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Coberta pela fumaça produzida por queimadas em outros municípios do Amazonas, qualidade do ar em Manaus é monitorada

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A Prefeitura de Manaus, por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), está monitorando a qualidade do ar na capital, coberta por fumaça oriunda de focos de queimadas em outros municípios do Amazonas. Conforme a evolução da situação, o município deverá adotar medidas visando resguardar a saúde da população, a exemplo do que ocorreu no ano passado.

Dados do programa ‘Queimadas’, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que em todo o Estado do Amazonas foram registrados 706 focos de queimadas, conforme levantamento realizado do dia 9 até o dia 11 de agosto, com exceção da capital, Manaus, onde não há ocorrência de nenhum foco neste mesmo período.

A Semmasclima informa que, segundo os dados do Inpe, foram registrados 29 focos nos municípios da Região Metropolitana de Manaus: Manacapuru (9); Autazes (8); Careiro (5); Careiro da Várzea (5); Itacoatiara (2) e Manaquiri (1).

Confira os focos por municípios:

Foto: Divulgação/Semcom

Neste mesmo período – 9 a 11 de agosto -, a secretaria recebeu 16 denúncias de queimadas urbanas.

A Prefeitura de Manaus vem realizando, desde o mês de junho, a campanha de sensibilização ‘Manaus Sem Fumaça’, por meio da qual técnicos da Semmasclima visitam escolas, empresas e comunidades levando a mensagem ambiental e de preservação do meio ambiente.

Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) orienta as pessoas que observem cuidados básicos nessa situação, como permanecer em ambientes fechados; manter-se bem hidratadas, especialmente crianças e idosos; dirigir carros com vidros fechados e ar-condicionado no mínimo, para evitar a entrada de fumaça; evitar exposição à fumaça em casa e sair só quando necessário. 

*Com informações da Prefeitura de Manaus

Comunidades indígenas e do campo recebem ações de enfrentamento à violência contra a mulher em Boa Vista

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A Campanha Agosto Lilás está intensificando as ações de enfrentamento à violência contra a mulher nas áreas rurais e comunidades indígenas de Boa Vista (RR). Por meio da parceria com as secretarias municipais de Gestão Social (SEMGES) e Segurança, Urbana e Trânsito (SMST), a primeira a receber foi a comunidade Truaru da Cabeceira, que aconteceu no dia 9 de agosto, e contou com cerca de 150 moradores da região.

Foto: Divulgação/SEMUC

Durante o evento, as equipes da Coordenadoria da Vara de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça, do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal (GCM) forneceram informações sobre a Lei Maria da Penha, canais de denúncia e o funcionamento de medidas protetivas.

A dona de casa Aldenice dos Santos, 29, participou da ação e compartilhou sua experiência. Ela conta que há cinco anos foi vítima de violência doméstica, mas após denunciar o ex-companheiro, tudo na sua vida mudou.

Foto: Divulgação/SEMUC

Parceria que envolve segurança e o social do cidadão

Segundo a gerente do CREAS-Centro, Ana Gabriela Bento, a ação acontece durante todo o ano, mas destaca que é intensificada na Campanha Agosto Lilás. Ela ressalta que a ação estará no dia 23 de agosto, na Serra do Truaru, atendendo também moradores das comunidades do Morcego e Anzol.

Foto: Divulgação/SEMUC

A integrante do Patrulha Maria da Penha, Jessyka Pereira, explica: o trabalho é feito na fiscalização de medidas protetivas e reforça a população pode denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher por meio dos canais 180, ou pela Central da Guarda Civil Municipal (95) 98414-4413.

“Para quem vive no campo e comunidades indígenas, também orientamos a pedir ajuda a uma pessoa de confiança, seja o tuxaua ou parente, para que a vítima denuncie o agressor aos órgãos competentes”, orientou Jessyka.

*Com informações da Prefeitura de Boa Vista

Acre tem mais de 1,3 mil crianças de até 5 anos sem registro de nascimento, aponta Censo 2022

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Em 2022, 1.312 crianças de até cinco anos não tinham registro de nascimento no Acre. Os dados são do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 8 de agosto. Deste total, o balanço mostra que 760 eram pardas e 330 brancas.

Os dados do IBGE mostram que, de 2010 para 2022, a fatia de brasileiros com até 5 anos sem registro civil caiu de 2,5% para 1,5% – ou seja, a fatia dos que têm subiu de 97,28% para 98,2%.

Ao todo, 83.731 crianças foram registradas em cartório até o período de avaliação. Deste total, 162 dos casos foram registros administrativos de nascimentos indígenas.

Em todo o país, a parcela de crianças de até 5 anos com registro civil de nascimento no Brasil cresceu em 2022 em relação a 2010, aponta o Censo.

Ainda assim, em 2022, 114.221 crianças não possuíam registro civil (ou os responsáveis legais não souberam informar a existência do documento).

O problema é maior entre os indígenas. Segundo o IBGE, em 2022, o país tinha 10.461 crianças indígenas de até 5 anos sem registro civil. O número equivale a 12,5% da população dessa faixa etária no grupo racial.

Brasil apresentou melhora

Em todo o país, a parcela de crianças de até 5 anos com registro civil de nascimento no Brasil cresceu em 2022 em relação a 2010, aponta o Censo.

