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Novo recorde: Governo de Roraima oferece a maior quantidade de pamonhas do Norte do País no São João do Anauá

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Recorde de quantidade de pamonha entregue no São João no Parque Anauá. Foto: William Roth/Secom RR

A tradição está estabelecida. Todos os anos, o Governo de Roraima oferece a maior quantidade de pamonhas do Norte do País para os visitantes do São João no Parque Anauá. O “pamonhaço” veio para ficar.

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A ação é feita com a participação direta de várias secretarias e autarquias do Governo do Estado, coordenadas pela Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima). Neste ano, a entrega das pamonhas ocorreu neste sábado, 27, na penúltima noite da edição de 2025 do arraial, quando a população pôde degustar a iguaria típica das festas juninas.

A feitura do quitute começou pela manhã, quando os milhos foram selecionados, e as palhas foram reservadas para embalar as pamonhas; depois as espigas foram raladas, processadas, peneiradas e finalmente cozidas para, em seguida, serem preenchidas nas folhas. Nesse momento, o governador Antonio Denarium foi à empresa que produziu o alimento e conheceu toda a cadeia de produção.

Recorde de quantidade de pamonha entregue no São João no Parque Anauá
Recorde de quantidade de pamonha entregue no São João no Parque Anauá. Foto: William Roth/Secom RR

Logo, a partir das 19h, as filas foram organizadas no São João no Parque Anauá para o início da distribuição, e se estenderam por muitos metros ao lado da Tenda do Agro. As filas foram caminhando de modo ordenado e rapidamente todos receberam as pamonhas.

Foram distribuídas 5 mil unidades, somando 1.300 quilos do alimento, superando a marca de 960 quilos do ano passado. O peso foi aferido por uma balança da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e certificada pelo Inmetro e Ipem-RR (Instituto de Pesos e Medidas de Roraima).

Para essa quantidade foram utilizadas 100 sacas de milho compradas de produtores indígenas e da agricultura familiar.

Recorde de quantidade de pamonha entregue no São João no Parque Anauá. Foto: William Roth/Secom RR

“Uma tonelada e trezentos quilos, um recorde que foi conferido pela balança da PRF e pelo Instituto de Pesos e Medidas de Roraima. O Ipem me entregou o certificado conferindo o peso. É muita pamonha para toda a população. Lembrando também que o milho foi comprado da agricultura familiar, valorizando os pequenos produtores de Roraima”, declarou o governador durante a pamonhada. Ele participou da ação, entregando pessoalmente as pamonhas para as pessoas nas filas.

Também colaboraram a presidente da Codesaima, Maria Dantas, vários secretários de Estado e a equipe de colaboradores da companhia.

O evento

Recorde de quantidade de pamonha entregue no São João no Parque Anauá. Foto: William Roth/Secom RR

Realizado desde 1991, o São João no Parque Anauá é considerado o maior festejo junino do Norte do Brasil. Em 2025, o evento conta pela primeira vez com recursos federais, repassados pelo Ministério do Turismo.

Outro destaque é o Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas, que reúne 28 agremiações dos grupos Especial, Acesso e Emergente. O Governo de Roraima destinou R$ 1,5 milhão em apoio direto às quadrilhas, com R$ 159 mil em premiações – um aumento de 59% em relação a 2024.

Amapá recebe o primeiro terminal hidroviário; veja como vai funcionar

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1º Terminal Hidroviário do Amapá — Foto: Gea/Divulgação

O Terminal Hidroviário Hercílio da Luz Mescouto, o primeiro do estado, inaugurado no dia 24 de julho na orla de Macapá. Segundo o governo do Amapá, a reforma busca atender os critérios de segurança aquaviários, já que o local é um dos principais pontos de embarque e desembarque de pessoas vindas de regiões próximas à capital.

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A obra custou mais de R$ 2,6 milhões. Localizado no Píer 2 e conhecido anteriormente como “Rampa do Santa Inês”, com a reforma o espaço ganhou:

  • Pista com acessibilidade;
  • Quatro bilheterias;
  • Banheiros adaptados
  • Lanchonete;
  • Iluminação em LED;
  • Passarela coberta;
  • Paisagismo e áreas de convivência.
Amapá recebe o primeiro terminal hidroviário
Espaço passou pela inspeção da Antaq — Foto: Mariana Ferreira/g1

O governador Clécio Luís destaca que a gestão estadual busca manter uma relação amigável com as ilhas do Pará. A obra é tida como um avanço no setor econômico e turístico do Estado. 

“Parte do nosso PIB se deve por essa relação que temos, então temos que valorizar isso. Nossa relação econômica é muito forte, então essa relação tem uma importância afetiva, cultural e econômica. Junto a isso, tem o fato de estarmos à margem de um rio, e a gente não tinha nenhum Terminal Hidroviário ainda. Anteriormente tinha o embarque e desembarque, mas sem segurança e salubridade”, afirmou. 

De acordo com o governo, por ano passam pelo terminal cerca de 90 mil pessoas.

Leia também: Museu Kuahí é reinaugurado no Amapá e pajé mais antigo do povo Karipuna celebra: ‘renascimento’

Fiscalização marítima

Um dos problemas do antigo local é que ele não atendia aos padrões de segurança estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), colocando em risco a vida dos passageiros. 

Sala de espera para passageiros do Terminal Hidroviário do Amapá — Foto: Gea/Divulgação

Em alguns casos, quem precisava embarcar usava uma espécie de ponte de madeira para ter acesso aos barcos. Além disso, a passarela de desembarque de carga era a mesma que os passageiros utilizavam para transitar ao desembarcar.

