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Tocantins se destaca na Amazônia Legal com menor atuação de facções e redução de quase 30% nas mortes violentas

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Tocantins apresenta um cenário bem menos complexo. Foto: divulgação

O Tocantins é o estado da Amazônia Legal menos permeado pela atuação de facções criminosas e um dos que mais reduziram a violência letal nos últimos anos. É o que revela a 4ª edição do relatório Cartografias da Violência na Amazônia, divulgada em novembro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

De acordo com o levantamento, apenas 17 dos 139 municípios tocantinenses registram algum tipo de presença de organizações criminosas — o equivalente a 12,2% do território estadual. O índice é o menor entre todos os estados da região amazônica, contrastando com cenários críticos como Acre (100% dos municípios), Roraima (86,7%), Mato Grosso (65,2%) e Pará (63,2%).

Leia também: Facções criminosas avançam na Amazônia Legal, aponta estudo

De acordo com o levantamento, apenas 17 dos 139 municípios tocantinenses registram algum tipo de presença de organizações criminosas. Foto: Adilvan Nogueira/Governo do Tocantins

O relatório também demonstra que mesmo nos municípios onde há registros de atuação criminosa, a presença é limitada. Em 82% deles (14 de 17), apenas um grupo opera.

Apenas três cidades apresentam disputa entre facções rivais — um dos menores números absolutos e proporcionais de toda a Amazônia Legal. O estudo ainda destaca que nenhuma cidade tocantinense figura entre as mais violentas da região.

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Presença reduzida de facções

No total, 17 facções foram identificadas em atividade na Amazônia Legal. No entanto, o Tocantins apresenta um cenário bem menos complexo: apenas quatro grupos atuam no estado, com presença restrita e sem sinais de expansão acelerada.

O estudo é realizado anualmente pelo FBSP em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, Instituto Itausa, Instituto Mãe Crioula e o Laboratório Interpretativo Laiv.

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O relatório também demonstra que mesmo nos municípios onde há registros de atuação criminosa, a presença é limitada. Foto: divulgação

Redução expressiva da violência letal

O panorama positivo também é reforçado pelos índices de criminalidade. Entre 2023 e 2024, o Tocantins obteve a segunda maior redução de mortes violentas intencionais da região, com queda de 27,9%. O estado figura ainda entre as menores taxas absolutas da Amazônia Legal, com 19,8 mortes por 100 mil habitantes.

Em 2022, o índice chegou a ultrapassar 30 mortes por 100 mil habitantes, mas vem caindo de forma consistente graças ao ciclo operacional recorde da Polícia Civil e às ações coordenadas da Segurança Pública.

“Não é obra do acaso”, diz secretário

O relatório reforça o posicionamento do Tocantins como referência regional no combate ao crime. Foto: Márcio di Pietro/Governo do Tocantins

“Os dados mostram que o Tocantins é hoje o território menos permeável à atuação de facções criminosas na Amazônia Legal. Isso não é obra do acaso. É resultado direto do fortalecimento da inteligência policial, da repressão qualificada e de estratégias que impedem que essas organizações encontrem espaço para se instalar e expandir. Nosso compromisso é avançar ainda mais nesse modelo”, afirmou.

O relatório reforça o posicionamento do Tocantins como referência regional no combate ao crime organizado e na redução de indicadores de violência, evidenciando avanços obtidos a partir de ações integradas entre Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil.

*Com informação da Agência Tocantins/Dicom – SSPTO

Rondônia registra menor número de queimadas da história em 2025

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Antes (2024) e depois (2025) no período de queimadas em Rondônia. Fotos: Lisia Fonseca

Entre janeiro e novembro de 2025, Rondônia registrou o menor número de focos de queimadas da história, segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram contabilizados pouco mais de 1,8 mil focos, uma redução de 82% em relação ao mesmo período de 2024.

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Desde o início da série histórica, em 1998, o estado de Rondônia nunca havia registrado uma quantidade anual de queimadas inferior a 4 mil focos. Naquele primeiro ano, mais de 6 mil ocorrências foram catalogadas em apenas seis meses (de julho a dezembro).

Mas não é preciso voltar muito no tempo para perceber a diferença. Em 2024, por exemplo, o estado registrou a maior quantidade de queimadas em 14 anos nos primeiros oito meses. Julho foi o pior em quase duas décadas, também de acordo com informações do Inpe.

A fumaça das queimadas alterou significativamente a paisagem do estado: o céu azul, citado no hino de Rondônia, tornou-se raro e, em muitos dias, praticamente inexistente.

Leia também: Estudo mostra que repetição de queimadas ameaça resiliência da Amazônia 

No mesmo ano, Porto Velho liderou os piores índices de qualidade do ar no país por semanas consecutivas. Somente no mês de agosto, mais de 40 voos foram afetados pela baixa visibilidade causada pela fumaça em Rondônia.

No entanto, analisando todos os anos desde o início da série histórica, 2005 apresentou o pior cenário: mais de 40 mil focos. Desde então, os números oscilam. A data base é de 1º de janeiro a 20 de novembro.

Para fins de comparação, até então o “melhor” ano foi 2013: 4 mil focos, que corresponde a 145,2% a mais que este ano.

Mas qual o motivo da redução das queimadas em Rondônia? 

De acordo com o coordenador de Proteção Ambiental da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Marcos de Souza Trindade, 2025 foi um ano atípico em Rondônia e a redução dos focos é resultado da união de diferentes forças no combate às queimadas e ao desmatamento.