Os dados do IBGE mostram que, de 2010 para 2022, a fatia de brasileiros com até 5 anos sem registro civil caiu de 2,7% para 0,7% – ou seja, a fatia dos que têm subiu de 97,3% para 99,3%.

Ainda assim, em 2022, 114.221 crianças não possuíam registro civil (ou os responsáveis legais não souberam informar a existência do documento).

O que é o registro de nascimento?

O registro deve ter nome do indivíduo, sexo, data, horário e município de nascimento, além dos dados dos pais. Para fazer o documento, os pais devem apresentar RG, CPF, e certidão de nascimento ou de casamento.

Quando os pais da criança são casados, não há necessidade de comparecimento de ambos ao cartório, basta a apresentação da certidão de casamento para que o registro seja feito em nome dos dois.

Quando os pais não são casados, é necessário o comparecimento dos dois para que o registro seja realizado.

Todo nascimento deve ser registrado no prazo de 15 dias, podendo ser ampliado em até três meses, no caso de localidades distantes mais de 30 quilômetros da sede do cartório. O registro civil de nascimento deve ser feito na localidade onde a pessoa nasceu ou na de residência dos genitores (pai, mãe) ou responsável legal.

Fora do prazo legal, o documento é feito no cartório da circunscrição da residência do interessado.

Caso a criança não tenha sido registrada no prazo legal, que varia de acordo com o local de nascimento, não há incidência de multa, e os pais podem ir ao Cartório de Registro Civil mais próximo de onde moram, acompanhado de duas testemunhas, com todos os documentos possíveis para a comprovação dos dados.

Quando se trata de adolescente maior de 12 anos, o requerente e as testemunhas são entrevistados pelo oficial que, em caso de suspeita, poderá remeter o pedido para decisão judicial.

*Com informações da Rede Amazônica AC

Veja como solicitar autorização para queima durante período de estiagem no Amapá

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Com a chegada do período de estiagem, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) no Amapá passa a emitir a autorização para quem usa fogo para fertilização do solo, produção e manejo de agropastoris ou florestais. A medida busca evitar incêndios. 

A autorização é dada por meio de uma Instrução Normativa, a qual delimita os procedimentos para solicitar autorização de queima controlada. De acordo com a secretária estadual de meio ambiente, Taísa Mendonça, o principal objetivo é a prevenção das regiões mais afetadas com as queimadas. 

Como solicitar autorização? 

Autorização é emitida pela Sema — Foto: Maksuel Martins/GEA

O pedido é feito de forma online no site da Sema. Dentro do portal, o produtor vai imprimir e preencher um requerimento padrão de solicitação de queima controlada. 

Junto desse requerimento devem ser anexadas as documentações previstas para cada tipo de atividade, indicando o dia e horário da queima. A medida busca evitar os períodos de temperatura mais elevadas durante o dia. 

Veja abaixo a documentação necessária para cada atividade

Agricultura familiar: 

  • Requerimento padrão da Sema;
  • Autorização de Supressão Vegetal (ASV).

Empreendimentos de grande porte: 

  • Requerimento padrão da Sema
  • Licença ambiental; 
  • Projeto técnico de controle ambiental para queima informando o objetivo, justificativa, metodologia-técnica de manejo a ser empregada, métodos de segurança para execução do trabalho, plano de emergência e responsável técnico com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART); 

Os pedidos devem ser solicitados 30 dias antes da data em que está prevista a queima. O descumprimento das exigências e condições instituídas sujeitará o infrator às penalidades previstas no art. 100 da Lei Complementar n°005/94 do Código de Proteção Ambiental do Estado. 

Operação Amapá Verde 2024 

Na última semana, foi lançada em Macapá a ‘Operação Amapá Verde’ que busca combater as queimadas na Amazônia durante o período de estiagem. Uma série de ações serão realizadas até o mês de dezembro em 7 municípios do Estado.

Mais de 700 militares do Corpo de Bombeiros do Amapá (CBM) devem atuar nos municípios de Oiapoque, Calçoene, Amapá, Tartarugalzinho, Porto Grande, Laranjal e Vitória do Jari. A Amapá Verde integra outra operação nacional, “Guardiões dos Biomas”, realizada pelo governo federal.

Em 2023, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais (Inpe) apontam que houve um aumento de 159,73% de focos de incêndio no Amapá quando comparado a 2022, quando os registros saíram de 971 para 2.522.

A operação tem a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Delegacia de Meio Ambiente do Amapá (Dema), do Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). 

*Com informações de Rede Amazônica Amapá

Ataques de arraias podem ser mais recorrentes durante a seca no Amazonas, alerta FVS-RCP; veja orientações

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Com a seca que o Amazonas vive, acidentes com arraias podem ficar mais recorrentes, alerta a Fundação de Vigilância em Saúde – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). O órgão enfatiza que, devido a diminuição do volume de água, o animal se concentra em áreas mais acessíveis, o que pode causar acidentes.

Geralmente o acidente acontece quando as pessoas pisam no dorso do animal, que introduz o ferrão na vítima. As áreas mais afetadas são os pés, tornozelos e pernas.

Segundo a FVS-RCP, nos últimos cinco anos foram registrados 833 casos desse tipo de acidente no estado.

Para o diretor de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, prevenir tais acidentes é um desafio, já que os rios fazem parte do cotidiano da população no Amazonas.

