos itens, ritmo e coesão geral da apresentação.
  21. Coreografia – movimento e expressão corporal de todos os participantes, avaliando ritmo e criatividade. 

Pontuação

O presidente da Associação Cultural Waraji, Paulo Santos, explicou como funciona a avaliação técnica: “Cada item é avaliado com base em méritos e elementos comparativos, de acordo com sua categoria: individual, coletivo ou artístico. A soma das notas de todos os itens define o campeão do Duelo na Fronteira 2025, coroando o boi que melhor traduz a arte, a emoção e a essência da cultura amazônica”.

itens avaliados no Duelo na Fronteira em Rondônia
Foto: Frank Nery/Secom RO

Valorização da cultura popular amazônica

Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o Duelo na Fronteira é um símbolo da união e identidade do povo rondoniense.

“O evento é uma das manifestações culturais mais importantes de Rondônia. Ele expressa a alma do povo, a força das tradições e o talento dos artistas que mantêm viva a nossa história. O governo tem trabalhado para valorizar e fortalecer essas expressões que fazem parte da nossa identidade”, salientou.

Leia também: Duelo da Fronteira é decretado patrimônio cultural imaterial do estado de Rondônia

O secretário da Sejucel, Paulo Higo Ferreira, ressaltou o impacto cultural e econômico do evento: “O Duelo movimenta a economia criativa, gera renda para centenas de famílias e projeta Rondônia nacionalmente como um estado de rica diversidade cultural. Por isso, trabalhamos para garantir a estrutura e o apoio necessário para que o público e os brincantes vivam uma experiência inesquecível”.

O evento é realizado pelo governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), em parceria com a Prefeitura de Guajará-Mirim e a Associação Cultural Waraji, detentora do patrimônio cultural.

*Com informações do Governo de Rondônia

Grupamento de Proteção Ambiental atua na preservação da fauna e da flora em Boa Vista

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Guarnição atende denúncias rotineiras de poluição sonora, queima irregular de lixo, dentre outras. Foto: Andrezza Mariot/PMBV

O cuidado com os recursos naturais é prioridade para o Grupamento de Proteção Ambiental (GPA) da Guarda Civil Municipal (GCM) de Boa Vista. Criada há 7 anos, a equipe atua no atendimento a denúncias de crimes ambientais e no resgate de animais silvestres.

Entre as principais atribuições do GPA estão o patrulhamento preventivo e repressivo em áreas de proteção à natureza, praças, reservas e lagos. Isso para evitar ações que prejudiquem o meio ambiente e garantir a conservação das belezas naturais de Boa Vista.

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Cuidar dos recursos naturais é prioridade. Foto: Andrezza Mariot/PMBV

Segundo o inspetor Vilmo Cardoso, o grupamento recebe diversas entregas voluntárias de animais silvestres, dentre eles, jabutis.

“Nesses casos, nossa equipe vai até o local, faz o resgate e a entrega segura ao Bosque dos Papagaios, localizado no bairro Paraviana, garantindo o bem-estar do animal e a preservação das espécies”, explicou o inspetor.

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Estrutura e parcerias

Após o resgate, o GPA entrega os animais ao Bosque dos Papagaios. Foto: Andrezza Mariot/PMBV

Atualmente, o GPA conta com 28 agentes, que atuam tanto na área urbana quanto na área rural e nas comunidades indígenas de Boa Vista. Além das ações voltadas à fauna, o grupamento também apoia outras frentes da Guarda Municipal e participa de operações conjuntas com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA).

Por meio de um convênio firmado com a SEMMA, o Grupo de Ação Ambiental passou a ter mais autonomia para atuar em ocorrências ambientais. A parceria permite que o grupamento atenda com agilidade e eficiência denúncias rotineiras, como casos de poluição sonora, queima irregular de lixo e descarte inadequado de resíduos sólidos.

Trabalho dos guardas garante o bem-estar dos animais e a preservação das espécies. Foto: Andrezza Mariot/PMBV

“A ampliação do poder de atuação fortalece a fiscalização e contribui diretamente para a preservação ambiental e a qualidade de vida da população de Boa Vista. Além disso, o GPA presta apoio a órgãos municipais, estaduais e federais responsáveis pela fiscalização ambiental, sempre que solicitado”, explicou o secretário adjunto de Segurança e Ordem Pública, Antônio Carvalho Filho.