“Já existem projeções para o próximo ano e com certeza, os recursos empenhados este ano tendem a se manter, então não haverá pausa. A fiscalização, a educação ambiental, a publicidade e as campanhas vão continuar. A meta é manter os índices baixos e melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou Trindade.

*Por Raíssa Fontes, da Rede Amazônica RO

Iniciativa Amazônia+10 apresenta resultados, com impactos positivos na região

Anunciada pela FAPESP em 2021, durante a COP26 de Glasgow, a iniciativa se traduziu em um consórcio envolvendo o Estado de São Paulo e os nove Estados da Amazônia Legal. Foto: Luciana Constantino/Agência FAPESP

Criada há pouco mais de três anos com o objetivo de ampliar o financiamento à pesquisa e à inovação na Amazônia Legal, a Iniciativa Amazônia+10 conseguiu envolver pesquisadores ligados a instituições da região, que contaram com a participação de atores locais em etapas dos estudos, e já obteve resultados práticos, contribuindo com decisões de comunidades locais e políticas públicas.

Esses são alguns dos resultados apresentados na COP30, em Belém (PA), para mostrar os principais impactos da iniciativa. O evento foi realizado no Museu Emílio Goeldi, um dos espaços dedicados à ciência durante as duas semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e teve a participação de cientistas, parceiros e sociedade civil.

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Para mapear esses dados, a iniciativa realizou uma espécie de “censo”, por meio de questionário, respondido por 1.265 pesquisadores, dos quais 43% são nativos da região. Estão ligados a 171 instituições do Brasil e de outros seis países – pelo menos 17% deles estão em instituições paraenses e 13% a amazonenses.

Resultados da iniciativa

Desde 2022, a Amazônia+10 envolveu mais de 1.950 pesquisadores em 61 projetos financiados. Foram produzidos 365 conteúdos acadêmicos e tecnológicos – média de seis por projeto –, entre artigos científicos (243), teses, dissertações, patentes e outros tipos de propriedade intelectual. Desses, 12 projetos tiveram impacto verificado em políticas públicas e duas patentes foram registradas.

Entre alguns resultados já divulgados estão o projeto que monitora os impactos da usina hidrelétrica de Belo Monte sobre o regime hidrológico do rio Xingu.

Além de colocar indígenas e ribeirinhos como protagonistas na coleta de dados, o programa ofereceu subsídios ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para definição de vazão ecológica e contribuiu com o fortalecimento do Monitoramento Ambiental Territorial Independente (MATI), que atua na Volta Grande do Xingu, no Pará, como referência em ciência comunitária.

Representantes do projeto também participaram de dois debates promovidos pelo Ministério Público Federal na Zona Verde da COP30.

“Esses resultados mostram, não só com números, mas com produtos ao longo desses três anos, a diversidade e o impacto positivo para a ciência brasileira e para as comunidades locais”, avalia Rafael Andery, secretário-executivo da Amazônia+10.

Anunciada pela FAPESP em 2021, durante a COP26 de Glasgow, a iniciativa se traduziu em um consórcio envolvendo o Estado de São Paulo e os nove Estados da Amazônia Legal (por isso, Amazônia+10) para a realização de pesquisas científicas na região. O programa foi assumido pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e hoje conta com a participação das FAPs de 25 unidades da Federação, já mobilizou R$ 162 milhões e tem 16 parceiros externos.

Teve sua primeira chamada de propostas baseada no apoio a projetos colaborativos, divididos em áreas de interesse sobre estudos do território da Amazônia e das pessoas que vivem na floresta e nas cidades da região, além do fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis.

Com isso, 80% dos projetos apoiados envolveram algum ator não acadêmico em seu planejamento e desenvolvimento, mobilizando mais de 8.700 participantes, muitos deles de comunidades locais.

“Alguns estudos mostram que o Brasil tem o que consideramos vazios de pesquisa científica, ou seja, lugares aonde a ciência não chega. Um deles era a região conhecida como ‘Cabeça do Cachorro’ [no extremo noroeste do Amazonas, fronteira com Colômbia e Venezuela]. Conseguimos ter resposta a isso, com três projetos desenvolvidos por lá”, afirma João Arthur Reis, assessor da FAPESP para a Iniciativa Amazônia+10.

O presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel do Nascimento Botelho, destacou a inovação da iniciativa:

“É um modelo diferente e inovador, que tem se mostrado complexo, mas, ao mesmo tempo, eficiente. Tem uma conjunção de pesquisadores de diferentes partes do planeta com foco específico na Amazônia, conjugando conservação e as pessoas que nela vivem”.

Pesquisadora do Museu Emílio Goeldi, a arqueóloga Helena Lima, integrante do projeto Vozes da Amazônia Indígena, reforçou a importância da ciência da região. “Vemos o potencial de mostrar que a Amazônia tem instituições e pesquisadores de excelência. Isso tem de ser valorizado”.

Foto: Luciana Constantino/Agência FAPESP

Expandindo conhecimento

Durante a COP30, pesquisadores de várias regiões brasileiras que integram a iniciativa apresentaram seus projetos, reafirmando o papel estratégico da ciência produzida no território para enfrentar os desafios climáticos e sociais.

Em um deles – uma imersão intercultural – o objetivo foi evidenciar o protagonismo dos povos indígenas e tradicionais. Por meio dos painéis, os participantes conheceram a realidade das populações e debateram questões como justiça climática e desigualdade de gênero.

Além do fortalecimento comunitário, o “censo” apresentado pela iniciativa aponta contribuições para a expansão da infraestrutura de pesquisa e divulgação dos resultados, com a publicação de livros e documentários.