Leia também: Conheça as arraias de água doce: peixes cartilaginosos e que possuem grande diversidade de espécies na região amazônica

Foto: Reprodução/Itamar Junior Tonial

Saiba mais: Conheça a Arraia Preta, raridade do rio Xingu

O órgão ressaltou que, em caso de acidente com arraia, a orientação é lavar o local da ferroada com água morna, não usar remédios caseiros ou fazer torniquetes, e buscar imediatamente por atendimento médico no serviço de saúde mais próximo para evitar sequelas graves.

Censo: Amazonas é o estado com maior crescimento de crianças registradas em cartório no país

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O Amazonas foi o estado brasileiro que registrou o maior avanço no número de registro de crianças com até 5 anos de idade em relação ao Censo 2010. Os dados fazem parte do Censo 2022 e foram divulgados no dia 8 de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, em 2010, o número de pessoas na faixa etária registradas em cartório era de 402.103, equivalente a 89,5% desta população. Segundo os números divulgados pelo IBGE, no último Censo de 2022 o número subiu para 406.420, equivalente a 96%.

O principal avanço foi entre crianças com até um ano de idade. Em 2010, apenas 79% possuíam registro. Em 2022, esse número subiu para 92,4%.

Os municípios com maior cobertura de registro de nascimento de crianças até cinco anos no estado, segundo o Censo 2022 são: Borba, com 94,7%; Boca do Acre, com 94,6% e Nova Olinda do Norte, com 94,5%.

Cidades do Amazonas no ranking nacional

Cidade de Manaus, Amazonas. Foto: Lucas Silva/Amazonastur

Mesmo com o crescimento no número de registros, os municípios de Barcelos e Japurá, no interior do Amazonas, estão entre as dez cidades brasileiras com menores percentuais de pessoas com até cinco anos de idade registradas em cartório.

Segundo o levantamento, Barcelos possui 2.838 crianças de até cinco anos de idade. Deste total, apenas 62,5% estão registradas em cartório. Os números fizeram com que o município amazonense alcançasse o terceiro lugar do ranking nacional, ficando atrás apenas das cidades de Alto Alegre e Amajari, ambas em Roraima.

Situado ao norte do estado, na região do Baixo Rio Negro, Barcelos é o maior munícipio do Amazonas em faixa territorial, com 120 mil km². A extensão, somado a uma parcela significativa de indígenas que habitam na zona rural e precisam se locomover até a sede do município para ter acesso ao único cartório de Barcelos, são fatores que contribuem para o alto número de crianças sem registro.

Leia também: 3 atrações turísticas imperdíveis em Barcelos, no Amazonas

Outro município do Amazonas que aparece na sétima colocação do ranking é Japurá, com 82,3% das crianças de até cinco anos de idade registradas em cartório. De acordo com o IBGE, o total de habitantes nesta faixa etária na localidade é de 1.438 pessoas.

Censo: Amazonas é o estado com maior crescimento de crianças registradas em cartório no país

De acordo com o levantamento, em todo o Brasil, 114.221 crianças não possuíam registro civil (ou os responsáveis legais não souberam informar a existência do documento).

A região Norte, que concentra 45% da população indígena do país, tem o menor percentual de crianças com com registro civil – 97,3%, segundo o IBGE (a média do país é 99,3%).

Entre os estados, Roraima (89,3%), Amazonas (96%) e Amapá (96,7%) estão nas piores situações e, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais, nas melhores (99,7% nos três estados).

Censo: Amazonas é o estado com maior crescimento de crianças registradas em cartório no país
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O que é o registro de nascimento

O registro deve ter nome do indivíduo, sexo, data, horário e município de nascimento, além dos dados dos pais. Para fazer o documento, os pais devem apresentar RG, CPF, e certidão de nascimento ou de casamento.

Quando os pais da criança são casados, não há necessidade de comparecimento de ambos ao cartório, basta a apresentação da certidão de casamento para que o registro seja feito em nome dos dois.

Quando os pais não são casados, é necessário o comparecimento dos dois para que o registro seja realizado.

Todo nascimento deve ser registrado no prazo de 15 dias, podendo ser ampliado em até três meses, no caso de localidades distantes mais de 30 quilômetros da sede do cartório. O registro civil de nascimento deve ser feito na localidade onde a pessoa nasceu ou na de residência dos genitores (pai, mãe) ou responsável legal.

Fora do prazo legal, o documento é feito no cartório da circunscrição da residência do interessado.

Caso a criança não tenha sido registrada no prazo legal, que varia de acordo com o local de nascimento, não há incidência de multa, e os pais podem ir ao Cartório de Registro Civil mais próximo de onde moram, acompanhado de duas testemunhas, com todos os documentos possíveis para a comprovação dos dados.

Por Juan Gabriel, g1 AM*

Morre, aos 78 anos, o escritor e dramaturgo amazonense Márcio Souza

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Foto: Reprodução/Paiol Literário

Grande expoente da cultura amazonense e nacional, o escritor e dramaturgo Márcio Souza morreu nesta segunda-feira (12), aos 78 anos, em Manaus. A causa da morte não foi revelada.