“Em Macapá existe uma trafegabilidade muito grande de pessoas e cargas. Por isso, agora o terminal garante segurança e comodidade para transportar carga e passageiros, aconteça aqui. Nessa área, teremos a segregação do embarque e desembarque das cargas e dos passageiros, temos também um estacionamento exclusivo para as cargas e para os passageiros, tudo isso dentro dos padrões”, destacou David Covre, secretário de infraestrutura.

A obra iniciou a partir de um acordo judicial, o qual a gestão estadual se comprometeu a realizar as mudanças para se encaixar nos padrões de segurança. 

Cerca de 50 profissionais estiveram envolvidos nas obras e o recurso foi destinado do tesouro estadual. A fiscalização do trânsito na área será realizada pela Secretaria de Estado de Transporte (Setrap). 

Leia também: Marco histórico: lançamento do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari garante segurança hídrica ao maior rio do Amapá

Quem é Hercílio da Luz Mescouto?

1º Terminal Hidroviário do Amapá — Foto: Gea/Divulgação

Engenheiro natural da cidade Bragança no Pará, Mescouto chegou ao Amapá em 13 de maio de 1971. O profissional foi responsável pela construção do Quartel “Plácido de Castro” da Polícia Militar (PM), do Hospital de Emergências de Macapá e do 3º Pavimento do Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (HCAL), do prédio da Seguridade Social (INSS), de 12 casas do Banco do Brasil, além de outros projetos.

*Por Mariana Ferreira, g1 AP — Macapá

Pesquisadores criam curativo feito com bambu amazônico 100% biodegradável

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Marcelo Ramon e estudantes do Ifac durante desenvolvimento do curativo de bambu — Foto: Arquivo/Marcelo Ramon

Um curativo que protege feridas, é absorvido pela pele e ainda ajuda a preservar o meio ambiente. Essa é a proposta do Curativo Biodegradável Nanotecnológico, feito de bambu, desenvolvido por estudantes do Instituto Federal do Acre (Ifac), campus Sena Madureira, no interior do estado, sob orientação do professor de química Marcelo Ramon.

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O projeto será apresentado na prévia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece este ano em Belém (PA), em novembro. O produto, que tem formato arredondado e transparente, foi feito a partir da taboca, uma espécie de bambu nativa da Amazônia.

Pesquisadores criam curativo feito com bambu amazônico 100% biodegradável
Professor Marcelo Ramon, orientador do projeto Curativo Biodegradável Nanotecnológico, feito de bambu — Foto: Arquivo/Marcelo Ramon

Segundo o professor Marcelo, apesar de, frequentemente, ser considerada uma praga por produtores rurais devido aos espinhos, o bambu taboca foi escolhido por apresentar vantagens ecológicas.

“A taboca cresce muito rápido, até 20 centímetros por dia. Em cinco anos, você já tem uma floresta recomposta. Isso quer dizer que se uma área for desmatada hoje, em cinco anos a taboca estará de pé novamente”, explica ele.

Sobre a taboca, ela é:

  • uma planta do gênero Guadua, nativa da América do Sul;
  • pode atingir de 8 a 20 metros de altura;
  • cresce em média até 20 cm por dia;
  • se regenera rapidamente, sendo considerada uma planta de baixo impacto ambiental;
  • apesar de espinhosa, é rica em celulose e compostos úteis para biotecnologia.

Além disso, Marcelo também destaca que o Acre detém a maior concentração de tabocal nativo do mundo.

Dupla de alunos no laboratório do Ifac durante o desenvolvimento do curativo feito a base de bambu — Foto: Arquivo/Marcelo Ramon

“Tem taboca na África e Ásia, mas nada se compara ao que temos na Amazônia. E dentro da Amazônia, o Acre é o estado que mais concentra essa espécie.”

A produção do curativo é dividida em cinco etapas e começou quase por acaso, a partir de uma descoberta feita durante o doutorado do professor.

“Eu trabalhava com a taboca para outra finalidade, e percebi que o pó que a gente extraía, a carboximetilcelulose (CMC), formava um gel muito viscoso em contato com a água. Quando a gente desidratou esse gel, surgiu uma película parecida com plástico. No começo pensamos em usar isso como embalagem de alimentos. Mas como ele se dissolve com água, deixamos de lado. Mais tarde percebemos que isso poderia ser ótimo para feridas, que também têm água, sangue, pus… e aí surgiu o curativo”, detalhou o pesquisador.

Veja abaixo o passo a passo de produção do material:

  1. Coleta da taboca na floresta amazônica;
  2. Transformação da fibra vegetal em carboximetilcelulose (CMC), um pó fino que forma um gel em contato com a água;
  3. Adição de nanopartículas de prata (com ação bactericida) e nanoemulsões de óleos essenciais de copaíba e andiroba, que têm propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes;
  4. Desidratação do gel em estufas, formando uma película sólida e transparente;
  5. Aplicação na pele, onde o curativo se transforma novamente em gel e é absorvido.

Testes e planos

Segundo Marcelo, o curativo já foi testado com sucesso em ratos. Os testes em humanos ainda não foram iniciados por falta de patrocínio.

Rato utilizado nos testes do curativo de bambu — Foto: Arquivo/Marcelo Ramon

“Tem todo um protocolo mais simples para animais. Para humanos, é mais complexo e não quisemos investir energia nisso sem saber se teríamos apoio. Estamos aguardando oportunidades maiores, como a própria COP30 […] o nosso é 100% biodegradável, 100% natural e ainda tem ação medicinal ativa”, diz.

No momento, o produto é feito apenas em escala laboratorial, mas a equipe já pensa no futuro. “O maior desafio hoje é estrutural. Já sabemos fazer. O que falta é maquinário industrial e patrocínio para produção em larga escala. Nossa meta é encontrar investidores e montar uma fábrica no Acre”, completou.

