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‘Faço por amor’: parteira já ajudou no nascimento de mais de 200 crianças no Amapá

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A dona Maria Raimunda de 74 anos, mais conhecida como ‘Tia Raimundinha’ mora na Vila de Mazagão Velho, no Amapá, e mantém a tradição das parteiras viva há mais de 48 anos na Vila Queiroz, um lugar com apenas quatro residências.

Leia também: Ofício, saberes e práticas das parteiras tradicionais são declarados Patrimônio brasileiro

Ela trabalha ‘aparando’ crianças desde 1974, já fez 202 partos e conta que cada situação foi marcante e importante para a sua história como parteira. ‘Tia Raimundinha’ contou que possui essa paixão desde muito nova, sendo uma tradição passada de mãe para filha.

“Esse é um dom que Deus me deu. Minha mãe era parteira mas nunca me ensinou a fazer um parto. Vi pela primeira vez quando ainda era menina, íamos fazer um parto que acabou sendo antes da hora, e gostei muito de fazer aquilo e até hoje faço por amor”, contou.

Paixão pelo trabalho

Com os anos, ela buscou aprimorar o serviço, modernizando os equipamentos. Mesmo sem saber ler ou escrever ou mesmo ganhar algum dinheiro com os partos, ela não deixou de se capacitar na área onde ama atuar e até hoje guarda todos os certificados que adquiriu de todos os cursos de parteira que fez.

Raimundinha fez a maioria dos partos sozinha, inclusive em outros municípios, além de Mazagão. Ela orientava as parturientes sobre os cuidados que deveriam ter antes de dar a luz.

“Eu mandava ela tomar um banho, depois tomar um caribé bem forte para as dores, pra ficar bem forte as dores nela. Eu dizia pra ela, não fazer força antes de vir a dor. Por que pode dilatar a veia aqui do pescoço”, disse.

Ela mostrou também os cuidados com o bebê após o nascimento e que sempre tratou todos com muito carinho, imaginando seus próprios filhos.

Dona Raimunda buscou modernizar e aprimorar o trabalho durante os anos, sem ganhar nada em troca. Foto: Isadora Pereira/Rede Amazônica

Oficialmente, não há registro de nascimento dos bebês, mas a parteira com seu próprio caderno de registros anota cada uma das crianças em que contribuiu no nascimento. Nos livros, são anotados os nomes, o peso, data de nascimento e estado de saúde de cada vida.

Dona Raimunda sempre pede aos filhos para que anotem sua história. Em sua mesa, inúmeros cadernos com anotações são encontrados, inclusive, o de ‘como fazer um parto tradicional’.

Todas as receitas de remédios caseiros que faz com plantas medicinais cultivadas na sua própria horta também são anotadas em um caderninho, segundo ela, as receitas são sagradas e milagrosas, já que além de parteira, ela também é curandeira.

A Maria Luiza Barriga de, 69 anos, também parteira e técnica em enfermagem, era uma das parceiras da ‘Tia Raimundinha’ e a ajudou em alguns partos. As duas, são as únicas nessa função nas redondezas do município de Mazagão.

“Eu gosto, mas é muito difícil fazer um parto e hoje em dia não tenho mais muita saúde. Minha bisavó e a mãe da Raimunda foram as primeiras parteiras daqui, depois essa tradição passou pra gente, já fizemos muitos partos”, disse.

Maria e Raimundinha realizaram inúmeros partos no interior do AP. Foto: Isadora Pereira/Rede Amazônica

Fé cristã

A fé é um pilar para Raimundinha, que possui inúmeras figuras de santos e segue tradições da igreja católica. Ela contou que além de anotados e registrados, cada bebê também recebe uma oração própria e a mãe quando está prestes a dar a luz, recebe o ‘amuleto sagrado’, que conforme ela, faz o processo acontecer sem complicações.

O amuleto é colocado em volta do pescoço da mãe. A parteira contou que ele sempre funciona, já que nenhum dos 202 partos que fez, tiveram qualquer tipo de interferência ou dificuldade.

Reencontro com um dos ‘filhos’

Durante a entrevista, a dona Raimundinha encontrou de forma emocionante um dos 202 bebês que ajudou no parto. A Francisdalva Silveira, que já tem 33 anos e é enfermeira. Ela contou que já foi da área da educação, mas suas raízes a levaram de volta para a saúde.

“Eu tive a honra de nascer pelas mãos dessa mulher, que eu gosto de chamar de vó pois tenho um carinho muito grande. Tenho orgulho de dizer e maior orgulho mesmo ainda de estar com ela presente na minha vida, me acompanhando e ter o privilégio de conhecer a mulher que fez o meu parto”, contou a enfermeira.

Dona Raimunda contou emocionada sobre a gratidão de poder ver um de seus ‘bebês’, crescendo e se transformando em uma pessoa amável e trabalhadora.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Vias liberadas: Águas de Manaus conclui obra de esgoto no cruzamento das avenidas Djalma Batista e João Valério

A obra de implantação de rede de esgoto, no cruzamento das avenidas Djalma Batista e João Valério, no bairro Nossa Senhora das Graças, foi concluída neste fim de semana. O serviço, iniciado na noite da última quarta-feira (26), foi finalizado na noite de sábado (29). Na sequência, equipes iniciaram o trabalho de pavimentação da via, para liberação total do trânsito na madrugada desta segunda-feira (1º).

A frente de obra contou com a participação de cerca de 200 trabalhadores, que se revezaram em turnos distintos para que a obra fosse realizada sem interrupções.

O empreendimento faz parte do programa Trata Bem Manaus, que vida a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Durante todos os dias, agentes do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) estiveram no local orientando os motoristas.

“O período da obra foi escolhido estrategicamente por nestes dias porque é uma época que Manaus tem uma redução de fluxo de veículos devido ao Festival de Parintins e às férias escolares. Montamos uma força tarefa e conseguimos no prazo estabelecido pelo cronograma. Agradecemos a colaboração de todos e compreensão dos motoristas e pedestres que entenderam a importância do empreendimento para a cidade de Manaus”, destaca o gerente de Projetos, Jean Damaceno.

A rede coletora instalada tem extensão de 170 metros. Ela faz parte do sistema que abrange, também, a avenida Constantino Nery. Todo esgoto coletado desta região será transportado até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Educandos, onde passará por tratamento antes de ser devolvido ao rio Negro, livre de contaminações.

*Por Águas de Manaus

Ponta do Ismael receberá melhorias no sistema de tratamento e distribuição de água na próxima terça-feira (02)

Responsável por tratar e distribuir diariamente mais de 700 milhões de litros de água por dia, o Complexo de Produção de Água Ponta do Ismael (PDI), na Compensa, vai passar por uma melhoria programada na próxima terça-feira (02). Em decorrência do serviço, o sistema de abastecimento precisará ser desligado temporariamente.

O objetivo é realizar uma série de intervenções no sistema, que vão desde o setor elétrico da subestação da unidade, até interligações de redes de grande porte e troca de registros. Na ocasião, também serão realizadas manutenções mecânicas preventivas, que irão beneficiar as regiões abastecidas a partir da unidade.