História e legado

Márcio Souza nasceu em Manaus, no ano de 1946. O amazonense era romancista, diretor de teatro e ópera. Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e escreveu críticas de cinema e artigos em diversos jornais e revistas brasileiras, como ‘Senhor’, ‘Status’, ‘Folha de S. Paulo’ e ‘A Crítica’.

Escreveu grandes obras literárias como ‘Galvez, Imperador do Acre’; ‘A Caligrafia de Deus’; ‘Lealdade’ – pelo qual recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1997; e ‘Mad Maria’, seu livro de maior destaque e que deu origem à minissérie de mesmo nome, de Benedito Ruy Barbosa, produzida pela TV Globo em 2005.

Ele também foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth (todas nos EUA), além de ter sido diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.

Como palestrante, foi convidado pelas internacionais Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.

Dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) do Amazonas, hoje extinto. O autor foi ainda presidente do Conselho Municipal de Política Cultural.

Atuava como diretor da Biblioteca Pública do Amazonas e ocupava a cadeira de número 25 da Academia Amazonense de Letras (AAL). Nas redes sociais, a Academia lamentou a morte de Souza:

A editora Valer também prestou condolências ao ocorrido e ressaltou que:

“Para nós, da editora Valer, essa é uma notícia que nos pegou desprevenidos, porque sempre esperávamos mais obras de Márcio e, também, de desfrutar da sua companhia, dado que ele era um dos maiores conhecedores das Amazônias e um dos nossos maiores intelectuais, um grande conhecedor da literatura, do teatro e do cinema. Nós lamentamos profundamente a morte de Márcio Souza”, disse Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer, em publicação no blog da editora.

Infância e juventude de Saul Benchimol

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

Saul Benchimol nasceu em 14 de agosto de 1934 e estudou as primeiras letras de alfabetização no Grupo Escolar Barão do Rio Branco em Manaus, tendo, mais tarde, transferindo-se para o Grupo Escolar Saldanha Marinho.

Já na juventude, Saul Benchimol passa a residir na rua Henrique Martins n.º 414 em frente ao Sesc Senac e passa a dar continuidade aos seus estudos no Colégio Estadual do Amazonas, cursando o Científico com o apoio de sua mãe, que tinha a preocupação com esse aspecto pecu- liar na formação de seus filhos, como ocorre até os dias atuais com seus descendentes. Essa história não foi um diálogo emudecido pelo tempo, pelo contrário, construíram pelo saber o caminho para a sobrevivência e para as conquistas de que foram e que são merecedoras. Os mitos permanecem no ar, sobrevoando a vida das pessoas. Ancorado na busca do estudo para seus filhos e no trabalho do velho guarda-livros que chegava a Manaus cheio de sonhos por dias melhores.

Apesar das dificuldades enfrentadas pela família, sobretudo por tratar-se de uma família numerosa, seu pai, trabalhava dia e noite como guarda-livros, provendo o sustento da família. Na verdade, seu pai sempre teve esse anseio de mudança, força de sua experiência em Belém do Pará e naturalmente compartilhado com sua esposa.

Saul Benchimol, já na sua juventude, demonstrava sua maturidade, com a responsabilidade de vencer através dos estudos. A luta de seus pais e tantos momentos enfrentados proporcionaram maior experiência, ensejando lhe um modo diferenciado de ver o mundo.

Seus pais procuravam dar bons exemplos de honestidade para seus filhos, exemplo este que Saul Benchimol levou para sua vida. A Manaus de sua época era uma cidade muito tranquila, e foi nessa cidade que vivenciou e guardou na memória suas ruas de paralelepípedos e muito urbanizada, cujo silêncio era quebrado pela passagem do bonde vindo da rua 10 de Julho seguindo pela rua Costa Azevedo e passando bem ao lado de sua casa pela rua Rui Barbosa.

Aos domingos, tinham matinês nos Cine Guarany e Polytheama, o que nem sempre lhe era permitido frequentar, ou o passeio na Praça da Polícia com a Banda da Polícia Militar tocando no coreto ao centro da praça das 17h até as 19h. Saul Benchimol foi protagonista desses fatos e até hoje guarda essas lembranças em sua memória.

Saul Benchimol aos 3 anos. Acervo da Família. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Grupo Escolar Barão do Rio Branco em Manaus, onde Saul Benchimol estudou as primeiras letras de alfabetização. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Do Liceu Provincial e mais tarde Colégio Amazonense Dom Pedro II

Esta casa do saber formou muitas gerações: uns tornaram-se médicos, engenheiros, advogados, administradores, professores e tantas outras profissões que exerceram. Saul Benchimol bebeu na fonte do conheci- mento dessa casa do saber. Edificado em frente à Praça Heliodoro Balbi. É certo que somente por meio do conhecimento e da palavra os mortais podem passar para a posteridade, tão significativos e ilimitados são as ações e os fazeres e as formas de expressão daqueles que por lá passaram.

Ele, Saul Benchimol, tornou-se professor e foi por meio da palavra que o singularizou na sua forma única de ensinar, ultrapassando além dos limites de suas contingências e de sua efêmera existência material. Sua vocação para partilhar conhecimento com aqueles que foram buscar na fonte de sua sabedoria que o consagrou na imortalidade acadêmica é ainda lembrada nos dias atuais.