COP30

Neste ano, o curativo biodegradável feito a partir de bambu será apresentado na prévia da COP30, que acontece em novembro, em Belém (PA). O professor ressaltou que a participação no evento será estratégica.

“Queremos mostrar nosso projeto, encontrar investidores e, quem sabe, fechar uma parceria. Não temos grandes expectativas, mas qualquer proposta já será um avanço”, frisou.

O projeto do Ifac é um dos destaques nacionais na área de biotecnologia e bioeconomia. Com aplicação direta na saúde e baixo impacto ambiental, o curativo biodegradável amazônico pode ser o pontapé inicial de uma nova indústria sustentável no Brasil.

Ele lembra ainda que a nanotecnologia tem sido uma aliada poderosa na medicina e outras áreas. Durante o doutorado, ele desenvolveu nanopartículas fluorescentes extraídas da taboca que ajudam a diagnosticar cânceres. “É um campo que ainda vai transformar muita coisa”, concluiu.

*Por Jhenyfer de Souza, g1 AC — Rio Branco

Número de desaparecidos volta a crescer no Acre e supera média de um caso por dia em 2024

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“Saudade: essa dor pode acabar” dá visibilidade ao drama vivenciado pelas famílias do Acre — Foto: Reprodução/MP-AC

O número de desaparecimentos registrados no Acre cresceu mais de 8% e ultrapassou a média de um caso por dia em 2024, segundo dados do Anuário da Segurança Pública. De acordo com o levantamento, 376 pessoas foram declaradas desaparecidas no estado.

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O estudo também revisou o total de desaparecidos que havia sido relatado na edição do ano passado, reduzindo de 400 para 347 o número de registros no ano de 2023.

Com isso, considerando um ano de 365 dias, o estado teve média de 1,03 desaparecidos por dia. Enquanto isso, a estatística de localizados teve um crescimento brusco: foram apenas 320 pessoas localizadas no ano passado, contra 82 em 2023. Esse número também aparece revisado.

Ainda conforme o estudo, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a média de desaparecidos a cada 100 mil habitantes no estado, que foi de 42,7, continua acima do índice nacional, que caiu para 38,5.

Leia também: Mais de 34 mil pessoas moram em unidades de conservação no Acre, diz IBGE

Número de desaparecidos no Acre. Fonte: Anuário da Segurança Pública/Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Registros de desaparecimentos no Acre. Fonte: Anuário do Fórum de Segurança Pública

Pessoas localizadas

Por outro lado, o número de pessoas que tiveram o desaparecimento comunicado e que foram encontradas teve uma subida brusca em 2024 no Acre.

Conforme o anuário, o total saiu de 82 pessoas reencontradas em 2023 para 320 no ano passado. 

Essa estatística não especifica se foram encontradas vivas ou morta, e pode ter distorções. “[…] não foi possível apurar como o registro é realizado: qual o documento de base; se diz respeito a pessoas localizadas vivas ou mortas; se o encontro está ou não vinculado a eventos de desaparecimento previamente reportados; a que ano se refere o desaparecimento eventualmente antes reportado, ou seja, em que ano essa pessoa foi dada como desaparecida. Assim, os registros de pessoas localizadas nos anos de 2023 e 2024 não correspondem, necessariamente, aos casos de pessoas desaparecidas registrados no referido período”, cita o documento.

Banco de dados e campanhas

Em 2023, o aumento no número de desaparecimentos no estado já havia sido detectado. O Anuário do Fórum Brasileiro da Segurança Pública mostra que os registros de desaparecidos no estado aumentaram em 57% entre 2021 e 2022.

As informações sobre pessoas localizadas foram fornecidas por cada estado. No entanto, não foi possível apurar como o registro é feito: qual o documento de base (por exemplo, boletim de ocorrência); se diz respeito a pessoas localizadas vivas ou mortas; se o encontro está ou não vinculado a eventos de desaparecimento previamente reportados; a que ano se refere o desaparecimento eventualmente antes reportado, ou seja, em que ano essa pessoa foi dada como desaparecida. Em 2022, 15 pessoas foram encontradas e em 2021 apenas nove foram achadas.

Assim, os registros de pessoas localizadas nos anos de 2021 e 2022 não correspondem, necessariamente, aos casos de pessoas desaparecidas registrados no referido período. A taxa de registros de desaparecimentos a cada 100 mil habitantes no estado é maior do que a nacional, que é de 32.

Número de desaparecidos volta a crescer no Acre
“Saudade: essa dor pode acabar” dá visibilidade ao drama vivenciado pelas famílias do Acre — Foto: Reprodução/MP-AC

Por conta disso, desde o começo daquele ano, o Ministério Público do Acre (MP-ACRE) começou a tomar algumas medidas como forma de acompanhar esses casos mais de perto. Em janeiro, o órgão lançou a campanha “Saudade: essa dor pode acabar”, para dar visibilidade ao drama vivenciado pelas famílias, sensibilizar a sociedade sobre o problema, além de divulgar informações sobre como proceder diante dessas situações.

Como uma forma de reforçar ainda mais essas buscas e chamar atenção para esses índices, o MP disponibiliza um canal para que o cidadão possa fazer o registro de pessoas desaparecidas. A novidade está disponível no endereço eletrônico.

Para fazer a comunicação, basta ter em mãos o boletim de ocorrência em que o desaparecimento tenha sido comunicado.