O serviço ocorre a partir das 5h da terça-feira (02) e tem previsão de finalização às 17h do mesmo dia. Durante o período, a concessionária irá realizar a interligação de uma adutora em dois pontos na avenida Presidente Dutra, no bairro Santo Antônio. A avenida Joaquim Nabuco, no Centro, rua Emílio Moreira, na Praça 14 de Janeiro, e rua K, no bairro Alvorada, também irão receber intervenções.

Abastecimento

Para que a melhoria seja realizada com total segurança, será necessário interromper temporariamente a produção de água tratada na Ponta do Ismael. Bairros das zonas Norte, Sul, Centro-Sul, Oeste, Centro-Oeste, e de parte da zona Leste podem apresentar oscilações no abastecimento.

Logo após a conclusão dos trabalhos, a água começa a retornar de forma gradativa, chegando primeiro às regiões centrais e, posteriormente, nas áreas mais elevadas, de acordo com a geografia da cidade. A previsão é que o serviço de água esteja normalizado em todas as regiões da cidade em até 48 horas.

De acordo com o gerente de Operações da Águas de Manaus, Lineu Machado, o serviço é necessário para garantir o bom funcionamento da Ponta do Ismael. “O Complexo da PDI opera 24h por dia, durante o ano inteiro. Naturalmente, alguns equipamentos envolvidos no processo de produção de água precisam passar por melhorias preventivas. Também vamos interligar um trecho novo de tubulação e realizar a troca de grandes registros. Todas estas intervenções irão garantir que a população continue recebendo água de qualidade”, destaca.

Reserve água

Para que a população tenha um menor impacto em sua rotina durante a melhoria programada da terça-feira, a Águas de Manaus recomenda que os moradores das regiões abrangidas pelo serviço reservem água para o período. A empresa também orienta o uso do recurso de forma moderada, priorizando o consumo humano e atividades essenciais.

Equipes da Águas de Manaus estarão mobilizadas com carros-pipa, para abastecer locais prioritários, como hospitais, Unidades Básicas de Saúde e Escolas nas zonas abrangidas pelo serviço.

A Águas de Manaus agradece a compreensão da população e informa que, qualquer situação emergencial deve ser informada imediatamente à concessionária, nos canais de atendimento: 0800-092-0195 (Whatsapp e SAC), www.aguasdemanaus.com.br e Aplicativo Águas App. O atendimento é gratuito e está disponível 24h.

Confira a lista das áreas impactadas, acessando o link:
https://www.aguasdemanaus.com.br/ponta-do-ismael-recebera-melhorias-no-sistema-de-tratamento-e-distribuicao-de-agua-na-proxima-terca-feira-02/

*Por Águas de Manaus

Professor analisa luta pela posse de terra no Acre em tese de doutorado que se tornou livro

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O professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre (Ufac), Reginâmio Bonifácio de Lima, lançou o livro ‘Ao Sol Carta é Farol: A Luta pela Posse das Terras Acreanas Durante a Ditadura Militar’ (Alta Performance/Edufac, 726 p.). A obra, resultado de sua tese de doutorado, retrata a luta dos trabalhadores da Amazônia na busca pela posse da terra.

Reginâmio afirma que a tese é a terceira fase do projeto de pesquisa que iniciou em sua especialização, onde analisou as pessoas que saíram dos seringais e chegaram à cidade. No mestrado, explorou as memórias dessas pessoas e como elas enxergavam suas vivências.

No livro, ele buscou retratar a luta por moradia e pela posse da terra, trazendo à cena os outros agentes do mosaico acreano que foram obrigados a migrar e a lutar para sobreviver.

“É importante conhecer nossa história para valorizar nossas populações”, disse.

“Ao sol carta é farol… tem endereço certo, a própria história de Rio Branco, do Estado do Acre, da Amazônia e do Brasil. À História da Igreja, aos movimentos sociais, aos descendentes nordestinos, aos agentes, aos militantes e cada uma das crianças que escreveu sua carta. É por isso que essa obra deve ser recebida como Carta, Testemunho e Memorial. Ela sobrepuja permanente esperança, pois ensaiam novas mensagens em prol da construção de uma Amazônia melhor, com trabalho justo e dignidade humana para todos”, escreveu o professor Édison Hüttner, da PUC-RS, no prefácio da obra.

*Com informações da Ufac

Fundação Rede Amazônica lança série ‘Echos da Amazônia’ no G1, Portal Amazônia e Rede Amazônica

A Fundação Rede Amazônica (FRAM), lança nesta segunda-feira (1°), no g1 Amazonas, Portal Amazônia e Rede Amazônica, a série “Echos da Amazônia”. A série, que estreia nesta semana, irá explorar a produção de café em Silves, empreendedorismo feminino e meliponicultura na cidade de Itapiranga.

“O Echos da Amazônia” é uma celebração da riqueza natural e humana da Amazônia, trazendo à tona narrativas inspiradoras de trabalho árduo, inovação e sustentabilidade. A série promete não apenas informar, mas também sensibilizar o público sobre a importância de preservar e valorizar a Amazônia.”, destacou Mariane Cavalcante, diretora executiva da Fundação Rede Amazônica.

Ao longo da semana serão publicadas sete matérias no Portal Amazônia e g1 Amazonas, além de três vídeos que contam a realidade dos moradores locais que serão disponibilizados nos sites e também farão parte da programação do Amazon Sat e Rede Amazônica. Além disso, o “Echos da Amazônia”, terá uma versão em formato jornalístico em três episódios que será exibida no  telejornal “Bom dia Sábado” da Rede Amazônica.

“A promoção da sustentabilidade nos meios de comunicação é essencial para conscientizar e educar as comunidades sobre a importância de práticas responsáveis, garantindo um futuro equilibrado e próspero para as próximas gerações.”, destacou Andrezza Lifsitch, gerente de jornalismo da Rede Amazônica.

Em Silves, a série revela os segredos e as tradições do cultivo do café, destacando a dedicação dos produtores locais e a qualidade excepcional do café amazônico. A série segue para Itapiranga, onde a meliponicultura, a criação de abelhas sem ferrão, é um dos focos principais.  Ainda em Itapiranga, a série destaca histórias de empreendedorismo feminino, mostrando a força e a resiliência das mulheres que lideram negócios e iniciativas na região.

“O projeto Echos da Amazônia é importante para a Amazônia porque abordamos os temas das ODS e conseguimos materializar isso, explicando de uma forma didática para as pessoas que já praticam as ODS aqui na nossa região, com belas histórias para inspirar as pessoas. Então, em parceria com a Eneva, conseguimos dar visibilidade para três projetos que são muito importantes na região de Silves e Itapiranga, e esperamos que esses exemplos possam inspirar muitos projetos na nossa região.”, destacou Anderson Mendes, gerente de conteúdos especiais da Fundação Rede Amazônica.

A série “Echos da Amazônia” conta com apoio da Eneva e estará disponível em breve no GloboPlay, g1 Amazonas, Portal Amazônia e redes sociais da Fundação Rede Amazônica.

