Home Blog Page 3

#Série – Atividades ao ar livre: 5 lugares para fazer atividade física em Boa Vista

0

Boa Vista, capital de Roraima, é uma cidade marcada pela presença de orlas, parques, praças e espaços públicos que oferecem alternativas variadas para a prática de atividades físicas. Em meio ao clima amazônico, moradores encontram ambientes onde podem caminhar, correr, pedalar ou praticar exercícios ao ar livre em contato direto com a natureza.

A cidade tem investido em infraestrutura que alia saúde, lazer e convivência, atraindo diariamente pessoas interessadas em melhorar a qualidade de vida por meio da prática regular de exercícios.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Além da estrutura física, Boa Vista também conta com iniciativas como o projeto Academia Aberta, que oferece aulas gratuitas de ginástica, alongamento, dança, localizada e step em 11 polos da cidade, distribuídos entre praças e espaços públicos. O programa estimula moradores de diferentes bairros a se exercitarem com acompanhamento profissional em ambientes ao ar livre.

Leia também: #Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara de Roraima

Pensando na busca por hábitos mais saudáveis e a valorização do contato com a natureza, o Portal Amazônia prepara uma série com foco em encontrar locais ideais nas capitais da Amazônia Legal para quem quer melhorar a qualidade de vida. Confira o que encontramos em Boa Vista:

Parque Anauá

O Parque Anauá é o principal parque urbano de Boa Vista e referência para quem gosta de correr ou caminhar. Ele oferece pistas para caminhada e corrida, amplas áreas verdes, lago, além de quadras esportivas e infraestrutura básica para lazer.

Moradores utilizam o parque em vários horários, especialmente nos períodos mais frescos do dia, para evitar o calor intenso. Apesar de boa parte dos circuitos ser plano, algumas áreas têm sombra limitada. O parque possui banheiros públicos, mas não disponibiliza bebedouros gratuitos.

Foto: Reprodução/Governo de Roraima

Orla Taumanan

A Orla Taumanan, localizada no centro de Boa Vista às margens do rio Branco, é um espaço revitalizado que combina passeio, contemplação e atividade física.

Há calçadões para caminhada, bancos, quiosques e iluminação ao longo do percurso. O local conta com duas plataformas chamadas Weikepá (“Nascer do Sol”) e Meiremê (“Arco-Íris”), que ampliam a área para o público. A Orla Taumanan possui banheiros públicos, mas não há bebedouros disponíveis.

Foto: Richard Messias/PMBV

Parque do Rio Branco

O Parque do Rio Branco é um complexo urbano projetado para oferecer múltiplas opções de convivência, lazer e exercício físico. Ele conta com ciclovias, calçadões, mirante, espelho d’água, espaços de contemplação, quadras esportivas e área de praia.

O parque está interligado à Orla Taumanan por uma passarela, facilitando o acesso entre os dois pontos. O espaço dispõe de banheiros públicos e bebedouros, oferecendo mais comodidade aos frequentadores.

Leia também: Saiba como agendar uma visita no Mirante Edileusa Lóz em Boa Vista

Imagem colorida mostra o Mirante Edlileusa Lóz e em segundo plano o Parque do Rio Branco em Boa Vista
Foto: Divulgação/Governo de Roraima

Praça Linear Chico do Carneiro

A Praça Linear Chico do Carneiro é um espaço público com calçadas amplas, ciclovia e equipamentos de academia ao ar livre.

O local foi criado para atender diferentes faixas etárias, estimulando caminhadas, exercícios funcionais e o convívio comunitário. A praça possui banheiros públicos e conta com bebedouros para hidratação durante os treinos.

Imagem colorida mostra pessoas caminhando na Praça Linear em Boa Vista
Foto: Andrezza Mariot/PMBV

Parque Ecológico Bosque dos Papagaios

Localizado no bairro Paraviana, o Parque Ecológico Bosque dos Papagaios é indicado para quem busca atividade ao ar livre em ambiente de mata urbana. O espaço serve para caminhadas, contato com a natureza e lazer nos finais de semana.

Com área de floresta preservada, é bastante usado por famílias que procuram sombra e ar fresco. O parque possui banheiros públicos, mas não disponibiliza bebedouros.

Leia também: Conheça o Bosque dos Papagaios, uma imersão na natureza em Boa Vista

Foto: Diane Sampaio/PMBV

Bônus – Praças nos Bairros

Boa Vista possui dezenas de praças distribuídas por diversos bairros. Esses espaços são utilizados para caminhada, corrida, alongamentos e exercícios leves. Em muitos deles há academias ao ar livre e áreas recreativas.

O projeto Academia Aberta, realizado em algumas dessas praças, amplia o acesso da população às atividades físicas orientadas. De modo geral, as praças contam com banheiros públicos, mas a maioria não dispõe de bebedouros para uso coletivo.

Sendo uma cidade planejada, Boa Vista tem várias praças espalhadas pelos bairros. Foto: Divulgação/Prefeitura de Boa Vista

Confira outras cidades da série:

#Série – Atividades ao ar livre: 7 lugares para fazer atividade física em Belém

0

Belém, capital do Pará, é uma cidade marcada pela forte presença da natureza e pela convivência histórica entre os espaços urbanos e os rios amazônicos. Com temperaturas elevadas durante grande parte do ano, a prática de atividades ao ar livre se tornou uma alternativa não apenas para manter a saúde em dia, mas também para aproveitar os ambientes que unem lazer, cultura e paisagem natural.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

De manhã cedo e no final da tarde, é comum ver moradores e visitantes ocupando parques, orlas e praças em busca de bem-estar físico e momentos de socialização.

Nos últimos anos, a cidade investiu na revitalização de áreas públicas, criando ou requalificando espaços que hoje são referência para quem deseja correr, caminhar, pedalar ou realizar treinos funcionais.

Locais como o Parque do Utinga, o Mangal das Garças e o Portal da Amazônia exemplificam essa transformação ao se consolidarem como opções para diferentes públicos, desde famílias que buscam passeios tranquilos até esportistas em busca de percursos mais desafiadores.

Leia também: #Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Pará

Pensando na busca por hábitos mais saudáveis e a valorização do contato com a natureza, o Portal Amazônia prepara uma série com foco em encontrar locais ideais nas capitais da Amazônia Legal para quem quer melhorar a qualidade de vida. Confira o que encontramos em Belém:

Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”

Parque Estadual do Utinga é um dos locais mais conhecidos em Belém
Parque é muito utilizado para caminhadas de moradores de Belém. Foto: David Alves/ Agência Pará

O Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna” é uma das principais referências de espaço verde para prática esportiva em Belém. A unidade de conservação oferece uma pista de cerca de 4 quilômetros que pode ser utilizada para caminhadas, corridas e passeios de bicicleta. O horário de funcionamento é de quarta a segunda-feira, das 6h às 17h, ficando fechado às terças para manutenção.

O parque conta com banheiros e também bebedouros públicos. O roteiro mais procurado é chegar cedo, entre 6h e 8h, percorrer a pista principal, fazer pausas em pontos como o Recanto da Volta e finalizar a atividade na área administrativa, onde há espaços de apoio.

Simulação de passos no Parque Estadual da Utinga “Camilo Vianna” feita pelo aplicativo Pacer Walking App. Foto: Reprodução/ Pacer Walking App

Bosque Rodrigues Alves — Jardim Botânico da Amazônia

Outro ponto de destaque é o Bosque Rodrigues Alves – Jardim Botânico da Amazônia, localizado no bairro do Marco. Em seus 15 hectares de área verde, é possível realizar caminhadas em circuitos internos que chegam a até 2 quilômetros, cercados por vegetação amazônica e espécies da fauna local.