“O MP faz parte de um programa que é nacional, chamado Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), que criou um sistema, que é interligado entre os estados, que chama Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid). Em grande parte do país, os MPs que fazem a alimentação do sistema, então recebemos essas informações a partir de registro da ocorrência policial e fazemos a inserção dentro do sistema. Mas, aqui no estado customizamos esse sistema nacional para criar a possibilidade do cidadão comum fazer a inserção dessas informações dentro do sistema nacional sem precisar que os servidores do MP façam essa ponte. Estamos trabalhando para dar maior agilidade a essa informação”, explica a promotora Marcela.

Com isso, qualquer cidadão comum que tenha registrado um boletim de ocorrência de desaparecimento consegue inserir esses dados no sistema. Porém, é importante destacar que esse sistema não substitui a investigação da Polícia Civil, apenas cria um fluxo e um banco de dados para esses perfis, que podem ser acessados por órgãos de outros estados.

“Quando a pessoa registra o boletim na delegacia, ela está comunicando uma situação que pode ser criminosa ou não, aquele desaparecimento pode ser fruto de um crime e a polícia precisa iniciar os seus trabalhos. O que o MP vai fazer é tentar auxiliar esse trabalho de localização dessa pessoa”, diz.

*Por Victor Lebre, g1 AC — Rio Branco

Porto Velho é a segunda pior cidade do país em saneamento básico, aponta estudo

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Porto Velho é a segunda pior cidade do país em saneamento básico, segundo o Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria GO Associados. O estudo tem como base os dados de 2023 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

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Esgotamento sanitário é quase inexistente em Porto Velho, Rondônia
Esgotamento sanitário é quase inexistente em Rondônia, segundo Caerd — Foto: Taísa Arruda/G1

Entre as capitais, Porto Velho ocupa a última posição no ranking de saneamento. A cidade aparece ao lado de outras sete capitais com os piores índices: Manaus (AM), Recife (PE), Maceió (AL), São Luís (MA), Belém (PA), Rio Branco (AC) e Macapá (AP). No total, também se destacam negativamente quatro cidades do Rio de Janeiro, quatro de Pernambuco e três do Pará.

O estudo também mostra que Porto Velho:

  • Tem apenas 12,18% do esgoto tratado;
  • teve 38,56% de perdas na distribuição de água;
  • investimento anual médio no período de 2019 a 2023 foi de R$ 111,55 por habitante.

Há 10 anos entre os piores

Segundo o Instituto Trata Brasil, há 10 anos Porto Velho sempre se apresenta nas piores colocações dentre as 100 maiores cidades do país:

A capital de Rondônia ocupa as piores posições em todas as categorias que envolvem o saneamento básico. São elas:

  • Acesso à água potável: centésimo lugar, a última colocação;
  • Acesso à coleta de esgoto: 97ª posição;
  • Volume de esgoto tratado sobre a água consumida: 94ª posição;
  • Investimento por habitante: 95ª posição.

O que diz o Governo de Rondônia?

Em nota, o Governo de Rondônia informou que reconhece os desafios históricos enfrentados por Porto Velho na área do saneamento básico, causados por décadas de déficit estrutural e paralisações em contratos federais. Segundo a gestão estadual, obras do PAC Saneamento estavam paradas desde 2018 e foram retomadas em 2020, com investimentos na ampliação do sistema de água tratada e implantação da rede de esgoto.

Peixes morrem em igarape seco em Porto Velho. Foto: Edson Gabriel/Rede Amazônica

Ainda segundo o governo, entre as ações em andamento estão obras de ampliação da rede de água tratada e implantação do sistema de esgoto, com construção de estações de tratamento, reservatórios, redes de distribuição e ligações domiciliares.

O governo também informou que busca novos investimentos por meio do Novo PAC, com destaque para obras nos distritos de Calama e Extrema (mais de R$ 12 milhões) e em Guajará-Mirim (R$ 83 milhões). Sobre o ranking do Instituto Trata Brasil, o Estado afirma que os dados não refletem os avanços recentes nem os investimentos estruturantes em andamento.

*Por g1 RO

Pesquisador da Unir é o único brasileiro entre os 50 finalistas do ”Nobel Estudantil”

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O pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Newman de Lira e Melo Neto — Foto: Acervo pessoal

O pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Newman de Lira e Melo Neto, está entre os 50 finalistas do Chegg.org Global Student Prize 2025, prêmio conhecido como o “Nobel Estudantil”. O estudante é o único brasileiro na lista e chama atenção pelo currículo: ele possui oito graduações e tem o recorde brasileiro de maior número de aprovações em estágios federais em um único lugar.

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Newman nasceu em Recife (PE), mas realiza trabalhos e projetos de pesquisa na área do Direito na Universidade Federal de Rondônia (Unir). Ele contou que o sonho de ser pesquisador surgiu durante os estágios, depois de ouvir relatos de professores.

O pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Newman de Lira e Melo Neto
O pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Newman de Lira e Melo Neto — Foto: Acervo pessoal

“Sempre tive o desejo de ser pesquisador em Direito. Durante a graduação em Direito, tive a oportunidade de estagiar e consegui adquirir uma boa experiência prática. No entanto, sentia falta da parte de pesquisa. Então, fui em busca de uma oportunidade e vi o aviso sobre um processo seletivo aberto para pesquisadores na UNIR. Imediatamente, me inscrevi”, explicou.

Apesar das conquistas, a trajetória de Newman não foi fácil. Ele é autista, cresceu em situação de vulnerabilidade e enfrentou sérias dificuldades na educação básica.

“Sempre estudei em escolas públicas e, por meses, ficava sem professores. A presença da polícia era constante para evitar o tráfico de drogas na entrada da escola, o que me levou a estudar de forma autodidata. Assim, apesar de passar meses sem professores, o fato de estudar em casa me fez desenvolver responsabilidade”, disse.