Para Davi Kopenawa “mudança climática significa pobreza e doença”

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Lideranças indígenas e quilombolas questionam a atuação de líderes dos países para impedir a crise climática. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Durante a COP30, em Belém (PA), o xamã Davi Kopenawa, do povo Yanomami, de Roraima, e Katia Penha, coordenadora da Conaq, Articulação das Comunidades Negras Quilombolas, participaram de um debate nesta quarta-feira (12) sobre as soluções dos territórios para o combate à crise climática, na zona azul, área oficial de negociação da Conferência.

Davi Kopenawa questionou a ausência dos Estados Unidos, um dos maiores poluidores do mundo, nesta COP.

“Quem inventou isso? Mudança climática? Os americanos. Será que tem americanos aqui, para explicar para nós como que eles criaram esse problema, criaram essa doença, criaram esse veneno? Envenenar a água, desmatamento. Eles são culpados. Cadê eles?”.

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COP30 EM BELÉM DISCUTE MUDANÇA CLIMÁTICA
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nos últimos anos, a Terra Indígena Yanomami vem sofrendo com invasões de garimpeiros, que tem levado fome e morte à comunidade. Desde 2023, uma força tarefa do governo federal busca a desintrusão do território. Kopenawa prevê que o mundo passe por mais dificuldades nos próximos anos devido à falta de ações para preservar o meio ambiente.

“Daqui para a frente vai ter muita coisa ruim. Vai morrer muita floresta. Vai ter muito problema. Daqui para frente, 60 anos, a sofrimento vai chegar. Vai chegar fome. Essa mudança climática que, para mim, significa pobreza, doença, poluição de água. Sem a floresta, nós vamos sofrer”.  

Territórios quilombolas e as mudanças climáticas

Já Kátia Penha reforçou o papel da população quilombola na proteção dos diversos biomas do país. Para ela, a solução passa pela titulação das terras tradicionais desta população.

“Nós estamos com uma delegação grande e trazendo pontos. Porque nós queremos discutir soluções climáticas e não há soluções climáticas sem pensar em território quilombola titulado no Brasil. Não há soluções climáticas sem haver mudanças de adaptações viáveis e a gente falando como nós queremos construir essas soluções climáticas”.

Para a coordenadora da Conaq, as ações de combate às mudanças dependem dos líderes mundiais ouvirem as comunidades mais afetadas:

“A comunidade deve ser incluída nas decisões sobre as mudanças climáticas. Nós somos um povo guardião desse planeta e nós estamos nessa América Latina protegendo 205 milhões de hectares. Isso aí não dá para ser invisível e isso precisa discutir aqui como uma política, porque esses territórios estão preservados, porque se tem essas comunidades, esse povo, esse saber ancestral dentro desses territórios”.

*Com informações da Rádio Agência Nacional

Seca extrema e temperaturas recordes de até 41°C levaram ao superaquecimento dos lagos amazônicos

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Botos encalhados. Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

A baixa velocidade do vento, pouca profundidade da água, a alta turbidez, a forte radiação solar e a baixa cobertura de nuvens foram os principais fatores que levaram ao superaquecimento das águas dos lagos amazônicos durante a seca extrema de 2023, no Amazonas. O fenômeno resultou na morte de pelo menos 209 botos-vermelhos e tucuxis em menos de dois meses.

As conclusões fazem parte de um artigo publicado na revista Science dia 6 de npvembro, com a participação de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). 

O ano de 2023 registrou ondas de calor recordes no mundo, com temperaturas elevadas do ar e da superfície do mar. Na Amazônia, a seca severa reduziu o nível de água em lagos da várzea a menos de dois metros, o mais baixo já registrado, provocando a morte de botos e de milhares de peixes.

Nesse cenário, os lagos amazônicos deixaram de oferecer refúgio térmico para as espécies aquáticas, que ficaram expostas às altas temperaturas tanto na superfície quanto em profundidade.