O bosque funciona de terça a domingo, durante o dia, e dispõe de banheiros para os visitantes. Os frequentadores costumam aproveitar as primeiras horas da manhã para realizar caminhada leve, fazer alongamentos nas áreas de descanso e utilizar a estrutura do centro de visitantes antes da saída.

Bosque Rodrigues Alves possui escadarias desafiadoras em meio a um paisagem natural. Foto: Divulgação/ Semma-Pará

Parque Urbano Belém Porto Futuro

Mais recente na paisagem urbana, o Parque Urbano Belém Porto Futuro foi projetado como um espaço moderno de lazer e atividade física. O percurso de aproximadamente 1,5 quilômetro em calçadões e pistas é usado para caminhadas, corridas leves e treinos funcionais.

O parque funciona diariamente, das 6h às 22h, com banheiros disponíveis no complexo. O roteiro sugerido é iniciar as atividades nas primeiras horas da manhã, utilizar os espaços abertos para exercícios coletivos e encerrar com alongamentos nas áreas de convivência.

O percurso de calçadões e pistas é usado para caminhadas, corridas leves e treinos funcionais. Foto: Divulgação/Semas PA

Portal da Amazônia

O Portal da Amazônia também se consolidou como uma das orlas mais procuradas pelos praticantes de esportes ao ar livre em Belém. São cerca de 2,2 quilômetros de extensão em um calçadão à beira do rio, com espaço para corrida, caminhada e uso de bicicletas.

O local tem acesso livre e conta com iluminação noturna, o que favorece a prática em diferentes horários. Há pontos de apoio em quiosques e estruturas públicas, mas os banheiros gratuitos são limitados. A sugestão é aproveitar o nascer do sol ou o entardecer, realizar uma corrida de ida e volta no calçadão e fazer pausas nos pontos com vista para o rio.

Portal da Amazônia. Foto: Márcio Nagano

Mangal das Garças

Outro espaço muito visitado é o Mangal das Garças, localizado no bairro da Cidade Velha. O parque reúne trilhas internas que somam até 2 quilômetros de percurso, entre jardins, viveiros e mirantes. Funciona de terça a domingo, das 8h às 18h, e possui banheiros para o público.

O roteiro mais indicado é chegar logo na abertura, realizar caminhada leve pelos jardins, incluir uma pausa no mirante para contemplação da paisagem e retornar pelos viveiros até a saída.

Mangal das garças oferece vista aérea do complexo. Foto: Divulgação/ Agência Pará

Complexo Ver-o-Rio

O Complexo Ver-o-Rio é mais uma opção de espaço público para prática esportiva em Belém. Localizado na orla da Baía do Guajará, conta com cerca de 1,5 quilômetro de calçadão principal. O acesso é livre e o movimento maior acontece no final da tarde.

Leia também: Ver-o-Rio: uma das melhores vistas de Belém

O espaço dispõe de quiosques e pontos culturais que oferecem apoio ao visitante, embora a disponibilidade de banheiros gratuitos varie conforme a programação do local. O roteiro mais comum é caminhar ao entardecer, alternar corrida leve com pausas nos pontos de descanso e aproveitar os eventos culturais que acontecem na orla.

Vista aérea do Complexo Ver-o-rio
Complexo Ver-o-rio tem um dos por do sol mais bonitos da cidade de Belém Foto: Divulgação/ Prefeitura de Belém – Arquivo

Parque da Residência

Por fim, o Parque da Residência, situado no bairro de São Brás, oferece um percurso interno de aproximadamente 1 quilômetro em meio a jardins históricos e trilhas arborizadas. Com funcionamento em horário comercial e entrada gratuita, o local possui banheiros disponíveis.

A caminhada leve pelos jardins, seguida de pausas no orquidário ou no teatro de arena para alongamento, é uma das atividades mais realizadas pelos visitantes que buscam um ambiente tranquilo para exercícios de baixa intensidade.

A caminhada leve pelos jardins é uma das atividades mais realizadas. Foto: Divulgação/Ascom Secult PA

Confira outras cidades da série:

Cobra Sofia, a lenda que faz parte do desenvolvimento cultural do Amapá

0

Imagem criada por IA

A Amazônia é conhecida por sua imensa biodiversidade e por seus rios de proporções grandiosas, mas também por seu vasto repertório de mitos e lendas que atravessam gerações. Entre essas histórias, uma das mais famosas no estado do Amapá é a da Cobra Sofia, uma serpente lendária que, segundo o imaginário popular, habita o Rio Amazonas e teria proporções colossais.

A origem da lenda é antiga e se confunde com o próprio desenvolvimento cultural da região. Relatos orais transmitidos ao longo do tempo falam sobre uma cobra de tamanho descomunal que viveria submersa nas águas, capaz de emergir e causar grandes transformações na paisagem.

Leia também: Lendas amazônicas: Onde estão as cobras grandes da Amazônia?

As narrativas sobre a Cobra Sofia são variadas, mas todas convergem para a representação de um ser temido, cuja presença estaria associada a eventos extraordinários. Em comunidades ribeirinhas, há registros de moradores que garantem ter ouvido ou encontrado com a criatura.

A lenda se fortalece à medida que se entrelaça com a vivência cotidiana dos povos amazônidas, reforçando a ideia de que a natureza da região guarda segredos ainda não revelados pelo homem. A Cobra Sofia, nesse contexto, não é apenas um personagem do folclore, mas também símbolo de mistério e respeito à grandiosidade do Rio Amazonas.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

A presença da Cobra Sofia no imaginário popular

A lenda da Cobra Sofia está presente em festas, manifestações culturais e até mesmo na literatura regional. Poetas e escritores locais já fizeram referências à serpente em suas obras, mantendo viva a memória dessa figura folclórica, afinal, quem nunca ouviu uma história sobre as “cobras grandes” da Amazônia?

Moradores da região próxima ao rio Amazonas dizem que Cobra Sofia seria tão grande que seu corpo poderia dar voltas inteiras em torno de ilhas. Alguns relatos afirmam que seus movimentos poderiam causar redemoinhos capazes de afundar embarcações. Esses elementos alimentam o caráter fantástico da narrativa, reforçando a ligação entre a lenda e o temor da natureza

Em sua página no Instagram, o pescador Felipe Parker encontrou no interior do estado uma grande cobra e ele afirma que esta pode ser a Cobra Sofia:

A lendária cobra também tem relação com explicações populares para fenômenos naturais. Movimentos fortes nas águas, mudanças súbitas na correnteza ou o desaparecimento de embarcações mais frágeis são, muitas vezes, atribuídos à ação da Cobra Sofia.

Pesquisadores de cultura popular ressaltam que esses mitos cumprem a função de transmitir ensinamentos e de fortalecer laços comunitários. Estas afirmações funcionam como advertências, principalmente para as novas gerações, sobre os perigos dos rios e a importância do cuidado ao navegar pelas águas amazônicas.

Leia também: De jiboia à ‘anaconda’, conheça as cinco maiores cobras da região amazônica

A Cobra Sofia como parte do patrimônio cultural

No Amapá, a Cobra Sofia é considerada parte integrante do patrimônio cultural imaterial. O mito transcende a esfera do medo e se torna elemento de identidade coletiva.

A cobre é lembrada em músicas, histórias contadas em escolas e até em produções artísticas que utilizam a imagem da cobra como representação simbólica da força da Amazônia.

O professor da Universidade Federal do Amapá e músico Rafael Senra, já usou a história como tema para uma música.