Grupo Escolar Saldanha Marinho. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O professor Otoni Moreira de Mesquita na sua obra “Manaus História e Arquitetura 1852-1910” nos transporta nas curvas do tempo através de uma agradável viagem de recordações, reencontros e revelações da história deste patrimônio do saber.

[…] A construção do Liceu Provincial foi autorizada pela Lei 1506, de 4 de novembro de 1880 (Coleção de Leis do Amazonas, 1879 Tomo XXVII, pg. 28). Em abril de 1881, haviam preparado o terreno para obra (Dias, 1881, pg.43) e, em 16 de maio do mesmo ano, o Presidente Satyro Dias informava ter mandado “lavrar” o contrato para a construção do alicerce do prédio (Dias, 1881, pg. 7). Em 31 de maio de 1881, a Assembleia libera a quantia de 30:000$000 réis pra a referida obra (Annais da Assembleia Legislativa do Amazonas, pg. 92) e em 27 de agosto do mesmo ano, o Presidente Alarico José declarava a aprovação, em 02 de junho daquele anos, do “acto do diretor de Obras Públicas ordenando aos arrematantes das obras do Lyceu Provincial, que desse aquellas obras dimensões maiores, do que as marcadas na planta respectiva. (Furtado, 1882, p. 8)

Trecho da Av. Joaquim Nabuco, onde residia a família Benchimol, quando do nascimento de Saul Benchimol (em 14 de agosto de 1934). Fonte: Bazar Esportivo

Em 25 de março de 1883, o Presidente José Paranaguá informava que o engenheiro Leovegildo Coelho mantinha-se no cargo de diretor da Repartição de Obras Publicas e as obras do Lyceu, “começadas em maio de 1881” encontravam-se muito atrasadas. Estavam prontos somente os “alicerces e algumas paredes até a altura do vigamento inferior”, mas em “24 de julho” havia ordenado ao Tesouro Provincial chamar concorrência para a “construção das paredes do pavimento térreo”, além do fornecimento e instalação do “vigamento do soalho”. Aceita a proposto do engenheiro João Carlos Antony, o contrato fora assinado em “20 de janeiro” de 1883. Para o “sócco da fachada”, contratara com José Cardoso Ramalho o fornecimento da “cantaria necessária” pela quantia de 3:774$085 réis, e o assentamento desse material havia sido feito por Antonio Ruibal pela importância de 540$000 réis. Estavam compradas as grades de ferro para “os vãos por baixo das janelas” e já haviam aterrado o saguão e o pátio de edifício. (Paranaguá, 1883, p. 77)

Em 9 de janeiro de 1884, já estavam entregues as paredes de cantaria para o “sócco da fachada principal” do Lyceu, em 08 de fevereiro, foi encerra- do o período de concorrência estabelecido pelo Tesouro Provincial para construção da obra, só que, em 16 do mesmo mês o Presidente nada decidira sobre as cinco propostas apresentadas. (Paranaguá, 1884, p. 58 e 63)

Em 16 de maio de 1884, a Lei nº 640 autorizava o Presidente da Província a mandar concluir as obras do Lyceu Provincial e em outubro do mesmo ano, o Presidente anunciava que a obra estava (em grande andamento) juntamente com a obra da igreja de São Sebastião, que eram as duas únicas obras autorizadas “por contato” (Sarmento, 1885 pg. 9). Em setembro de 1885, o Presidente Ferreira Junior informava que a obra do Lyceu contratada com Malcher, Ramalho, e Castro continuava com “muita atividade” (Chaves, 1886, pg.32). No entanto em março de 1886, o Presidente Vasconcellos Chaves notificava que as obras do Lyceu deveriam ter sido concluídas em novembro do ano anterior, mas por “acto de 21 de julho daquele ano” haviam sido prorrogadas por mais oito meses e contava estarem concluídas em 21 de junho daquele ano, e lamentava que sendo o Lyceu um edifício importante, ressentia-se de “defeitos grosseiros”, muitos dos quais já não eram possíveis de serem reparados. (Ferreira Junior, 1885, pg. 51)

Em relatório de 10 de fevereiro de 1886, o diretor da Repartição de Obras Públicas, Lauro Bittencourt, afirmava que “com exceção dos três salões da frente, todo o segundo pavimento” estava assoalhado e forrado e as paredes embuçadas. (Bittencourt, 1886, pg. 37)

Oficialmente foi concluída em 5 de setembro de 1886, de acordo com a placa de bronze fixada no hall de entrada do prédio. Entretanto, posteriormente a esta data, surgiram algumas solicitações dos governantes no sentido de concluir a obra. Em 20 de junho de 1893, o Diretor de Obras Públicas, Armenio de Figueiredo, afirmava não ser necessário “mais que sessenta contos de réis pra terminar a obra” (Figueiredo, 1893, pg.10). Em 6 de janeiro de 1899, o Governador Fileto Ferreira comunicava estar o edifício passando “por modificações bem radicais), pois apesar de aberto há muitos anos a uso público fora entregue “quase ao abandono pela falta de limpeza e reparos”. (Ferreira, 1898, pg.16)

O antigo Lyceu Provincial, posteriormente Gymnasio Amazonense Pedro II e atualmente Colégio Estadual do Amazonas é um dos raros exemplares típicos da arquitetura neoclássica em Manaus.