57° Festival Folclórico de Parintins: o encontro das raízes e da paixão popular por sua cultura

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1ª noite – 28 de junho

Caprichoso

O primeiro a se apresentar é o Boi Caprichoso, com o tema ‘Cultura – O Triunfo do Povo’. E para a primeira noite seu subtema é ‘Raízes: O entrelaçar de Gentes e Lutas’.

O foco é nas culturas: culturas plantadas, nascidas e sustentadas no meio da Amazônia Brasileira, magistralmente triunfal no entrelaçar de negros e negras, indígenas, ribeirinhos e ribeirinhas, mestres e mestras da cultura popular local. Dos filhos da terra que plantaram o jardim chamado Amazônia e, pela sua existência, por ela enfrentaram a impiedosa e violenta força da colonização, marcando uma história de dor, resistência e muita.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

Um balão de São João erguido por um guindaste chegou surpreendendo a galera azulada. O Boi Caprichoso, o apresentador Edmundo Oran e o levantador de toadas Patrick Araújo, que cantou ‘Pode Avisar’ chegaram agitando o lado azul.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

A cunhã-poranga Marciele Albuquerque também surpreendeu o público ao sair de dentro da Cobra Grande na primeira alegoria do Caprichoso, ‘Dona da Noite’, na encenação da Lenda Amazônica.

Leia também: Lendas amazônicas: Onde estão as cobras grandes da Amazônia?

Já a Rainha do Folclore, Cleise Simas, desceu do ‘Bicho Folharal’ durante sua apresentação. Trata-se de um dos seres fantásticos do imaginário popular amazônida, uma entidade protetora que afugenta os invasores e destruidores dos rios e das florestas.

O pajé Erick Beltrão também levou ao bumbódromo uma grande representação indígena: um rito de Transcendência Yanomami (Mothokai, a Fúria do Sol), emocionando o público.

Entre os convidados da primeira noite, Vanda Witoto, Djuena Tikuna e Davi Kopenawa participaram da apresentação do boi Caprichoso. As mensagens de proteção às terras indígenas e da salvaguarda cultural dos povos originários foram reafirmadas pelos convidados, ilustrando o compromisso do boi-bumbá com a proteção da região amazônica e seus povos e culturas.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

Para o item 15, a Figura Típica Regional, o Caprichoso levou à arena um reconhecimento aos parintinenses que contribuíram para a conquista da cultura popular. Figuras, como o tuxaua pioneiro Zeca Xibelão, que dá nome ao curral do boi de estrela na testa, foram lembradas.

Outra mensagem que o touro negro levou à arena foi a homenagem à cultura nordestina do bumba meu boi, por meio da Marujada de Guerra.

Garantido

O Garantido leva para a arena este ano os ‘Segredos do Coração’ e em sua primeira noite preparou ‘A Origem da Vida’. “Há muitas teorias sobre quando e como tudo que nos cerca e somos começou e as teorias indígenas são as mais complexas, simbólicas e poéticas. Uma dessas narrativas sobreviveu ao epistemicídio colonial. Chegou até os dias de hoje graças à resistência de uma das maiores nações indígenas do Brasil, os Sateré-Mawé”.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

O boi-bumbá abriu a noite com um dos seus maiores hinos, a toada ‘Vermelho’, de Chico da Silva. A apresentação foi de Israel Paulaim, que puxou a música e emocionou a galera perreché.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual o significado do termo ‘perreché’?

A porta-estandarte Lívia Cristina surgiu logo depois, realizando sua evolução com o tema da primeira noite ‘Origem da Vida’.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

A primeira alegoria foi ‘Noçokem’, que representa o tema do vermelho neste ano. Segundo o bumbá, o mundo e tudo que nele vive se originou no local sagrado chamado Noçokem, localizado no coração da floresta amazônica.

A cunhã-poranga do boi Garantido, Isabelle Nogueira, surgiu desta alegoria. Ela recebeu uma homenagem por sua atuação em rede nacional ao participar do reality show Big Brother Brasil.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

A cunhã se tornou embaixadora da cultura popular parintinense, representando uma evolução da visibilidade que o Festival passou a receber. Isabelle transmutou-se em onça-pintada na arena, representando a potência de um dos animais símbolos da Amazônia.

A cultura indígena também foi exaltada pelo boi de coração na testa por meio da dança, revelando a importância da preservação dos povos originários, até mesmo os que já não existem mais. Bem como também fez uma homenagem à personalidades como ‘Dona Xanda’, mãe do fundador do boi Garantido, representada por Edilene Tavares – Rainha do Folclore – , e aos ribeirinhos.

O boi surgiu na alegoria ‘Beija-Flor – Origem Ancestral’, em uma homenagem ao seu criador, Lindolfo Monteverde.


2ª noite – 29 de junho

Caprichoso

Para a segunda noite, o Caprichoso levou para a arena o tema ‘Tradições: O Flamejar da Resistência Popular’, “Na noite em que a “tradição” é o fio condutor da nossa narrativa, o boi Caprichoso pede licença para falar daquilo que cultiva com todo o cuidado: as tradições que dão vida ao bumbá”.

Responsável mais uma vez por abrir a noite, o touro negro iniciou a segunda noite de apresentações. Em primeiro ato, o bumbá azul transformou o Bumbódromo em uma grande brincadeira de boi de rua e evoluiu junto com grupos de bailados, ao som de Málúù Dúdú.

Foto: Daniel Landazuri/Rede Amazônica

Logo na primeira alegoria da segunda noite, o Boi Caprichoso apresentou o “Pescador da Amazônia” como figura típica regional. Em seguida a porta-estandarte Marcela Marialva, seguida da sinhazinha Valentina Cid, seguiram com as aparições esperadas pela galera. Como uma grande comunidade ribeirinha, o cenário se formou para mostrar os costumes do caboclo amazônida.

Protagonismo indígena. Conforme a organização do bumbá, falar de povos indígenas é preciso, mas muito mais necessário é incluí-los nessas falas. Assim, como feito na primeira noite, indígenas foram convidados à participar da festa azulada e levantar suas vozes. Por isso, os indígenas Morubo fizeram um apelo pelo futuro da floresta. Beto Morubo pediu proteção às terras indígenas, à floresta e prestou homenagem à Dom e Bruno.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

A cunhã-poranga munduruku Marciele chegou por meio do guindaste, iluminada pela arara azul, incorporando um pássaro amazônico ao evoluir no chão da arena.

Garantido

Já o Garantido entrega na a ‘Ancestralidade Amazônica’, uma ancestralidade que na cidade de Lindolfo Monteverde quebra barreiras e dilui as fronteiras entre indígenas, negros e brancos, com homenagens às figuras que ajudaram a compor as primeiras linhas identitárias.

O item que mais possui participantes, a galera (item 19), ajudou a abrir a segunda noite de apresentações do boi Garantido. O público incluído como item a ser avaliado é uma das particularidades do Festival. O levantador de toadas do segundo dia, David Assayag, assumiu a condução das canções que emocionaram o público.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

Aguardada, a cunhã-poranga Isabelle Nogueira surgiu em uma indumentária completamente diferente da primeira noite. Dessa vez, o item 9 se transformou em um gavião real amazônico.