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Assinado por mais de 40 autores de instituições do Brasil, França e Estados Unidos, o estudo foi liderado pelo pesquisador do Instituto Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Ayan Fleischmann. O trabalho analisou o aquecimento em dez lagos da Amazônia Central: Tefé, Coari, Samaumerinha, Amanã, Bua-Buá, Cedrinho, Janauacá, Calado, Miriti e Castanho.

Entre setembro e outubro de 2023, no Lago Tefé (AM), a temperatura da água em toda a coluna d’água (volume de água da superfície até o fundo) ultrapassou 40 graus Celsius (°C) por vários dias, chegando a 41 °C, níveis nunca registrados em águas interiores tropicais.

“O artigo mostra que, em Tefé, toda a coluna d’água atingiu valores superiores a 40°C, sem qualquer camada mais fria para servir de refúgio. Nessas condições, os peixes — organismos ectotérmicos com tolerâncias térmicas estreitas — ficam submetidos a temperaturas letais contínuas. Além do estresse térmico direto, a água quente reduz drasticamente o oxigênio dissolvido, agravando a hipoxemia”, explica o pesquisador do Inpa e coautor do artigo, Adalberto Luis Val. 

Fatores do superaquecimento

Modelos hidrodinâmicos mostraram que o aquecimento extremo dos lagos foi favorecido pela combinação entre alta turbidez, baixos níveis de água, radiação solar intensa e ventos fracos.

De acordo com o estudo, a alta turbidez intensifica o aquecimento da água, sobretudo, quando o nível está baixo na estação seca. O vento, ao provocar turbulência, suspende os sedimentos do fundo, aumentando ainda mais a turbidez e a absorção de calor. 

Ribeirinho andando pelo lago seco em 2023. Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

Além disso, a baixa velocidade dos ventos reduziu a perda de calor da água durante a noite, enquanto o forte aquecimento no dia, elevava ainda mais a temperatura da água.

O gerente científico do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa) e coautor no artigo, Bruce Forsberg, explica que quando o nível da água fica baixo, o vento que passa por cima dos lagos cria uma turbulência que levanta sedimentos do fundo.

“A água ficava muito turva, além de rasa. E essa turbidez faz com que a energia de sol seja toda absorvida no primeiro metro de profundidade, esquentando muito a superfície. O nível de energia do sol ficou maior do que normal nesse período, por causa da falta de nuvens. Tivemos cerca de quatro meses sem nuvens”, conta o pesquisador. 

Tendências de aquecimento

A análise de dados de satélite de 24 lagos amazônicos, entre 1990 e 2023, revelou uma tendência de aumento gradual da temperatura da água de, em média, 0,6°C a cada década, chegando a até 0,8°C por década em alguns lagos.

“Além disso, eventos de aquecimento acima da média têm sido mais frequentes na última década, alertando para a tendência futura de eventos cada vez mais extremos e comuns na região. Em 2024, uma outra seca extrema trouxe novamente ondas de calor para os lagos amazônicos”, observa Ayan Fleischmann. 

Outro dado preocupante foi a amplitude térmica diária observada, que chegou a 13,3°C. “Em condições normais, a água mais profunda geralmente é mais fria, servindo como uma espécie de refúgio para os animais escaparem de temperaturas muito altas. Na seca extrema de 2023, contudo, esse refúgio simplesmente não existia”, alerta Fleischmann. 

Impactos ecológicos e sociais 

O aquecimento extremo da água levou à mortalidade massiva de botos e peixes, além do deslocamento de populações de peixes para outros rios. No dia 28 de setembro de 2023, com temperatura de 39,5°C , foram encontradas 70 carcaças de botos no lago Tefé. 

De acordo com Adalberto Val, o deslocamento é um mecanismo natural de fuga, mas sua eficácia é limitada em eventos extremos como o de 2023.  Estudos anteriores já mostravam que muitas espécies de peixes amazônicos começam a perder desempenho fisiológico acima de 33°C, o que torna inevitáveis mortes em larga escala.