Sua estrutura, assim como sua composição espacial e seu aspecto orna- mental, correspondem com bastante precisão às características traçadas pelo historiador Paulo Santos em sua obra Quatro Séculos de Arquitetura (1981, pg.53). A planta baixa do prédio e sua fachada são simétricas, bastante equilibradas e raro são os elementos ornamentais. O edifício tem dois andares sobre um alto porão e segue a estrutura da antiga “caixa” greco-romana, também muito utilizada durante o Renascimento.

A fachada tem duas alas laterais com um corpo central, ligeiramente pro- eminente. Na parte central fica a entrada do prédio, composta por uma escadaria de treze degraus que termina em um pórtico composto por quatro colunas no primeiro pavimento e quatro no segundo.

Com frequência, os elementos clássicos aplicados nas construções realizadas na última passagem do século apresentam alterações que escapam dos padrões mais rígidos. Ao utilizarem pórticos e colunas em suas fachadas, dispõe as ordens aleatoriamente, confundem, muitas vezes, a sequência convencionada pelos romanos. Ao aplicarem as ordens gregas às suas construções, os romanos definiram que o primeiro pavimento de uma construção deveria apresentar colunas da ordem dórica ou toscana, enquanto o segundo pavimento deveria utilizar colunas jônicas e o terceiro adotaria a ordem coríntia. No entanto a adoção de uma ordem implica no uso de outros elementos além da coluna, abrangendo, como por exemplo, o entablamento com seus frisos característicos.

Assim, pode-se classificar as colunas no primeiro pavimento do Lyceu Provincial como Toscanas, por apresentarem fuste liso e base, entretanto o entablamento sustentado por estas colunas é da ordem dórica, caracte- rizado pelo friso composto com triglífos e métopas. As colunas do segundo pavimento, apesar de ostentarem capitéis jônicos, apresentam fustes liso, quando a ordem exige caneluras. Por trás do pórtico, abre-se três portas em arco pleno que dão acesso ao vestíbulo do prédio.

As alas laterais de cada andar são vazadas por três janelas, todas de vergas retas, sendo as do segundo pavimento, janelas de púlpito com balaústres. Pilastras com mesma característica das colunas do pórtico intercalam-se entre as janelas e se apresentam em dupla nas extremidades da fachada e na divisão com o corpo central, A construção é arrematada na parte superior por uma platibanda de decoração singela, que circunda todo o edifício, sendo interrompido apenas pelo frontão triangular liso.

Dessa forma, escondem-se os beirais imprimindo ao edifício um aspecto mais de acordo com o estilo neoclássico. Como já foi dito anteriormente neste trabalho, este prédio apresenta grande semelhança com algumas obras de Palladio, lembrando, entretanto que tais características tornaramse bastante comuns no século passado em todo o Brasil.1

1 MESQUITA, Otoni Moreira de. Manaus: história e arquitetura (1852-1910). Manaus: Edua, 1997, p. 102-107.

Saul Benchimol. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O trabalho como propagandista

Saul Benchimol tinha, na sua rotina de trabalho, o gerenciamento de visitas médicas e promoção de produtos do laboratório Merck Sharp & Dohme, especialmente nas farmácias e para classe médica, cuja representação era da empresa da família. Também era responsável por planejar e realizar visitas apresentando os produtos produzidos pelo laboratório. Na visita com os médicos, promovia uma apresentação dos produtos em pauta, com indicação, posologia, benefícios aos pacientes, entre outras

informações dos produtos. Manaus, nessa época, tinha aproximadamente entre quarenta a cinquenta médicos. Dentre eles: Antônio Comte Telles de Souza, Antônio Hosannah da Silva Filho, José Raimundo Franco de Sá, Olavo das Neves de Oliveira Melo, Leopoldo Cyrilo Krichanã da Silva, Menandro Tapajós, Euzébio Rodrigues Cardoso, Mário Isaac Sahdo, José Leite Saraiva e tantos outros.

Saul Benchimol lembra das tarefas de produzir os relatórios de suas visitas aos médicos e farmácias. Neste período, não era necessário ter curso superior, mesmo assim, era necessário ter conhecimento em anatomia, fisiologia, farmacologia, e naturalmente bons conhecimentos em vendas e negociação. Tratava-se de uma profissão de muitos desafios. O profissional precisava ser bastante proativo, organizado e possuir um senso analítico muito elevado para gerenciar seu tempo entre vendas, cobranças e propaganda médica.

Foi sim, um período importante em sua vida, com fortes lembranças desses momentos vividos por ele no início de sua jornada profissional.

A caminho da Faculdade de Direito (1953-1957)

A história da ocupação do espaço amazônico tem como momento o período do ciclo do látex, com profundas consequências para a realidade demográfica regional. A verdade é que a Amazônia não seria a mesma depois do fausto do látex.

Transcorria o ano de 1953, o jovem Saul Benchimol, fiel aos ensina- mentos de seu pai, ingressava na Faculdade de Direito, a “velha jaqueira”, que já havia formado grandes nomes da jurisprudência do Amazonas. Afinal, era a única opção, somente os filhos de famílias ricas podiam buscar estudos fora do domicílio. Para contribuir com o sustento da família, Saul Benchimol dedicava-se também ao trabalho de propagandista e vendedor do Laboratório Merck Sharp & Dohme. Na verdade, os homens e mulheres que lograram êxito em suas histórias tiveram como principal atributo a coragem e o espírito de luta. Foram, sobretudo, seres que acreditaram em seus sonhos e projetos movidos pelo entusiasmo e pelos ideais que legaram à sociedade uma história de feitos e conquistas.