A narrativa também serve como fonte de inspiração para produções audiovisuais e para o turismo cultural. Guias locais incluem a lenda em roteiros de passeios pelos rios, despertando o interesse de visitantes pela riqueza do folclore amazônico.

Apesar de não haver registros científicos que comprovem a existência da criatura, a permanência da lenda demonstra como a tradição oral e o imaginário popular têm papel fundamental na construção das identidades regionais. A Cobra Sofia continua sendo contada, reinventada e transmitida, garantindo sua presença viva na memória coletiva do Amapá e da Amazônia.

Há 20 anos: cinco curiosidades sobre a passagem de The White Stripes por Manaus

0

Foto: Divulgação/The White Stripes

No dia 1º de junho de 2005, The White Stripes realizou um concerto memorável no Teatro Amazonas, em Manaus (AM). Trata‐se de uma das raras ocasiões em que a dupla norte-americana se apresentou em ambiente clássico de ópera no Brasil, e, 20 anos depois, o evento segue como marco na agenda cultural da capital amazônica.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O evento, em junho de 2005, para muitos, “parece que foi ontem”, de tão marcante que se tornou no cenário musical amazonense. O Portal Amazônia buscou por algumas curiosidades que envolvem a passagem da banda por Manaus:

A primeira vinda ao Brasil e o teatro singular

Embora o The White Stripes já tivesse turnês internacionais, a passagem por Manaus em 2005 foi parte de uma extensão brasileira durante a turnê ‘Get Behind Me Satan‘.

O Teatro Amazonas, com capacidade para cerca de 701 espectadores distribuídos entre plateia e camarotes, foi escolhido como palco singular para esse show — segundo registros, era um dos locais “pequenos” em que a banda já havia se apresentado.

Foto: Reprodução

O cenário de um teatro erguido no coração da Amazônia conferiu à ocasião um caráter simbólico de encontro entre rock contemporâneo e um patrimônio arquitetônico regional.

Setlist e gravações oficiais

O repertório do show no Teatro Amazonas incluiu faixas populares da dupla, como ‘Blue Orchid’, ‘Dead Leaves and the Dirty Ground’, ‘Hotel Yorba’, ‘Fell in Love With a Girl’ e, claro, ‘Seven Nation Army’, esta última um dos hinos da banda.

A apresentação foi posteriormente lançada oficialmente no formato de álbum duplo e DVD sob o título ‘Under Amazonian Lights‘, pela Third Man Records, mantendo vivo o registro daquela noite.

Foto: Divulgação/ The White Stripes

Casamento

No mesmo dia do show, segundo relatos da imprensa internacional, o vocalista Jack White teria realizado uma cerimônia simbólica de casamento com a modelo Kate Elson às margens do encontro das águas, dos rios Negro e Solimões, com bênção de um pajé local.

Parte da turnê chegou a incluir um passeio de barco pelos rios amazônicos, com incursões por hospedagens sobre palafitas e contato com aspectos simbólicos da floresta tropical — ação de promotores e da logística da turnê procuraram inserir elementos regionais no contexto da passagem da banda.

Leia também: Conheça bandas e artistas que popularizam o Batidão do Pará

A cerimônia do casal não teve o registro divulgado. Das fotos do momento, a única foi publicada por algumas revistas e jornais da época. O casal teve dois filhos e se divorciou em 2011.

Registro do casamento de Jack White e Kate Elson em Manaus. A única do momento do casal. Foto: Divulgação

Interação com o público fora do teatro

Antes e depois do show, registraram-se momentos de interação entre os integrantes e o público local fora dos limites do Teatro Amazonas. Durante a passagem pelo Largo de São Sebastião, Jack e Meg White interagiram com a multidão para executar uma versão acústica de ‘We Are Going to Be Friends‘ para aqueles que não haviam conseguido ingressos.

A mobilização de fãs do lado de fora do teatro chegou a provocar tensão, com tentativas de invadir o espaço, necessitando de reforço de segurança.

Legado midiático e repercussão

A presença do The White Stripes em Manaus gerou repercussão nacional e internacional. O show foi transmitido pela MTV em edições especiais e foi citado em diversas matérias sobre música e turismo cultural no Amazonas.

A Third Man Records aproveitou o décimo aniversário da apresentação para reeditar o registro ‘Under Amazonian Lights‘, incluindo material exclusivo e memorabilia para fãs. Em Manaus, a lembrança do espetáculo também permanece presente em memórias como a da designer Suellen Fonseca.

“Eu não conhecia tanto os White Stripes, mas de tanto passar os clipes na MTV eu comecei a me familiarizar e ouvir. Depois eu comprei o álbum Get Behind Me Satan e adorei a estética que aquela dupla tinha, usando apenas cores vermelha, preta e branco e apenas dois instrumentos, no caso uma guitarra e uma bateria”, contou ao Portal Amazônia.

Outra pessoa que lembra com grande afeto a passagem deles por Manaus é a musicista Trícia Lima: “Eu era adolescente na época e amava os White Stripes. Lembro que não consegui ingresso na época, mas quando eles foram até uma sacada do Teatro Amazonas foi incrível e eu estava lá”, destacou.

Como Humaitá se tornou foco do garimpo? Entenda a atuação da Polícia Federal

0

Balsas sendo explodidas na orla de Humaitá, cidade amazonense. Foto: Reprodução/PF

O município de Humaitá, localizado às margens do rio Madeira, no sul do Amazonas, tornou-se ao longo das décadas um dos principais polos da atividade garimpeira na região Norte do país. A abundância de depósitos auríferos no leito do rio, somada às condições geográficas favoráveis e ao acesso fluvial facilitado, contribuiu para que a cidade fosse vista como ponto estratégico para a mineração.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

As características do rio Madeira, que apresenta áreas rasas e bancos de sedimentos ricos em ouro, atraíram sucessivas levas de trabalhadores em busca de oportunidades. Esse movimento impulsionou a formação de acampamentos e balsas de garimpo nas proximidades da cidade, modificando a dinâmica populacional. Em diferentes períodos, o município registrou aumentos repentinos no fluxo migratório, com a instalação de dragas e balsas que, muitas vezes, ultrapassaram a capacidade de fiscalização local.

Reportagens e estudos sobre a ocupação garimpeira no Amazonas destacam que Humaitá se consolidou como um ponto de referência para o garimpo artesanal e mecanizado. Essa realidade está diretamente ligada às questões sociais e econômicas da região, onde parte significativa da população passou a depender da atividade para garantir renda e subsistência.

Um artigo científico publicado em 2015 já falava sobre os impactos ambientais na população de Humaitá por conta das atividades mineradoras. O estudo identificou diversas cooperativas que facilitam o trabalho de garimpo na região, o que normaliza ainda mais a atividade que tanto degrada o ecossistema como um todo.

A atuação da Polícia Federal no combate ao garimpo

Nos últimos anos, a Polícia Federal intensificou operações de repressão ao garimpo ilegal em Humaitá e em outros municípios vizinhos. As ações têm como foco a inutilização de balsas, dragas e equipamentos utilizados para a extração mineral clandestina. Segundo comunicados oficiais, o objetivo é desarticular a infraestrutura responsável por impulsionar a atividade irregular e mitigar os danos ambientais causados pela exploração desenfreada.

As operações são realizadas com apoio de embarcações, equipes em terra e monitoramento aéreo, garantindo maior alcance na fiscalização. A PF também atua de forma integrada com órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Em algumas etapas, a Força Nacional é acionada para assegurar a ordem pública e a proteção das equipes durante a execução das medidas.

Uma ação da PF realizada em 15 de setembro interditou a orla do município. Vídeos mostram dragas sendo explodidas na região.