“Em 2023, muitos lagos ficaram isolados ou extremamente rasos, restringindo rotas de migração. Mesmo onde havia conexão — como no canal de Tefé — as temperaturas permaneceram muito altas por longos trechos, ultrapassando 37°C, o que impõe forte barreira fisiológica. Além disso, a adaptabilidade térmica dos peixes amazônicos é modesta: eles toleram apenas aumentos pequenos e graduais, não saltos abruptos de 6–10°C em poucos dias. Portanto, embora alguns indivíduos possam escapar, a maioria das populações enfrenta condições críticas antes que a migração seja possível”, ressalta Val. 

As altas temperaturas e o baixo nível dos rios não causaram apenas impactos ecológicos. As comunidades ribeirinhas que vivem em estreita dependência das águas dos rios, lagos e igarapés para sobreviver também foram afetadas, enfrentando escassez de água potável, alimentos, restrição à pesca,  dificuldade de navegação e isolamento.

Seca extrema e temperaturas recordes de até 41°C levaram ao superaquecimento dos lagos amazônicos
Seca 2023 na Amazônia. Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

Monitoramento contínuo

O estudo reforça que o monitoramento de longo prazo de lagos amazônicos é essencial para compreender o impacto das mudanças climáticas nos ambientes aquáticos amazônicos. E é nessa frente que atua o projeto Lagos Sentinelas da Amazônia,  coordenado por Ayan Fleischmann. A iniciativa busca entender as dinâmicas e os desafios socioambientais, a hidrologia e a qualidade das águas de cinco lagos da Amazônia. Os estudos envolvem quatro lagos situados no Amazonas – Tefé, Coari, Janauacá e Serpa- e um no Pará – Grande de Monte Alegre. 

O projeto reúne 15 instituições nacionais e internacionais, entre universidades, instituições de pesquisa, órgãos municipais e federais, além da participação de comunidades ribeirinhas. Bruce Forsberg coordena as pesquisas no lago Janauacá.

O Lagos Sentinelas é um projeto associado ao Programa LBA e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Leia também: Lagos Sentinelas da Amazônia: projeto investe no monitoramento e diagnóstico socioambiental

Artigo completo: Ayan Santos Fleischmann et al., Extreme warming of Amazon waters in a changing climate. Science 390,606-611(2025). DOI:10.1126/science.adr4029

Áreas protegidas são quase metade da Amazônia Legal, mostra IBGE

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Quase metade da região conhecida como Amazônia Legal é formada por áreas protegidas. A região soma 2,3 milhões de quilômetros quadrados (km²) protegidos, o que representa 46,6% da área total da região político-administrativa, que se espalha por nove estados.

Leia também: Amazonas tem mais de 260 mil pessoas vivendo em áreas protegidas, segundo Censo

As informações sobre áreas de proteção na Amazônia Legal foram consolidadas e divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).

As 1.053 áreas protegidas são formadas por 430 unidades de conservação ambiental, 378 terras indígenas e 245 territórios quilombolas. Esse conjunto representa praticamente um quarto (27,46%) de todo o território brasileiro.

Os dados excluem áreas sobrepostas, ou seja, se uma terra indígena fica em área de conservação ambiental, a extensão territorial não é contada duplamente.

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Amazônia Legal

A Amazônia Legal é a extensão territorial que corresponde à atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

A configuração político-administrativa foi criada para promover o desenvolvimento socioeconômico da região, que abrange os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e a maior parte do Maranhão.

Apesar do nome, a área delimitada reúne, além do bioma amazônico, porções do Cerrado e do Pantanal.

Leia também: Das 10 áreas protegidas mais ameaçadas da Amazônia, 6 estão no Amazonas, revela estudo

A comunidade quilombola de Santa Fé, no município de Costa Marques, em Rondônia. Foto: Reprodução/Arquivo/Incra RO

Terras indígenas

O IBGE constatou que as 378 terras indígenas na Amazônia Legal se estendem por uma área de 1,15 milhão km², equivalente quase a extensão territorial do Pará (1,24 milhão km²). 

Nas terras indígenas da Amazônia Legal vivem 428 mil pessoas, sendo 94,29% delas autodeclaradas indígenas. Os moradores dessas terras são 62,09% de todos os habitantes de terras indígenas do país.