Saul Benchimol tem como atributo servir ao próximo, ação que se oculta por trás da simples dimensão de suas ações, faz de sua vida o enigma e condição indispensável para uma existência enriquecedora e feliz.

O jovem Saul Benchimol, fiel aos ensinamentos de seu pai, ingressava na Faculdade de Direito, 1953.
Acervo da Família. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Saul Benchimol – A saga de judeu na Amazônia

Dos seus inúmeros afazeres diários dedicava seu precioso tempo ao seu trabalho de propagandista e aos estudos. Ocupou seu lugar na primeira fila e, como lutador, marchou sempre na vanguarda com uma participação efetiva e dedicada. Estudioso, procurou fazer daquele espaço sua projeção para o futuro, não poupou esforços para ser útil aos seus irmãos e aos seus pais.

Neste período, seu pai trabalhava duro para manter a família. Todos os esforços eram também para manter seu irmão Alberto Benchimol, estudante de medicina no Rio de Janeiro. E, mais tarde, já formado, imigrou para os Estados Unidos da América, precisamente para Phoenix no Arizona, onde construiu sua carreira profissional de sucesso.

Manaus, nesse período, com uma população aproximada de 250 mil habitantes, tinha seu conglomerado urbano e comercial nas principais ruas do centro. O reconhecimento dessas circunstâncias, hoje narrados por Saul Benchimol, constitui o mútuo e legítimo orgulho de seus pais, que mantêm sua história com boas lembranças de todos esses acontecimentos. Essas verdades históricas resultam do espírito desbravador de Isaac

Israel Benchimol e da senhora Nina Siqueira Benchimol, que fincaram aqui a decisão de construir suas vidas.

Saul Benchimol e professores. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

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Escolher profissão com bons ganhos ou satisfação pessoal

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Foto: Nino Souza Nino/Pixabay

Por Flávio Guimarães – flavioguimaraesjr@hotmail.com

Seria um sonho de vida conseguir unir uma ideia com a outra, não é verdade? Entretanto, a prática nem sempre pode possibilitar isso. Ou pode, dependendo do que definirmos como linha de atuação, o tempo de maturação da carreira e os frutos rendidos em médio e longo prazo.

A questão principal desse tema é que podemos, sem dúvida, fazer o que gostamos e, com isso, ainda ganhar muito dinheiro. Porém, a maioria de situações assim nos mostra que isso leva um certo tempo, a depender da área que a pessoa quer atuar. Se for petróleo, por exemplo, a tendência é que o enriquecimento seja proporcionalmente mais rápido do que em outros setores.

Nesse artigo vou falar sobre o aspecto profissional unido ao comportamental e de gosto pessoal por profissão. Vamos entender esse universo tão sonhado por muitas pessoas.

Mas quais profissões dão lucros mais rápidos?

Entre os setores de mercado que vemos ao nosso redor, tradicionais e não tradicionais, há alguns que podemos destacar com os que geram ganhos mais rápidos. São eles:

– Petróleo e gás: apesar de um ser um setor muito burocrático em termos regulatórios e documentais, gera um alto índice de lucro, pois tudo ao nosso redor usa esse recurso natural para a produção. Entretanto, para mergulhar nesse segmento de mercado é necessário ter um alto caixa inicial para o investimento em estudos, operações de perfurações e a produção em si.

– Mineração e ouro: também é um setor burocrático regulatório e documental, entretanto, o lucro líquido é proporcionalmente maior do que o petróleo e gás, que requer uma estrutura operacional maior para a execução. Além disso, o valor agregado por produto é maior com a projeção menor de prejuízo. Exemplo: uma única venda pode fornecer fôlego financeiro para a pessoa, mesmo que ela tenha sequentes prejuízos.

– Gamers e influencers digitais: a geração de conteúdos digitais é a mais nova área geradora de muitos ganhos financeiros e surgiu como um novo eixo de mercado a partir, principalmente de 2010, quando as plataformas de vídeos, fotos e imagens vieram à tona com maior força. Entre as possibilidades de ganhos, há opções como a monetização da própria plataforma, patrocínios fixos de marcas, publicidades por postagens e outros.

Como identificar, através da profissão, que a riqueza vem em média e longo prazo?

Algumas profissões têm a característica de gerar riqueza em média e longo prazo devido o tempo de maturação do profissional, projetos e atuações perante o mercado. Entre elas podemos citar…..

– Carreira executiva: a pretensão de atuar como gerente ou diretor(a) é de uma escolha muito próspera, entretanto, isso pode não ser tão rápido quanto gostaríamos. Um(a) profissional leva aproximadamente 10 anos para chegar a um cargo de gestão. Isso requer muita especialização, paciência e estudos. Dependendo da área, esse tempo pode se estender para até 20 anos.

– Vendas digitais de produtos e serviços: é uma área próspera e que já trouxe riqueza para muitos profissionais, porém, há um tempo de maturação para a conquista de clientes, mercado e desafios de concorrentes. Mesmo que o uso de tráfego pago promova um retorno mais rápido, a continuidade do negócio depende de muitos fatores.