Vídeo mostra explosão de dragas na manhã desta segunda (15) na orla de Humaitá. Autor desconhecido

A ação gerou críticas locais, onde a Polícia Federal reafirmou que a destruição de balsas e dragas faz parte da estratégia de combate ao garimpo ilegal na Amazônia. Segundo o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF, delegado Humberto Freire, as operações têm o objetivo de “salvar vidas”, ao proteger comunidades ribeirinhas e povos indígenas que sofrem com os impactos da atividade criminosa.

Em entrevista coletiva pela manhã, Freire destacou que o garimpo ilegal não apenas contamina rios e solos com mercúrio, como também aumenta a vulnerabilidade social de comunidades amazônicas, muitas vezes cooptadas por facções criminosas. Ele citou como exemplo a Terra Yanomami, onde, segundo a PF, ações emergenciais em 2023 reduziram em 96% as áreas de exploração clandestina.

O delegado explicou que a PF atua em duas frentes: operações imediatas em áreas de garimpo e investigações para identificar financiadores e redes de apoio logístico. Entre os alvos estão desde operadores de aeronaves ilegais até pessoas envolvidas em lavagem de dinheiro e exploração sexual em garimpos.

Freire defendeu ainda que o enfrentamento ao garimpo precisa vir acompanhado de políticas de desenvolvimento social: “Não é esmola, é levar riqueza efetiva para essas populações”, afirmou, defendendo projetos de geração de renda para ribeirinhos e indígenas.

Leia também: Relatório aponta que garimpo ilegal não diminui e afeta drasticamente ecossistema amazônico

Reações locais e episódios de tensão

As operações da Polícia Federal em Humaitá, entretanto, não ocorrem sem resistência. Em diferentes momentos, a cidade e seus arredores registraram episódios de tensão quando balsas foram destruídas ou equipamentos apreendidos. Garimpeiros organizados chegaram a protestar contra a inutilização das embarcações, o que resultou em confrontos e manifestações na orla da cidade.

Em operações anteriores, houve relatos de bloqueios temporários de vias e mobilização de grupos que buscavam impedir a atuação dos agentes. Em algumas ocasiões, dragas foram destruídas em larga escala, em operações que duraram dias e mobilizaram centenas de servidores. Esses episódios chamaram a atenção não apenas das comunidades locais, mas também de autoridades estaduais e municipais, que acompanharam de perto os desdobramentos.

Na ação de 15 de setembro, a Prefeitura e a Câmara Municipal de Humaitá também se posicionaram de forma contrária à destruição de balsas e dragas na orla do município. Assim como em Manicoré, as autoridades locais destacaram que a operação da Polícia Federal afetou diretamente famílias que dependem da atividade de extração mineral para sobreviver.

O comunicado ressaltou que as explosões trouxeram riscos à segurança de comunidades ribeirinhas e geraram apreensão entre os moradores. A Prefeitura e a Câmara de Humaitá pediram mais diálogo e planejamento por parte das autoridades federais, reforçando que a fiscalização ambiental precisa ocorrer de forma que não coloque em risco vidas humanas.

As autoridades de Humaitá também defenderam a necessidade de alternativas sustentáveis para garantir o sustento das famílias locais, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento social.

Impactos ambientais e justificativas legais

A repressão ao garimpo ilegal em Humaitá está ligada aos impactos socioambientais da atividade. Estudos e relatórios de órgãos ambientais mostram que a mineração clandestina provoca erosão das margens, assoreamento de canais e poluição por mercúrio, afetando diretamente os ecossistemas aquáticos do rio Madeira.

Esses danos também atingem comunidades ribeirinhas que dependem do rio para pesca, abastecimento e transporte. A contaminação por metais pesados é um dos pontos mais críticos, com riscos para a saúde humana e para a fauna local. Além disso, a atividade ilegal ameaça territórios indígenas e áreas de conservação, o que reforça a necessidade de fiscalização federal.

Humaitá deve ganhar delegacia da PF

Após receber a Operação Boiúna, foi anunciado que o município deve ganhar uma delegacia própria para repressão de crimes ambientais. A informação foi confirmada ao Grupo Rede Amazônica pelo coordenador do Centro de Cooperação de Polícia Internacional da Amazônia (CCPI/Amazônia), Paulo Henrique Oliveira, no dia 19 de setembro.

A nova unidade já recebeu autorização para ser instalada na cidade e atualmente passa pela fase de implantação. A previsão é de que a delegacia seja inaugurada no primeiro semestre de 2026.

O objetivo da nova delegacia é fazer com que ações de repressão a crimes ambientais na região deixem de ser pontuais e ocorram regularmente.

Portal Amazônia responde: quais os tipos de rios que existem na Amazônia?

0

Encontro dos rios Negro e Solimões em Manaus. Foto: Reprodução/Setur-Amazonas

A Amazônia abriga a maior rede hidrográfica do planeta, formada por milhares de cursos d’água que se estendem por diferentes paisagens e ecossistemas. Esses rios não são apenas vias de transporte ou fontes de alimento para as populações ribeirinhas, mas também elementos que moldam a biodiversidade, influenciam o clima e determinam o modo de vida de milhões de pessoas.

A variedade de cores, transparências e características químicas da água resulta em classificações específicas que distinguem os tipos presentes na região.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

A diversidade amazônica se reflete também nas águas que percorrem sua imensidão. Dependendo da origem, da geologia das cabeceiras, da quantidade de sedimentos transportados e da matéria orgânica dissolvida, os rios podem se apresentar como de águas brancas, negras ou claras.

Além dessa divisão clássica, pesquisas recentes mostram que existem categorias intermediárias, que ampliam o entendimento científico sobre os ecossistemas aquáticos da região. Essa classificação é fundamental para compreender a dinâmica ecológica, a distribuição de espécies e até questões relacionadas à saúde pública.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual a diferença entre arroio e rio?

Rios de águas brancas, negras e claras: definições e exemplos

Os rios de águas brancas têm origem em áreas montanhosas, especialmente nos Andes. São ricos em sedimentos em suspensão, como argila e limo, que deixam a água com aspecto barrento e turvo. Eles apresentam pH próximo ao neutro e possuem concentração significativa de nutrientes, o que favorece a produtividade aquática. Exemplos incluem o Rio Solimões, o Madeira, o Purus e o Juruá, que formam extensas várzeas utilizadas tanto pela fauna como pelas populações humanas para agricultura e pesca.

Já os rios de águas negras têm como característica a presença de compostos orgânicos dissolvidos, oriundos da decomposição de matéria vegetal. Essas substâncias, conhecidas como ácidos húmicos e fúlvicos, conferem à água uma coloração escura, semelhante a um “chá forte”. O pH costuma ser ácido, em torno de 4 a 6, o que limita a quantidade de nutrientes disponíveis. O exemplo mais conhecido é o Rio Negro, cujas águas contrastam de forma marcante com as do Rio Solimões no fenômeno do Encontro das Águas, próximo a Manaus.

Os rios de águas claras apresentam coloração transparente ou levemente esverdeada. São formados em áreas de solos cristalinos antigos, com baixa quantidade de sedimentos em suspensão. Possuem pH próximo ao neutro e águas menos férteis em termos de nutrientes. Destacam-se nessa categoria o Tapajós e o Xingu, ambos com grande importância ambiental e cultural para as populações que vivem em suas margens.