O ritual indígena Huni Kuin foi um dos destaques da noite celebrado pelo pajé Adriano Paquetá, bem como a lembrança do amo João Paulo Farias que versou sobre o boi Campineiro, um terceiro bumbá que já fez parte da disputa.

Quase no fim da apresentação do bumbá vermelho, David Assayag passou mal e foi levado para a enfermaria do bumbódromo. Segundo o próprio levantador, em suas redes sociais, o calor o fez se sentir mal e acabou tendo uma queda de pressão.

Foto: Patrick Marques/Rede Amazônica

3ª noite – 30 de junho

Garantido

A terceira noite de apresentações do Festival começa com a inversão dos bumbás: dessa vez Garantido é o primeiro a entrar na arena, com ‘O futuro ancestral’, com a mensagem de paz e respeito aos ancestrais.

Israel Paulain abriu a noite agitando a galera e fazendo a tradicional contagem regressiva para o início da apresentação do boi de coração vermelho.

Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

A porta-estandarte Lívia Christina, item5, entrou com uma indumentária colorida e levantou a animação da arena.

O Garantido nasceu de uma promessa e esse ano o grupo de cantores homenageou mais uma vez Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins.

E entre as homenagens que o boi vermelho e branco tem feito este ano, Zezinho Correa foi lembrado ao cantarem ‘Tic tic tac’ (Bate forte o tambor – Carrapicho), uma das toadas mais conhecidas no mundo todo. Principalmente porque seu compositor, Braulino Lima, entrou como destaque na arena.

Também foi lembrado o escritor indígena Ailton Krenak e suas reflexões sobre a existência da humanidade.

Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

Rainha do Folclore, Edilene Tavares surpreendeu o público com sua simbologia à rainha das águas. Mas o item 10, o boi-bumbá, que chegou na alegoria em cima do boto e acompanhado da vaqueirada, deixou a galera em polvorosa.

O Uirapurú é uma das lendas que o Garantido levou para o Bumbódromo este ano, simbolizando “um canto de esperança para a vida continuar”, como versado pelo levantador de toadas. O item 9, a cunhã-poranga Isabelle Nogueira chegou na alegoria que contava a lenda.

Leia também: Saiba quais são as lendas, mitos e rituais levados ao bumbódromo no 57° Festival Folclórico de Parintins

Os tuxauas entraram no Bumbódromo carregando grandes aves amazônicas em suas indumentárias, como as araras e o gavião real.

Confira todos os detalhes o boi Garantido para 2024:

Caprichoso

Para fechar a 57ª edição do Festival Folclórico de Parintins, Caprichoso leva para o Bumbódromo o tema ‘Saberes: o reflorestar das consciências’.

O boi Caprichoso chegou descendo do céu no guindaste, embalado pela vibração da torcida azulada que entoava “só quem é Caprichoso sabe a extensão desse amor”.

Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

Em seguida, o boi da estrela azul apresentou a lenda amazônica “Do cataclismo Macurap ao reflorestamento da vida”, com uma chuva invertida de balões.

E mais uma vez o bumbá defendeu a demarcação de terras de povos originários e fez um alerta: 5 anos e 21 dias – esse é o tempo que a Terra levará para aquecer 1,5°C, mas que ainda há tempo de salvar o planeta. O alerta foi feito pela filha de Chico Mendes, Angela, e José Tupinambá.

Foto: Isabelle Lima/Portal Amazônia

Com um balé aéreo, a apresentação se encaminhava ao sim, faltando menos de meia hora para o encerramento, dado destaque para a marujada de guerra e para a galera. Em seguida o ritual indígena Awa Guajá e o pajé Erick Beltrão surpreenderam com a execução dos itens, incluindo, mais um balé aéreo que acompanhou o surgimento do pajé no bumbódromo.

Confira todos os detalhes o boi Caprichoso para 2024:

Resultado

A apuração ocorre sempre na segunda-feira, na parte da tarde, após o último dia de festa. Das três notas dadas a cada item, é descartada a menor. Vence o festival o boi que acumular mais pontos no somatório de todos os blocos em todas as noites. A apuração em 2024 é realizada nesta segunda-feira (1° de julho).

*Esta matéria segue em atualização durante as apresentações dos bois-bumbás

QUIZ: Desafie seus conhecimentos sobre o Festival Folclórico de Parintins

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Junho é o mês em que os bois-bumbás Caprichoso e Garantido entram na arena do Bumbódromo para uma das maiores manifestações culturais do mundo: o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas.

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A tradição mais forte do Festival é a rivalidade histórica dos dois bumbás, que começou no início do século XX e se reflete até nas cores.

Agora, o Portal Amazônia quer saber: você conhece de fato o Festival Folclórico de Parintins?

Saiba quais são as lendas, mitos e rituais levados ao bumbódromo no 57° Festival Folclórico de Parintins

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A cultura amazônida em plena exaltação é encontrada no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas. Para cada ano, lendas, mitos e rituais indígenas são escolhidas e apresentadas ao público, relevando a riqueza ancestral da Região Norte.

Para 2024 não poderia ser diferente. Aliás, alguma diferenças são apresentadas pelos bois-bumbás Caprichoso e Garantido este ano, como a participação de representantes dos povos originários. Confira o que é apresentado ao público na 57ª edição da festa:

CAPRICHOSO

1ª noite – 28 de junho

Lenda amazônica: A dona da noite

“A cultura é uma expressão de várias vozes, guardadas no tempo pela sabedoria que vai se transmitindo de geração a geração”, assim explica Gilvana Borari, mulher indígena do Conselho de Artes do Boi Caprichoso.

Reconhecemos nossa raiz entrelaçada à oralidade dos povos originários. A cobra grande é um elemento onipresente no imaginário local, raiz de uma cultura intricada com o meio ambiente, em que ser humano e natureza formam uma unidade. A lenda amazônica é uma história que ilustra a cultura dos povos da Amazônia, inserida no contexto do Boi de Parintins. Nesta primeira noite, ela emoldura nossa ancestralidade por intermédio de uma narrativa indígena, remetendo-nos à raiz do saber dos povos da floresta.

A noite, com suas mil estrelas, símbolo do Boi Caprichoso, durante muito tempo, não existia na terra. Escondida no fundo do rio, ela dormia no Reino da Cobra Grande. Ninguém sabia de sua existência. Naquele tempo, de dias ensolarados, muitos animais ainda não existiam e tudo o mais falava com os seres humanos, como as pedras e as plantas.

Um dia, a filha da Cobra Grande, Inhambu, uma mulher que habitava no rio escuro, abandonou seu reino e foi viver na floresta. Lá, conhecera Tacunha, líder do povo tupi e, com ele, decidiu se casar. Após o casamento, Tacunha chamou a esposa para a sua rede, mas a Filha da Cobra Grande se recusou e disse que só iria deitar-se com ele caso trouxesse a noite, que Tacunha desconhecia, mas que estaria dentro do caroço de tucumã guardado pela Cobra Grande, a poderosa Boiuna, mãe de Inhambu.