Para 2026, a Iniciativa Amazônia+10 abrirá uma nova chamada de projetos com foco em desafios da sociobioeconomia na Amazônia Legal, que deverão incluir o envolvimento de organizações socioprodutivas do território.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência FAPESP, escrito por Luciana Constantino

Facções criminosas avançam na Amazônia Legal, aponta estudo

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Levantamento revela expansão significativa das facções criminosas. Foto: Reprodução/MP-RO

Um novo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado durante a COP30, revela uma expansão significativa das facções criminosas na Amazônia Legal. De acordo com a 4ª edição do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, o número de municípios sob influência de organizações como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) saltou de 260 para 344 em 2025, um aumento de 32%. 

Isso significa que 45% dos 772 municípios da Amazônia Legal têm presença de facções criminosas. O estudo identificou 17 facções ativas na região, entre nacionais e internacionais, indicando um panorama complexo e fragmentado.

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Principais dados por grupo

Foto: Divulgação /Rede Amazônica
  • O Comando Vermelho (CV) está presente em 286 municípios, sendo dominante em 202 deles e em disputa em outros 84.
  • O PCC tem influência direta em 90 cidades da Amazônia: 31 em hegemonia e 59 em disputa. 

Além deles, facções criminosas regionais como Bonde dos 40 (B40), Tropa do Castelar, Familia Terror do Amapá e ainda organizações estrangeiras como o Tren de Aragua (Venezuela) e Estado Maior Central (Colômbia) também atuam na região. 

Municípios mais impactados

O relatório do FBSP destaca alguns municípios particularmente afetados:

  • Vila Bela da Santíssima Trindade (MT): município pequeno, estratégico para o tráfico por sua proximidade com a Bolívia. Lá, o número de assassinatos subiu de 12 (em 2022) para 42 (em 2024), em parte atribuído ao domínio do CV sobre o garimpo ilegal. 
  • Rio Preto da Eva (AM): enfrentou forte disputa entre o PCC e o CV até meados de 2024; indícios apontam para o monopólio do CV atualmente.
  • São Félix do Xingu (PA): classificado como município médio, sofre com sobreposição de desmatamento, conflitos por terra, presença de facções e até terras indígenas. 
  • Sorriso (MT): cidade grande e importante para o agronegócio, lidera em taxa de mortes violentas, com 77,7 homicídios por 100 mil habitantes, segundo o estudo.
  • Outros municípios destacados pela violência e conflito com facções: Coari, Iranduba, Tabatinga e Santa Inês (AM), além de Altamira e Itaituba (PA).

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Intersecção com crimes ambientais

As facções criminosas não se limitam ao tráfico de drogas
Garimpo ilegal. Foto: divulgação

O relatório também chama atenção para a forma como o crime organizado se articula com a exploração ilegal da floresta:

  • As facções criminosas não se limitam ao tráfico de drogas: atuam na extração mineral ilegal, no desmatamento e no garimpo.
  • Em Mato Grosso, por exemplo, o CV passou a cobrar mensalidades de garimpeiros que operam balsas e escavadeiras, sob ameaça de violência para quem não pagar. A lógica de domínio é territorial e financeira: as facções criminosas criam uma “simbiose” entre poder bélico (violência) e poder econômico (exploração ilegal de recursos).

Leia também: Facções criminosas: veja quais são e onde atuam na Amazônia Legal

Violência letal

Foto: divulgação

Em 2024, foram registradas 8.047 mortes violentas intencionais na Amazônia Legal. 

  • A taxa de homicídios regional ficou em 27,3 por 100 mil habitantes, 31% acima da média nacional.
  • O estado mais letal foi o Amapá, com taxa de 45,1 homicídios por 100 mil habitantes.
  • Quanto às mulheres: 586 mulheres foram assassinadas em 2024 na Amazônia Legal, com uma taxa de 4,1 por 100 mil, 21,8% acima da média nacional. Mato Grosso teve a taxa feminina mais alta (5,3). 

Implicações

O avanço das facções criminosas na Amazônia legal traz riscos não só de segurança, mas ambientais e sociais:

  • A presença criminosa concentra-se em territórios estratégicos, como áreas de garimpo, reservas indígenas e regiões remotas de desmatamento. 
  • A expansão pode minar os esforços de governança climática, já que o crime organizado se apropria de rotas de tráfico para lavar dinheiro por meio do desmatamento.

*Com informações da Agência Brasil

Projeto Consciência Limpa promove ações de educação ambiental para preservação de igarapé em Rio Branco

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Imagem: Reprodução/Youtube-Fundação Rede Amazônica

Com o objetivo de gerar conscientização ambiental entre as comunidades locais, o projeto Consciência Limpa chega em Rio Branco (AC) este ano destacando a importância da gestão adequada de resíduos e da conservação da biodiversidade amazônica através da criação de oportunidades de conhecimento que permita a mudança de comportamento voltada à proteção do meio ambiente.

Realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), esta edição do Consciência Limpa foca em moradores das comunidades que vivem às margens do Igarapé São Francisco, na capital acreana, visando a conscientização sobre os impactos de suas ações diárias sobre o meio ambiente.

Localizado na porção Oeste do município de Rio Branco, o igarapé é uma sub-bacia do rio Acre e a maior da área urbana de Rio Branco, com 20 km de extensão.