Além das pesquisas, ele participa de projetos sociais e acredita que essa conquista pode ajudar a ampliar o alcance do seu trabalho.

Para chegar à final do prêmio, Newman passou por um processo seletivo com mais de 11 mil estudantes de 148 países. Ele precisou organizar todos os documentos e prestar atenção em cada detalhe.

“É bastante desafiador. É necessário reunir todas as comprovações, certificados e declarações, deixando tudo bem organizado. Prestar atenção nos detalhes é fundamental, pois cada informação é extremamente importante para um processo desse nível”, disse.

Único brasileiro na lista

A emoção veio logo após o resultado. Quando soube que estava entre os 50 melhores estudantes do mundo, Newman ficou completamente sem reação. Era difícil acreditar que todo o esforço, mesmo diante de tantos desafios, tinha sido reconhecido em um prêmio internacional tão importante.

O pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Newman de Lira e Melo Neto — Foto: Acervo pessoal

“Estava trêmulo e não conseguia nem falar, apenas fiquei imóvel. Até hoje, mesmo alguns dias após o resultado, continuo sem acreditar que consegui”, relatou.

Para Newman, estar entre os melhores do mundo é mais do que uma conquista pessoal, é uma forma de representar o Norte e o Nordeste do país.

“Sabemos que na região Norte e Nordeste os desafios são ainda maiores e, justamente por isso, sempre superei meus limites. Dedico-me integralmente a causar um impacto positivo na sociedade. Meu sonho é poder alcançar todo o Brasil”, disse.

Leia também: Pesquisadores da Unir fazem registro de onça parda em Rondônia

Nobel Estudantil

O Global Student Prize busca destacar os esforços de alunos em todos os lugares que, juntos, estão deixando o mundo para melhor.

Foto: Acervo pessoal

O prêmio é aberto a todos os alunos com pelo menos 16 anos de idade e matriculados em uma instituição acadêmica ou em um programa de treinamento e habilidades. Estudantes em tempo parcial, bem como estudantes matriculados em cursos on-line também são elegíveis para o prêmio.

Neste ano, o prêmio anual de US$ 100.000 será concedido a um estudante que tenha causado um impacto real no aprendizado, na vida dos colegas e na sociedade em geral.

Os 10 finalistas do Global Student Prize devem ser anunciados em agosto deste ano. O vencedor, informado no fim do ano, será escolhido entre os 10 finalistas pela Academia do Global Student Prize, composta por pessoas de destaque.

*Por Luciana Kuster, Amanda Oliveira, g1 RO

Rios no Amazonas iniciam processo de vazante e agricultores retomam cultivos para recuperar prejuízos

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Rios no Amazonas iniciam processo de vazante e agricultores retomam cultivos para recuperar prejuízos. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Depois de enfrentar um período de forte cheia, boa parte dos rios no Amazonas agora passam pelo processo de vazante. No município de Benjamin Constant, cortado pelo Rio Solimões, os agricultores voltaram a cultivar a terra, com esperança de recuperar os prejuízos.

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A cheia dos rios no Amazonas afetou mais de 535 mil pessoas, segundo a Defesa Civil. As comunidades atingidas enfrentam dificuldades para se deslocar, perdas na produção agrícola e alagamentos em suas casas.

Rios no Amazonas iniciam processo de vazante
Rios no Amazonas iniciam processo de vazante e agricultores retomam cultivos para recuperar prejuízos. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O ciclo de cheia e vazante influencia diretamente na vida dos ribeirinhos e dos agricultores que agora estão com o solo mais fértil e investindo em novas produções.

Enquanto a mãe limpa a frente de casa, o agricultor Francisco Maciel e o tio preparam o roçado às margens do rio Solimões para plantar mandioca, principal fonte de renda da família, que agora volta a ser possível com a diminuição das águas.

“Está mais fértil, porque quando o rio cresce, também a terra cresce um pouco. Aí ela fica mais fértil, fica melhor a gente plantar. Daí a mandioca dá mais bonito ainda”, contou o agricultor.

O ciclo das águas em Benjamin Constant , na tríplice fronteira entre Brasil , Colômbia e Peru tem enfrentado extremos. Em 2024, houve uma estiagem severa. Em 2025, o município foi um dos 40 do estado do Amazonas que decretou situação de emergência pelo período de cheia – que durou até maio.

Rios no Amazonas iniciam processo de vazante
Rios no Amazonas iniciam processo de vazante e agricultores retomam cultivos para recuperar prejuízos. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Em várias comunidades, as hortaliças plantadas depois da enchente estão prontas para a colheita, mas a ajuda humanitária estadual da cheia só foi entregue na última semana, depois que o rio já havia baixado quase três metros. A ajuda do Governo Federal está prometida para ser entregue nas próximas semanas.

A prefeitura de Benjamin Constant informou que enquanto organiza a distribuição da ajuda da cheia, jáá começou a agir para minimizar os impactos da seca dos rios, conforme o secretário da Defesa Civil do município, Ricelly Dácio.

“Nós estamos saindo do primeiro desastre, que nós estamos já da enchente, mas já estamos pensando e trabalhando, se planejando para o enfrentamento da estiagem. As vezes, o período de chuva é muito, muito escasso. Então, a gente precisa dar uma resposta. A resposta é fazendo a perfuração de poços”, informou.

O agricultor Juarez Fernandes passou a retirar, ao poucos, as folhas e galhos secos da produção perdida de maracujá. A área onde faz sua plantação ficou alagada pela enchente, mas os novos pés já estão crescendo e a expectativa é colher o fruto ainda este ano.