Tacunha atendeu o pedido de sua amada e partiu para o Reino da Serpente. Ao receber o caroço da grande Boiuna, Tacunha retornou para sua aldeia, porém num ato de desobediência, a curiosidade de saber o que tinha dentro do caroço tomou conta dele e de outros guerreiros, fazendo que abrissem o caroço proibido e libertassem o manto escuro da noite.

A escuridão invadiu toda a mata cobrindo rios e árvores: uma gigantesca esfera luminosa, a lua, emergiu no céu ladeada por inúmeras estrelas. Assim, todas as coisas da floresta foram se metamorfoseando – cestos trançados em onças pretas e pintadas, troncos e pedras em pássaros, como o gavião, galo da serra, socó, araras, tucanos, colibris e outros bichos, como camaleões e lagartos, que embelezaram a vida e transfiguraram a raiz cultural de nosso povo.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

Encontro cerimonial: Muaritisawá, o renascer de Abya Ayla

Continuando nossos saberes que entrelaçam gentes e lutas, mais um momento de dança cerimonial dos originários da terra se inicia no solo sagrado Caprichoso. O retorno e a defesa das ancestralidades têm nas mulheres indígenas da Amazônia a sua maior força e expressão. Os tambores rufam, tocam e sibilam; são elas, com tacapes, bordunas, flechas, incensos e pinturas, uma multidão de corpos em um só corpo e espírito, em defesa de seus territórios.

Muatirisawá é palavra de origem indígena que significa união. E é pelo conceito de união que as mátrias ameríndias cantam e dançam. Abya Ayla e Pachamama se unem nas mesmas dores, unindo os continentes de uma ponta a outra para resistir às opressões do colonialismo, do patriarcado e do capitalismo. Cantar e dançar para o sagrado, para que se complete o ciclo de trocas. Pegar algo sem deixar nada no lugar é usurpação. Por isso, nossos povos indígenas, unidos, retribuem todo o afeto de Abya Ayla renascida, entregando seus corpos em movimento para Pachamama se sentir agraciada por vidas felizes que de seu ventre saíram.

Na tradição de lutas, as mulheres se conectam aos deuses e às deusas, em movimentos sincopados e com destreza. Aliás, a Amazônia tem muitas mães, mães-guerreiras, Ceucis e Nhanderequecis, que se reconhecem enquanto povo ao ouvirem o ecoar do tambor. “Chega meu povo que a dança começou!”, dizem elas. “E nossa dança é guerra!”. Eis o prenúncio para a chegada de nossas tuxauas.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

Momento coreográfico: Bicho folharal, o espírito da luta dos povos-floresta

“Os entes são nossos exemplos e são eles que nos orientam e nos ensinam”, diz Ira Maragua, tuxaua do Boi Caprichoso.

Os personagens dos mitos são os seres sobrenaturais e a Amazônia é o território sagrado onde ainda existe unidade entre o pensamento e a vida, o imaginário e o fazer diário, o sonho e a realidade. O Bicho Folharal é um dos representantes das entidades encantadas que guardam a Amazônia, raiz da luta pelo território que herdamos de nossas matrizes indígenas.

Aliás, uma raiz que fortemente adentra o solo e dele se nutre: aprendemos com as culturas dos gentes-floresta a sermos nós também vários “Bichos Folharais”, guerreando sem parar contra toda ganância predatória que sobre nosso solo, regado de cuidado por nosso povo, possa se abater pelo Capital que não vê nada além do lucro. Antes de entrar na floresta, peça licença!

O Bicho Folharal é um dos seres mais fantásticos do imaginário popular da Amazônia. Em todas as suas representações, costuma ser uma entidade protetora que afugenta os invasores e destruidores dos rios e das florestas. Seu corpo é coberto de folhas e galhos, suas pernas são troncos e cipós, seus olhos lampejam luzes fumegantes que assustam e cegam os gananciosos inimigos da floresta. Camuflado, ele se aproxima sem ser notado e pune severamente madeireiros, garimpeiros e quaisquer outros que ousem retirar da floresta mais do que o necessário para sobreviver.

Camuflados em folhas, bichos e mimetismos outros, vamos, cada um a seu modo, tentando unir forças com o guardião do nosso hábitat, obviamente, tendo em vista que opressões estruturais só podem ser efetivamente combatidas por respostas coletivas.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

Ritual indígena: Rito de transcendência Yanomami – Mothokari, a fúria do sol

Em sua estada em Parintins, a convite do Boi Caprichoso, Davi Kopenawa Yanomami nos contou que recebeu o nome “Kopenawa” em referência à bravura do espírito da “vespa” que o acompanha em suas viagens ritualísticas.

Com sua voz rouca, o guardião da floresta nos ensinou que, ao inalar a yãkoana, a sua alma deixou o corpo e, pela primeira vez, voou ao peito do céu onde contemplou as faces iluminadas dos Xapiris e pôde ver o que acontecerá com o futuro do seu povo e da sua amada Hutukara, se a ação predatória da floresta não for contida.

Esse relato está contido também na obra ‘A queda do céu’, escrita em parceria com o etnólogo francês Bruce Albert. Na leitura artística do Festival de Parintins, recriaremos, na criatividade dos artistas do Boi Caprichoso, o ritual de transcendência Yanomami, em que o pajé, por meio do xamanismo de cantos, danças e o inalar do paricá, lutará contra a fera de fogo Mothokari.

O ser Sol desce do céu, libertado pela fragilidade de sua casca que a cada dia aumenta, em consequência das atividades do garimpo, derrubada de árvores, da mineração desenfreada e outras tantas profanações que acometem a terra. Mothokari se aproxima de Hutukara para devorar os humanos, deixados, por seu calor, cansados e doentes, como o próprio David Kopenawa nos ensina em ímpar figura de linguagem: “como se fossem macacos moqueados”.

O pajé, unido de outros Xamãs, incorpora o espírito de vespa para juntos travarem a grande batalha, aplacando a fúria de Mothokari que se apazigua diminuindo um pouco mais do calor que assola todo o nosso planeta.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

2ª noite – 29 de junho

Lenda amazônica: O engeramento de Chico Patuá, um herói da resistência popular

“Até hoje, quando nós passamos pela frente de certas comunidades ribeirinhas, muitos correm para dentro de suas casas com medo. São lembranças da violência das milícias legalistas da época da Cabanagem” – Prof. Dra. Iolete Ribeiro, pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas.

Neste momento, iremos narrar o fruto da memória dos remanescentes do maior levante popular brasileiro, ocorrido na região do Grão-Pará, no Período Regencial: a Cabanagem.

Os antigos contam que entre as forças rebeldes, formadas majoritariamente por negros, indígenas, mestiços e demais camadas empobrecidas da população, surgiram muitos heróis representantes do levante popular, os quais, juntos de companheiros de luta, resistiram às forças legalistas e escreveram suas histórias para sempre nas memórias das pessoas, especialmente as elites econômicas brasileiras que passaram a temer outras revoltas nos moldes cabanos.