A programação, marcada para os dias 27, 28 e 29 de novembro, conta com ações educativas, parcerias estratégicas e o uso de tecnologias inovadoras. Já estão programados um dia de atividades de conscientização voltadas à educação ambiental dos moradores, palestra sobre a importância da preservação do Igarapé São Francisco e a necessidade de descarte correto de resíduos, além do desenvolvimento do Pelotão Mirim Ambiental na comunidade – voltado à educação ambiental de crianças de forma lúdica e divertida.

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Imagem: Reprodução/Youtube-Fundação Rede Amazônica

Lançado em 2004, o projeto surgiu da necessidade de abordar a crescente problemática do lixo na Amazônia, que não só ameaça sua biodiversidade, mas também a saúde e o bem-estar das comunidades locais.

A capital do Acre, em 2023, a sofreu gravemente com as cheias dos rios e o transbordamento de igarapés, entre eles, o igarapé São Francisco, atingindo diretamente milhares de moradores da região do seu entorno e causando prejuízos e transtornos com o alagamento de ruas e residências.

Em fevereiro de 2024, o transbordamento das águas do igarapé atingiu 500 famílias, enfatizando a recorrência do problema existente no local.

Por esse motivo, o projeto Consciência Limpa se propõe a desenvolver ações que contribuam com a conscientização acerca da importância da preservação e recuperação do igarapé São Francisco. A perspectiva é impactar um público médio de 100 pessoas na comunidade localmente, que possam se tornar multiplicadores da ações de educação ambiental e se tornar guardiões do igarapé.

As iniciativas também serão amplificadas por meio de campanhas publicitárias e educativas exibidas na TV, rádio, internet e plataformas digitais do Grupo Rede Amazônica, reforçando temas como preservação dos igarapés, descarte correto de resíduos, proteção dos recursos hídricos e relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 6, 13, 14 e 15). Serão exibidos também dois programetes especiais de 60 segundos: “Biodiversidade nos rios da Amazônia” e “Sustentabilidade com foco em ações práticas nas comunidades”.

“Levar o Consciência Limpa a Rio Branco é um passo fundamental no nosso compromisso de fortalecer a educação ambiental na Amazônia. O Igarapé São Francisco carrega histórias, vidas e desafios que precisam ser compreendidos e enfrentados de forma coletiva. Queremos que crianças, jovens e famílias se sintam parte desse processo de transformação, adotando práticas sustentáveis e tornando-se agentes ativos na preservação do território onde vivem”, assegura a diretora institucional da FRAM, Mariane Cavalcante.

Consciência Limpa

O projeto Consciência Limpa é realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM) com o apoio de: Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), Serviço Social da Indústria (SESI), Energisa, Catraia Soluções Ambientais, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Inovação (SDTI), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Prefeitura de Rio Branco.

15ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos amplia debate sobre emergência climática em Manaus

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Filmagens de ‘Yõg Ãtak’. Foto: Divulgação

A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH) chega a Manaus (AM) entre os dias 26 e 29 de novembro, com programação gratuita no Cineteatro Guarany, na Villa Ninita, anexo ao Palácio Rio Negro (Avenida Sete de Setembro, 1546, Centro). A partir do tema ‘Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável’, o evento apresenta filmes e debates que abordam a crise climática, a justiça ambiental e os modos de vida de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, grupos que são os mais vulnerabilizados pela crise climática, mas também os que guardam as práticas mais sustentáveis.

Leia também: Da página às telas: 4 livros sobre a Amazônia que viraram produções audiovisuais

Neste ano, o evento reforça o diálogo entre cinema, direitos humanos e meio ambiente em 12 capitais brasileiras, em sintonia com as discussões da COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém (PA), neste mês de novembro.

A cineasta Sueli Maxakali, liderança do povo Tikmũ’ũn e referência no cinema indígena brasileiro, é a homenageada desta edição. Seu longa mais recente, “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), será exibido na abertura da Mostra em todas as capitais que integram a Mostra.

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O filme, codirigido por Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, narra a busca da cineasta por seu pai, separado da família durante a ditadura militar, e foi premiado em festivais como o de Brasília, o Cachoeira Doc e a Mostra Ecofalante. Confira o teaser:

Filmes e temáticas da mostra

A Mostra reúne 21 filmes selecionados pelas curadoras Beatriz Furtado (UFC) e Janaina de Paula, que articulam diferentes perspectivas sobre território, ancestralidade, memória e preservação ambiental.

Entre os destaques, “Curupira e a Máquina do Destino”, da cineasta Janaína Wagner, obra que conecta mito e história recente da Amazônia ao narrar o encontro entre uma curupira e o fantasma de Iracema, personagem do clássico “Iracema, uma transa amazônica” (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna. O curta reflete sobre as marcas da exploração e da devastação da floresta, revisitando a chamada “Estrada Fantasma”, aberta durante a ditadura militar no Amazonas.

Outros títulos presentes na Mostra são “Pau D’Arco”, de Ana Aranha, sobre a luta por justiça no Pará; “SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente”, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal, que denuncia a contaminação de terras indígenas por agrotóxicos; e “Amazônia sem Garimpo”, de Tiago Carvalho e Julia Bernstein, uma animação que discute os impactos da mineração ilegal na vida dos povos da floresta.

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Mostra de Cinema e Direitos Humanos - pau d'arco, de ana aranha
‘Pau D’Arco’, de Ana Aranha. Foto: Divulgação

A programação é estruturada em quatro sessões. Terra/Nêgo Bispo reúne filmes sobre resistência quilombola, violência no campo e enfrentamento a desastres ambientais. Águas/Antônia Melo destaca conflitos hídricos e narrativas de comunidades pressionadas por grandes empreendimentos. Floresta/Raoni homenageia o líder indígena com obras que abordam ameaças à Amazônia, disputas territoriais e imaginários originários.