Os pesquisadores identificaram também localidades indígenas, isto é, aglomerados de ao menos 15 pessoas indígenas, seja ou não em área delimitada oficialmente.

O estudo mostra que a Amazônia Legal concentra 6,8 mil dessas localidades, correspondendo a 78,82% das existentes em todo o país. Das existentes na Amazônia Legal, 78,40% estavam dentro de terras indígenas.

Áreas protegidas são quase metade da Amazônia Legal, mostra IBGE
Apresentação de dança típica do Povo Rikbaktsa na aldeia Beira Rio, Terra Indígena Erikpatsa, no Mato Grosso. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Quilombolas

O IBGE aponta que a Amazônia Legal inclui 245 territórios quilombolas oficialmente delimitados, que ocupam uma área de 27,2 km² (praticamente o tamanho de Alagoas).

Com base do Censo 2022, foi possível identificar 3,1 mil localidades quilombolas (15 pessoas morando próximas), o que corresponde a 36,82% das localidades quilombolas de todo o país.

Nos territórios quilombolas da Amazônia Legal vivem cerca de 92 mil pessoas, sendo 11,49% delas não quilombolas. Os moradores dessas delimitações são 45,09% do total de residentes em territórios quilombolas do país.

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Unidades de conservação

As unidades de conservação ambiental na Amazônia Legal somam quase 1,3 milhão km², pouco maior que a extensão do Pará.

Das 430, 171 são as chamadas unidades de proteção integral, que reúnem áreas como reservas biológica, parques e monumentos naturais.

Leia também: Saiba o que são as Unidades de Conservação (UCs) e a importância delas para a Amazônia

Existem ainda 259 unidades de uso sustentável, que congregam regiões como florestas, reservas extrativistas e áreas de proteção ambiental (APA).

As unidades de conservação mais presentes são parques naturais (26,05% do total), reservas extrativistas (18,37%), APAs e florestas, ambas com 13,49%.

População

Nas unidades de conservação ambiental vivem 2,27 milhões de pessoas, o que representa 8,51% de toda a população da Amazônia Legal.

O Maranhão se destaca com 1,28 milhão de residentes nessas áreas ─ 22,66% de toda a população do estado. Na sequência, figuram Pará e Amazonas, com 7,11% e 6,64%, respectivamente.

Vista da orla do Rio Amazonas em Parintins, com o Mercado Municipal Leopoldo Neves ao fundo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Já Roraima (0,50%) Rondônia (0,65%) e Mato Grosso (0,80%) estão na ponta inversa, com menos de 1% de suas populações em unidades de conservação.

Em julho, o IBGE já havia anunciado que, em todo o Brasil, cerca de 11,8 milhões de pessoas habitavam áreas de conservação ambiental.

De todos os habitantes de unidades de conservação na Amazônia Legal, 90,87% (2,062 milhões) vivem nas APAs.

O IBGE explica que as APAs são áreas “em geral extensas, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas”.

Essas delimitações têm como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

Dos moradores em unidades de conservação na Amazônia Legal, 69,04% são pardos; 16,60%, brancos; e 12,54%, pretos; e as pessoas indígenas, 2,21%.

Para efeito de comparação, o Censo mostra que no país como um todo, os pardos são 45,3%; os brancos 43,5%; e os pretos, 10,2%; e as pessoas indígenas, 0,83%.

*Com informações da Agência Brasil

Resgate da Feira Agropecuária e Festa do Leite promete aquecer economia de Autazes em mais de R$ 15 milhões

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Foto: Divulgação

Após anos de pausa, o município de Autazes retoma com força total um dos eventos mais tradicionais de sua história: a XXIV Feira Agropecuária e a XXV Festa do Leite. O retorno marca não apenas a celebração da cultura e da economia local, mas também um momento histórico, com a confirmação de três grandes atrações nacionais — algo inédito na cidade.

O Evento reforça o compromisso da gestão do prefeito Thomé Neto com o fortalecimento do setor primário, o incentivo ao produtor rural e o resgate das tradições que fazem de Autazes a ―Terra do Leite.