Assim é a história de Chico Patuá, um herói do povo protegido pelo sagrado patuá, um amuleto herdado de sua avó indígena. Descendente de pessoas escravizadas, criado sem saber quem era o seu pai e após passar por muitos infortúnios, Chico teve seu corpo fechado ainda criança. Com a morte da mãe, foi criado pela avó, que a ele ensinou o segredo das ervas e modos de obter domínio sobre as forças e entes da natureza. Durante a Revolução, Chico liderou um grupo para permanecerem na luta pela liberdade.

Camuflado pela escuridão da noite, Chico despistava seu antagonista, o impiedoso Dom Rodrigo, figura controversa que serviu aos interesses dos legalistas, os quais não hesitaram em perdoar seus crimes, desde que o vilão trouxesse o lendário Chico Patuá para ser exemplarmente punido. Enquanto isso, temido por uns e venerado por outros tantos que se alimentavam e se inspiravam com as suas conquistas que eram contadas ao longo dos beiradões de rio, o lendário Chico Patuá crescia e se fortalecia.

Mas qual era o segredo de Chico Patuá para resistir a tudo isso? O amuleto protegia o corpo do herói que seguia sua empreitada, que se engerava em bicho durante os combates e conseguia aliados entre os encantados da floresta. Chico poderia virar pássaro negro, onça, sucuri, morcego, aparecendo em um canto e reaparecendo em outro.

O movimento cabano pereceu, mas Chico Patuá não. Seu último segredo, após derrotar o assassino Dom Rodrigo, foi sumir na derradeira batalha junto de sua companheira. Hoje nos perguntamos: para onde foi o temido Chico Patuá? Sumiu nas águas escuras do rio? Incorporou-se em Andirá para nunca mais voltar? Somente de uma coisa temos certeza: o seu legado permanece vivo na tradição do povo da Amazônia.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

Ritual indígena: Rito de transcendência Marubo

O povo indígena Marubo reside ao sudoeste do Amazonas, no alto curso dos rios Curuçá e Ituí, na Terra Indígena Vale do Javari. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), os Marubo possuem uma cosmogonia complexa: acreditam que o cosmos é formado por várias camadas celestiais e a origem de todas as coisas está nas formas da natureza.

As narrativas dessa ritualística cosmogonia Marubo são feitas de forma cantada pelo Romeyá ou Xamã. Devido à quantidade de detalhes, estes cânticos são ensinados para as crianças desde cedo. É na oralidade que se encontram os fundamentos do nosso ritual, a viagem cósmica do herói mítico Vimi Peya. O velho Romeyá aspirou rapé, tomou ayahuasca e cantou os iniki.

Vimi Peya adquiriu todo o conhecimento Marubo em sua viagem ao mundo das águas. Encantado por duas mulheres-peixe Machin Mashe e Machin Rani que o levaram para o seu mundo tornandose suas esposas, desta forma, permaneceu no fundo do rio aprendendo os segredos dos kenes das águas.

Em noite de escuridão, o grande Vimi Peya, xamã Marubo, chamado pelas águas e sacralizado pelo ayahuasca, teve o corpo transformado em gigantesco animal nas margens do rio, para nele imergir e ressurgir como sacaca. Em suas visões transcendentes, rasteja com os bichos e vê revelado o segredo da maloca profunda.

Cabe a ele trazer do fundo essa aldeia erguida, por ser a morada dos espíritos, com suas falanges de jacarés regendo a transmutação humana. Desnudem o ritual pelo olhar transcendente do grande Vimy Peia, o pajé Marubo.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

3ª noite – 30 de junho

Lenda amazônica: Do cataclismo Macurap ao reflorestar da vida

O narrador indígena Buraini Andere Macurap nos conta sobre o cataclismo criado pelos irmãos Nambuê e Beüd, do Povo Macurap.

Em noite de lua, o xamã Macurap previu em seu transe que uma gigantesca alagação aconteceria: era Beüd que desceria dos céus ladeado por borboletas negras, trazendo muitas chuvas. Na pajelança, o xamã foi alertado por Nambuê que ainda existiria uma esperança para seu povo.

Nambuê avisou que se deveria pegar um curumim e uma cunhantã, animais de todas as espécies e sementes de todas as árvores e frutas, juntar tudo e colocar dentro do oco da maior samaumeira de todas, aquela nascida no cimo da colina. Assim foi feito.

Após o transe, o xamã e seu povo recolheram as crianças, bichos e sementes, colocando dentro da grande samaumeira. A árvore foi fechada com cera de abelha e logo foram ouvidos os primeiros trovões que anunciavam a dolorosa alagação. Muitos dias difíceis se passaram.

Quando não mais se ouvia barulho do lado de fora da samaumeira, eclodiu o grasnar de uma arara: era o canto da arara juba e sua plumária amarela, anunciando dias melhores a caminho.

O curumim e a cunhantã saíram da grande samaumeira libertando todos os animais e replantando um jardim de esperança e de uma nova consciência para a vida. A terra-vida torna-se plena, verdadeira, equilibrada, perfeita. É batizada pelos Macurap de Kaleá. Os Macurap, por meio da narrativa aqui desenvolvida, alertam que Kaleá precisa ser cuidada constantemente. Infelizmente, hoje ela está de novo adoecida pela ganância humana

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

Ritual indígena: Rito de cura da terra – Awa Guajá, o esperançar da floresta

“O tempo é agora, o futuro não demora. A ganância é a corda que nos enforca”.

Quanto tempo nos resta? Para esmiuçarmos essas reflexões do reflorestar das consciências, recorremos ao povo indígena Awa Guajá. Para os Awa Guajá, sem a caça, o mel e a água terrena, a vida fenece. O desequilíbrio ecológico é também um desequilíbrio cósmico, pois os karawara, como chamam as entidades com as quais mantêm contato no universo extrafísico, vêm para a aldeia em busca de alimentos. O fim da vida pode ser trazido pelo desmatamento e degradação do ambiente, viralizando penúria, dor e lamento.

Longe de serem fatalistas, os Awa Guajá lutam pela floresta de pé, pois o mundo dos espíritos está em consonância com o mundo dos Awa. Neste rito, caminhamos para finalizar a noite com a esperança da estrela, ecoando a mensagem da continuidade da fauna, da flora e dos seres humanos. Inclusive, para os Awa Guajá, cantar é um aspecto central, praticando o jã paryhy (cantar bonito), que implica cantar forte. Oferecemos aos karawara as oferendas para que a floresta nunca pereça, tal qual nossos irmãos e irmãs Awa Guajá o fazem em seu rito festivo e de esperança.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Caprichoso 2024

GARANTIDO

1ª noite – 28 de junho

Lenda Amazônica: Noçokem

Contam os sábios Sateré-Mawé que antes havia somente uma pedra e nela desenhos de todos os seres que viriam a ganhar vida: plantas, animais e humanos.