Leia também: Conheça as diferentes cores de águas em rios da Amazônia e entenda suas mudanças

Rios
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Outras categorias e variabilidades entre os rios

Além das três classificações principais, algumas pesquisas identificaram categorias intermediárias que ajudam a detalhar ainda mais a diversidade hídrica da Amazônia. É o que aborda, por exemplo, o estudo ‘Classificação dos rios da Amazônia: uma estratégia para preservação desses recursos‘, publicado na revista Holos Environment em 2013.

Os autores – Maria do Socorro Rocha da Silva; Sebastião Átila Fonseca Miranda; Roberto Naves Domingos; Sergio Luiz Rodrigues da Silva; e Genilson Pereira Santana – destacam que, por exemplo, há subtipos de águas claras que apresentam variações químicas específicas, bem como rios com características situadas entre as águas brancas e as negras.

Outra categoria é a das águas salobres, que possuem maior quantidade de íons dissolvidos e podem ocorrer em áreas de transição ou em trechos próximos à foz dos grandes rios.

“As águas dos rios na região apresentam na sua maioria composição bem diferenciada, sendo águas ácidas (pH variando de 3,60 a 6,59), ou de levemente ácida a próximo à região de neutralidade, bem como levemente alcalina (6,43-7,9). Nas águas do rio Amazonas e tributários da margem direita, devido a maior carga iônica, são elevados os teores de turbidez, material em suspensão e condutividade elétrica. Já os tributários da margem esquerda do rio Amazonas, que nascem no Planalto das Guianas (…) são baixos os teores de eletrólitos (…) e águas mais ácidas (pH de 3,6 a 6,59)”, explica o estudo.

Essa ampliação das classificações segundo os pesquisadores permite uma compreensão mais precisa sobre rios de menor porte, como igarapés, que desempenham papel essencial no equilíbrio ecológico da floresta.

Também auxilia na formulação de políticas de conservação e no manejo sustentável dos recursos naturais, já que cada tipo de rio apresenta particularidades que afetam tanto a fauna quanto o uso humano.

Importância ambiental dos diferentes tipos de rios

Há estudos que ainda destacam que há diferentes tipos de rios exercem influência direta sobre a biodiversidade da Amazônia. As águas brancas, ricas em nutrientes, alimentam extensas áreas de várzea que se tornam berçários naturais de peixes e de outras espécies aquáticas.

Já os rios de águas negras, apesar de menos férteis, oferecem habitats específicos para espécies adaptadas à baixa disponibilidade de nutrientes. Os rios de águas claras, por sua vez, abrigam ecossistemas singulares, em que a transparência da água favorece certos tipos de peixes e plantas aquáticas.

O estudo publicado em 2022 na Revista Science Advances, intitulado ‘Rearranjos da rede fluvial promovem especiação em aves das terras baixas Amazônicas’ -de autoria da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a bióloga Camila Ribas, e pesquisadores do Museu Americano de História Natural (AMNH), da qual Ribas é pesquisadora associada desde 2008 -, mostrou que até as aves são influenciadas pelos rios.

De acordo com Ribas, as aves se tornam “ótimos marcadores” da evolução das paisagens, por serem grupos especializados em diferentes ambientes Amazônicos, como sub-bosque de floresta de terra firme, várzeas, igapós, campinas e savanas. 

“Aqui podemos testar hipóteses sobre como mudanças nas paisagens afetaram a distribuição das espécies de aves em cada ambiente amazônico no passado e com isso entender melhor tanto a formação da biodiversidade amazônica como a conhecemos hoje quanto o que pode acontecer com essa diversidade frente ás mudanças futuras, mais rápidas, causadas pelo homem”, explica Camila Ribas.

A diversidade de rios também tem implicações para a saúde pública. Vários estudos apontam que a acidez e a composição da água dos rios podem influenciar a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, como a malária.

Além disso, o transporte de sedimentos em grandes volumes modifica os leitos, margens e áreas de inundação, impactando tanto os ecossistemas quanto as comunidades humanas que vivem em regiões de cheias sazonais.

Fatores que determinam o tipo de rios na Amazônia

Entre os principais fatores que determinam o tipo de rio estão a origem geológica das cabeceiras, a topografia, a composição do solo e os processos hidrológicos sazonais. Rios que nascem em regiões montanhosas tendem a arrastar grandes quantidades de sedimentos, formando águas brancas.

Já os que se originam em áreas de solos antigos e cristalinos, pobres em sedimentos, formam águas claras. Em áreas planas e alagadas, com acúmulo de matéria orgânica em decomposição, predominam rios de águas negras.

Além disso, a sazonalidade desempenha papel fundamental: durante as cheias, aumenta o transporte de sedimentos e matéria orgânica, alterando temporariamente a cor e a composição da água. Esses fatores tornam os rios da Amazônia sistemas dinâmicos e complexos, que variam não apenas de um curso para outro, mas também ao longo do próprio ciclo anual.

Suriname: um país amazônico pouco conhecido, mas ameaçado

Foto: Oleksandr Ryzhkov/Freepik

O Suriname é um país localizado no nordeste da América do Sul, banhado pelo Oceano Atlântico ao norte e limitado pela Guiana a oeste, pela Guiana Francesa a leste e pelo Brasil ao sul. Essa localização o faz também ser parte da Amazônia, em função da presença do bioma no país.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual a porcentagem que os países da Amazônia Internacional possuem do bioma?

Situado pouco ao norte da linha do Equador, mais de 94% do território do país é coberto por florestas segundo um relatório da Food and Agriculture Organization (FAO) de 2015, o que representa o maior percentual de cobertura florestal do mundo em um único país.

Grande parte dessa floresta permanece praticamente intacta, em especial nas regiões mais remotas e de difícil acesso, o que contribui para a preservação da vida silvestre e dos recursos naturais.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Desmatamento e concessões ilegais no Suriname

Mas o país enfrenta uma série de crimes ambientais recorrentes, que incluem principalmente o desmatamento ilegal, a mineração aurífera informal e o tráfico de vida selvagem, todos com sérios impactos ecológicos e sociais e reconhecidos pelo governo do Suriname.

De acordo com dados recentes informados pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 32% do território dos Saamaka, povo quilombola que vive no país, o que equivale a 447 mil hectares, já foi concedido sem o consentimento livre, prévio e informado de suas comunidades.

Esse processo resultou em mais de 60 mil hectares de floresta degradada ou desmatada. É o que aponta um relatório da Land Coalition:

“Novos dados revelam que a exploração madeireira ilegal está devastando as florestas do Suriname O governo concedeu ilegalmente 32% do território Saamaka, causando mais de 60.000 hectares de floresta danificada ou degradada”.

Leia também: Conheça os únicos patrimônios históricos tombados no Suriname

Flora e fauna da Amazônia do Suriname

A floresta amazônica do Suriname exibe uma diversidade impressionante. Estima-se que mais de 5.000 espécies de plantas ocorram na Reserva Natural do Suriname Central, uma das principais áreas de conservação reconhecidas internacionalmente.

Nas florestas de dossel, árvores que chegam a 50 metros de altura formam copas densas, criando um ambiente sombreado onde prosperam inúmeras espécies vegetais.

Leia também: Países esquecidos da Amazônia: conheça o que há de encantador no Suriname

Voltzberg, montanha localizada na reserva natural do Suriname Central. Foto: Andre Gregory

No que se refere à fauna, esses ecossistemas abrigam grandes mamíferos como jaguares (onças-pintadas), preguiças e a lontra gigante do rio. O país também é habitat de oito espécies de primatas e cerca de 400 espécies de aves, incluindo a harpia, o galo-da-serra e a arara canga. Em áreas específicas, como a savana de Sipaliwini, foi descoberta a rã-dardo-azul, uma espécie endêmica.