A sessão infantil apresenta filmes que estimulam a imaginação e aproximam as crianças de universos culturais e ambientais, como o longa “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”, do diretor Fernando Fraiha, e outras produções voltadas à preservação da natureza.

Todos os filmes contam com janela de Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Após as exibições, haverá debates que contarão com acessibilidade em Libras.

Oficina

Como parte da programação, a Mostra realiza em todas as cidades uma formação em cinema e direitos humanos, com o tema “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”. Em Manaus, a oficina ocorreu nos dias 8 e 15 de novembro, no Ifam, conduzida pela professora e pesquisadora em comunicação Laísa Maida.

Em encontros com um total de nove horas/aula, os alunos foram estimulados a se apropriarem do cinema como ferramenta de afirmação cultural, de preservação de saberes e fazeres tradicionais, de relação sensível com a terra e o território, além da valorização das diferentes identidades e modos de vida que constituem a multiplicidade da sociedade brasileira.

O público prioritário são agentes culturais com atuação em comunidades e territórios periféricos, professoras e professores, pessoas interessadas na relação entre o cinema, a educação e os direitos humanos. Esta proposição se firma pelo desejo de que as metodologias e dispositivos pedagógicos com o cinema possam ser replicados nos espaços educativos e culturais em que os participantes atuam, promovendo a cultura dos direitos humanos em diferentes territórios.

Histórico da mostra

A Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma estratégia do Governo Federal para a consolidação da educação e da cultura em Direitos Humanos, entendendo o audiovisual nacional como forte aliado na construção de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade e do respeito às diferenças.

Criada em 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a mostra amplia e diversifica os espaços de informações e debates sobre direitos humanos, por meio da linguagem cinematográfica, tornando-se instrumento valioso de diálogo e transformação para públicos com pouco ou nenhum conhecimento sobre direitos humanos.

Programação da 15ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos:

Dia 1 – 26/11, quarta-feira

Sessão de abertura – 18h às 21h Classificação indicativa: 12 anos
Coffee break
Solenidade e falas institucionais

Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2024, 90’)
Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna

Dia 2 – 27/11, quinta-feira

Sessão infantil 1 – 14h às 16h30
Classificação indicativa: Livre

Amazônia sem Garimpo (2022, 6’50”)
Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein

No Início do Mundo (2025, 7’46”)
Direção: Camilla Osório

Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa (2025, 90’)
Direção: Fernando Fraiha

Sessão Nego Bispo (Terra) – 17h às 19h30
Classificação indicativa: 12 anos

Eu Sou Raiz (2022, 7’)
Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara

Ainda Há Moradores Aqui (2025, 42’50”)
Direção: Tiago Rodrigues

Pau D’Arco (2025, 89’)
Direção: Ana Aranha

Dia 3 – 28/11, sexta-feira

Sessão infantil 2 – 14h às 16h30
Classificação indicativa: Livre

Ga vī: A Voz do Barro (2021, 10’40”)
Direção: Ana Letícia Meira Schweig, Angélica Domingos, Cleber Kronun de Almeida, Eduardo Santos Schaan, Geórgia de Macedo Garcia, Gilda Wankyly Kuita, Iracema Gãh Té Nascimento, Kassiane Schwingel, Marcus A. S. Wittmann, Nyg Kuita e Vini Albernaz
Òsányìn: O Segredo das Folhas (2021, 22’)
Direção: Pâmela Peregrino

Do Colo da Terra (2025, 75’)
Direção: Renata Meirelles e David Vêluz

Sessão Antônia Melo (Águas) – 17h às 19h30
Classificação indicativa: 10 anos

Kutala (2025, 5’)
Direção: Fábio Martins e Quilombo Manzo

Rio de Mulheres (2009, 21’)
Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira

Cerrado, Coração das Águas: Conexão Caatinga (2025, 16’46”)
Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva

As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Condução (2021, 12’)
Direção: Kulumym-Açu

Volta Grande (2020, 27’)
Direção: Fábio Nascimento

Rua do Pescador, Nº 6 (2025, 72’)
Direção: Bárbara Paz

Dia 4 – 29/11, sábado

Sessão Raoni (Floresta) – 14h30 às 16h30
Classificação indicativa: 14 anos

SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente (2025, 30’)
Direção: Kamikia Kisedje e Fred Rahal

Faísca (2025, 12’)
Direção: Bárbara Matias Kariri

Grão (2020, 16’)
Direção: Adriana Miranda

Curupira e a Máquina do Destino (2025, 25’)
Direção: Janaina Wagner

Sessão de encerramento – 17h30 às 19h30
Classificação indicativa: 12 anos

Sede de Rio (2024, 72’)
Direção: Marcelo Abreu Góis

Pacote de Belém inclui 29 documentos aprovados na COP30; entenda

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Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Depois de 13 dias de negociação, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) terminou no sábado (22), em Belém (PA), com uma série de avanços e discussões que prosseguirão pelos próximos meses.

A presidência brasileira da COP30 teve como feito a aprovação de 29 documentos de forma unânime pelos 195 países que participaram do encontro na capital paraense.

Esse conjunto de textos ficou conhecido como Pacote de Belém, e está publicado no site da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, da sigla em inglês), âmbito sob o qual se realizam as edições da COP.