O mundo e tudo que nele vive se originou neste local sagrado, o Noçokem, localizado no coração da floresta amazônica. Sucede que, quando essa pedra se movimentou, a Cordilheira dos Andes se ergueu e deu início a um mundo novo: a floresta encantada surgiu e o tempo passou a ser regido pelos poderes de Onhiamuaçabê, a criadora do mundo Sateré-Mawé.

Mas, Onhiamuaabê, seduzida pela luz, engravidou de uma cobra e, que gerou fúria nos seus irmãos Ocuamatô e Icuaman, que a expulsaram da floresta. Quando Onhiamuaçabê deu à luz ao seu curumim, os tios odiosos o mataram. Onhiamuaçabê em prantos, recolhe o corpo do filho, plantou o olho direito na terra amarela e, assim, nasceu o çapó, o verdadeiro guaraná.

As outras partes do corpo ela enterrou nas cabeceiras do rio Marau. Dele brotaram todos os animais que hoje habitam a floresta. O último ser a sair da cova foi o próprio filho de Onhiamuaçabê. O curumim ressuscitou, dando origem ao povo Sateré-Mawé. O amor no coração de Onhiamuaçabê fez a humanidade nascer e crescer na floresta encantada do Noçokem.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

Ritual Indígena: Transcendência Kanamari

No tempo mítico Kanamari, o Céu Antigo, Kodoh Kidak, desabou, mas logo surgiu um Céu Novo, o Kodoh Aboawa. É dentro do Kodoh Naki que vivem os Kohana e a maioria das almas dos mortos. Na visão Kanamari, o mundo é delimitado pelo jaguar onipresente, um dyohko.

O poder sobrenatural deste ser é capaz de equilibrar forças contrárias, afastar pessoas sinistras e espíritos imprestáveis, os adyab, curar enfermos, e conduzir os mortos ao bom céu. Quando flechas invisíveis enfeitiçadas atingem os Kanamari, doenças e mortes os atormentam, a alma dos mortos apavora os vivos. Os adyab, para os Kanamari, são a personificação dos coronéis de barranco do tempo da borracha e dos garimpeiros invasores de hoje.

Só o pajé, com seus poderes superiores, pode neutralizar e vencer as forças maléficas que afligem seu povo. Por isso, é que ele viaja para outros mundos, de onde lança ventos de um novo alvorecer, que afastam as doenças e os fantasmas das malocas Kanamari. A cura da terra virá com força do coração do jaguar, no ritual de transcendência Kanamari.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

2ª noite – 29 de junho

Lenda Amazônica: As icamiabas

Em 1542, os anhangás kariwas liderados pelo espanhol Francisco Orellana, desceram o Grande Rio. E, aqui, na região de Tupinambarana, na foz do rio Nhamundá, foram confrontados e derrotados pela força, habilidade e inteligência das belas cunhãs Ycamiabas, lideradas por Ikonori. O padre Gaspar de Carvajal, escriba da expedição de Orellana, as definiu como as Amazonas.

No imaginário de nossa gente, essa história, passada de geração a geração, fala sobre mulheres guerreiras, cujo valor moral maior é a liberdade! Montadas em bichos das matas e do fundo do rio, “ingerandas” de poder sobre-humano, surpreendem o inimigo por terra e água.

Suas flechas e lanças certeiras não deixam alternativa ao invasor que, derrotado, o que lhe resta é fugir. Para celebrar a mais bela representação da fibra e coragem da mulher amazônica, o Garantido apresenta a Lenda das Amazonas.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

Ritual Indígena: Huni-Kuin

O mundo vive em constante ameaça e suscetível a transformações. Para o povo Huni Kuin, as doenças, os inimigos e as catástrofes naturais são manifestações da força maléfica de Nawa.

Quando forças do mal permeiam a vida, o pajé Huni Kuin viaja para desenhar um mundo sem males. A chacrona em seus olhos abrirá sua visão; ingerado em jiboia ele é possuído pelo saber superior ancestral. Ayahuasca é servida e ele viaja em busca do Yuxibu, o pai do desenho verdadeiro.

Então, pajé Huni Kuin chega um espaço sobrenatural, canta com os espíritos e, juntos, redesenham o mundo. A jiboia se transforma em onça e devora todo o mal. A ganância cai, a ambição desmedida se desfaz. Em seu ritual, os Huni Kuim mostram que um mundo sem males é possível.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

3ª noite – 30 de junho

Lenda Amazônica: Uirapurú

O uirapuru é uma ave majestosa da nossa fauna. Seu cantar é tão belo e singular que faz o imaginário amazônico fluir em inúmeras histórias encantadas. Em cada lugar da Amazônia sempre há alguma testemunha do canto afetuoso que deixa em êxtase os demais animais da floresta.

Contam os antigos Sateré-Mawé que, quando o rio Andirá não existia, suas malocas estavam longe do Tapajós, o rio mais próximo. Por isso, os indígenas precisavam caminhar horas e até dias para alcançar o único rio, onde eles pescavam, se banhavam e contemplavam as suas águas verdes.

Certo dia, o guerreiro Wassiri, o grande amor da cunhã Yaci, em caminhada pela floresta, foi enfeitiçado pela cobra jararaca e se perdeu na mata para sempre. Yaci em prantos caiu em tristeza profunda! De suas lágrimas nasceu o rio Andirá, e para lá o povo Sateré-mawé foi morar.

Compadecido com o sofrimento de Yaci, Tupã a transformou no uirapuru, o pássaro cujo canto expressa o verdadeiro amor.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

Momento Folclórico: Yara e o Boto

O curral do Boi Garantido é na beira do rio Amazonas e, temos orgulho de ser perreché. Nossos vaqueiros são varzeiros da fé em Nossa Senhora e do respeitam os encantados do fundo do rio, a Yara e o Boto são seres dessa convivência no habitat do Boi do povão.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

Ritual indígena: Jeroki Kaiowá

Para o povo Guarani Kaiowá, o sol é o segredo da vida, fonte de toda ternura que traz leveza aos corações, a força vital que sustenta todos os seres. Pa’i Kuara, o pajé ancestral, ser celestial e criador do universo, é o próprio sol.

Se o sol se for para sempre o caos se instalará, a vida na terra desaparecerá. Para que o Deus Sol, não se vá para sempre, todas as noites os Guarani Kaiowá realizam o ritual Jeroki.

Assim, ainda quando o sol está vermelhando no poente começam os preparos, os Kaiowá se adornam com jeguaka, cocares, colares, pinturas corporais, juntam os instrumentos musicais (mimby, mbaraka, tapuaku) na Oga Gusu, maloca que é templo e casa do Pajé.

O Pajé com a ajuda dos espíritos se movimento em gestos de limpar o caminho e limpar os corpos dos participantes. Jeroki é um ritual xamanístico cotidiano que religa os Guarani Kaiowá ao Pa’i Kuara, sua função é o equilíbrio do cosmos, a garantia da vida. Mas para chegar à aldeia divina e ancestral onde pa’i kuara faz morada, é preciso percorrer o jeguaka, a trilha do relâmpago, um caminho sobrenatural repleto de feras e seres malignos.