Nos arredores da capital, Paramaribo, encontram-se florestas pantanosas costeiras com vegetação adaptada às inundações, que fazem transição para manguezais e florestas submontanas. Nesses ambientes vivem aves especializadas, como o íbis-scarlet e outras espécies aquáticas.

Comunidades na Amazônia surinamesa

A Amazônia do Suriname não se resume à fauna e flora. Ela também é habitada por comunidades tradicionais que mantêm modos de vida estreitamente ligados ao território. As comunidades indígenas Christiaankondre e Langamankondre, do povo Kali’na, desenvolvem práticas de gestão sustentável, incluindo manejo de resíduos, como forma de preservar o equilíbrio da floresta ao longo de gerações.

Outro grupo de grande relevância é o dos saramacanos, descendentes de africanos que escaparam da escravidão e formaram comunidades quilombolas na floresta. Atualmente, cerca de 90 mil saramacanos vivem em mais de sessenta vilarejos espalhados pelo interior do país.

Eles mantêm organização social própria, idioma distinto e tradições religiosas e culturais preservadas. Grande parte dessas comunidades se distribui ao longo dos rios, utilizando as águas como via de transporte, sustento e parte essencial da vida cotidiana.

O vídeo a seguir, publicado no canal ‘Histórias Vivas – Gente, vida, documentales’, no Youtube, destaca a rotina de parte do povo surinamês, que encontra na natureza não apenas recursos de subsistência, mas também elementos fundamentais que moldam a identidade cultural:

Conservação e desafios ambientais

A busca pela preservação do ambiente amazônico no Suriname é realizada por meio de unidades de conservação como a Reserva Natural do Suriname Central. A reserva, com cerca de 1,6 milhão de hectares, é um dos maiores exemplos de áreas protegidas do país. Nela estão nascentes de rios e ecossistemas fundamentais para a biodiversidade regional.

Leia também: Julianatop, o ponto mais elevado do Suriname

Ainda assim, apesar da elevada cobertura florestal, o país segue enfrentando pressões ambientais. Documentos recentes emitidos pelo governo do Suriname e alertados por diversas agências de notícias apontam que o governo avalia liberar centenas de milhares de hectares para agricultura, pecuária e aquicultura.

Caso todos os projetos sejam implementados, isso poderia significar a perda de, pelo menos, aproximadamente 2% da cobertura florestal. Essa possibilidade traz atenção para a necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental no país.

#Série – Atividades ao ar livre: 12 lugares para fazer atividade física em Manaus

0

A busca por uma vida mais saudável e ativa tem levado cada vez mais pessoas a calçarem seus tênis e explorarem as cidades em busca de espaços ideais para manutenção da saúde. Em Manaus (AM) essa busca se traduz em percursos que combinam a beleza natural com a infraestrutura urbana, oferecendo opções que agradam a todos os gostos e níveis de preparo físico.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Longe da poluição e do caos do trânsito, a cidade abriga uma série de parques, calçadões e avenidas que se transformaram em verdadeiros paraísos para quem busca o bem-estar por meio de atividades ao ar livre. Seja para uma atividade física leve e relaxante, um treino de velocidade ou até mesmo um “longão” desafiador, Manaus se mostra como um cenário promissor para os que buscam atividade física “unindo o útil ao agradável”.

Parques, praças, avenidas e calçadões vêm se consolidando como pontos de encontro para a prática de esportes ao ar livre, oferecendo desde áreas para caminhada e ciclismo até quadras poliesportivas e academias comunitárias.

Leia também: #Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Amazonas

Pensando na busca por hábitos mais saudáveis e a valorização do contato com a natureza, o Portal Amazônia prepara uma série com foco em encontrar locais ideais nas capitais da Amazônia Legal para quem quer melhorar a qualidade de vida. Começamos por Manaus:

Ponta Negra: o cartão-postal esportivo de Manaus

O Complexo Turístico da Ponta Negra é um dos espaços mais simbólicos para atividades ao ar livre em Manaus. Com quase 5 km de calçadão, o local, na Zona Oeste, é utilizado para caminhada, ciclismo, patins, skate e treinos funcionais. A vista privilegiada do Rio Negro torna a prática esportiva mais atrativa, especialmente ao nascer e ao pôr do sol.

Nos fins de semana e feriados, a prefeitura realiza a ‘Faixa Liberada’, fechando parte da pista de asfalto para veículos e oferecendo ainda mais segurança para pedestres e ciclistas.

O espaço conta com banheiros privados que custam dois reais por pessoa, bebedouros públicos e quiosques de alimentos diversos, permitindo que os frequentadores prolonguem sua permanência no local.

Faixa liberada na Ponta Negra. Foto: Nathalie Brasil/Acervo Semcom Manaus

Parque do Mindu: esporte em meio à floresta

Na Zona Centro-Sul, o Parque Municipal do Mindu é uma das opções preferidas para quem deseja praticar esportes em contato direto com a natureza.

O espaço dispõe de pistas que se assemelham a trilhas, passarelas suspensas e áreas destinadas a exercícios de força e alongamento.

Mapa mostra Parque Municipal do Mindu em várias partes. Foto: Reprodução/OpenStreetMap

A infraestrutura inclui banheiros e lanchonetes, além de áreas de descanso sombreadas. O ambiente favorece práticas como caminhada, corrida leve, yoga, alongamentos e até observação de fauna e flora, tornando-se um local multifuncional para esportes e lazer.

Algumas atividades, como yoga, contam com professores que recebem valores simbólicos para a continuidade do serviço. A entrada é gratuita.

Foto: Divulgação/Arquivo Semcom Manaus

Parque dos Bilhares: modernidade e praticidade

O Parque Ponte dos Bilhares, na Zona Centro-Sul, passou por reformas em 2023 e hoje conta com uma pista de 1,42 km, playgrounds, academias ao ar livre, quadras poliesportivas e quiosques. A iluminação reforçada após a reforma busca garantir a segurança para quem prefere se exercitar à noite.

Além da prática de esportes individuais como corrida e caminhada, o espaço recebe grupos de futebol, basquete e vôlei, tornando-se um centro de convivência esportiva.

Os visitantes encontram banheiros e bebedouros gratuitos além de pontos de venda de lanches, o que incentiva a permanência de famílias inteiras no local.

Parque Ponte dos Bilhares. Foto: Dhyeizo Lemos/Arquivo Semcom Manaus

CSU do Parque Dez: tradição e comodidade

O Centro Social Urbano (CSU) do Parque Dez, na Zona Centro-Sul, é outro dos pontos mais tradicionais para atividades físicas em Manaus. Com uma pista de cerca de 1 km, é frequentado por praticantes de caminhada, corrida e grupos de esportes coletivos.

A infraestrutura inclui banheiros, bebedouros e quadras para diferentes modalidades, como futsal, vôlei e basquete. O CSU também abriga academias comunitárias e áreas abertas que recebem treinos funcionais, sendo referência de espaço esportivo para todas as idades.

Vista aérea do Csu do Parque 10 mostra as diversas áreas para prática de esporte. Pista em vermelho pode ser utilizado para corrida. Foto: Reprodução/Arquivo Semcom Manaus

Avenida das Torres: percurso urbano desafiador

A Avenida Governador José Lindoso, conhecida como Avenida das Torres, que abrange as zonas Leste e Norte, consolidou-se como um dos locais mais usados para treinos de resistência. A calçada ampla e a ciclofaixa recebem praticantes de ciclismo, caminhada, corrida e patins ao longo dos seus 17,4 km de extensão.

Mas a pista merece a atenção de quem usar o espaço para fazer atividade física ao ar livre por conta do fluxo de veículos.