A Feira Agropecuária e a Festa do Leite sempre foram símbolos da identidade autazense, reunindo produtores, agricultores, pecuaristas, empreendedores e famílias em torno da força do campo. Com o resgate da programação em 2025, a Prefeitura de Autazes busca valorizar o setor primário, que é a base econômica do município e responsável por grande parte da geração de emprego e renda local.

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Além disso, todas as áreas estarão envolvidas e serão beneficiadas, como: moto taxistas, taxistas, rede hoteleira, restaurantes e comércios, além de vendedores ambulantes, entre outros. A estimativa é que a economia seja aquecida em torno de R$ 15 milhões nos quatro dias de programação.

O evento acontecerá no Parque de Exposições Jair de Menezes Tupinambá e contará com um espaço para exposição de animais, produtos agrícolas, derivados do leite, artesanato e gastronomia regional, além de rodadas de negócios e palestras técnicas voltadas à inovação e à sustentabilidade na produção rural.

Durante o dia será realizada a feira agropecuária e a noite a festa do leite e um dos grandes destaques deste ano é o inédito número de três atrações nacionais, que prometem movimentar o público e colocar Autazes novamente no mapa dos grandes eventos do interior amazonense.

As atrações nacionais são Banda Magníficos, Léo Foguete e Natanzinho Lima. E as atrações regionais confirmadas são Ângelo Márcio, Mikael, Jhon Veiga, Forró Ideal e George Japa.

A programação musical será uma oportunidade de lazer para a população e de fortalecimento do turismo e da economia local, aquecendo setores como hotelaria, comércio e alimentação. De acordo com a organização, a retomada da Feira e da Festa do Leite representa um reencontro com as origens e o orgulho de ser autazense, celebrando o trabalho de quem vive e faz o campo prosperar.

Leia também: INPI reconhece Indicação Geográfica para o queijo de Autazes, no Amazonas

Foto: Reprodução/ YouTube/ Amazon Sat

Linha de crédito para beneficiar o produtor rural

A XXIV Feira Agropecuária contará com a presença de Agentes Financeiros, como: AFEAM, BASA, BANCO BRADESCO e SICOOB, que atuam com linhas de crédito rural tanto para custeio quanto para investimento. A estimativa é que o valor total disponibilizado para os produtores de Autazes chegue à marca de R$ 1,6 milhão para a aquisição de máquinas, equipamentos, animais e apetrechos de pesca.

Além do crédito rural, também serão realizadas diversas atividades voltadas ao setor primário, possibilitando aos agricultores, pecuaristas e piscicultores o acesso a novas tecnologias, por meio de capacitações das entidades parceiras, como: EMBRAPA, SISTEMA SEPROR, IDAM, ADAF, SEBRAE, FAEA/SENAR, entre outros.

A Feira Agropecuária também contará com expositivos de máquinas, equipamentos, insumos agrícolas, através de várias empresas agropecuárias do Estado, que estarão presentes no evento. Isso possibilita o negócio em tempo real, por meio das linhas de crédito destinadas ao setor primário.

Exposições de animais

Nesta edição da Feira Agropecuária, haverá, também, a exposição de animais, como: bovino, bubalinos, caprinos, ovinos, equinos e pequenos animais. Essa iniciativa trará oportunidades de negócios através da aquisição de touros, matrizes de alta genética, tornando possível o melhoramento genético de animais dessa região. Uma vez que o caminho de desenvolvimento da pecuária de Autazes está no investimento em tecnologia e genética, pontos principais da Feira Agropecuária.

Programação

A programação da Feira Agropecuária será extensa e contará com:

  • corrida de cavalos,
  • concursos de melhor queijo, doce de leite, coalhada,
  • torneio leiteiro, tanto de bubalino quanto de bovino,
  • mostras de pequenos animais, como: caprinos e ovinos;
  • além do rodeio.

Outra atividades também aquecerão a economia de Autazes com oportunidades de negócios e geração de emprego e renda, o que faz o município ser reconhecido como ‘Terra do Leite, Queijo e do Potássio’.