Uma luz espiritual ilumina o pajé, dando-lhe sabedoria e força, revitalizando os corpos, trazendo ternura, paz e vigor para os enfretamentos do dia-a-dia. Para o Deus Sol, os humanos são como pássaros, e os alerta para terem força e lutarem pelos seus territórios invadidos e devastados pelo homem branco.

O ritual jeroki Guarani kaiowá faz o mundo girar, é certeza que após a noite o dia virá, a perpetuação da vida pelo ato de cantar. Com o ritual Jeroki o equilíbrio do cosmos está garantido.

Imagem: Reprodução/Revista oficial Boi Garantido 2024

Parintins para o mundo ver: 4 documentários que retratam o Festival dos bois-bumbás

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O Festival Folclórico de Parintins, realizado na cidade homônima no Amazonas, é um dos eventos culturais mais importantes e emblemáticos do Brasil. Celebrado anualmente no final de junho, o festival é conhecido por sua competição entre os bois-bumbás Garantido e Caprichoso, que disputam a preferência do público em apresentações grandiosas de música, dança e arte.

Em função da sua importância cultural, vários registros tem sido realizados no decorrer dos anos, gerando documentários sobre o Festival que oferecem um vislumbre detalhado e emocionante desse espetáculo, explorando suas raízes históricas, culturais e a paixão que move seus participantes. Confira:

‘Parintins – Jungle Magic’

‘Parintins – Jungle Magic‘ é um documentário de 71 minutos que aborda os aspectos técnicos, artísticos, musicais e principalmente humanos da preparação e a realização do Festival de Parintins. Foi filmado no Amazonas entre abril e junho de 2004.

Onde assistir? Prime Vídeo e Looke

Mestres da toada

Gênero musical dos bumbás Garantido e Caprichoso no Amazonas, a toada dita o ritmo do Festival Folclórico de Parintins. O processo de composição das letras e da música é mostrado em ‘Mestres da Toada’, documentário sobre o grupo Toada de Roda.

Oito artistas foram entrevistados, entre eles Raimundo Azevedo, conhecido como ‘Rei’, do Boi Caprichoso, responsável por introduzir a chamada e o berrante para o personagem amo do boi. Outro é JP Galeto, neto de Lindolfo Monteverde, fundador do Boi Garantido, mestre que mantém o som do atabaque presente nas toadas de boi bumbá.

O projeto foi contemplado no Prêmio Amazonas Criativo, por meio da Lei Aldir Blanc, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), e a Prefeitura de Parintins.

Onde assistir? Facebook

A Vida de Raimundo Muniz no Festival de Parintins

O documentário ‘A Vida de Raimundo Muniz no Festival de Parintins’ conta a história deste personagem que foi um dos principais idealizadores da festa folclórica que hoje é reconhecida internacionalmente, e em 2018, tornou-se Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ao longo de aproximadamente 25 minutos, são ouvidos familiares, historiadores e amigos de Raimundo Muniz, além de torcedores dos bois, que ajudam a contar a sua trajetória na gênese da festa de Garantido e Caprichoso e a dimensão que o festival tomou ao longo dos anos.

Onde assistir? YouTube

O Festival é a vida do povo que vive

O documentário surgiu diante em um período inédito no Mundo e também para a cidade de Parintins no Amazonas. A Pandemia (Covid-19) esta destruindo os sonhos de pessoas que trabalharam o ano inteiro para realizar o Festival de Parintins 2020.

A produção segue as pessoas de grande importância para o maior evento folclórico do Mundo acontecer. São famílias que sobrevivem desse festival, muitas tem nele como o motivo da sua profissão e sua única fonte de renda.

O documentário reúne quem está por trás dessa festa grandiosa que movimenta Parintins de abril a julho e ultrapassa fronteiras para todo o Brasil e Exterior.

Onde assistir? YouTube

Fricassê com tambaqui: chef de Roraima regionaliza prato de origem francesa

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Você gosta de fricassê? Uma chef de Roraima decidiu regionalizar o tradicional prato francês. A culinária regional despertou na chef roraimense Rita Werner a vontade de recriar pratos famosos usando ingredientes locais.

Um deles é o fricassê de tambaqui, uma releitura do tradicional prato francês com frango, agora feito com o peixe nativo da Amazônia. “Como em Roraima o tambaqui é muito consumido, decidi recriar a receita usando o peixe nativo”, destaca.

A receita também aproveita o período junino e incorpora milho fresco para dar sabor ao molho branco que compõe o alimento. Anote os ingredientes e o preparo:

Foto: Ronny Alcântara/Rede Amazônica RR

Ingredientes para o recheio

500 g de filé de tambaqui moído
50 g de alho
100 g de cebola picada
100 g de pimentão
50 g de pimenta de cheiro
50 g de tomate picado
100 g de alho poró
50 g de azeitona
20ml de azeite
25 ml de óleo de coco
1 colher de sopa de corante

Foto: Ronny Alcântara/Rede Amazônica RR

Ingredientes do molho

1 l de leite
300 ml de leite de coco
150 g de milho em lata
150 g milho fresco
100 g de manteiga
100 g de farinha de trigo
1 caixa de creme de leite
1 pote de requeijão

Para finalização

Queijo Mussarela
Batata palha

Modo de preparo

Molho

A receita começa com o preparo do molho branco. No liquidificador é necessário bater o leite, milho e o leite de coco. Após isso, a mistura deve ser levada ao fogo, apenas para aquecer.

Em uma panela coloque a manteiga e frite a cebola. Deixe a cebola ficar dourada e coloque aos poucos a farinha de trigo. Mexa bem até o trigo incorporar na manteiga.

Após isso, é hora de colocar o leite batido com milho (que estava no fogo). Essa etapa exige paciência, a mistura precisa ser colocada aos poucos e haja braço para mexer sem parar. Essa etapa de cozimento do creme dura em média 10 minutos. Quando estiver consistente, é preciso baixar o fogo para então adicionar o requeijão. Mexa bem e desligue.

Para finalizar coloque a caixinha de creme de leite. Mexe, mexe, mexe e está pronto o molho. Reserve.

Recheio

Agora inicie o preparo do recheio. Em uma frigideira grande coloque o azeite e o óleo de coco. Depois de aquecer, coloque o alho e a cebola para refogar. Em seguida, adicione aos poucos a pimenta de cheiro, a azeitona, o corante e, por fim, coloque o ingrediente principal: o tambaqui moído. Refogue por 5 a 10 minutos e coloque o alho poró.

Acerte o sal a gosto. Por último, adicione o tomate. Deixe refogar mais um pouco e apague o fogo. Para finalizar coloque cheiro verde a gosto. Recheio pronto!

Montagem e forno

Em uma travessa de vidro (refratário) coloque uma camada de molho branco e uma camada de recheio. Repita esse processo até completar a travessa. Para finalizar, cubra a última camada com queijo mussarela e leve ao forno por 10 minutos ou até o queijo derreter.

Depois, retire do forno e finalize com batata palha. Está pronto o fricassê de tambaqui.

Dica da chef: Rita Werner sugere que fricassê de tambaqui seja servido com arroz ou farofa.

*Por Raquel Maia, da Rede Amazônica RR