As ladeiras tornam o percurso desafiador, atraindo esportistas que buscam melhorar condicionamento físico, além de ser uma pista já conhecida por receber eventos esportivos, como corridas de rua e passeios ciclísticos.

Ao longo da via, há pontos de comércio local que oferecem água, sucos e lanches rápidos, além de áreas de descanso. Porém não há banheiros públicos no espaço, sendo encontrados apenas nos estabelecimentos comerciais.

Avenida das Torres é popular por receber eventos espotivos. Foto: Reprodução/Arquivo CBMAM

Ponte Rio Negro: esporte com vista panorâmica

A Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro, que conecta os municípios de Manaus e Iranduba, oferece um cenário único para a prática esportiva. Com 3,6 km de extensão, a travessia é utilizada para caminhada, ciclismo e corrida.

A vista do rio e das cidades transforma cada atividade em uma experiência visual marcante. O percurso, plano e contínuo, exige resistência, mas é acessível a diferentes níveis de preparo físico.

Apesar da ausência de pontos fixos de apoio, há vendedores ambulantes em horários de maior movimento em ambos lados da ponte.

pontephelippedaou-diegooliveira-portalamazonia.jpg
Ponte Jornalista Phelippe Daou também tem opção onde pedestre pode passar e correr por extensão de quase quatro quilômetros. Foto: Diego Oliveira/ Portal Amazônia

Avenida Getúlio Vargas: um novo ponto no coração da cidade

Em agosto de 2025 a Avenida Getúlio Vargas, no Centro de Manaus, passou a fazer parte do projeto ‘Faixa Liberada’, assim como ocorre na Ponta Negra. O trajeto de aproximadamente 1,5 km agora é utilizado para caminhada, corrida, patins, skate e ciclismo, tornando-se parcialmente exclusivo para as atividades esportivas nas manhãs de domingo.

A infraestrutura do entorno inclui banheiros em prédios públicos próximos e pontos de venda de alimentos e bebidas. O espaço também promove a reocupação do centro histórico, tornando-o mais acessível para práticas esportivas em ambiente urbano.

Faixa Liberada na Avenida Getúlio Vargas. Foto: Clóvis Miranda/Semcom Manaus

Gigantes da Floresta: atividade até para crianças

No bairro Novo Aleixo, o Parque Gigantes da Floresta oferece uma pista de 1,5 km rodeada por vários esculturas de animais amazônicos gigantes além de uma praça molhada para as crianças.

O espaço já está sendo utilizado para caminhada, corrida leve e exercícios de alongamento em uma das áreas mais populosas da cidade, entre as zonas Norte e Leste.

Gigantes da Floresta fica localizado entre as zonas Norte e Leste de Manaus. Fotos: Reprodução/Facebook-Maikon Henrique

A infraestrutura inclui banheiros e áreas de descanso ao longo do complexo. Em horários de maior movimento, vendedores ambulantes oferecem água e lanches. Também é um ponto de encontro de moradores que buscam tranquilidade durante a prática esportiva.

Vista aérea do parque. Foto: Reprodução/Semcom Manaus

Lagoa do Japiim: atividades à beira d’água

A Lagoa do Japiim, na Zona Sul, é uma área de lazer que também abriga esportes ao ar livre. Com percurso de 1,8 km ao redor da lagoa, o espaço é usado para caminhada, corrida, ciclismo e exercícios em grupo.

A infraestrutura inclui banheiros, lanchonetes e bancos para descanso. A combinação de natureza e acessibilidade torna o local bastante procurado por famílias e grupos de amigos, especialmente nos fins de semana.

A combinação de natureza e acessibilidade torna o local bastante procurado por famílias e grupos de amigos. Foto: Dhyeizo Lemos/Semcom Manaus

Passeio do Mindú: espaço urbano para atividades variadas

O Passeio do Mindú, na Zona Centro-Sul, é um espaço que dispõe de uma pista de 1 km e áreas destinadas a atividades coletivas. É utilizado tanto por esportistas iniciantes quanto por praticantes de treinos funcionais.

O espaço oferece banheiros e bebedouros públicos, além de quiosques de alimentação e academias ao ar livre, garantindo versatilidade para diferentes tipos de prática esportiva.

Área do Parque do Mindú foi revitalizada em 2024. Foto: Reprodução/Semcom Manaus

Avenida São Jorge: praça de esportes e lazer comunitário

Na Zona Oeste, a Avenida São Jorge abriga uma praça com pista de 1 km e diversas quadras esportivas. O local é usado para caminhada, corrida leve, futebol, vôlei e basquete, tornando-se referência para esportes coletivos no bairro.

A praça conta com banheiros e venda de água de coco e lanches, principalmente no fim da tarde. É um espaço que combina lazer, atividade física e convivência comunitária. Além disso há também várias lanchonetes em torno do bairro, o que proporciona um espaço de lazer além da prática esxportiva

Avenida São Jorge é utilizada para caminhadas no seu entorno. Foto: Reprodução/Arquivo Semcom Manaus

Parque Municipal do Idoso: estrutura completa e acessível

Localizado no bairro Nossa Senhora das Graças, na Zona Centro-Sul, o Parque Municipal do Idoso se destaca pela infraestrutura acessível. A pista de 800 metros é utilizada para caminhada e corrida leve, mas o espaço também dispõe de academias ao ar livre, quadras e áreas cobertas para atividades em grupo.

O parque possui banheiros, bebedouros e uma cantina que oferece refeições leves, frutas e sucos. Com estrutura adaptada, o local é voltado para pessoas de todas as idades, garantindo conforto e inclusão na prática esportiva.

Parque Municipal do Idoso. Foto: Reprodução/Arquivo FDT

Confira outras cidades da série:

Portal Amazônia responde: qual a diferença entre arroio e rio?

0

Foto: A C Moraes – Creative Commons

Os cursos d’água fazem parte da vida humana desde os primeiros assentamentos, desempenhando funções de abastecimento, transporte, alimentação e equilíbrio ecológico. No Brasil, é comum ouvir falar de rios como o Amazonas, o Negro ou o São Francisco, mas em diferentes regiões também aparecem denominações locais e únicas, como igarapé, córrego e arroio. Essas palavras despertam dúvidas sobre o que diferencia cada termo e em quais contextos são usados.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Em específico, a distinção entre arroio e rio é um exemplo claro. Embora ambos sejam cursos naturais de água, apresentam diferenças relacionadas ao porte, à extensão e até ao uso cultural da nomenclatura em diferentes regiões do país.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a palavra arroio é largamente utilizada, enquanto em outras regiões se fala em córrego ou riacho para designar cursos menores.

Mas afinal, o que é um arroio?

Comumente chamado de igarapé na Amazônia, alguns podem dizer que igarapé e arroio são as mesmas coisas em regiões diferentes do Brasil. O pesquisador doutor pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Rogério Marinho, em entrevista ao Portal Amazônia, destacou que os termos são usados em diferentes partes do país:

“Ambas expressões, arroio e igarapé, tratam de curso d’águas, só que com aplicações geográficas diferentes. Então, enquanto o igarapé é mais utilizado na região Norte, principalmente na Amazônia, arroio é muito utilizado mais no Sul do país. Assim como o córrego é mais usado para a região Centro-oeste do país. Então são expressões bem pontuais de cunho para caracterizar o curso d’águas, mas que têm suas peculiaridades linguísticas dependendo da região que se falam”.

Leia também: Qual a importância dos igarapés para a Amazônia?