🌱💻 Saiba mais sobre a COP30 aqui

De acordo com a presidência brasileira da conferência, as 29 decisões incluem avanços em temas como transição justa, financiamento da adaptação, comércio, gênero e tecnologia.

Entre as maiores conquistas da COP30, está o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Por outro lado, o Mapa do Caminho para afastamento da economia dependente de combustíveis fósseis, uma das prioridades do governo brasileiro, não entrou na lista de consensos. Veja as principais decisões resultantes da COP30:

Fundo Florestas Tropicais para Sempre

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, do inglês Tropical Forest Forever Facility) cria uma forma inédita de pagamento para que países mantenham as florestas tropicais em pé.

Países que preservam as florestas tropicais serão recompensados financeiramente por meio de um fundo de investimento global. Ao menos 63 países já endossaram ideia. O fundo já mobilizou, segundo a presidência da COP30, US$ 6,7 bilhões.

O dinheiro não é uma doação. A proposta é que os investidores recuperem os recursos investidos, com remuneração compatível com as taxas médias de mercado, ao mesmo tempo em que contribuem para a preservação florestal e a redução de emissões de carbono.

A ideia é que as florestas sejam vistas como fonte de desenvolvimento social e econômico.

Leia também: MMA explica como funcionará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre

Financiamento

Os países incluíram no Pacote de Belém o compromisso de triplicar o financiamento da adaptação às mudanças climáticas até 2035 e a ênfase na necessidade de os países desenvolvidos aumentarem o financiamento para nações em desenvolvimento.

O documento Mutirão, classificado pela presidência brasileira da COP30 como um “método contínuo de mobilização que começa antes, atravessa e segue além da COP30”, cita a ampliação do financiamento para os países em desenvolvimento para ação climática, de todas as fontes públicas e privadas, para pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.

122 países com NDC

A COP termina com 122 países tendo apresentado Contribuições Nacionalmente Determinada, conhecidas nas discussões como NDC, sigla em inglês para Nationally Determined Contributions.

NDC são as metas e os compromissos assumidos pelas partes para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Os países devem apresentar a cada cinco anos uma nova versão de NDC, com as ambições atualizadas em relação ao Acordo Paris.

O Acordo de Paris, lançado na COP21, em 2015, reúne ações globais em resposta à ameaça da mudança climática, como a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Meta Global de Adaptação

A COP30 recebeu 59 indicadores voluntários para monitorar o progresso sob a Meta Global de Adaptação. São indicadores que envolvem setores como água, alimentação, saúde, ecossistemas, infraestrutura e meios de subsistência. Todos integram questões transversais como finanças, tecnologia e capacitação.

Atenção às pessoas

Os documentos aprovados ressaltam que a transição justa deve se atentar às pessoas, tanto como protagonistas de ações quanto em termos de igualdade entre elas, de forma que populações vulnerabilizadas recebem atenção maior no cenário de mudança do clima. Pela primeira vez, afrodescendentes foram mencionados nos documentos da conferência sobre o clima. 

Gênero

Os países aprovaram um Plano de Ação de Gênero. A iniciativa amplia o orçamento e o financiamento sensíveis ao gênero e promove a liderança de mulheres indígenas, afrodescendentes e rurais.

Pessoas chegam na entrada da área da Green Zone (Área Verde), na COP30. Foto Bruno PeresAgência Brasil
Pessoas chegam na entrada da área da Green Zone (Área Verde), na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Ambição coletiva

O documento Mutirão reafirma a determinação em aumentar a ambição coletiva ao longo do tempo. Para isso, há dois mecanismos de implementação:

  • Acelerador Global de Implementação: iniciativa colaborativa e voluntária lançada sob a liderança das presidências da COP30 e COP31 para apoiar os países na implementação de NDC e Planos Nacionais de Adaptação. 
  • Missão Belém para 1,5 °C: plataforma orientada para a ação sob a liderança da COP29-COP31, para promover maior ambição e cooperação internacional em mitigação, adaptação e investimento.

COP da Implementação

O Brasil tem defendido que uma série de anúncios e iniciativas de impacto já está em curso, fazendo dessa COP a conferência de implementação das medidas. São exemplos:

  • Iniciativa Fini (Fostering Investible National Implementation), medida para tornar mais viáveis os Planos Nacionais de Adaptação. A Fini reúne países, bancos de desenvolvimento, seguradoras e investidores privados e pretende desbloquear US$ 1 trilhão em projetos de adaptação dentro de três anos, com 20% mobilizados pelo setor privado;
  • A Fundação Gates prometeu US$ 1,4 bilhão para apoiar pequenos agricultores;
  • Plano de Ação de Saúde de Belém, endossado por mais de 30 países e 50 organizações, elevou a saúde como prioridade climática. Recebeu US$ 300 milhões do Fundo de Financiadores do Clima e Saúde (Climate and Health Funders Coalition), uma rede de organizações filantrópicas. Os recursos são destinados a fortalecer sistemas de saúde, hospitais, vigilância e prevenção de doenças resilientes ao clima, especialmente nos países emergentes;
  • Dez países anunciaram apoio ao Acelerador Raiz, iniciativa para restaurar terras agrícolas degradadas e mobilizar capital privado.

Mapa do Caminho

Prioridade do governo brasileiro, inclusive tendo sido objeto de discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias, o Mapa do Caminho, um roteiro para o afastamento dos combustíveis fósseis – emissores de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global – ficou de fora dos documentos.

Na COP, questões precisam ser aprovadas por unanimidade, mas o Mapa do Caminho teve apoio de 80 a 85 países.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e do presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, o Mapa do Caminho não foi descartado. Pelo contrário, fará parte dos próximos meses de discussão entre os países.