“A água começou a descer 27 de maio. Em junho, nós começamos a plantar e se Deus ajudar, como ele sempre nos ajuda, em novembro nós estamos começando a colher. Vamos colher até a água vir. Se não vier, vamos colher o ano completo e pode chegar no outro ano”, explicou o agricultor que espera recuperar os prejuízos causados pela cheia.

Impactos no estado

Na capital, o Rio Negro alcançou a marca de 29,05 metros, conforme dados do porto, ficando cinco centímetros acima da cota de inundação severa, que é de 29 metros.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc), 444 alunos foram impactados pela cheia dos rios em quatro municípios: Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini. Os alunos seguem com o calendário do “Aula em Casa”, programa de ensino remoto.

Cidade de Itacoatiara, no interior do Amazonas, afetada pela cheia em 2025 — Foto: Liam Cavalcante, da Rede Amazônica

Segundo o Governo do Amazonas, para auxiliar os afetados pela cheia já foram enviados 580 toneladas em cestas básicas, 2.450 caixas d’água de 500 litros, 57 mil copos de água potável da Cosama, além de 10 kits purificadores do programa Água Boa e uma Estação de Tratamento Móvel (Etam) para dezoito municípios.

Também foram destinados 72 kits de medicamentos para os municípios de Apuí, Boca do Acre, Manicoré, Humaitá, Ipixuna, Guajará e Novo Aripuanã, beneficiando mais de 35 mil pessoas.

Manicoré recebeu uma nova usina de oxigênio, com capacidade para produzir 30 metros cúbicos por hora, destinada ao hospital municipal. Já Apuí, foi contemplado com seis cilindros de oxigênio para servir como reserva de segurança.

*Por Ruthiene Bindá, Rede Amazônica

Doenças de verão na Amazônia: prevenção e cuidados essenciais

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Com a chegada do verão amazônico, os estados do norte se preparam para um período de chuvas intensas. Foto: Leandro Morais

Com a chegada do verão amazônico, os estados do norte se preparam para um período de chuvas intensas e altas temperaturas. A umidade e o calor criam ambientes ideais para a proliferação de mosquitos e fungos. Segundo o Ministério da Saúde, entre as condições mais comuns que afetam a população nesta época, as arboviroses se destacam, exigindo atenção redobrada de todos.

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verão na Amazônia
Os estados do norte se preparam para um período de chuvas intensas e altas temperaturas. Foto: Camila K. Ferreira

Leia também: “Verão amazônico”: entenda as origens do fenômeno e suas consequências

Arboviroses são enfermidades resultantes da infecção por vírus transmitidos por mosquitos ou outros artrópodes. No Brasil, uma das arboviroses mais comuns é a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. As chuvas de verão, que formam poças e alagam ruas, facilitam a reprodução do mosquito em recipientes que acumulam água, mesmo os menores. Os sintomas incluem febre alta, dores de cabeça e no corpo, e manchas vermelhas na pele. Para combater a doença, é fundamental eliminar focos de água parada, utilizar repelentes e procurar atendimento médico ao primeiro sinal dos sintomas, evitando a automedicação.

A gripe, uma infecção respiratória causada pelo vírus da Influenza, possui alto potencial de transmissão. Em Belém, o clima quente e úmido contribui para sua multiplicação. O Ministério da Saúde aponta febre, tosse, dor de garganta, dor no corpo e de cabeça como os principais sintomas da doença. Para proteção, recomenda-se o uso de álcool em gel, lavagem constante das mãos e, em caso de sintomas respiratórios, o uso de máscaras.

Leia também: Como combater a dengue: 11 dicas práticas para evitar a proliferação do Aedes aegypti

No Brasil, uma das arboviroses mais comuns é a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Foto: Divulgação

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Para combater as doenças de verão, a prevenção é fundamental. Pequenas atitudes, como a vistoria regular de residências para eliminar focos do mosquito, a adoção de hábitos de higiene adequados e a vacinação contra a gripe, fazem diferença na saúde individual e coletiva. Cuide-se neste verão e aproveite o melhor que a estação tem a oferecer!

*Para informações sobre as doenças e como preveni-las você pode ler a matéria completa em Beira do Rio – Especial de Verão.

Veja (abaixo) a importância dos cuidados com a pele no verão:

Projeto de Lei altera regras de licenciamento ambiental; veja o que muda

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Projeto de Lei altera regras de licenciamento ambiental. Foto: Divulgação

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 17 de julho, o projeto de lei que estabelece regras gerais de licenciamento ambiental. A proposta também cria novos tipos de licença, como para empreendimentos estratégicos e de adesão por compromisso com procedimentos simplificados e prazos menores para análise. O texto será enviado à sanção presidencial.

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O substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados incorpora 29 emendas do Senado ao Projeto de Lei 2159/21, com parecer favorável do relator, deputado Zé Vitor (PL-MG).

Leia na íntegra o Projeto de Lei 2159/21 baixo:

Saiba mais: Portal Amazônia responde: o que é Licenciamento Ambiental?

Ele afirmou que as emendas do Senado contribuem para estabelecer regras claras e objetivas para o licenciamento ambiental. “Após amplo debate com todos os setores interessados que buscaram um diálogo construtivo em prol de um texto equilibrado e que contribua com o desenvolvimento sustentável do País, o projeto se mostra apto”, disse.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o relator da proposta atendeu cerca de 70% das demandas do governo. Segundo ele, houve negociação até o último momento e buscou-se construir uma convergência de um projeto bom para o País. “A primeira a ser visitada pelo deputado Zé Vitor foi a ministra [do Meio Ambiente] Marina Silva”, disse Motta.