– Profissionais de tecnologia: o desenvolvimento de softwares e soluções de tecnologias, segurança da informação e e-commerce são as áreas que mais estão gerando oportunidades de negócios para contratações diretas e prestadores de serviços. Muitos deles cobram peso de ouro e trabalham mais de uma empresa ao mesmo tempo. Por isso, há tendência que a atividade prospere em médio prazo.

– Profissionais de Odontologia: a área protética também é próspera para quem quer ser especialista da área. A média de lucro, por cada peça, gira em torno de 250 a 350%. Mesmo assim, para que os ganhos sejam significativos, é necessário ter uma clientela formada, que geram novas indicações e clientes. De certa forma, isso leva um período de médio ou longo prazo.

E as áreas improváveis?

Sim, elas existem.

Você já viu alguém falar que essa ideia ou projeto são absurdos e que dificilmente dariam certo? A verdade é que tem vezes que dá certo sim. Quer saber um exemplo disso??

CASE: uma moça, desde criança, dizia que iria trabalhar criando baratas. Durante toda a sua fase jovial ouviu muitas críticas e descrenças quanto a sua ideia. O tempo passou, ela se especializou no assunto e hoje é uma das maiores exportadoras de baratas para zoológicos no mundo inteiro. Dá para imaginar a quantidade de dinheiro que ela ganha?

Por mais improvável que pareça, sempre tem uma sub-área que pode ser estudada e vendida como um projeto inovador e lucrativo. Para isso, é necessário saber onde exatamente está a demanda. Isso pode ser feito através de pesquisas de mercado ou conversas com profissionais da área.

Por isso, acredite no seu projeto, acredite na sua ideia, acredite na sua crença. E vá em frente !!! Só vá !!!

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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Fenômeno El Niño leva governo do Amazonas antecipar medidas de proteção fiscal a contribuintes do ICMS

Por Osíris M. Araújo da Silva

O governo do Amazonas publicou o Decreto nº 49.906, de 24 de julho de 2024, por meio do qual concede prazo adicional de 45 dias para pagamento de ICMS, Fundos e Contribuições estaduais, com objetivo de mitigar o impacto financeiro e logístico do período de estiagem dos rios da bacia amazônica face à severidade da nova seca que se aproxima e que deverá superar a do ano passado, a maior já verificada em cem anos. O ato foi editado face ao cenário de que trata o Decreto nº 49.763/24, por meio do qual o Executivo declara situação de emergência no Estado do Amazonas, particularmente nos municípios localizados nas calhas do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões ora afetados pelo desastre decorrente do severo período de vazante. A decisão governamental levou em conta, adicionalmente, a necessidade de criação de mecanismos de mitigação dos impactos econômicos do gargalo logístico que, como em 2023, prejudica severamente as atividades comerciais e industriais.

Face à repetição de seca severa para o ano de 2024 e a necessidade de criação de mecanismos de mitigação dos impactos econômicos sobre o gargalo logístico de transporte de mercadorias no período e a necessidade de prazo mais alongado para compensar períodos mais alongados de estocagem acima normal, o governo estadual concede prazo adicional de 45 dias para o recolhimento de 50% de débitos de ICMS, fundos e contribuições devidos ((FMPE, FTI, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS) por ocasião do desembaraço de entrada de mercadorias ou bens em operações interestaduais e de importação vincendos nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2024.

Entretanto, para fruição do prazo adicional de pagamento estipulado, o contribuinte deverá estar em situação regular e adimplente junto ao fisco estadual. Tais benefícios, ressalta o Decreto, não se aplicam aos débitos decorrentes de operações com petróleo e seus derivados, gás natural, álcool anidro ou hidratado e demais combustíveis e lubrificantes não derivados de petróleo.

Sucessivas secas têm-se verificado na Amazônia. Pela gravidade do problema, atraem preocupações de diversos órgãos científicos no Brasil e mundo afora. Em 2023 a região experimentou uma das piores secas de sua história. Artigo publicado pelo Jornal da UNESP, de abril de 2024, constata que a baixa acentuada dos níveis dos rios afetou a vida de todos os habitantes da região, dificultando o deslocamento das populações ribeirinhas, e o transporte de água, alimento e outros suprimentos essenciais. A busca por explicações para eventos tão extremos mobilizou uma rede internacional de pesquisadores, entre eles docentes e discentes do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais, que é uma parceria entre o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José dos Campos, e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

As análises sugerem que tanto o calor quanto a seca que atingiram a maior floresta tropical úmida do mundo já refletem o panorama das mudanças climáticas, tanto em nível local como global. Os resultados do estudo vieram a público em artigo publicado em abril na revista científica “Scientific Reports”. Ao que salienta o texto, a Amazônia já registrou neste século outros episódios de estiagem extrema e prolongada, quase sempre associados à ocorrência do fenômeno climático El Niño, caracterizado por um aquecimento acima da média nas águas do Pacífico, na região da linha do equador. A primeira em 2005, a segunda em 2010, a terceira em 2015 e 2016 e a mais recente em 2022-2023. O nível do Negro chegou a baixar 20 centímetros por dia entre agosto e início de setembro, segundo o Serviço Geológico do Brasil. O dobro do registrado em 2022, mas menos do que nas grandes secas amazônicas de 2005 e 2010.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

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