Arroios têm funções importantes, como escoar a água da chuva, recarregar lençóis freáticos, sustentar a fauna e a flora locais e alimentar rios maiores. Em áreas urbanas, no entanto, sofrem impactos do assoreamento e da poluição. O Arroio do Salso, em Porto Alegre, por exemplo, percorre quase 93 km² da capital gaúcha e enfrenta problemas de degradação da qualidade da água por causa do esgoto doméstico.

O que é um rio?

Já o rio é um curso de água de maior porte, que pode atravessar extensas áreas geográficas e receber a contribuição de diversos arroios, igarapés e córregos. Normalmente, possui maior profundidade, largura e volume de água, servindo como artéria principal de uma bacia hidrográfica.

Leia também: Conheça as diferentes cores de águas em rios da Amazônia e entenda suas mudanças

O Brasil possui alguns dos maiores rios do mundo, como o Rio Amazonas, que chega a ter mais de 1,5 km de largura em determinados trechos, e o Rio São Francisco, que percorre mais de 2.800 km pelo território nacional.

Os rios podem ser navegáveis, servir para geração de energia elétrica, irrigação, pesca, transporte e consumo humano em larga escala.

Diferenças entre arroio e rio

Assim, as principais diferenças entre arroio e rio estão no tamanho e na capacidade de drenagem. Enquanto o arroio é pequeno, muitas vezes sazonal e limitado a áreas específicas, o rio é extenso, contínuo e de maior importância na rede hidrográfica.

Outra distinção está, portanto, no vocabulário regional. O termo arroio é comum no Rio Grande do Sul, enquanto em estados do Sudeste e Centro-Oeste o mais frequente é córrego ou riacho. No Norte do Brasil, sobretudo na Amazônia, predomina o uso de igarapé para designar cursos menores, que cumprem função semelhante à de um arroio. Já para grandes cursos d’água, como o Negro, o Madeira ou o Tapajós, a designação é sempre rio.

rio é diferente de arroio
Rios na Amazônia como o rio Madeira (Foto) são como estradas utilizadas para transporte e durante a seca, prejudica a locomoção. Foto: Thiago Mendes/ Arquivo Rede Amazônica

Segundo a Dra. Yara Schaeffer-Novelli, pesquisadora do Instituto de Oceanografia da USP, há diferença entre rio, riacho, arroio e termos semelhantes:

“Córrego e arroio são sinônimos. O termo ‘arroio’ é frequentemente usado no Sul do Brasil. Refere-se a um curso de água maior que um ‘regato’ e menor do que uma ‘ribeira’”.

Do ponto de vista ambiental, os arroios cumprem papel complementar aos rios, funcionando como pequenos canais de alimentação e drenagem. Quando preservados, ajudam a evitar enchentes e a manter a biodiversidade. Quando degradados, podem comprometer a qualidade da água dos rios que alimentam.

Importância da gestão

Compreender a diferença entre arroios e rios é fundamental para a gestão dos recursos hídricos. Enquanto rios exigem políticas de escala regional ou nacional, arroios pedem cuidados locais, muitas vezes relacionados ao planejamento urbano, ao tratamento de esgoto e à preservação das matas ciliares.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, estudos de bacias hidrográficas têm mostrado como a impermeabilização do solo aumenta a pressão sobre os arroios, reduzindo a infiltração da água e elevando os riscos de enchentes. Já na Amazônia, rios e igarapés desempenham papel vital não só no equilíbrio ecológico, mas também no transporte de populações ribeirinhas e na economia local.

O pesquisador Philipp Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas sobre a Amazônia (INPA), também já abordou sobre a importância dos rios da Amazônia para a população que vive na região, principalmente em função dos fenômenos de seca e cheia.

“Os rios são o único meio de acesso em muitas partes da Amazônia. Com a queda dos níveis, algumas comunidades ficaram isoladas, levantando preocupações sobre um desastre humanitário”, destacou.

Você conhece o cutiribá, fruto amazônico “primo” do abiu?

0

Frutos do cutiribá. Foto: Reprodução/Artigo ‘Stability and Antioxidant Activity of Pouteria macrophylla Fruit Extract, a Natural Source of Gallic Acid’

Uma fruta que “gruda a boca”, doce e de cheiro forte. Muitas pessoas, principalmente do Norte, pode ter pensado imediatamente no abiu. Mas você sabia que existe um “primo” bem parecido com esse fruto? É o cutiribá, nome popular usado em várias regiões para a espécie Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma, árvore da família Sapotaceae (a mesma do abiu e do canistel).

Em publicações técnicas e de divulgação científica, essa fruta também aparece com outros nomes, como cutite, abiu-cutite, tuturubá e cutitiribá, entre outros sinônimos regionais.

Leia também: Portal Amazônia responde: por que o abiu “cola” a boca?

O pianista paulista que mora no Pará, Ediel Sousa, mostrou o fruto em suas redes sociais e também questionou se ele é conhecido:

Segundo o pesquisador Eniel David Cruz, da Embrapa Amazônia Oriental, em um Comunicado Técnico de 2017, “o cutite, que pertence à família Sapotaceae, é também conhecido como jarana, abiurana-cutite, bapeba-pêssego, abiurana-cutitiribá, tuturubá, cortiça, cutiribá, abiu-cutite, juturubá, banana-do-mato e sapotilla, entre outros nomes regionais”.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Onde o cutiribá é encontrado

Imagem colorida mostra frutos maduros de Cutite, também conhecido popularmente como cutiribá
Foto: Eniel David Cruz/ Embrapa

Visualmente, o cutiribá é um fruto arredondado, de casca amarela quando maduro e polpa de cor igualmente amarelada, de aspecto denso. O fruto é nativo da Amazônia, consumido in natura e em sucos, com frutificação concentrada entre outubro e fevereiro.

De acordo com Cruz, o fruto pode ser encontrado no Brasil e em outros países amazônicos como Bolívia, Peru, Guiana Francesa, Suriname, Colômbia e Venezuela. No Brasil, registros botânicos apontam presença ampla em estados como Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Maranhão, Tocantins, Bahia, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

QUIZ: Você sabe dizer quais frutas são amazônicas?

Ele informa que “a espécie é encontrada em floresta de terra firme, várzea, igapó e em mata de galeria”. Essa diversidade de ambientes explica sua ampla adaptação e o valor cultural associado a diferentes comunidades da Amazônia e de outras regiões.

Veja aqui o comunicado da Embrapa sobre este fruto:

Uso alimentar, madeira e relação com a Amazônia

O cutiribá integra o conjunto de frutas regionais consumidas frescas e processadas. Segundo Cruz, a espécie já foi cultivada no Pará, “principalmente nos quintais domésticos, podendo fornecer frutos, sombra, madeira, lenha e carvão, assim como ser utilizada para sombreamento de cacaueiros”.

Além da polpa aproveitada em sucos, sorvetes, doces e cremes, o comunicado técnico também destaca propriedades não alimentares.

“A polpa em pó é indicada para fabricação de talco, creme anti-idade e a casca é usada contra disenteria e otite”, descreve o pesquisador.

Germinação e desafios de propagação

Do ponto de vista de manejo, o documento ressalta que as sementes apresentam dormência e comportamento recalcitrante, o que dificulta o armazenamento.

Como explica o pesquisador: “as sementes apresentam germinação lenta e desuniforme, iniciando apenas no 41º dia após a semeadura, com germinação final de 86% aos 201 dias”.

Uma alternativa para acelerar o processo é a retirada da ‘testa’. “Quando a semeadura é realizada apenas com as amêndoas, o início da germinação é antecipado para 24 dias, alcançando 79,5% de germinação”, detalha o comunicado.