O Brasil segue na presidência da COP até novembro de 2026.

“O Mapa do Caminho já não é mais uma proposta apresentada pelo Brasil, pelo presidente Lula, mas por dezenas de países e por milhares e milhares de pessoas em todo mundo, chancelada pela comunidade científica”, disse Marina.

A ministra disse acreditar que cada país deverá ter o seu próprio Mapa do Caminho, assim como acontece com as NDC.

“Um país rico, eu imagino que todos já têm seus mapas do caminho, já têm suas trajetórias muito bem planejadas. Agora países em desenvolvimento, países pobres, dependentes inclusive de petróleo em suas economias, não têm essas trajetórias. É por isso que é muito importante o esforço que será feito”.

Ela ressalta que o Brasil recebeu de mais de 80 países o mandato para tratar do tema, além de ser assunto com respaldo “muito grande na opinião pública, da sociedade civil e da comunidade científica”.

Além do afastamento dos combustíveis fósseis, lembrou Marina, haverá outro mapa referente ao fim do desmatamento.

O embaixador Corrêa do Lago admitiu que imaginava ser difícil ter consenso sobre o Mapa do Caminho na COP30.

“Há uma resistência sobre o tema e havia uma outra possibilidade, que era a de transformar isso em uma agenda importante da COP”, relativiza ele, prometendo estudos pelos próximos 11 meses e meio da presidência brasileira na COP.

“Vamos juntar a maior inteligência possível sobre energia fóssil”, disse.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Brasil, escrito por Bruno de Freitas Moura

Estrutura flutuante para manejo de jacarés no Amazonas é autorizada pelo Ipaam

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Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) autorizou o funcionamento da estrutura flutuante que vai permitir o manejo de jacarés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada no Médio Solimões. A autorização ocorreu na sexta-feira (21).

A licença estadual era a última etapa para a regularização do entreposto, considerado um marco para a atividade e para a geração de renda das comunidades ribeirinhas do setor Jarauá.

Leia também: Primeiro manejo sustentável de jacaré em vida livre do Brasil acontece na Amazônia

A estrutura foi desenvolvida especialmente para a várzea amazônica e vai funcionar como unidade de processamento dos animais manejados na reserva.

O espaço é o primeiro entreposto flutuante totalmente licenciado do Brasil, atendendo às exigências ambientais e sanitárias. Também é o primeiro do país a receber dispensa ambiental.

O manejo já havia recebido autorização federal do Ibama em 2020, referente ao plano vigente à época. Com a nova licença estadual, um novo plano será enviado ao órgão para viabilizar a próxima autorização federal, prevista para 2026. Essa etapa é considerada essencial para garantir a continuidade da atividade.

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manejo de jacarés no amazonas
Foto: Boris Marioni/ICMBio

Manejo de jacarés

Segundo o Instituto Mamirauá, que pesquisas o tema desde os anos 2000, o entreposto flutuante traz mais segurança, organização e melhores condições de trabalho para as famílias envolvidas.

No setor Jarauá, a cota máxima de manejo é de 500 jacarés por ano. A atividade pode gerar entre R$ 230 mil e R$ 240 mil anuais para cerca de 40 famílias diretamente beneficiadas, além de outras comunidades parceiras.

Adelson da Silva Oliveira, 41 anos, presidente da associação local e integrante do manejo há 16 anos, reforça a importância da regularização.

“É uma grande vitória para a comunidade e para o setor. Desde quando cheguei aqui foi uma luta conseguir essa licença para o manejo de jacaré. É uma conquista grande que estamos trazendo para dentro da comunidade. O manejo é um ganho a mais na renda das famílias, e aqui são cerca de 40 famílias, além de outras comunidades que também participam”, afirmou.

Leia também: Por que jacarés e crocodilos são parecidos?

A atividade se soma a outras iniciativas sustentáveis já desenvolvidas na região, como o manejo do pirarucu e a pesca artesanal. Juntas, fortalecem a economia local e mostram que o uso sustentável dos recursos da várzea pode ser uma alternativa viável para conservação e geração de renda.

*Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

Transpetro inicia estudos de implantação de nova base logística de petróleo no Amapá

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Navio sonda NS 42 afretado pela Petrobras Amapá. Foto: Divulgação/Petrobras

O governador Clécio Luís recepcionou, na quinta (20), no Palácio do Setentrião, em Macapá (AP), o presidente da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), Sérgio Bacci, que esteve acompanhado de uma equipe técnica para iniciar os estudos que irão definir a localização geográfica e a implantação técnica e jurídica da nova base logística de petróleo, derivados, gás e biocombustíveis no estado.

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“Ele veio ao Amapá com uma orientação clara da presidenta Magda Chambriard, que comanda a Petrobras, colocando à disposição essa estrutura que envolve todo um ecossistema de empresas que se complementam na prestação de serviços e no fornecimento de insumos. É um passo significativo, que reforça que trabalhamos diariamente para que cada etapa gere resultados positivos para o Amapá e para o país”, destacou Clécio Luís.

estudos de implantação de nova base logística de petróleo no Amapá
Sérgio Bacci ressaltou que o início dessa fase é fundamental para consolidar a presença do sistema Petrobras no Amapá. Foto: Reprodução/Agência Amapá

Sérgio Bacci ressaltou que o início dessa fase é fundamental para consolidar a presença do sistema Petrobras no Amapá e garantir uma área adequada para o escoamento do futuro petróleo da Margem Equatorial. 