A votação dividiu opiniões. Os deputados a favor do projeto argumentaram que ele favorece o desenvolvimento do país. Quem votou contra reclamou que ele pode causar novas tragédias ambientais.

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Licença Ambiental Especial

Uma das emendas aprovadas cria um novo tipo de licenciamento ambiental, chamado de Licença Ambiental Especial (LAE), que poderá ser concedida mesmo se o empreendimento for efetiva ou potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente.

Projeto de Lei altera regras de licenciamento ambiental
Projeto de Lei altera regras de licenciamento ambiental. Foto: Ana Ionova/Mongabay

Esse tipo de licença poderá ser usada para atividades ou empreendimentos considerados estratégicos pelo Conselho de Governo, órgão de assessoramento do presidente da República quanto à política ambiental.

A definição das prioridades será bianual, e uma equipe técnica deverá se dedicar permanentemente à função.

Com prazo de 12 meses para conclusão da análise e decisão sobre o pedido de licença, a LAE terá prazo de validade de 5 a 10 anos, e a autoridade licenciadora dará prioridade à análise dos pedidos de LAE em detrimento de outras licenças.

Segundo o texto, a análise da LAE deverá ocorrer em uma única fase, e a autoridade licenciadora poderá solicitar informações adicionais uma única vez.

Outros órgãos que precisem emitir licenças deverão dar prioridade à emissão de anuências, licenças, autorizações, certidões, outorgas e demais documentos necessários em qualquer esfera administrativa.

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Mineração

Quanto à mineração de grande porte e/ou alto risco, com aprovação de emenda dos senadores, não serão mais observadas normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) até lei específica tratar do tema.

Licença por adesão

Um licenciamento ambiental simplificado por adesão e compromisso (LAC) poderá ser pedido pelo interessado sem necessidade de estudos de impacto.

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 17 de julho o projeto de lei. Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos DeputadosFonte

Cada ente federativo, conforme a competência concorrente de licenciamento ambiental, definirá quais atividades de pequeno ou médio porte e baixo ou médio potencial poluidor poderão usar a LAC, cuja vigência será de 5 a 10 anos.

O uso dessa licença poderá ocorrer se forem atendidas, de forma cumulativa, certas condições, como conhecimento prévio das características gerais da região e de como se darão a instalação e a operação da atividade, os impactos ambientais do tipo de empreendimento e as medidas de controle ambiental necessárias.
Além disso, a intervenção não poderá derrubar vegetação se isso depender de autorização ambiental.

Para obter a licença, o empreendedor deverá apresentar o Relatório de Caracterização do Empreendimento (RCE), mas devido a emenda aprovada a análise por amostragem dessas informações será facultativa em vez de obrigatória. Já as vistorias por amostragem no local passam a ser anuais para conferir a regularidade de atividades autorizadas por meio da LAC.

A LAC poderá ser utilizada para serviços e obras de duplicação de rodovias ou pavimentação naquelas já existentes ou em faixas de domínio; e ampliação e instalação de linhas de transmissão nas faixas de domínio.

Entretanto, outra emenda aprovada incluiu em trecho diferente do texto dispositivo que dispensa de licenciamento ambiental serviços e obras de manutenção e melhoramento de infraestrutura em instalações existentes ou em faixas de domínio e de servidão, incluídas rodovias anteriormente pavimentadas e dragagens de manutenção.

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Autoridades envolvidas

Uma das emendas aprovadas retira de outras autoridades envolvidas no licenciamento ambiental o poder de definir os tipos de atividades ou empreendimentos de cujos licenciamentos deverão participar.

Zé Vitor, relator do projeto de lei. Fonte: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Isso envolve órgãos que devem se manifestar sobre impactos em terras indígenas (Funai) ou quilombolas (Ministério da Igualdade Racial), sobre o patrimônio cultural acautelado (Iphan) ou sobre as unidades de conservação da natureza (ICMBio).

No entanto, o prazo total de prorrogação para que as entidades envolvidas no licenciamento ambiental apresentem seu parecer passa de 10 para 15 dias a mais do prazo padrão de 30 dias. Essa prorrogação precisará de justificativa.

Como o novo texto, a manifestação dessas autoridades deverá ser considerada pela autoridade licenciadora apenas se apresentada no prazo fixado.

Ao mesmo tempo, autoridade ambiental licenciadora não precisará mais avaliar e decidir motivadamente sobre a justificativa da autoridade envolvida quanto ao impacto do empreendimento.

Sobre terras indígenas, por exemplo, o projeto permite a manifestação da Funai apenas sobre aquelas com demarcação já homologada.

Nota técnica da organização não governamental Instituto Socioambiental (ISA) indica que há pelo menos 259 terras indígenas em processo de demarcação (equivalente a 32% da área total desse tipo de terra) que ficariam de fora da análise por ainda não estarem homologadas.

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Maior impacto

Quando o empreendimento ou atividade sob licenciamento tiver de apresentar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ou Relatório de Impacto Ambiental (Rima), as outras autoridades envolvidas deverão se manifestar em 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, caso houver nas proximidades:

  • terras indígenas com demarcação homologada;
  • área interditada em razão da presença de indígenas isolados;
  • áreas tituladas de remanescentes das comunidades dos quilombos;
  • bens culturais ou tombados; ou
  • unidades de conservação, exceto áreas de proteção ambiental (APA).

As condicionantes para o funcionamento do empreendimento (uma usina hidrelétrica, por exemplo), tais como proteção ambiental de determinadas áreas ou realocação de pessoas afetadas (pela barragem, por exemplo), deverão ser fiscalizadas pelo próprio órgão consultado.

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Termo de referência

Para atividades e empreendimentos que dependam apenas de um termo de referência, com estudos menos complexos, a participação de outros órgãos dependerá de as terras, bens tombados ou unidades de conservação estarem próximos do local da intervenção no meio ambiente.

A distância depende ainda do tipo de empreendimento. Assim, por exemplo, na Amazônia, haverá consulta se a distância for de até 8 km para implantação de ferrovias, portos, hidrelétricas sem reservatório e mineração. Em outros biomas, a distância será de 5 km para esses casos, exceto ferrovias (3 km).

Produção indígena

Esses órgãos e a autoridade ambiental poderão cooperar para disciplinar procedimentos específicos para licenciamentos cujos empreendedores sejam indígenas ou quilombolas quando as atividades forem realizadas dentro de suas respectivas terras.

Unidades de conservação

Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento não precisará mais da autorização do órgão responsável por sua administração (no caso federal, o ICMBio).

Ibama X órgãos estaduais

Outra mudança feita pelos senadores e acatada pela Câmara determina que, se órgãos ambientais fiscalizarem atividades sob licença não expedida por eles, deverão apenas comunicar ao órgão licenciador as medidas para evitar a degradação ambiental verificada em autuação.

O órgão licenciador poderá inclusive decidir que não houve infração, o que tornaria sem efeito as multas aplicadas por aquele órgão que fiscalizou.

Assim, por exemplo, quando o Ibama (órgão ambiental federal) fiscalizar e multar empreendimento licenciado por órgão ambiental estadual, o texto prevê que sempre a versão deste último prevalecerá.

Quanto ao processo administrativo, em vez da lei federal serão aplicadas subsidiariamente as leis dos outros entes federativos sobre o assunto.

Renovação automática

O texto permite ainda a renovação automática da licença ambiental por igual período a partir de declaração on-line do empreendedor na qual ele ateste o atendimento da legislação ambiental e das características e porte do empreendimento e das condicionantes ambientais aplicáveis.

Isso será válido para empreendimentos de baixo ou médio potencial poluidor e de pequeno ou médio porte.

Um relatório assinado por profissional habilitado deverá ser apresentado para atestar o atendimento das condicionantes ambientais.

Em relação a qualquer tipo de licença, se o requerimento for apresentado com antecedência mínima de 120 dias do fim da licença original, o prazo de validade será automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva da autoridade licenciadora.

Recursos humanos

A Câmara aprovou ainda emenda excluindo dispositivo que determinava aos órgãos de licenciamento ambiental e às autoridades envolvidas a apresentação de um relatório sobre os recursos humanos necessários ao cumprimento da lei de licenciamento.

O Poder Executivo deveria dar resposta sobre o atendimento ou não das carências relatadas.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Cinco vezes que Amazônia foi referenciada nos trajes típicos do Miss Universo

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Fotos: Reprodução

Ao longo dos anos, a Amazônia tem sido uma das principais fontes de inspiração para os trajes típicos usados por representantes brasileiras no Miss Universo. Com suas cores vibrantes, fauna exuberante e herança cultural ancestral, a maior floresta tropical do mundo já protagonizou desfiles marcantes no palco do concurso de beleza internacional.

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Entre críticas, aplausos e inovações, o imaginário amazônico segue sendo reverenciado como símbolo de brasilidade e alerta ambiental. Encontramos cinco trajes que levaram um pouco da Amazônia para o mundo da misses:

Arara-canindé

Em 2023, Maria Eduarda Brechane levou para o palco uma homenagem à arara-canindé, espécie símbolo da fauna nacional e ícone da biodiversidade amazônica. A criação do estilista parintinense Herleson da Maia uniu referências da floresta, da cultura indígena e do Carnaval brasileiro.

A proposta do traje foi clara: além do impacto visual, promover a conscientização sobre a preservação das espécies e do meio ambiente.

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Foto: Reprodução/Hector Vivas

Cultura indígena

A Amazônia também brilhou em 2018, quando a amazonense Mayra Dias emocionou o público com um traje que prestava tributo às culturas indígenas. Também desenvolvida pelo parintinense Helerson da Maia, a fantasia surpreendeu ao se transformar durante a apresentação: de uma representação de mulher indígena, o figurino se abriu para revelar um beija-flor, exaltando a leveza e a diversidade da floresta. O traje mesclou referências do Boi-Bumbá e do Carnaval, celebrando as raízes culturais da região.

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Foto: Marcelo Soubhia / Fotosite / CP Memória

Mãe natureza

No ano anterior, em 2017, a “Deusa Protetora da Natureza” foi o nome dado ao traje de Monalysa Alcântara. Criada por Michelly X, a peça de R$ 30 mil combinou flores artificiais, folhagens, cristais e plumas, numa composição que evocava o poder e a beleza da floresta tropical. A transformação do look, com a retirada de uma capa verde que revelava um body com cauda colorida, reforçou a ideia de renovação e resistência da natureza.

Foto: Divulgação/Miss Brasil BE Emotion 2017

Povos originários

Já em 2013, Jakelyne Oliveira apostou em um visual mais direto, com penas e estampas de indígenas em uma grande capa. A pintura no rosto da modelo reforçou o elo com os povos originários. O traje foi elogiado por equilibrar elementos tradicionais e um toque moderno, reforçando o respeito à ancestralidade brasileira.

Foto: Reprodução/Maxim Shipenkov

Amazônia

Em 2012, Gabriela Markus optou por um vestido multicolorido que representava diversos aspectos da Amazônia: onça-pintada, floresta e ribeirinhos. A proposta dividiu opiniões, mas evidenciou a busca por representar a biodiversidade e a riqueza cultural do Brasil.

Foto: Darren Decker/Miss Universe Organization

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