“Quero aproveitar para agradecer ao governador. A presidenta Magda me autorizou a vir ao estado após uma conversa que teve com ele durante a OTC. Ela é muito grata pelo esforço que o governador e sua equipe fizeram para ajudar no processo de licenciamento junto ao Ibama. Tenho certeza de que avançaremos para a fase de extração, e que isso elevará o estado a um novo patamar”, pontuou Bacci.

Encontro entre Sergio Bacci e o governador do Amapá, Clécio Luís

O encontro também reuniu a classe empresarial e representantes dos poderes Legislativo, Executivo municipal e Judiciário, que conheceram as bases do projeto da Transpetro no Amapá. Durante a reunião, foram discutidas ações de formação e capacitação da população, especialmente dos jovens, além da necessidade de fortalecer e credenciar empresas locais para participarem das oportunidades geradas pela cadeia do petróleo e gás.

O encontro também reuniu a classe empresarial e representantes dos poderes Legislativo, Executivo municipal e Judiciário. Foto: Agência Amapá

“Estamos trabalhando para construir o melhor destino para o Amapá a partir dessa nova perspectiva. Vamos avançar em várias etapas ao mesmo tempo, aproveitando essa janela de oportunidade para nos preparar. Cada um terá que fazer sua parte, e estou certo de que o resultado será positivo para o estado”, enfatizou o governador.

Ao final da agenda, Clécio Luís e Sérgio Bacci visitaram a área portuária de Santana, onde realizaram uma vistoria técnica como parte da etapa de prospecção da instalação da Transpetro no estado, avaliando as condições logísticas do local.

*Com informação do Governo do Estado do Amapá

Desembargador Raymundo da Silva Perdigão: sereníssimo Grão-Mestre de 1904 a 1908

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O irmão Raymundo da Silva Perdigão foi o primeiro Sereníssimo Grão-Mestre na história do Amazonas. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br 

O irmão Raymundo da Silva Perdigão nasceu no Estado do Maranhão, no dia 14 de outubro de 1866. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal. Assim que concluiu o ginásio, viajou para Bahia. Tempos de grandes dificuldades, filho de família pobre, logo ingressou na Faculdade de Direito da Universidade da Bahia. Aluno aplicado e excelente tribuno foi o orador oficial da sua turma, tendo concluído seu curso com louvor.

Homem simples, mas, de aguda inteligência e de profunda dedicação à leitura geral, baseada especificamente em filosofia para a qual tinha extrema inclinação, fato este que lhe proporcionou uma larga cultura e profunda nos objetivos de sua vida dedicada à advocacia, com largo conhecimento literário. Homem de visão viu no Amazonas, a estrela polar do seu destino na jurisprudência.

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Em Manaus, na qualidade de um jurista dedicado e procurando um lugar ao sol, foi festivamente recebido e logo se viu integrado a sociedade local. Assumiu a cadeira de juiz, tendo sido titular em vários municípios do Amazonas, cargo este que lhe permitiu ficar em contato com o mundo oficial e a elite da população. Foi seu ponto de partida numa estrada e que teria que perlustrar na magistratura do Amazonas.

Uma das características da formação moral do irmão Raymundo da Silva Perdigão, foi a lealdade posta em prova várias vezes, em entrechoques do seu cotidiano. Convém ressaltar esse procedimento das almas nobres, hoje não muito comum.

Nessa escola da vida, o irmão Raymundo da Silva Perdigão foi um bravo gladiador em defesa da moral e da magistratura. Chegou ao cargo máximo de Desembargador por mérito e dedicação.

A trajetória maçônica

O irmão Raymundo da Silva Perdigão foi iniciado maçonicamente na Grande Benemérita Loja Simbólica Esperança e Porvir nº 1 no dia 24 de agosto de 1895. Sua elevação aconteceu, no dia 14 de novembro, de 1895 e a exaltação, em 18 de janeiro de 1896.

Cargos em Loja

Homem de personalidade forte e tribuno qualificado, encontrou nos mistérios maçônicos uma razão a mais na sua vida. No período de 1896 a 1899, mostrou sua capacidade de tribuno na função de orador, tendo sido 2º Vigilante, de 1897 a 1898.

O Sereníssimo Grão-Mestre

Maçom convicto, de uma caminhada meritória, assumindo o importante cargo de Sereníssimo Grão-Mestre, no período de 1904 a 1908, tendo sido o primeiro Sereníssimo Grão-Mestre na história do Amazonas.

Dedicado a ordem, procurou implantar a fraternidade como marca de sua administração à frente dos destinos do povo maçônico. Foi um período de grande desenvolvimento para a maçonaria do Amazonas nessa época. A respeitabilidade marcou a sua administração tendo conduzido a maçonaria com fraternidade e soberania. Seu principal feito maçônico foi promulgar o primeiro Regulamento Particular do Grande Oriente do Estado do Amazonas.

A obra do irmão Raymundo da Silva Perdigão quer na advocacia ou na magistratura, quer na maçonaria ou na sociedade de que fez parte, foi marcada de belos exemplos, em suas sentenças e seus acórdãos, que eram acastelados nas doutrinas clássicas, no rígido objetivo da lei, da moral e da razão, valendo ressaltar que, do seu dever maçônico ou de magistrado, teve a cabeça erguida sendo orgulho para seus familiares, seus amigos e a maçonaria.

O irmão Raymundo da Silva Perdigão nasceu no estado do Maranhão, no dia 14 de outubro de 1866. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

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Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista